quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

O Racismo No Futebol Dialoga Com A Realidade?


Neste último mês do ano observamos uma crescente discussão a respeito do racismo no futebol, mais especificamente três casos: no âmbito internacional, o jogo válido pela Liga Dos Campeões da Europa entre Paris Saint-Germain e Istambul Basaksehir fora paralisado e adiado por conta de uma fala discriminatória proferida pelo quarto árbitro contra o assistente técnico do clube turco, o camaronês Pierre Webó, sendo assim a partida reiniciada apenas no dia seguinte (9/12), pelo fato dos jogadores das duas equipes se negarem a retornar à partida com o quarto árbitro, autor do ato, presente.

Quase que como consequência deste evento de alcance mundial, em território nacional, num intervalo de menos de uma semana, houve dois casos notórios: a viralização do vídeo do garoto Luíz Eduardo, no qual ele aparece chorando após acusar o técnico adversário de ato discriminatório, durante um torneio chamado Caldas Cup, no interior de Goiás, no dia 16; e a denúncia de injúria racial do jogador flamenguista Gerson contra o colombiano "Índio" Ramírez, do Bahia, no duelo entre as duas equipes ocorrido no dia 20. Interessante pontuar que em ambos os três casos a palavra discriminatória em questão se referia a "preto" ou "negro".

Os pretos, na grande maioria da história, foram calados e objetificados, portanto a eles merecem todo o direito de expressão e de se sentirem revoltados ou incomodados com uma situação iminentemente racista, como foi feito nos exemplos supracitados. Em um âmbito sócio-político, entretanto, jamais podemos nos esquecer que a segregação racial é fruto do imperialismo capitalista. Uma luta popular antirracista que não tenha um forte contexto econômico, que vise a reestruturação urbana das periferias, a redução da desigualdade social e do desemprego, além de uma maior inclusão universitária, consistirá em uma luta ineficaz que ignora as principais consequências do racismo. Pior do que isso: ao tratar o racismo como uma causa meramente humanitária, e não política, desloca-se o alvo do real inimigo (o Estado) para o nosso semelhante, reduzindo a luta em acusações pessoais (como tem se verificado) e inflamando a vontade burguesa de linchamento (houve quem bradasse por cadeia ao jogador do Bahia!). Portanto, qualquer evidência ou grande repercussão que a grande mídia der ao racismo será de cunho "humanitário", ou seja, será uma farsa! Não há nenhum interesse em superar o racismo de fato nessas movimentações, mas sim apenas dar pauta à esquerda burguesa, para que esta esperneie e aponte o dedo covardemente ao elo mais fraco da sociedade (a classe trabalhadora, que é à quem a mídia vai direcionar), enquanto a estrutura do poder segue intacta.

Além da suposta luta antirracista, sem nenhum contexto econômico, ser uma farsa, não dialoga em nada com a classe trabalhadora, que é sujeita a sofrer as consequências mais pesadas do racismo. Pra quem é acostumado a ter algum amigo ou parente com apelido de "Negão", por exemplo, ou outros derivados de sua cor, uma simplificação do racismo numa injúria de "negro" é muito pouco para que o sujeito se identifique ou tome parte da situação. É preciso esclarecer sua história, as origens econômicas da escravidão e da segregação do negro nas periferias, entender porque desta ter uma cor predominante e porque a desigualdade social, de forma geral, é um dos maiores problemas do nosso país.

Não há de se eximir a responsabilidade individual dos agentes nos casos em questão, mas em um aspecto macro de combate ao racismo devemos entender que estes não são nossos reais inimigos, pois apenas reproduzem o que o Estado perpetua como projeto desde sempre. Portanto, uma política punitivista não é a solução.


Consciência Negra e a Terceirização de Lutas Populares: https://faroloperario.blogspot.com/2020/11/consciencia-negra-e-terceirizacao-de.html

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Eleições nos EUA (10): Golpe, fraude e aprofundamento da Guerra Civil


A intensidade de acontecimentos em torno das eleições dos EUA provam que está muito incerto o que vem pela frente. Trump foi o primeiro Presidente dos EUA nos últimos 30 anos a não iniciar uma guerra declarada contra uma nação estrangeira. Diante das movimentações há fortes indícios do aprofundamento da guerra civil nos EUA.

São diversas as evidências de que houve fraldes nas eleições e, portanto, um golpe do Deep State contra Donald Trump. Os indícios em torno do uso do supercomputador Hammer com o aplicativo Scorecard para realizar ingerência à transferência de dados tornam-se cada vez mais contundentes. O sistema de contagem de votos usado por mais de 30 estados, o Dominion, apresenta diversos problemas de segurança e em diversos estados-chave - Wisconsin, Michigan, Pensilvânia, Geórgia, Nevada e Arizona - aconteceram “inexplicáveis” oscilações de votos na madrugada do dia 04 de novembro de 2020 que garantiram a vitória de Joe Biden.

Pelo currículo das pessoas que compõem a equipe de transição de Biden, observa-se que em seu governo haverá uma forte influência do complexo industrial militar. Diversos assessores de Biden e futuros membros do governos são funcionários ou sócios das principais empresas de armas do mundo ou são membros de institutos ou "think tanks" que defendem investidas militares imperialistas no exterior. O próprio Biden, como vice-presidente dos EUA (2009-2016) e presidente da comissão de relações exteriores do Senado dos EUA (2001 – 2007), viabilizou um conjunto de guerras, mostrando ser um experiente defensor dos interesses do Império. Irã e Venezuela deverão ser os dois principais focos de guerras imperialistas nos próximos 4 anos.

Donald Trump nunca foi um representante nato do Partido Republicano, ainda que tenha contado com o apoio de importantes nomes do partido, como Mike Pence e Rudy Giuliani. Após o conturbado e impopular governo de George W. Bush (2001 – 2008), os republicanos perderam muita credibilidade política no país e Trump despontou como um candidato “independente”. Porém a oposição do Deep State contra Trump foi tamanha que até mesmo a FOX News e o New York Post, mídias que em certa medida o apoiavam, passaram a realizar críticas. Os últimos quatro anos foram marcados por tentativas de golpe e até insinuações sobre a necessidade de se assassinar Trump.

Inúmeras foram as traições de membros do Partido Republicano contra Trump. A família Bush e Colin Powell, por exemplo, fizeram campanha em favor de Joe Biden. Além disso 130 influentes membros do Partido Republicano assinaram uma carta pública de oposição a Trump e de apoio a Biden. Até mesmo Mitch McConnell, o líder do Partido Republicano no Senado, tem realizado ferrenha oposição ao Presidente Trump em seus últimos dias de governo.

A grande mídia dos EUA - como New York Times, NBC, CNN, Washington Post -  junto com as empresas da Big Tech - como Facebook, Google, Amazon, eBay, Microsoft - ajudou a constituir uma caricatura de Trump como a reencarnação de todos os males, além de impedir a divulgação de qualquer analise alternativa que questionasse a legitimidade das eleições dos EUA. 

Porém as coisas não são tão simples como os representantes do Deep State e do complexo militar gostariam e os EUA vivem uma ebulição que pode culminar em uma guerra civil. Como dito anteriormente, Trump nunca foi um presidente do Partido Republicano, mas sim o representante de uma massa de pessoas que se encontram em situações cada dia pior de pobreza e miserabilidade dentro dos EUA devido as consequências do imperialismo no próprio país. Trump obteve oficialmente mais de 71 milhões de votos, o que demonstra um verdadeiro movimento de massas em torno de sua figura. Essas pessoas que apoiam Trump são tratadas pelos representantes do imperialismo como “os deploráveis”.

