terça-feira, 18 de agosto de 2020

Fascistas tentam impedir o aborto em criança estuprada pelo tio

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Uma menina do interior do Espírito Santo teve que realizar o aborto legal nesta segunda-feira (17), depois que foi constatado no início da semana passada, no Hospital Roberto Silvares que a menina de 10 anos estava grávida de 3 meses do próprio tio que a estuprava desde os 6 anos de idade.

No domingo (16) na frente do hospital, fascistas cristãos apareceram na porta do hospital que a criança estava, tentaram invadir e impedir o procedimento médico, mas acabaram apenas protestando contra o direito de aborto em caso do estupro da criança. Esse agrupamento fascista foi mobilizado pela fascista Sara Winter, do movimento fascista 300 do Brasil, que publicou a informação com a devida localização.

Após certo tumulto e divulgação na internet, o grupo fascista foi expulso por integrantes do Fórum de Mulheres de Pernambuco em uma ação exemplar que mostra o poder da mobilização dos oprimidos. Infelizmente, essas ações são muito esparsas e tendem a ser isoladas por causa da política eleitoral da esquerda. 


O direito libertário da mulher é atacado e a esquerda eleitoreira se acovarda e não o defende


Enquanto isso, enquanto o direito ao aborto ainda não é integral para as mulheres brasileiras, já que permite apenas em casos excepcionais como no de estupro, anencefalia e quando coloca em risco à vida da mulher; a esquerda, por outro lado, silencia-se perante o ataque desses fascistas contra o direito das mulheres brasileiras.

Silencia-se porque está submersa na ilusão eleitoral de ganhar cargos políticos e renda nas prefeituras municipais e, para isso, despendendo tempo e energia para pura demagogia com promessas eleitorais conservadoras já que não podem — na cabeça deles — desagradar o povo com assuntos políticos nacionais que "envolvam religião, porque é um tema sensível".

O que deve ser falado sem quaisquer mistificações é que o direito de aborto deve ser defendido incondicionalmente. A mulher, em qualquer fase da gravidez deve abortar sem quaisquer impedimentos legais. Enquanto que as mulheres ricas realizam o aborto em clínicas particulares, as mulheres pobres realizam o mesmo procedimento sem qualquer auxílio médico, em clínicas clandestinas ou utilizando-se de medicamentos que põem em risco a própria vida da mulher. No fim, porque o aborto incondicional é proibido, e as mulheres pobres que acabam morrendo e as ricas fazem aborto quando querem, o aborto, então, é um direito que somente os ricos tem.


Por que é um direito libertário das mulheres?


O direito ao aborto concede às mulheres a sua independência do lar, da criação dos filhos e do marido. Quando a mulher não tem o direito ao aborto, ela, no capitalismo, acumula suas duplas ou triplas jornadas de trabalho: o trabalho remunerado, o trabalho doméstico e o trabalho do cuidado dos filhos. Nesse sentido, coloca-se como o setor mais explorado da população e isso impede que consiga ter tempo para estudar e participar da política e, consequentemente, perde o valor da atuação e representação desse segmento na sociedade.

Portanto, independente da ideologia que condene o aborto, em termos políticos práticos, esse direito contribui para que a mulher tenha o poder de se libertar da escravidão doméstica e da escravidão de seu marido, namorado ou amante e, por conta disso, deve ser defendido abertamente pelas organizações de luta das mulheres e pela esquerda.


A luta pelo direito ao aborto também é a luta pelo Fora Bolsonaro


Como foi dito neste texto, a esquerda mais uma vez caiu no conto das eleições em que cada um almeja um cargo na administração dos Municípios. Esse tipo de esquerda que se omite diante da discussão pública sobre o aborto porque no momento precisa "agradar" o "povo" jamais irá dar um passo para a conquista desse direito. Muito porque qualquer lei proposta em prol do aborto no Congresso Nacional será vetada pelo presidente fascista Bolsonaro, conforme já afirmou diversas vezes, e, se nem essa esquerda eleitoreira organiza o Fora Bolsonaro, não há o que falar em defesa real do direito do aborto no país.

Desse modo, são pautas interligadas: a do Fora Bolsonaro e o avanço para a conquista do direito para que as mulheres abortem. Não somente esse direito precisa ser conquistado, mas um programa de luta da mulher:


— Salários iguais para homens e mulheres;

— Obrigatoriedade de creches em cada bairro;

— Presença de médicos especializados em saúde da mulher em cada bairro;

— Presença de ginecologistas e obstetras em cada unidade prisional feminina;

— Proibição de demissão da mulher após usufruir da licença-maternidade;

— Procedimento do divórcio gratuito e sem necessidade de aceitação do marido;

— Obrigatoriedade de creches nas empresas e de locais privados para a amamentação;


Para que esses e outros direitos sejam conquistados, é preciso organizar a luta coletiva das mulheres para exigir esses direitos básicos que contribuem para sua emancipação e, no cenário atual de golpe de Estado, a queda por vias populares do Bolsonaro permitirá o avanço real dessa luta.

