sexta-feira, 3 de julho de 2020

Editorial 03/06/2020: Crise do regime golpista faz burguesia iniciar plano pelo Fora Bolsonaro


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Inicialmente, a palavra de ordem Fora Bolsonaro era extremamente politizada e tinha toda uma plataforma de luta muito bem delimitada. Isso ocorreu por causa da construção desta política ser feita por um partido, o Partido da Causa Operária (PCO), que conseguiu retirar a conclusão política correta do desdobramento do golpe. Assim, entendendo que a luta contra o golpe não se esvaziaria com a eleição, realizou com o apoio dos setores mais combativos da esquerda a 1° Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe em 2018, num ambiente com várias discussões, foi-se votado um programa operário com a principal palavra de ordem: “Fora Bolsonaro e todos os golpistas”.  
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A maior parte da esquerda ficou fora desta luta, não por acaso, mas por ter dado preferência a atuação parlamentar. Com medo de perder seus privilégios no sistema político, a burocracia da esquerda se lançou de cabeça nas eleições de 2018, utilizando-a simplesmente como plataforma individual. A maior injustiça da época, prisão de Lula e cassação de seu direito político não foi debatida, o que fez com que a burguesia utilizasse isso para ampliar a confusão política dentro da população. Uma manobra que contou com a participação de Boulos, Ciro Gomes e Haddad, este último tendo as lamentáveis intervenções em que no SBT elogiou Sérgio Moro por prestar grandes serviços ao país e ter falado em diversas vezes que a prisão de Lula não era conspiratória, mas um simples casuísmo (Casuísmo é um ato casual, que não tem nenhuma lógica programa, ou seja, que ocorreu por acaso. Tal palavra foi proferida por Haddad em vários momentos).  
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A eleição de 2018, que deveria ser um momento de esclarecimento e politização, serviu para que a direita fizesse uma transição política do golpe sem muitos solavancos, enquanto a esquerda falava alucinada sobre coisas que não poderia fazer. Palhaçada seria um adjetivo muito brando para todo o tipo de lixo produzido como as discussões de Ciro Gomes, a polêmica da indústria 4.0 de Manuela D´Ávila, as 50 receitas de Boulos para mudar o Brasil e outras tantas idiotices de uma esquerda lunática.   
O fato é que, mesmo com toda a conivência da esquerda, o governo Bolsonaro foi cheio de crises. Muitos ministros e diversas alas brigaram com Bolsonaro, minando o suporte artificial que ele havia construído por meio da fraudulenta eleição. Foi, durante todo o momento, um governo marcado por crises e instabilidade. Agora, quando se avizinha uma das maiores crises e convulsões sociais do planeta, mais gente desembarca do Bolsonarismo e percebe que o mais apropriado é utilizá-lo como bode expiatório. Assim, surgem alas da burguesia com manifestos Basta de Bolsonaro, Somos 70% e outros. 
Os novos manifestos burgueses são tipicamente golpistas, tendo inclusive a coloração verde e amarelo. Os manifestos não apresentam um programa operário, não apresentam uma luta real contra a ditadura que se avizinha e tampouco contra as perseguições políticas de diversas lideranças. Logo, não é fortuito que não busquem lutar contra as injustiças contra Lula e Dilma. Lula, em sua última fala na Reunião do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), denunciou a manobra de modo muito explícito. 
O futuro político do país está muito incerto e não se pode afirmar nada ainda, apenas que desta vez a velha manobra de união nacional, utilizada para deixar a esquerda a reboque da direita, se apresenta tão descarada que prontamente é denunciada por todos aqueles que têm um mínimo de experiência política. 

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quinta-feira, 2 de julho de 2020

A reposta contra a violência fascista é política: Criar Comitês de defesa

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Os trabalhadores sempre são vítimas de violência dentro do regime capitalista, grande parte dela vinda inclusive do Estado. Assim, não é de se estranhar que um policial militar seja insultado por um morador de um bairro nobre de São Paulo sem que nenhum tipo de ação seja tomada contra esta atitude. A violência Estado é parcial, setorizada e classista. 

No interior de São Paulo, na cidade de Nuporanga, a presidenta municipal do Partido dos Trabalhadores teve sua casa atacada com bombas caseiras na madrugada entre domingo e segunda-feira (28 e 29 de junho de 2020). No vídeo apresentado pela deputada estadual Bebel (PT), é possível ver que um homem encapuzado, após fazer o ataque, entra em uma viatura da Polícia Militar. Aqui, mais uma vez fica explícita a perseguição que os partidos de esquerda e as organizações operárias sofrem pela máquina de repressão estatal. 