A depender do que venha a acontecer nos próximos anos esses mesmos "deploráveis" podem ser um elemento fundamental para o aprofundamento da guerra civil. O envolvimento em guerras estrangeiras em lugares distantes, onde quem irá lutar e morrer como soldados são esses mesmos "deploráveis", pode ser um elemento fundamental para a insatisfação e revolta popular. Outro fato importante é que a economia dos EUA e mundial está a cada dia mais próxima de um grande colapso que pode surtir efeitos ainda mais devastadores do que o Crack da Bolsa de Nova York em 1929. Vale lembrar que os EUA possui hoje aproximadamente 50 milhões de desempregados, sendo que a economia do país encontra-se em uma forte recessão. Tal quadro torna-se cada vez mais favorável a uma guerra civil. A depender da capacidade de interpretação da esquerda sobre esse quadro e condução política, poderia acontecer uma revolução.


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terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Notícias do mundo: Irã e Israel – o assassinato do pai do programa nuclear iraniano


Se Biden realmente assumir a presidência dos Estados Unidos, Trump deixará a Casa Branca sendo o único Presidente nos últimos 30 que não iniciou uma guerra declarada contra outra nação do mundo. Os envolvimentos intermináveis dos Estados Unidos em guerras estrangeiras datam desde a presidência de Ronald Reagan. Porém os tempos estão cada vez mais obscuro e a agenda do deep state enquanto representante do Império mostra-se cada vez mais perversa. 

O imperialismo parece ter um alvo preferencial para suas aventuras bélicas e esse é o Irã. No dia 03 de janeiro de 2020 Qasem Soleimani, major-general da Guarda Revolucionária Islâmica por mais de 20 anos, comandante da Força Quds, herói da revolução islâmica e considerado na época o maior mártir iraniano vivo, foi assassinado pelos Estados Unidos. Isso levou a uma grave crise no Oriente Médio e quase desencadeou uma guerra termonuclear de grandes proporções. 

Agora a vítima do imperialismo foi Mohsen Fakhrizadeh, pai do programa nuclear iraniano, assassinado em uma emboscada em Teerã com armas da OTAN no dia 27 de novembro de 2020. Fakhrizadeh já tinha sofrido ameaças públicas do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em 2018. Tanto Estados Unidos quanto Israel são contrários ao desenvolvimento do uso de energia nuclear pelo Irã. Com a política claramente imperialista e bélica que deverá ser praticada por Joe Biden as tensões com o Irão deverão tornar-se cada vez maiores.

O Irã foi um dos primeiros países que sofreu com a onda de COVID-19 tendo um número grande de perda de vidas humanas. As sanções econômicas impostas por Donald Trump ao Irã dificultou que o país persa realizasse a importação de medicamentos, máscaras e respiradores. Além de ser o principal cientista nuclear iraniano, Fakhrizadeh também dirigia o programa de pesquisa iraniano de uma vacina do COVID-19. 

Dois outros importantes cientistas nucleares iranianos já foram assassinados antes: Masoud Ali Mohammadi em 2010 e Hassan Tehrani-Moghaddam em 2011. Entre 2010 e 2012, durante o governo de Barack Obama, acontecerem ao menos cinco atentados contra cientistas iranianos envolvidos em projetos de energia nuclear. Quatro deles morreram e um ficou gravemente ferido. Há fortes indícios de que esses atentados foram realizados por Israel com os auspícios dos Estados Unidos.

O Irã foi um dos primeiros países a ser assolado pela onda de COVID-19. Também apresentou um alto número de pessoas mortas pelo vírus. Donald Trump estabeleceu uma política de sanções econômicas contra o Irã. Isso dificultou a importação de produtos para a prevenção e combate a a doença, como: máscaras, medicamentos e respiradores. Hassan Rohani, Presidente do Irã, informou que a exemplo do assassinato de Soleimani não realizará nenhuma ação imediata como resposta ao atentado que matou Mohsen Fakhrizadeh. A o governo de Teerã e a classe militar iraniana está dividida. Uma parte entende que responder ao atentado com um ataque é o que Israel tanto deseja para iniciar uma enorme crise e uma guerra nuclear no Oriente Médio. Outra parte entende que ao não dar resposta aos atentados praticados pelo governo sionista de Tel-Aviv permite que esses continuem ocorrendo. 

As sanções econômicas impostas por Trump ao Irã ocasionaram em queda de seu PIB, desvalorização da moeda e aumento do desemprego. Após a morte de Soleimani, o Irã fez um ataque minucioso com mísseis a uma base militar estadunidense no Iraque sem deixar vítima. Isso foi uma forma de mostrar sua força bélica e sua capacidade estratégica. Na sequência, em um ato de terrorismo cibernético, o governo de Israel interceptou o sistema eletrônico de segurança aéreo iraniano fazendo com que o Irã cometesse um erro e derrubasse um avião ucraniano no aeroporto de Teerã. Com a sabotagem israelense que levou ao acidente aéreo e morte de quase 200 civis em sua maioria iranianos mais o assassinato de Fakhrizadeh, Israel quer dar demonstrações de força e controle quase total sobre o território iraniano. 

Duas importantes conclusões podem ser tiradas desses acontecimentos: 


1) Os Estados Unidos junto com Israel praticam ingerência dentro do território iraniano; 


2) Os atentados contra o Irã caso ocorressem em países ricos seria considerados como atos de terrorismo. 


O uso de armas nucleares no Oriente Médio é algo completamente sem parâmetro racional justificável. É de conhecimento público que fazem décadas que Israel possui armas nucleares sem uma autorização explícita da comunidade internacional. Pelas regras atuais somente os países considerados vencedores da II Guerra Mundial poderiam ter esses tipos de armas: União Soviética (hoje Rússia), Estados Unidos, Reino Unido, China e França. 

O governo de Israel faz mistérios sobre armas nucleares, nunca confirma, mas também não desmente. O assassinato do Presidente dos Estados Unidos John Kennedy em 1963 esteve envolto de mistérios com a Mossad (serviço secreto israelense), já que ele fez duras ameaças contra Israel pelo uso de reatores nucleares e desenvolvimento de armas no mesmo ano de seu assassinato. O sequestro pela Mossad do técnico nuclear israelense Mordejái Vanunu responsável por publicar informações sobre o programa nuclear secreto israelense no Reino Unido em 1986 teve características cinematográficas que não se vê nem nos filmes do 007 ou Missão Impossível. Vanunu foi clandestinamente levado para Israel onde ficou 18 anos preso. Hoje ele está proibido de sair do país falar com cidadãos não israelenses.

Trump termina seu primeiro mandato sendo o primeiro presidente em 30 anos sem um envolvimento bélico declarado. Isso levanta forte suspeita de que o assassinato de Fakhrizadeh foi praticado por Israel com apoio todo o apoio do Deep State tem um fim em si mesmo: iniciar uma grande conflito marcado por uma guerra termonuclear no Oriente Médio.

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quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

O Congresso de Unificação e os Economicistas: Prefácio à obra "O Que Fazer?" de Vladimir Lenin


Vladimir Lenin foi um dos grandes revolucionários e expoentes do marxismo da história. Sua obra teórica e prática resultou na maior mobilização proletária da modernidade e no maior exemplo concreto de modelo socialista: a União Soviética.

Porém, assim como inúmeras conquistas históricas, esta também teve origem determinante de uma desilusão ou imprevisto: no caso, o fracasso do Congresso de Unificação.

No fim do Século XIX, a Rússia ainda vivia um período arcaico, mas com uma intensa mobilização operária, que organizava greves e movimentos sindicais. Isso já concomitantemente à uma prática mais consolidada da social-democracia. 

