domingo, 1 de novembro de 2020

Imprensa burguesa transforma senhores da guerra em bons-moços


Joe Biden e Kamala Harris: Imperialistas Humanitários.


A eleição nos EUA está sendo guiada por um movimento real de luta dentro da sociedade, os explorados estão se levantando depois de mais de 10 anos de crise aguda do sistema capitalista, o que coloca uma forte pressão de esquerda na disputa eleitoral. Assim, o movimento operário dos EUA parece estar colocando suas questões, mas ao fazer isso sem uma centralidade, deixa toda a raiva e descontentamento ser guiado pela burguesia. 

A classe operária dos EUA não está organizada em partidos, tampouco em um movimento sindical unificado, o que a torna alvo de manipulações com muita facilidade. Infelizmente, ao que tudo indica, após a destruição e perseguição ao Partido dos Panteras Negras, não houve nenhum movimento de centralização política. Sem essa luta pela consolidação de uma vanguarda operária, o campo político se infesta de identitários por meio de uma infiltração burguesa. 

O resultado prático para a classe operária é que a principal luta política é conduzida pela burguesia como uma cruzada de progressistas contra racistas, uma versão infantil e descaracterizada da luta de classes no país mais importante do mundo. Trump é um direitista, membro da burguesia industrial e inimigo da ala globalista do sistema, por isso sua política é muito menos conflituosa do que a dos Democratas. Estes, representados na disputa por Biden, são os verdadeiros senhores da guerra, inimigos declarados da Rússia, Venezuela, Irã e Coreia do Norte como pudemos notar nas falas intimidativas em que Biden ameaça estes países no último debate. Biden, pintado como o bom-velhinho amigo de negros e mulheres, já foi claro em seus planos de invasão e destruição destes países, mas como a imprensa burguesa demonizou Trump, agora ele possa de bom-moço.  

Dentro de todo o seu ataque a soberania dos países, Biden também ameaçou o Brasil. Ao fazer isso, se colocou a serviço do meio-ambiente e contra Bolsonaro, o que despertou simpatia de muita gente despolitizada. Alguns, inclusive, consideraram que Biden seria um inimigo de Bolsonaro e que sua vitória trará uma mudança para o cenário político local. Aqui é necessário explicar que Bolsonaro não é senhor de suas próprias ações, é apenas um serviçal das elites, fará o que lhe for mandado com a maior presteza possível, seja um democrata presidente, seja uma lésbica, um travesti ou qualquer que tenha o poder. A extrema-direita e o bolsonarismo só podem ser barrados pela movimentação real das massas operárias brasileiras. 


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