O Estado é uma ditadura da classe dominante, não só no capitalismo, mas em todos os estágios econômicos em que o desenvolvimento material é precário e faz a sociedade se dividir em classes. Desta forma, não haverá Justiça imparcial enquanto houver classes sociais e ter a ilusão de que os oprimidos justamente aqueles aos quais a repressão está organizada para atacar, serão defendidos pelos aparatos institucionais é um equívoco. As cadeias estão cheias de negros por causa desta perseguição e continuarão assim até que todo o sistema capitalista seja superado. 

Os trabalhadores mais conscientes se organizam, fazendo com que a violência que recebem seja reduzida por meio do combate coletivo. Assim, dentro da tradição marxista, existem os comitês de auto-defesa. O que é necessário fazer agora é a conscientização de todas as organizações para que a resposta seja política e não judicial. A defesa dos trabalhadores só pode ser feita com estes unidos em um comitê, isolados são alvo fácil para mais ataques fascistas.

Aqui o chamado é para uma mobilização efetiva e rápida, pois com a aproximação do período eleitoral, o nível de ataques as organizações de esquerda aumentará, colocando a necessidade da proteção de todos os militantes nesta disputa em 2020. 

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quarta-feira, 1 de julho de 2020

Editorial 29/06/2020 - É hora de organizar o movimento do povo

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O tamanho dos movimentos só é relevante quando eles são impulsionados e, principalmente, organizados pela esquerda. A maior parte dos movimentos, manifestações e revoluções na história tem algum grau de espontaneidade: a Revolução Russa começou com um movimento espontâneo. Esse movimento foi, contudo, organizado pelo Partido Bolchevique, que, apesar de ser minoritário na época, por sua política correta, conseguiu assumir a revolução.

O mesmo é válido para a nossa situação. O clima de polarização e enfrentamento que recentemente se alastrou pelo Brasil não foi obra de nenhum partido de esquerda ou nenhuma organização. Contudo, para que tais movimentos possam avançar em seus objetivos, é necessária a sua organização pela esquerda. 

O que vimos recentemente foi o contrário: as direções dos partidos da esquerda, por meio de várias manobras sujas, como por exemplo levar o ato em São Paulo para o largo da batata, foi capaz de enterrar o movimento. Essa atitude desmobilizadora tira a relevância não só das instituições de esquerda - que estão cada vez mais à reboque da direita, mas tira, também, o poder da rebeldia do povo: nada vai acontecer se a revolta do povo for desorganizada, e a esquerda não é capaz de se beneficiar disso. E, pelo modo como a esquerda está agindo, não haverão mais protestos.

Essa política sabotadora pode decorrer de vários motivos, e há um motivo principal, especialmente este ano: as eleições municipais. A burocracia das instituições esquerdistas pretende se aproveitar dos movimentos populares para fins eleitorais, para que seus membros possam obter cargos no governo. Fazem isso do mesmo modo que se aproveitam de discursos vazios proferidos em lives no youtube, nas quais reproduzem, como papagaios, o discurso padrão da esquerda. Tal discurso está repleto de erros, por dois motivos: primeiro, não é baseado em uma prática de ir às ruas, de chamar o povo as ruas ou, ao menos, se comunicar com o povo. Segundo, e mais importante: existe uma imposição moral dentro da classe média do que é o correto, e qualquer discordância, crítica ou questionamento contra esse discurso "correto" leva a pessoa a ser "cancelada", e acaba por sofrer calúnias e outras táticas direitistas de "crítica" ou "enfrentamento", o que é negativo para as finalidades eleitorais dessas lideranças. 

Esse discurso, além de estar suscetível a erros, está suscetível a influências da direita, que, do topo de seus altares morais, profere santas palavras de proteção ao povo, como o "fique em casa", o que é repetido pela esquerda com extrema devoção - novamente, com fins eleitorais. O discurso da direita, inclusive, sempre tende à proteção do povo, mesmo sem pandemia: sempre será desmobilizador, sempre será um balde de água fria, um "abaixe a bola". A esquerda que repete esse discurso não tem motivações de uma real defesa do povo, não tem motivações revolucionárias: está presa ao discurso da direita por sua devoção eleitoral. 