Todo esse contexto culminou no Congresso supracitado, que ocorrera em Zurique, em 1901, no intuito de ratificar uma união das frentes social-democráticas russas em vigência. Prática que fora logo abortada pelos marxistas mais ortodoxos (Lenin, Martov, Plekhanov, Zassulitch...) por conta de propostas de aditamentos oportunistas à resoluções de congressos anteriores. Sendo assim, esse Congresso foi importante para delimitar a parcela revolucionária, ligada ao Partido Social-Democrata, representada pelo jornal Iskra, e a parcela reformista, pejorativamente nomeada por Lênin de "Economicista", representada principalmente pela revista Rabótcheie Dielo. Posteriormente, após o declínio do "Economicismo", este se reinventaria na forma de Menchevismo, liderado por alguns dos militantes do próprio Iskra dessa época, como Martov e Plekhanov.

Assim, Lenin se vê obrigado a mudar o tom de sua obra. Se em "Por Onde Começar?" têm se um artigo didático e direto a respeito do direcionamento partidário da social-democracia (caráter e conteúdo da agitação, tarefas de organização e plano de formação de um partido nacional), "O Que Fazer?", sem perder o norte teórico da obra anteriormente citada, acaba constituindo-se como uma Polêmica: consagrado método marxista no campo teórico, que ajuda a delimitar o inimigo e denunciar seus interesses deturpados. Este, claro, tratava-se dos Economicistas, rotulados assim não por uma minuciosa investigação de suas coincidências, mas como uma medida profilática, para que estas células reformistas não contaminem outras dentro do partido, pois, no fim, mais importante do que um reconhecimento científico das novas tendências é o protagonismo da luta de classes. Ao estabelecer concessões à ideologia burguesa dentro do partido, quando menos se espera, esta já o dominou. Lenin inclusive cita o exemplo francês de Millerand, que abraçou o reformismo do teórico alemão Bernstein e culminou num governo de caráter autoritário à camada trabalhadora.

Nesses moldes, Lenin discorre nos capítulos do livro duras críticas ao caráter reformista-burguês dos Economicistas, muito por conta de sua defesa ao Espontaneísmo, que nada mais é do que a defesa de que a classe trabalhadora tem totais condições de guiar-se de forma autônoma ao seu destino revolucionário. Esta constatação se verifica oportunista pois, sem um aporte teórico revolucionário que, convenhamos, não se encontra no senso comum em nenhuma sociedade capitalista, o operário tende a ser dominado pelo status burguês vigente, que se materializa, no campo da esquerda, na política trade-unionista: os operários são incentivados a se preocupar exclusivamente com sua emancipação econômica, através de melhorias individuais de trabalho, lutas sindicais e alienação política. Os Economicistas travam uma disputa teórica com os revolucionários ("Revolução do dogma ou da vida!") no intuito de garantir seu protagonismo político, mantendo o trabalhador à reboque, o enganando com argumento falaciosos como de que "a política tende a seguir a economia". Tudo isso sob a tutela da "Liberdade de Crítica": jargão economicista que simboliza a liberdade de se formular novas teorias "modernas" ao "engessado" marxismo, que na verdade se mostraram apenas como reinvenções farsescas preestabelecidas do reformismo burguês. A "Liberdade de Crítica", dessa maneira apresentada, é uma ausência de princípios e uma renúncia teórica, à qual revolucionário nenhum pode se dar o direito! Este deve estar preparado para identificar a infiltração anti-revolucionária ainda que bem disfarçada.


Demais contradições como a do funcionamento da imprensa revolucionária, das greves, da organização partidária, são apontados e também serão tratados no decorrer do Curso sobre a Obra organizado pelo Farol Operário, que terá início nesta Quarta-Feira, em Fernandópolis, no Sindicato dos Trabalhadores Rurais, às 19hrs. O evento também terá transmissão online via Google Meet.

Inscrições:farol.op17@gmail.com ou forabolsonaro.fernandopolis@gmail.com

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Farol Operário quer educar o povo para a Revolução



O Farol Operário é um jornal que está ao lado dos trabalhadores com o objetivo de construir uma sociedade comunista, por isso denuncia todos os abusos dos poderosos. Porém não se limita a isso, busca levar aos trabalhadores o melhor da teoria revolucionária aos sábados e domingos no final da tarde, especificamente às 20H, com seus dois grupos de estudo de Marx. Isso ocorre com o objetivo de criar um senso maior de profundidade política dos trabalhadores para a vitória da revolução. “Sem teoria revolucionária, sem prática revolucionária” como mostrou Lênin. 

Todo o material produzido para educação revolucionária está no canal do Youtube, no Blog do Farol Operário e nas Notas na Página do Facebook. Há pouco material ainda, mas é possível ver a apresentação do texto Carta a Um Camarada de Lênin e alguns capítulos do Capital e da Ideologia Alemã. 

No final deste ano, a organização política Farol Operário percebeu a necessidade de ampliar o domínio do marxismo para a população e seus quadros por meio do curso de formação do livro “Que Fazer?”, obra-prima da luta operária. O livro é uma polêmica de Lênin com a ala reformista do movimento operário russo e seus métodos, colocando de forma clara como deve ser uma atuação marxista. 

O curso será realizado por meio de exposições relativamente curtas 30 minutos de cada capítulo, após haverá uma sessão com perguntas e um pequeno debate entre participantes do curso.


Dia 23 dez - Prefácio (Online e presencial em Fernandópolis) 

Dia 28 dez – Trena (Online). Cap. 1 - DOGMATISMO E LIBERDADE DE CRÍTICA

Dia 29 dez – Cap. 2 - ESPONTANEIDADE DAS MASSAS E A CONSCIÊNCIA SOCIAL-DEMOCRATA

Dia 30 dez – Suzuki (Online). Cap. 3 - POLÍTICA SINDICAL E POLÍTICA SOCIAL-DEMOCRATA

Dia 3 jan – Salinas (Online). Cap. 4 - OS MÉTODOS ARTESANAIS DOS ECONOMISTAS E A ORGANIZAÇÃO REVOLUCIONÁRIA

Dia 5 jan – Trena (Online). Cap.5 -  PLANO DE UM JORNAL PÚBLICO PARA TODA A RÚSSIA 


Faça parte do curso, venha estudar Lênin com quem está todos os dias lutando para construir a revolução!


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sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Café Farol | 16/12/2020 - Esquerdismo eleitoral, vacinas e descaso governamental, anti-drogas

Grupo de Estudos - A Ideologia Alemã -13/12/2020 | São Max e a Economia do Antigo Testamento

Grupo de Estudos - A Ideologia Alemã -29/11/2020 | São Max o soberano de si

[200 anos Engels] Grupo de Estudos - O Capital I | Cap. III, 3, c) Dinheiro mundial

Voto Nulo, Greve Geral e Fora Bolsonaro

Grupo de Estudos - A Ideologia Alemã | Egoísmo de São Max e a ideologia "branca"

Análise Numérica - A esquerda entre as eleições de 2012 - 2020

Café Farol | 18/11/2020 - Análise dos dados das eleições municipais e a situação da esquerda

O resultado numérico da esquerda nas eleições municipais de 2020

Grupo de Estudos - O Capital I | Cap. III: A Moeda, o Signo do valor / Bretton Woods

 

Duarte Nogueira (PSDB) vai utilizar a eleição para fazer propaganda de amado e legítimo prefeito



A eleição de 2020 foi realizada em Ribeirão Preto, cidade do interior de São Paulo, com muita ingerência e manipulação. A falta de denúncia do caráter autoritário de determinadas decisões, como a revogação de uma Convenção Partidária do PSL e os problemas judiciais de Chiarelli, deixou todo o processo modelado para a vitória tucana. 

