segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Editorial 31/08/2020 - Witzel e Boulos, dois atores da despolarização do regime



 O golpe de Estado de 2016 mantêm sua crise, não podendo sustentar um sistema enquanto o Partido dos Trabalhadores (PT) estiver vigente na política institucional. A simples possibilidade de unificação de uma parte da esquerda sob bases sólidas impede os avanços mais brutais do imperialismo no país. Mesmo com todo o tipo de política difamatória e reciclagem, a direita não se sustenta. 

Esvaziar o Partido dos Trabalhadores, buscando retirar Lula da política nacional, está sendo a grande forma de atuação da direita para aumentar sua estabilidade. Todos os atores políticos e culturais que puderem criar confusão, mostrando a possibilidade de alternativas políticas, ganham espaço. Assim, a disputa que ocorre dentro de São Paulo com a direita buscando inviabilizar uma candidatura unificada do PT, criando cisão por meio de Guilherme Boulos, é uma manobra de estabilização. Nesse sentido, não será estranho que os holofotes do monopólio dos meios de comunicação se voltem para esquerdistas não lulistas. 

Witzel, governador eleito no pleito de 2018, foi afastado para investigação pelo Judiciário, Supremo Tribunal de Justiça, por meio de denúncias de corrupção na compra de produtos e serviços para o setor sanitário na Pandemia. Wilson Witzel, inimigo de Bolsonaro desde o início do ano, nega todas as acusações e afirma que está sendo perseguido pela Polícia Federal por uma manobra de Bolsonaro. Uma coisa é certa, o povo é soberano e não é legítimo que a Justiça se sobreponha a qualquer tipo de resolução política. Isso não significa que sejamos puramente legalistas, o povo nas ruas pode derrubar e mudar regimes, o resto é golpismo. 

Abriu-se uma disputa política de baixa intensidade neste ano. Setores da direita decidiram aproveitar-se e lançar uma campanha tímida do Fora Bolsonaro: somos 70%. Tudo isso não foi para uma disputa, foi para adestrar Bolsonaro. Neste momento, Witzel se sobrepôs e entrou em rota de choque frontal com o governo federal, sendo necessário o fim da polarização possível entre ambos. Bolsonaro parece ter saído fortalecido desta disputa, derrotando um inimigo político importante em um dos estados mais importantes do Brasil. 

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