terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Notícias do mundo: Irã e Israel – o assassinato do pai do programa nuclear iraniano


Se Biden realmente assumir a presidência dos Estados Unidos, Trump deixará a Casa Branca sendo o único Presidente nos últimos 30 que não iniciou uma guerra declarada contra outra nação do mundo. Os envolvimentos intermináveis dos Estados Unidos em guerras estrangeiras datam desde a presidência de Ronald Reagan. Porém os tempos estão cada vez mais obscuro e a agenda do deep state enquanto representante do Império mostra-se cada vez mais perversa. 

O imperialismo parece ter um alvo preferencial para suas aventuras bélicas e esse é o Irã. No dia 03 de janeiro de 2020 Qasem Soleimani, major-general da Guarda Revolucionária Islâmica por mais de 20 anos, comandante da Força Quds, herói da revolução islâmica e considerado na época o maior mártir iraniano vivo, foi assassinado pelos Estados Unidos. Isso levou a uma grave crise no Oriente Médio e quase desencadeou uma guerra termonuclear de grandes proporções. 

Agora a vítima do imperialismo foi Mohsen Fakhrizadeh, pai do programa nuclear iraniano, assassinado em uma emboscada em Teerã com armas da OTAN no dia 27 de novembro de 2020. Fakhrizadeh já tinha sofrido ameaças públicas do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em 2018. Tanto Estados Unidos quanto Israel são contrários ao desenvolvimento do uso de energia nuclear pelo Irã. Com a política claramente imperialista e bélica que deverá ser praticada por Joe Biden as tensões com o Irão deverão tornar-se cada vez maiores.

O Irã foi um dos primeiros países que sofreu com a onda de COVID-19 tendo um número grande de perda de vidas humanas. As sanções econômicas impostas por Donald Trump ao Irã dificultou que o país persa realizasse a importação de medicamentos, máscaras e respiradores. Além de ser o principal cientista nuclear iraniano, Fakhrizadeh também dirigia o programa de pesquisa iraniano de uma vacina do COVID-19. 

Dois outros importantes cientistas nucleares iranianos já foram assassinados antes: Masoud Ali Mohammadi em 2010 e Hassan Tehrani-Moghaddam em 2011. Entre 2010 e 2012, durante o governo de Barack Obama, acontecerem ao menos cinco atentados contra cientistas iranianos envolvidos em projetos de energia nuclear. Quatro deles morreram e um ficou gravemente ferido. Há fortes indícios de que esses atentados foram realizados por Israel com os auspícios dos Estados Unidos.

O Irã foi um dos primeiros países a ser assolado pela onda de COVID-19. Também apresentou um alto número de pessoas mortas pelo vírus. Donald Trump estabeleceu uma política de sanções econômicas contra o Irã. Isso dificultou a importação de produtos para a prevenção e combate a a doença, como: máscaras, medicamentos e respiradores. Hassan Rohani, Presidente do Irã, informou que a exemplo do assassinato de Soleimani não realizará nenhuma ação imediata como resposta ao atentado que matou Mohsen Fakhrizadeh. A o governo de Teerã e a classe militar iraniana está dividida. Uma parte entende que responder ao atentado com um ataque é o que Israel tanto deseja para iniciar uma enorme crise e uma guerra nuclear no Oriente Médio. Outra parte entende que ao não dar resposta aos atentados praticados pelo governo sionista de Tel-Aviv permite que esses continuem ocorrendo. 

As sanções econômicas impostas por Trump ao Irã ocasionaram em queda de seu PIB, desvalorização da moeda e aumento do desemprego. Após a morte de Soleimani, o Irã fez um ataque minucioso com mísseis a uma base militar estadunidense no Iraque sem deixar vítima. Isso foi uma forma de mostrar sua força bélica e sua capacidade estratégica. Na sequência, em um ato de terrorismo cibernético, o governo de Israel interceptou o sistema eletrônico de segurança aéreo iraniano fazendo com que o Irã cometesse um erro e derrubasse um avião ucraniano no aeroporto de Teerã. Com a sabotagem israelense que levou ao acidente aéreo e morte de quase 200 civis em sua maioria iranianos mais o assassinato de Fakhrizadeh, Israel quer dar demonstrações de força e controle quase total sobre o território iraniano. 

Duas importantes conclusões podem ser tiradas desses acontecimentos: 


1) Os Estados Unidos junto com Israel praticam ingerência dentro do território iraniano; 


2) Os atentados contra o Irã caso ocorressem em países ricos seria considerados como atos de terrorismo. 


O uso de armas nucleares no Oriente Médio é algo completamente sem parâmetro racional justificável. É de conhecimento público que fazem décadas que Israel possui armas nucleares sem uma autorização explícita da comunidade internacional. Pelas regras atuais somente os países considerados vencedores da II Guerra Mundial poderiam ter esses tipos de armas: União Soviética (hoje Rússia), Estados Unidos, Reino Unido, China e França. 

O governo de Israel faz mistérios sobre armas nucleares, nunca confirma, mas também não desmente. O assassinato do Presidente dos Estados Unidos John Kennedy em 1963 esteve envolto de mistérios com a Mossad (serviço secreto israelense), já que ele fez duras ameaças contra Israel pelo uso de reatores nucleares e desenvolvimento de armas no mesmo ano de seu assassinato. O sequestro pela Mossad do técnico nuclear israelense Mordejái Vanunu responsável por publicar informações sobre o programa nuclear secreto israelense no Reino Unido em 1986 teve características cinematográficas que não se vê nem nos filmes do 007 ou Missão Impossível. Vanunu foi clandestinamente levado para Israel onde ficou 18 anos preso. Hoje ele está proibido de sair do país falar com cidadãos não israelenses.

Trump termina seu primeiro mandato sendo o primeiro presidente em 30 anos sem um envolvimento bélico declarado. Isso levanta forte suspeita de que o assassinato de Fakhrizadeh foi praticado por Israel com apoio todo o apoio do Deep State tem um fim em si mesmo: iniciar uma grande conflito marcado por uma guerra termonuclear no Oriente Médio.

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