Começando as prévias eleitorais, o que mais marcou a cidade foram as desistências de figuras fortes como Ricardo Silva, franco favorito para vencer o pleito. Assim, Nogueira chega a frente com muita gente dando passos atrás, algo muito normal em um local de ampla perseguição. Mesmo com o favoritismo alcançado, Fernando Chiarelli (Patriota), político tradicional da direita da cidade, ameaçou-o. Por isso, foi perseguido, tendo o deferimento saído um dia após o fim da propaganda eleitoral televisiva. 

A imprensa e os veículos de comunicação prejudicaram Chiarelli, dando possibilidade para que o descontentamento popular contra os tucanos fosse canalizado na figura de Suely Vilela, ex-Secretária da Educação de Nogueira (PSDB). A grande manobra eleitoral para desidratar Chiarelli deu resultado e conseguiu guiar a despolitização gerada por demagogias como luta contra corrupção levadas por quase todos os atores políticos, com exceção deste jornal. 

Os tucanos comemoram a forma pela qual conseguiram levar ao segundo turno uma pessoa que não iria criar o nível de crise de Chiarelli, agora com todo o poder que estão, esperam segunda-feira para colher os frutos de sua vitória e espalhar por meio de seus canais de comunicação oficiais e afins que Duarte Nogueira (PSDB) é o legítimo e amado prefeito da cidade. A opção sob medida para uma eleição tranquila, Suely Vilela irá reconhecer o resultado eleitoral e não falará nada das perseguições e desaparecerá, deixando o vitorioso Nogueira ainda mais forte. Um tucano que sai do seu mandato quase apanhando de uma turba ensandecida para o querido da cidade em apenas uma eleição, é o poder da ilusão eleitoral. 

A única coisa para enfraquecer é votar nulo, denunciar as perseguições e manipulações do jogo eleitoral. Voto nulo prepara o povo e não o deixa refém de uma ilusão, motiva o povo a entender que a luta está nas ruas. 


Voto Nulo 

Greve Geral 

Fora Bolsonaro 

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Eleições nos EUA (6): Guerra Cibernética

 

Muitas são as suspeitas de fraudes apontadas em relação às eleições de 2020 dos Estados Unidos. O Tenente-General aposentado da Força Aérea dos Estados Unidos Thomas McInerney, especialista em guerra cibernética, declarou recentemente em entrevista que houve uma fraude eletrônica nas eleições dos EUA. O ex-comandante militar que já foi o número 3 das forças aérea também afirmou que Trump já sabia que isso iria ocorrer e tomou algumas medidas.

Sidney Powell, advogada de Trump, declarou em entrevista sobre a possibilidade de se divulgar o “Kraken”. O desconhecimento sobre o que viria a ser o “Kraken” fez surgir muitas especulações e suspeitas. O General Mclnerney afirmou que o termo “Kraken” faz referência direta ao Batalhão de Inteligência Militar 305 do Exército dos EUA. O General Michael Flynn teria viabilizado a organização desse Batalhão que guardaria lealdade ao Presidente Donald Trump. Assim Kraken é a mais importante fonte de informação de Sidney Powell na sua tentativa de provar fraude eleitoral em 2020. Outros dois advogados que estão envolvidos nessa batalha são Rudy Giuliani e Jenna Ellis. 

Dominion é a empresa que forneceu o sistema eletrônico para a eleições dos Estados Unidos em diversos estados. Há fortes indícios de que os servidores desse sistema sofreram ingerências da cidade de Frankfurt na Alemanha. O Kraken teria identificado a transmissão de uma quantidade anormal de dados entre os seis estados chaves para as eleições dos Estados Unidos e as cidades de Frankfurt e Barcelona, na Espanha. Também há indícios que esses dados foram transmitidos de sedes da CIA nessas cidades europeias. 

Se comprovada a fraude isso caracteriza em uma operação clandestina da CIA, uma alta traição que atenta contra a soberania da nação mais importante do mundo e um golpe de Estado. Mclnerney afirma que as práticas de sabotagem cibernética usadas contra Trump já eram largamente utilizadas por agências dos Estados Unidos em eleições de outros países. As principais agencias envolvidas nesse processo seriam CIA, FBI e o Departamento de Justiça dos EUA. 

Seis estados chave das eleições dos Estados Unidos passaram por uma situação bastante suspeita: Pensilvânia, Wisconsin, Michigan, Arizona, Nevada e Georgia. Mclnerney afirma que nesses estados o software utilizado deixou de computar votos ao mesmo tempo. O General afirma que foi utilizado um algoritmo nesses estados para deixar Biden na liderança eleitoral.  O total de votos teriam sido alterados por um supercomputador governamental chamado Hammer que para tal feito teria usado um software chamado Scorecard. Tais práticas já teriam sido utilizadas antes para garantir a vitória eleitoral de Barack Obama em 2012 e para garantir a derrota de Bernie Sanders na primárias democratas para as eleições de 2020. 

Há suspeitas que foram utilizadas outros mecanismos para fraudar as eleições, além das armas cibernéticas. O Kraken é uma unidade de inteligência militar paralela a CIA e leal à Trump. Essa unidade atua com um grupo de organizações e pessoas conhecidos como “Patriotas” que se opõem ao Deep State (Estado Profundo). Tais circunstâncias colocam em jogo a ideia de que os Estados Unidos é a maior democracia do mundo, aprofunda as tensões que podem levar a uma guerra civil e trazem a luz parte do submundo do imperialismo.

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terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Nota contra perseguição Farol


Abaixo a perseguição aos petistas feita no Ato Vidas Negras Importam de Ribeirão Preto 21/11/2020


A Central Única dos Trabalhadores (CUT) é uma organização operária feita ao final da Ditadura Militar para lutar contra a repressão brutal contra a auto-organização dos trabalhadores, nascemos lutando com muita dificuldade e enfrentando muita violência. Assim, representamos o movimento de trabalhadores do país onde realmente existem greves por ser o único local onde uma política revolucionária pode se expressar, somos o bastião da liberdade do movimento popular e sindical. 

Dentro de nosso estatuto, não aceitamos a ingerência judicial e do aparato repressivo em nosso movimento. Nossa prática é dada pela liberdade, sem censura a partidos, militantes e organizações sociais. Não aceitamos as censuras e restrições, considerando-as fascismo no sentido mais claro de classe. Diante de tudo isso, repudiamos com veemência a atitude covarde e aproveitadora de um grupo que não se coloca as claras, sobre o militante do Partido dos Trabalhadores e editor do jornal Farol Operário, Raphael Trena. 

No dia 21/11/2020, em Ribeirão Preto no interior de São Paulo, o militante Raphael Trena estava panfletando o jornal Farol Operário com algumas edições e a edição do dia denunciando a farsa da polarização entre Suely (Ex-Secretária da Educação de Nogueira) e Nogueira (Ex-patrão de Suely Vilela). Ao final da panfletagem, em um local um pouco isolado, uma moça se dizendo da organização saiu em ataque ao jornal, buscando impedir a sua distribuição por ser material do Partido dos Trabalhadores, neste momento contou com a ajuda de outras pessoas que “coincidentemente” estavam para fazer a mesma coisa: expulsar um membro do PT. 

Em busca de membros da organização, Trena não encontrou ninguém relevante do PSOL e denunciou para alguns petistas dali, mas o partido estava dissolvido no próprio ato, mostrando o erro de abaixar as bandeiras. Abaixar as bandeiras serve para isso, controlar um ato e inibir qualquer forma revolucionária, mais à esquerda. A lição que fica deve ser essa: iremos denunciar com toda força a censura que fizeram e não negociaremos o nosso direito de participar em atos públicos. 