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segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Editorial – 17/08/2020 As maquinações da imprensa burguesa: popularidade, manipulação e maquiagem


 

A imprensa burguesa é uma das armas mais poderosas da dominação capitalista, ela é parte da manipulação das elites, não sendo um mero veículo de comunicação, mas uma arma política. Com este objetivo, a verdade é deformada, escondida e picotada, mas mesmo assim os monopólios de comunicação da burguesia cinicamente fazem a campanha de Fake News. 

Uma das maiores formas de manipulação se dá por meio das entrevistas e pesquisas, em ambas as perguntas são habilmente feitas para que determinado padrão de resposta seja produzido. Tudo é feito meticulosamente para que determinada política seja expressa, independente dela ser minimamente realista. Esse despudor é resultado da concentração do poder midiático e da falta de iniciativa da esquerda em formar um jornal, colocando ao povo apenas a versão burguesa de todos os fatos. 

A última pesquisa realizada pelo Datafolha, cheia de critérios duvidosos e com uma relação esquisita sobre o auxílio e a aprovação, mostra que Bolsonaro ganhou mais popularidade durante a pandemia, o que daria a entender que o governo bolsonarista não está mais em crise, que a política golpista é sólida e estável. Tudo isso feito às vésperas das eleições, colocando para a esquerda eleitoreira um quadro desanimador. Aqui não cabe fazer um estudo simplesmente estatístico da pesquisa, é necessário tirar as conclusões políticas e julgá-las como falsas: a crise do golpe continua e a instabilidade do governo Bolsonaro só vai aumentar. 

As correlações estatísticas entre os que recebem o auxílio emergencial e a aprovação de Bolsonaro não podem, metodologicamente, ligarem simetricamente. A pergunta sobre o real número de pessoas que considera que Bolsonaro é responsável pela política de auxílio seria mais viável para fazer este tipo de correlação, mas esta pergunta não foi feita e não se sabe realmente qual a parcela do povo é tão confusa e ignorante em afirmar que o auxílio é resultado da política bolsonarista. 

Mais coisas estranhas aparecem na última sondagem do Datafolha, uma delas é o aumento representativo, quase 10%, da popularidade do presidente no atual contexto caótico brasileiro. As mortes nunca foram tantas e a situação econômica do país também está catastrófica, mesmo assim segundo a pesquisa, a aprovação do governo dobrou entre o setor dos desempregados, passando de 18% para 36%. Logo, os números indicariam que o sadismo do povo brasileiro. 

A situação política não mudou, todavia, os veículos de comunicação burguesa tentam criar um falso ambiente para que o golpe consiga passar por meio das eleições sem grandes crises. A forte polarização brasileira, em conjunto com o total menosprezo pela direita dentro do povo, deixam a direita em uma situação artificial de poder. Os direitistas têm o poder políticos e os cargos, sem ter nenhuma base sólida. Logo, todo processo eleitoral precisa maquiar esta situação. Infelizmente, a falta de um veículo de comunicação da esquerda não a deixa impassível, mas a faz refém. 

As tramoias da direita nas eleições estão em todos os Estados capitalistas, não sendo parte exclusiva do caráter de um determinado povo. Nos EUA, a atual tentativa de golpe no povo está sendo construída com Kamala Harris, uma senadora negra dos Democratas. 

O partido Democrata, ala liberal do imperialismo, usa de subterfúgios como empossar pessoas negras e de outras etnias para se apresentar como um partido bom e interessado com a população. Assim, Obama, Kamala Harris e Hillary Clinton apresentam-se como membros de minorias, ou seja, pessoas oprimidas. Tudo isso, com ajuda de uma imprensa venal que é inimiga de Trump, fazem crer que estamos diante de uma disputa entre explorador, racistas e machista (Trump) contra algum explorado (Democratas). Os Democratas, verdadeiros senhores da guerra, são maquiados e passam pelos mais desatentos como bons moços graças a uma luta política rasa e de aparência. 

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Governo Boric será de direita besuntado em um esquerdismo de fachada

No dia 11 o novo presidente do Chile tomou posse, após 4 anos de governo do direitista Sebastián Piñera. A imprensa internacional deu muito ...