A revolta popular deve ser impulsionada e organizada, e, se essa ala direita não o fizer, essa tarefa caberá a nós! Toda pessoa com vontade de mudança, que compreende a necessidade de um movimento realmente popular, deve passar a militar em organização, seja pela criação de comitês, seja pela atuação sindical, seja pela escrita de um jornal como o Farol Operário, ou mesmo, e principalmente, pela formação de um partido revolucionário, de um novo Partido Bolchevique, um novo partido da maioria do povo! O partido é a organização mais madura e mais eficiente da classe trabalhadora!

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segunda-feira, 29 de junho de 2020

Organizar a torcida do Fefecê para o Fora Bolsonaro

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A atuação política do comitê pode se concretizar em algumas frentes elencadas pelo grupo como: em inserção às organizações partidárias da região; em sindicatos; junto à estudantes e também às mobilizações relacionadas ao esporte, mais especificamente, de início, ao futebol.

O futebol tem o poder de reunir pessoas das mais diversas camadas da sociedade com o intuito de torcer e, como não poderia deixar de ser, é uma grande paixão da massa operária brasileira, de modo geral, que vê no apoio ao seu clube uma forma de entretenimento e um elo de união social aos seus semelhantes que também apreciam o esporte.

Sendo assim, o futebol, por se tratar de um fenômeno de organização da classe operária, pode e deve ser uma ferramenta de contestação, tanto no âmbito futebolista como fora dele, já que o futebol não está dissociado da realidade em que vivemos e o próprio desde sempre fora subvertido pelo sistema capitalista, seja por interesse político privado dos seus dirigentes, pelo monopólio da mídia televisiva ou pela elitização recente dos clubes, com preços absurdos de ingressos e material esportivo. E é nesse contexto que surgem as torcidas organizadas.

As primeiras torcidas organizadas no Brasil começaram a aparecer na década de 40, tendo principal relevância a Poder Jovem do Flamengo, que se destacou por estender a atuação para além do apoio ao time, cobrando participação ativa nas decisões do clube, questionando e exigindo transparência aos dirigentes. Esse modelo de torcida organizada se disseminou pela grande maioria dos clubes e frequentemente demonstram sua mobilização, seja em protestos focados diretamente em prol do clube, ou, como vimos recentemente, em prol da democracia política brasileira.

Frente ao momento político atual do Brasil e cientes dos seus poderes de agitação social, as torcidas organizadas estão se mobilizando conjuntamente para combater o golpe bolsonarista. Com isso, visamos a torcida organizada Sangue Azul, do Fernandópolis Futebol Clube, como um patrimônio social importante para a cidade e com boa capacidade para unir as forças no combate ao autoritarismo, dentro e fora de campo.

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Organizar as torcidas para o Fora Bolsonaro

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A atuação política do comitê pode se concretizar em algumas frentes elencadas pelo grupo como: em inserção às organizações partidárias da região; em sindicatos; junto à estudantes e também às mobilizações relacionadas ao esporte, mais especificamente, de início, ao futebol.

O futebol tem o poder de reunir pessoas das mais diversas camadas da sociedade com o intuito de torcer e, como não poderia deixar de ser, é uma grande paixão da massa operária brasileira, de modo geral, que vê no apoio ao seu clube uma forma de entretenimento e um elo de união social aos seus semelhantes que também apreciam o esporte.

Sendo assim, o futebol, por se tratar de um fenômeno de organização da classe operária, pode e deve ser uma ferramenta de contestação, tanto no âmbito futebolista como fora dele, já que o futebol não está dissociado da realidade em que vivemos e o próprio desde sempre fora subvertido pelo sistema capitalista, seja por interesse político privado dos seus dirigentes, pelo monopólio da mídia televisiva ou pela elitização recente dos clubes, com preços absurdos de ingressos e material esportivo. E é nesse contexto que surgem as torcidas organizadas.

As primeiras torcidas organizadas no Brasil começaram a aparecer na década de 40, tendo principal relevância a Poder Jovem do Flamengo, que se destacou por estender a atuação para além do apoio ao time, cobrando participação ativa nas decisões do clube, questionando e exigindo transparência aos dirigentes. Esse modelo de torcida organizada se disseminou pela grande maioria dos clubes e frequentemente demonstram sua mobilização, seja em protestos focados diretamente em prol do clube, ou, como vimos recentemente, em prol da democracia política brasileira.

Frente ao momento político atual do Brasil e cientes dos seus poderes de agitação social, as torcidas organizadas estão se mobilizando conjuntamente para combater o golpe bolsonarista. É preciso dar maior politização a estes movimentos, ligando-os as organizações da classe trabalhadora como os partidos e sindicatos. 

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Governo Boric será de direita besuntado em um esquerdismo de fachada

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