Abaixo o curral eleitoral 

Abaixo a censura 

Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Ribeirão Preto 


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quinta-feira, 26 de novembro de 2020

PM e segurança do Carrefour espancam negro até a morte


Em uma unidade do Carrefour na cidade de Porto Alegre (RS), João Alberto Silveira Freitas de 40 anos foi espancado até a morte por um militar e um segurança no dia 19 de novembro. Segundo relato da Brigada Militar, houve um desentendimento no interior do supermercado entre a João, que estava acompanhada da esposa, e uma funcionária, sendo que ele ameaçou agredi-la. Foram acionados os seguranças (um brigadiano e um terceirizado) que levaram João para a frente da loja para espancá-lo até morrer. Momentos depois, o SAMU chegou para tentar reanimá-lo sem sucesso.

O racismo não é uma questão de consciência ou abstração, não é um espírito racista que paira sobre a sociedade e toma conta, no caso, dos seguranças, da polícia militar fazendo terrorismo nas periferias ou matando a população oprimida de fome porque um "espírito racista" apodera-se de um empresário cujo empreendimento não dispõe de vagas de emprego.

O racismo tem etiqueta, corpo, propósito e finalidade. Para aqueles que acreditam que a educação, a conscientização sobre a transubstanciação do racista em não racista, acaba cometendo imprecisões teóricas na análise da realidade sem precedentes sob pena dos atos racistas continuarem perpetuando-se no tempo porque não há intervenção direta sobre o problema.

O aparato repressor estatal, em especial a polícia militar, serve para conter os pobres e, historicamente em decorrência da escravidão, os negros. Estão, portanto, em uma contradição real a população negra (e os demais setores oprimidos) e as forças repressivas estatais. Essa contradição só será resolvida, em parte, com a dissolução da polícia militar. Essa discussão nem passa aos ilustres esquerdistas caviares (pequeno-burgueses) que, como se acham legítimos representantes dos pobres e negros, falam o que querem, aliás, o que lhes parece mais fácil, um discurso que agrada a todos (inclusive à polícia e a burguesia) já que não são eles que são diariamente assassinados pela repressão do Estado burguês.



A luta pelo fim da Polícia Militar só pode ser concebida no seu percurso revolucionário que obedece leis específicas do movimento de massas enquanto organização popular que substitui, ocupando cada vez mais o lugar do aparelho estatal burguês. O primeiro passo é o fortalecimento das organizações operárias, de seus partidos revolucionários e, por consequência, fortalecimento da organização de negros e de minorias operando com uma disciplina férrea de luta (de tipo partidária), passando pelo controle da produção local, das fábricas, da economia local, dotando de soberania localizada o movimento. Por conseguinte (simultaneamente), organização de milícias de trabalhadores para proteger essas ocupações, os partidos operários e as organizações oprimidas entre outros passos que só a perspectiva revolucionária e a experiência prática é capaz de dar um caminho claro de luta e de fim a esse tipo de ataque à população negra e em geral. É um processo que envolve toda a sociedade, das camadas populares para resolver esses problemas que, no final, está relacionado com o poder que a burguesia tem sobre a sociedade e se utiliza da polícia militar para proteger sua propriedade privada e seus lucros da "delinquência" dos demais e, em um contexto histórico de racismo, esse aparato repressivo ganha uma política racista, selecionando quem irá ser ou não espancado até morrer.

Em um direcionamento conclusivo para essa questão, as organizações populares devem ser criadas e ampliadas, adotando a política revolucionária capaz de resolver o problema da repressão estatal a partir da perspectiva de enfrentamento, não de ilusões no discurso, eleitorais, parlamentares ou qualquer medida tímida e idealista que o valha, porque enquanto a população se ilude, o assassinato dos negros continuará sem cessar.



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Consciência Negra e a Terceirização de Lutas Populares


O Dia da Consciência Negra foi marcado pela morte de João Alberto, um cliente negro, em uma das unidades do Supermercado Carrefour de Porto Alegre, que fora espancado por dois seguranças, sendo um ex-Policial Militar. Porém, outro fato que gerou comoção, inflamada pela data, foi a dedicatória feita por Pelé a Bolsonaro de uma camisa histórica do Santos Futebol Clube. 

Não é de hoje que a imagem do clube tem sido ligada à figuras questionáveis e contraditórias às pautas sociais que o clube sempre defendeu. Entretanto, importante pontuar que aqui se tratou de uma atitude particular do Rei do Futebol. Este, que desde sempre foi duramente criticado pela militância de esquerda, o julgando por pouco se posicionar a favor de pautas progressistas, sobretudo na questão do racismo. mais uma vez foi apedrejado por conta da sua atitude.

Disso, duas perguntas podem serem feitas: Qual a utilidade à causa em criticar alguém claramente despolitizado e, ainda por cima, negro? 

Se Pelé tivesse, por toda sua vida, atuado contra o racismo, isso teria resultado em algum efeito concreto na resolução do problema?

Obviamente é muito legal quando um esportista como Lewis Hamilton, multi-campeão da Formula 1, se posiciona veementemente a respeito do tema, entretanto é importante observar que: 1) Trata-se de uma opinião particular, baseada na vivência e em questionamentos internos de uma pessoa que, guardadas exceções, possui uma formação situada na média de qualquer cidadão comum de seu país local; 2) Por mais que possa atingir uma grande camada da população por conta do tamanho de sua repercussão, seu discurso só poderá resultar em algum efeito transformador se vier carregado de conteúdo classista e revolucionário, que, por mais que seja possível, não deve ser esperado por pessoas que estão no topo da pirâmide: essa iniciativa é de responsabilidade dos partidos e movimentos sociais. A tendência é o discurso que cai na grande mídia ser banalizado ou fetichizado e, assim, tirado de seu contexto real. É dessa forma que a luta contra o racismo vai se transformando num tipo de "marca filantrópica", onde ao mesmo tempo, pode ser comercializada e ganhar uma falsa roupagem de algo transformador, ao focar o cerne do problema na consciência humana, e não na estrutura capitalista.

Cobra-se do esportista, do artista da grande mídia, como se ele representasse alguma espécie de elite intelectual, quando na verdade não faz sentido esperar que sua opinião seja diferente da do status quo do local onde vive. Ao cobrar deles tão assiduamente um posicionamento, ao ponto de iminentemente nos revoltarmos, estamos terceirizando a responsabilidade de luta de uma causa que é popular. O problema não se resolverá "de cima pra baixo", mas sim através de mobilizações populares combativas ao sistema capitalista e seus aparatos, que são a principal estrutura que perpetua o racismo.

Além disso, jamais se deve crucificar o negro, como bode expiatório, pela sua conivência, já que esse estado representa exatamente o seu papel de vítima na sociedade. Seria puni-lo duplamente. Referente a isso, fica a sugestão no link abaixo do podcast O Negro Na História do Futebol: A Voz Do Preto, de História Preta. (https://open.spotify.com/show/0gkJ4Wy8wXJkJc2lZVfLyx?si=-gGp4OQHQE6n5ozhteswuQ )

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Materiais apreendidos de Comitê de Chiarelli mostram a face antidemocrática do Judiciário


Lula é perseguido e difamado pelos meios de comunicação e por pessoas confusas, que espalham todo tipo de afirmações preconceituosas e rasteiras. Já fizeram mascotes com o líder operário em trajes de preso e até mesmo colocaram bonecos dele (pixuleco) enjaulado. Onde está a defesa da honra de Lula em tudo isso? Onde está o direito de resposta legítimo que teria em rede nacional para expor toda a mentirosa campanha? Não há direito de resposta, não há honra de Lula e demais perseguidos políticos no país. 

A Justiça decide quem deve ser censurado e multado, colocando os poderosos e golpistas em um lugar inalcançável para qualquer crítica e polêmica. Isso ocorre por que não existe liberdade em nosso país, o que dá margem para que o Estado possa censurar legalmente os desamparados. Quem perde com isso não são apenas os atacados, mas todo o povo que se vê obrigado a abaixar a cabeça e se colocar em silêncio. Logo, a luta da esquerda deve se guiar pelo princípio marxista da liberdade, não por um princípio moral.

Em Ribeirão Preto, o segundo consolidado nas pesquisas é Chiarelli, que busca polemizar com os tucanos e demais adversários. Ao fazer isso, desfere diversos ataques, o que já lhe rendeu processos e multas.  Os métodos de Chiarelli podem ser bizarros e estranhos aos setores mais ilustrados da população, assim como é aos marxistas. Apesar disto, a liberdade de Chiarelli deve ser inalienável, ele deve ter o direito de se expressar da forma que desejar, sem constrangimentos e multas. Fazemos este alerta por uma questão política essencial, a defesa da liberdade e da soberania do voto popular. Não é uma luta particular em defesa de Chiarelli, é uma luta geral contra a tirania que fazemos. 

O motivo de atuarmos assim é pela forma como já somos perseguidos pela luta travada em prol da Revolução e do Socialismo, não aceitamos nenhum intermediário entre nossa voz e o povo. Tudo o que aceitamos para nós, colocamos como direito para todos, independentemente do viés ideológico. Assim, é estranho ao marxismo o ataque tirânico de nossos inimigos e uma defesa singular de determinada figura como Lula, pois os direitos não são dados aos nossos amigos e companheiros e sim a todos. Dito de outra forma: um marxista não precisa de motivos para se opor as perseguições. 

Mais um ataque aos direitos de Chiarelli, agora levam seu material de campanha 

Na manhã de quinta-feira, 05 de novembro de 2020, a Polícia Federal foi ao Comitê Eleitoral de Chiarelli para pegar material de campanha contra o prefeito Duarte Nogueira (PSDB). Tal ação foi realizada por haver mensagens contra Nogueira, deixando claro ao povo o perigo de se atacar um poderoso. É notório que se houvessem provocações e insultos a Lula, jamais teria sofrido qualquer tipo de sanção. 

Chiarelli, que não é poderoso, é alvo da imprensa burguesa: colocam as fotos mais esdrúxulas nas matérias em que aparece, além de mentirem sobre sua candidatura, que até ser impugnada pela Justiça em todo o processo legal, ainda se encontra na disputa. A manobra é clara, induzir as pessoas a abandonarem a campanha de Chiarelli. Para fazer isso e evitar o esfacelamento do PSDB, agora tomam o material de Chiarelli.

Não vamos aqui fazer qualquer tipo de reforço a censura, pois somos a esquerda operária, aquela que luta pela libertação do povo. Assim, denunciamos o ataque que o direitista passa, uma ofensiva bárbara que, caso estejamos em silêncio, normalizará todo tipo de arbitrariedade contra os pobres e explorados. Lembrando sempre que somos a favor do esclarecimento e do debate mais amplo possível, sem multas e sem censuras. 


O B.O de Cris Bezerra (MDB) reforça o clima ditatorial da eleição municipal de 2020


A candidata do MDB entrou em polêmica com Chiarelli durante o debate do dia 04 de novembro, recebendo uma série de ofensas. Após terminar o debate, fez Boletim de Ocorrência (B.O) para criminalizar o que foi dito por Chiarelli, o que vai reforçar o nível de perseguição a ele e, em seguida, a todos. 

Os políticos e figuras públicas devem ser alvo de todo tipo de crítica, caso contrário estaremos em uma ditadura. E as ditaduras são assim: você critica Lula, fala que Chiarelli é maluco e nada acontece até que se mete com um poderoso que te esmaga. 

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URGENTE: tarefa pós-eleições nos EUA

As eleições nos EUA acabaram, mas ainda não foi definido o candidato vencedor: mesmo com a apuração dando a vitória para Biden, a polarização continuará e o conflito será judicializado. Após a resolução do conflito, naturalmente, a burguesia do país definirá o "real" vencedor as eleições, e a tendência é o arrefecimento das manifestações e da polarização.

A tarefa dos movimentos populares é clara: continuar nas ruas permanentemente, até que a virtual situação revolucionária do país se transforme, de fato, em revolução. A repressão estatal será intensa a partir do momento em que os manifestantes não forem mais úteis a nenhum setor da burguesia. É nesse momento que o povo norte-americano deverá ter mais tenacidade para continuar nas ruas, e impor suas pautas pela força da mobilização.


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A Frente Ampla e a Luta do "Bem Contra o Mal"


Não é de hoje que nosso jornal, bem como parte da mídia de esquerda, vem denunciando a política da Frente Ampla como uma neutralizadora da prática anti-golpista, já que se trata de um movimento realizado por parte dos próprios partidos apoiadores do golpe (a direita burguesa) para recuperarem seu prestígio e enfraquecer os "extremos" (Bolsonaro e Lula). Estes, que usaram do golpe, aliados à extrema direita, para afastar a esquerda lulista do poder, agora usam de um mecanismo quase inverso, se aliando à uma parcela da esquerda, que subordina suas ações aos interesses da burguesia em troca de apoio mútuo nas eleições e manutenção de seus privilégios.

Podemos perceber seus efeitos na sensação de conformismo e anestesia que paira sobre o povo que, ou apoia o atual governo, ou transfere a responsabilidade de luta à estes governantes, cujo compromisso se resume à movimentos eleitoreiros e embates legislativos (quando não estão publicando memes em outdoors).

O intuito da Frente Ampla é bem sucedido em servir à burguesia, ao transformar o povo em mero expectador de sua própria sorte. Não a toa, com o amadurecimento desta política, presenciamos a diluição das greves dos petroleiros, dos Correios, bem como a desmobilização de outros setores trabalhistas, como os Servidores Públicos e os bancários. Porém, o pior, sem dúvidas, é a inércia que toma conta da população e seus representantes frente às mais de 150 mil mortes por conta da pandemia de COVID-19 ao assistir, de mãos atadas, nosso presidente dar de ombros para qualquer medida séria de combate ou prevenção à doença.

E é frente à esse clima apaziguante, bem calhado com as eleições municipais, que a mídia começa a dar as cartas: bastou João Santana, antigo marqueteiro petista, sugerir em sua entrevista no Roda Viva uma aliança Ciro e Lula (este de Vice) como uma das únicas situações possíveis para vencer Bolsonaro em 2022, que começou surgir matérias supostamente confirmando uma reunião "de paz" entre os dois, o que fora posteriormente negado por Lula. A repercussão demonstra não só o acerto no âmbito eleitoreiro de João Santana, mas também que este é um dos cenários de interesse para a burguesia: um candidato mais "moderado" com relação ao atual, mais centrista e com certa popularidade, não só entre a direita como também entre a esquerda, principalmente pela possibilidade do apoio de fachada de Lula (este que ficaria bem neutralizado pela figura de Ciro). Outra situação seria um concorrente explicitamente direitista, porém "menos extremo", como Sérgio Moro ou Henrique Mandetta, que, no caso, também obteria o lamentável apoio esquerdista por ser o "menos pior".

Ou seja, no fim, o que se configura é a moldagem de um candidato que consiga representar o "bem", o equilíbrio, a democracia, contra o "mal" representado por Bolsonaro, assim como foi nos EUA com Biden X Trump. O periódico golpista Época já denuncia a importação da manobra ao anunciar que o Brasil "precisa de um Joe Biden". A grande mídia brasileira e os partidos da Frente Ampla parecem coadunar com tal proposta ao apedrejar Trump e comemorar aos berros a vitória do Imperialista Democrata. Ambos já vêm ensaiando seus passos combinados para a grande epopeia de 2022.

Estas eleições municipais já deram a tona de quem realmente está no comando: sob a tutela da reforma eleitoral e do controle sobre o judiciário, a burguesia cassou diversas candidaturas e permitiu que seus candidatos dominassem o horário eleitoral como nunca; a grande mídia inundou as pesquisas com dados questionáveis e catapultou os candidatos de sua preferência, como os representantes da direita tradicional  e os da esquerda "inofensiva" ou "antipopular", como Guilherme Boulos e Manuela D´Ávila, consequentemente isolando a ameaça petista.

Com as cartas da burguesia postas à mesa, só resta à esquerda usar seus meios de mídia para propagar informações e unir forças a fim de que estas se resultem em movimentações populares de rua, ou seja, perigos reais aos golpistas! 


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Saem R$ 50 bilhões do Brasil: o que isso pode representar?



Uma única família de São Paulo enviou legalmente R$ 50 bilhões para fora do Brasil. O que isso pode representar? Muitas coisas e ainda esse evento apresenta relação direta com a luta política e a luta dos trabalhadores. A começar pelo fato de R$ 50 bilhões representar uma quantidade extraordinariamente grande recursos financeiros e só o fato de esse valor pertencer a uma única família brasileira já deveria por servir como razão de indignação e revolta. R$ 50 bilhões equivale a aproximadamente US$ 10 bilhões de dólares. 

Para se ter dimensão do que representa esse valor a fortuna pessoal de um dos empresários mais ricos do mundo, o sul-coreano Lee Kun-hee que faleceu no dia 25 de outubro de 2020, era de US$ 21 bilhões. Aquele que é considerado o brasileiro mais rico, Joseph Safra, possui uma fortuna pessoal de US$ 23 bilhões. Isso faz suscitar algumas questões, como de onde vem e para onde foi esse dinheiro? Não há informações detalhadas, já que os meios de comunicação se quer disseram quem é essa família. Mas essa questão faz levantar algumas hipóteses.

A primeira delas e talvez a menos provável é a de que a economia brasileira está para colapsar e o real sofrerá uma desvalorização absurda nos próximos meses. Essa possibilidade vem ao encontro dos indícios que temos de um grande colapso econômico mundial. As principais economias mundiais encontram-se em profunda recessão e o desemprego nos Estados Unidos atingi 61 milhões de pessoas, segundo o relatório do Standard Chartered Bank. Diante dessa recessão global o Brasil tem apresentado constante alta dos preços de produtos básicos, aumento do desemprego e recessão econômica. Assim uma primeira interpretação simplista pode considerar a possibilidade dessa suposta família de São Paulo ter enviado seu dinheiro para um local de aplicação mais segura por ser muito rica que tem informações privilegiadas sobre o futuro da economia brasileira.

Porém uma análise um pouco mais desconfiada faz levantar outra hipótese. A questão fundamental a ser colocada é: como essa notícia veio a público? A resposta quase que inesperada nos aponta que foi através da mídia hegemônica, golpista e imperialista brasileira. Os dois meio de comunicação que fizeram as primeiras divulgação sobre a saída dos US$ 50 bilhões foram as nada confiáveis organizações Globo e Folha de São Paulo. 

Tudo começou com a notícia em tom de denúncia feita pelo jornalista Lauro Jardim para o jornal O Globo. Na ocasião ele reforça que a transação ocorre de maneira regular e cita uma outra transação também de uma família paulista com valor similar: R$ 48 bilhões. Os R$ 48 bilhões triam sido repatriados e há uma polêmica sendo julgado em segredo pelo STF sobre a necessidade ou não do pagamento de ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis ou Doação de quaisquer Bens ou Direitos) no valor de R$ 2 bilhões. Tal notícia foi vinculada no dia anterior pela Folha de São Paulo alguns dias antes da notícia dos US$ 50 bilhões: dia 19 de outubro de 2020.

Tirar R$ 50 bilhões do país é uma operação incomum que impacta diretamente nas reservas internacionais do país. Outro efeito incomum foi que não houve nenhum impacto sobre o mercado financeiro nacional ou a bolsa de valores que permaneceu inalterada na sequência desse evento. Se por um acaso fosse uma grande fuga de capital a bolsa estaria em queda.

 A questão que isso levanta é: qual o interesse de uma mídia tão associado a interesses imperialistas dar destaque a uma questão como essa, já que a mesma de alguma maneira expõe parte da cloaca subterrânea da elite brasileira? E a resposta faz suscitar uma segunda hipótese, a de que, sendo uma operação arquitetada ou não, o destaque da imprensa que recebeu a saída dos US$ 50 bilhões pode estar associada a retomada de uma agenda de reformas neoliberais.

 A ideia é lançar que isso sinaliza o início de uma crise que mais uma vez só pode ser contida por mais privatizações, redução de direitos dos trabalhadores, a manutenção do teto dos gastos e cortes de despesas públicas. Essa hipótese se alinha ao fato de alguns dias depois o governo Bolsonaro lançar o Decreto 10.530, que previa o início da privatização das Unidades Básicas de Saúde (UBS). No Brasil hoje 90% do atendimento da atenção primária em saúde é realizada pelo setor público, sendo que os postos de UBS atende 80% dos problemas das pessoas que utilizam o serviço público de saúde.

Além das duas hipóteses anteriores existem outras possibilidades. Uma delas é que o envio do dinheiro está associado a tentativa de se burlar o valor do imposto em caso de herança, que é o que ocorreu no caso da repatriação dos US$ 48 bilhões. No caso deixa de se pagar o ITCMD e se paga apenas o IOF que é muito inferior. 

Outra possibilidade é a de que diante das constantes desvalorizações do Real alguém decidiu transferir o dinheiro para fora para depois trazê-lo de volta supervalorizado e comprar ativos a preço de banana no Brasil. Para se ter ideia o Real que chegou a valer R$1,90 em relação a 1 dólar em 2013 hoje já está próximo de R$ 6,00. Hoje Paulo Guedes propagandeia a possibilidade de em breve os brasileiros poderem realizar depósitos em dólar aqui no Brasil, algo que vai ao encontro da dolarização da nossa economia e fim da autonomia monetária do Brasil.

Existem pouco mais de uma dezena de empresas no Brasil que possuem um valor de mercado igual ou maior à R$ 50 bilhões. Diversos empresários brasileiros, como Jorge Paulo Lemann e Joseph Safra já operam financeiramente fora do Brasil, no caso ambos possuem residência na Suíça. Independente das hipóteses de trabalho apresentadas a questão a ser colocada diz respeito à força do poder financeiro e o quanto ela é contrária a luta pela emancipação dos trabalhadores.


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Nossas críticas sobre a ingerência judicial ficarão sem resposta autoritária?


O jornal Farol Operário está fazendo a cobertura do processo eleitoral de 2020 com uma análise marxista apurada, mostrando o que realmente está ocorrendo no regime político: esfacelamento da direita golpista. Desde o golpe de Estado, a direita tradicional encontra-se com dificuldades para assumir o poder, tendo que abrir espaço para o MDB por meio de Temer e para um carreirista como Bolsonaro. 

As eleições municipais expressam a crise do regime, na qual a esquerda decidiu não se apresentar com uma política própria e ficar a reboque dos golpistas por meio da estratégia do #Fique em Casa. Logo, podemos notar o total apagamento do Partido dos Trabalhadores (PT) no pleito municipal e uma falsa polarização entre bolsonaristas e golpistas. É assim em São Paulo com Covas e Russomano, também é no Rio de Janeiro com Crivella e Paes e em Ribeirão Preto com Chiarelli e Nogueira. 

O golpe colocou o país em uma situação econômica grave com uma miséria assustadora, o que impede um retorno triunfal dos golpistas por meio do processo eleitoral. Assim, estes buscam controlar o processo para que possam consolidar o golpe, fazendo uso dos monopólios de comunicação e da Justiça para manobrar a eleição. Crivella e Chiarelli estão com “problemas” judiciais com suas campanhas, mas ainda assim estão participando Sub Judice, ou seja, fazem parte da eleição podendo ter suas candidaturas invalidadas pela Justiça a qualquer momento. Esta manobra, que é uma ingerência judicial que retira a soberania do voto popular, é amplamente denunciada por este canal de informação. Não aceitamos nada além dos votos no processo político, alertando que estamos em um golpe de Estado que persegue todos os seus inimigos independentemente do espectro político. 

Cabe aqui a pergunta: perante tantas denúncias e perseguição, o que nos espera? Nossas críticas sobre a ingerência judicial ficarão sem resposta autoritária? Não sabemos do futuro, mas afirmamos que não nos calarão. Em fase de um ataque, ampliaremos nossas denúncias e aumentaremos a nossa luta política. Não negociamos nossos direitos políticos, não aceitaremos nenhuma multa, censura ou perseguição ao jornal e a nossa candidatura. 


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sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Suely cabo eleitoral de Nogueira em 2016 não é alternativa política (VOTO NULO)

Durante a eleição em 2016, as prisões e perseguições políticas (Operação Sevandija) foram responsáveis por criar um vácuo político responsável pela vitória tucana. Assim, mesmo que a população não gostasse do PSDB, a falta de luta contra a corrupção da esquerda, que se adaptou as perseguições feitas em nome da “Justiça”, levou Duarte Nogueira para a cadeira de prefeito. Chiarelli, um tradicional política da direita, o único capaz de rivalizar com Nogueira (PSDB) foi preso em 2016 por falar que Darcy Vera era corrupta e neste ano teve 8 pedidos de impugnação de sua candidatura que só foi deferida no antepenúltimo dia do pleito eleitoral. 

No ano de 2020, Nogueira estava desgastado por ter enfrentado a maior greve, com forte conscientização e luta política, na qual havia sido feito a luta pelo impeachment do tucano. Além disso, uma série de escândalos com a merenda, ambulâncias e comércio gerou uma onda de protestos coxinhas que quase levaram o povo a agredi-lo. O ano não estava fácil para Duarte Nogueira até o final do 1° turno, mas agora tudo já se normalizou com um segundo turno realizado com Suely Vilela, ex-secretária da Educação de seu governo e cabo eleitoral em 2016. 

Sem Chiarelli no segundo turno, Duarte Nogueira (PSDB) pode ficar tranquilo para enfrentar uma eleição despolarizada e fácil de se consagrar. Este resultado não foi fácil de se chegar, foram necessários muitos ataques contra Chiarelli com a Justiça praticamente deixando-o marginalizado na disputa, além de pesquisas realizadas depois de se haver divulgado o indeferimento de sua candidatura. Por fim, a aparição de dois cabos eleitorais de Suely na TV THATHI para comentar a pesquisa eleitoral favorável a ela, a peça de indução da burguesia para leva-la ao segundo turno, foi comentado por Rafael e Ricardo Silva. Com toda esta manipulação, os votos de direita e contra os tucanos foram manobrados pela tática do voto útil, que derreteu a oposição de Chiarelli. 



Todas estas manobras foram favoráveis ao rejuvenescimento democrático que a derrota de Suely trará ao mandato de Nogueira (PSDB). Não sejamos ingênuos, Ricardo Silva saiu da eleição e foi responsável por eleger Nogueira, não vai ser uma jogada política vinda de um desistente que irá mudar a política local. A única coisa a pensar é que a participação da Suely é um tapa-buraco do adversário que se absteve da disputa e deixou Nogueira mais perto de ganhar a reeleição. O resto é ilusão, uma perigosa ilusão para renovar Nogueira. Suely foi cabo eleitoral de Nogueira em 2016, para ela: “Nogueira é o amigo de Ribeirão Preto” (Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=DZf_rS7yKwY&t=2s) 


Voto Nulo denunciará a falta de apoio ao pleito e mostrará quão ilegítima é a administração de Nogueira. (Voto Nulo é a única forma de não votar no Nogueira ou na ex-secretária de Nogueira)


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Fator Bolsonaro, a Falácia de Russomano, e o fim do Choque com a Pandemia

No início de agosto, boa parcela dos brasileiros se solidarizavam com os mais de 100 mil mortos vítimas do Covid-19. Hoje, mais de dois meses depois, com uma maior abertura comercial e com a volta às aulas em algumas regiões, ultrapassamos os 150 mil mortos (1/3 só nesse período; 50% das mortes pré abertura), e, ainda assim, a comoção popular não chega nem perto do que outrora foi.

Aproveitando de seu poder influenciador com base nas Fake News, o Bolsonarismo acaba tendo um diálogo com a população maior do que qualquer outra linha ideológica racional. Muito se deve, também, pela desmobilização da esquerda, o que permitiu a vitória da retórica do colapso econômico, por parte da extrema direita. Com isso, perante a reabertura de países que viveram o "lockdown", junto a aproximação do período eleitoral, percebe-se uma absorvição cada vez maior da população e da grande mídia de uma postura negacionista ou de negligência frente à pandemia.

Essa normalização e o controle midiático são estratégicos para Bolsonaro nas eleições, pois superficialmente o transparece como um governante exemplar, seja no viés econômico, defendendo desde sempre o seu protagonismo frente à quarentena; na questão da saúde, endeusando a cloroquina como solução para a doença; como também na questão social, com o auxílio emergencial (o qual sabemos que na verdade o presidente fora contra os valores atuais, de início). Reflexo disso é a iminente vitória bolsonarista na grande maioria das cidades.

Claro sinal do predomínio das falácias dos aliados de Bolsonaro é a última fala de Celso Russomano, candidato à prefeito de São Paulo, sugerindo que os moradores de ruas, quanto à Covid-19, "sejam mais resistentes do que a gente, porque eles convivem o tempo todo nas ruas, não tem como tomar banho todos os dias", o que acaba sintetizando toda a política bolsonarista de combate à pandemia: através de Fake News tendenciosas que direcionam o povo à negligenciar a quarentena, método cientificamente eficaz, em detrimento de uma forma simplista de combate ao vírus. Mais do que isso ainda, no caso, com um teor classista, pois ao considerar os supostos poucos casos de coronavírus advindo de moradores de ruas, simplesmente desconsidera a precarização do acesso à saúde dessa população, bem como a falta de informações sobre a nova doença para que possam procurar ajuda, caso ocorra suspeita através dos sintomas.

Verifica-se, pois, como em vários setores da política, a ideologia Bolsonarista, na área científica e da saúde, se sustenta por meio de falácias, que por servir aos seus interesses, o travestem de pautas populares, e assim, sem qualquer rivalidade à altura, vai consolidando suas raízes no cenário político nacional. Quem paga o alto preço é a própria população.


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Governo Boric será de direita besuntado em um esquerdismo de fachada

No dia 11 o novo presidente do Chile tomou posse, após 4 anos de governo do direitista Sebastián Piñera. A imprensa internacional deu muito ...