segunda-feira, 15 de junho de 2020

Editorial 08/06/2020 - A luta pelo Fora Bolsonaro passa necessariamente pela luta contra a direita golpista

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Com a escalada das manifestações em todo o mundo contra o racismo, depois do episódio do assassinato do negro George Floyd no dia 25/05, em Minneapolis, nos Estados Unidos, houve repercussão no Brasil, intensificando os atos pelo Fora Bolsonaro, contra o racismo, contra o fascismo e pela democracia.

No fim de maio e no início de junho, as torcidas organizadas começaram a ir para as ruas e se posicionar pela defesa da democracia e pelo Fora Bolsonaro. A direita golpista, procurando intervir nesse movimento, reformulou sua campanha de "#ficaemcasa" para "somos 70%" defendida pelo economista Eduardo Moreira.

Esse novo rearranjo serve para que a direita possa utilizar-se desse movimento a seu favor e estabelecer alianças com a esquerda a fim de que Bolsonaro deixe a presidência sem que a esquerda e a população participe do processo político, abrindo as portas para a direita golpista continuar vendendo o país e retirando os direito dos trabalhadores. 

Quem da esquerda que está operando ativamente para estabelecer alianças com a burguesia é o Guilherme Boulos e sua Frente Povo Sem Medo e o Fernando Haddad. Eles, juntamente com o figurão da direita Fernando Henrique Cardoso, o ex-bolsonarista Luciano Huck, o governador da ala direita do PCdoB, Flávio Dino, entre outros, fora outras atuações no mesmo sentido: do coronel do Ceará, Ciro Gomes, Marina Silva que estão defendendo abertamente essa Frente Ampla.

No lado oposto, o ex-presidente Lula está criticando o estabelecimento dessa Frente Ampla com os golpistas contra o Bolsonaro. Importa esclarecer que essa política é a acertada, pois a aliança com a direita golpista não provocará uma mudança verdadeiramente popular do regime político caso Bolsonaro seja retirado do poder. Para que haja a transição "pacífica" para o governo do general Mourão, essa articulação da Frente Ampla faz-se necessária.

Diante desse quadro de captura das manifestações e das torcidas organizadas pela direita, é preciso denunciar essas lideranças da esquerda que estão se alinhando com os golpistas. O movimento pelo Fora Bolsonaro e antifascista não pode admitir a direita golpista, deve atuar no sentido oposto, organizar junto das organizações populares e de esquerda um movimento amplo, sem golpistas e pedindo pelo Fora Bolsonaro e Eleições Gerais. No cenário atual, somente com essa política a população pode derrubar o Bolsonaro e a direita golpista.

Fora Bolsonaro e todos os golpistas
Eleições Gerais com Lula candidato

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quinta-feira, 11 de junho de 2020

Editorial 11/05/2020 Sobre o avanço do imperialismo na Venezuela e na Europa

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A crise sanitária mundial está deixando o regime capitalista em uma situação de crise falimentar, as saídas econômicas clássicas estão fora de questão, já que o desenvolvimento material da produção em alguns setores fundamentais da economia capitalista parecem estar a frente da dinâmica de acumulação capitalista (Para entender mais, veja o exemplo do petróleo em nossa matéria: https://faroloperario.blogspot.com/2020/05/preco-negativo-do-petroleo.html). Assim, a crise só se aprofunda e a burguesia busca diminuir isso por meio da quarentena e a despolitização da crise sanitária. 


As tensões políticas dentro das sociedades conseguem ser seguradas até o momento pela quarentena em diversos países, como foi o caso do Chile e da França que viram o total esvaziamento de seus longos protestos. Apesar disto, internacionalmente a situação se deteriora. Uma série de ataques aos inimigos do imperialismo estão sendo cada vez mais organizados, a Venezuela sofreu um ataque terrorista que visava organizar um motim militar com a captura do seu presidente (Veja aqui o que aconteceu: ). Uma tentativa fracassada, mas que não deve ser observada exclusivamente por seus erros. O que aconteceu foi uma etapa de um longo processo de sondagem e desestabilização organizado pelo imperialismo contra a Revolução Boliavriana. 


No Oriente Médio, a situação está se desenvolvendo para uma guerra entre diversos países e Israel, sendo a incorporação da Cisjordânia um dos objetivos dos israelenses. O Irã, vítima de ataques no começo do ano e responsável por uma resposta a altura depois da morte de um grande general no Iraque, está preparado para auxiliar uma intifada palestina caso Israel não mude de planos. 


Na Europa, o imperialismo coordena a União Europeia para uma ditadura total. Lá o parlamento europeu já oficializou a sua perseguição ao comunismo quando em 15 de outubro de 2019 aprovou uma lei que igualava o comunismo ao nazismo e fascismo, jogando todos estes regimes sob o mesmo rótulo “autoritarismo”. Com uma grosseira revisão histórica, a União Soviética, principal vítima da guerra, foi colocada ao lado dos nazistas como pivô de um plano de dominação mundial contra o mundo livre. Tal medida proíbe as comemorações comunistas e seus símbolos, fazendo com que a esquerda institucional não pudesse utilizar o espaço da tribuna por seus euro-deputados para comemorar os 75 anos da vitória do nazi-fascimo ocorridos no dia 09 de maio de 2020. Um cerceamento perigoso, sobretudo em um atual estágio onde a pandemia coloca uma série de subterfúgios para ampliar a repressão dos trabalhadores, como ocorre em Portugal com a polêmica criada pelas sina persecutória contra os atos do 1° de maio da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP – A Central Sindical dos trabalhadores portugueses, uma versão da CUT lusitana) e a tentativa de impedir a Festa do Avante, maior encontro comunista organizado da esquerda lusófona.
A situação nacional é de desespero, pois a população foi jogada à própria sorte pelos golpistas (Bolsonaro e governadores) e está sem reação por causa da paralisia total da esquerda e suas organizações. Felizmente, a luta de classes continua e a polarização da política está levando membros das torcidas organizadas para a luta política das ruas. Foi o que ocorreu neste final de semana com um grupo de torcedores do Corinthians responsáveis por melar um ato dos Intervencionistas na Av. Paulista neste sábado. Eles são os primeiros a reagirem por estarem em uma organização e por esta ser menos burocratizada que os partidos, apresentam assim uma ação muito mais voluntariosa e combativa, mas devem ultrapassar esta fase inicial e se juntar a todas as organizações de esquerda para lutar de forma unificada.  


Inquestionavelmente, os conflitos não diminuem e não poderão ser resolvidos pelas vias burocráticas e parlamentares: o grande impasse que vivemos será resolvido por meio das forças reais, ou seja, da mobilização nas ruas. Os Intervencionistas já entenderam isso e as torcidas organizadas também, falta esse nível de esclarecimento chegar realmente aos partidos, sindicatos e organizações da classe operária.


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quarta-feira, 10 de junho de 2020

A definição distorcida de Fascismo da Globo

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No último domingo, dia 07/06/20202, a Rede Globo apresentou no Fantástico uma matéria sobre o Fascismo. Nela, foi traçado um panorama histórico deste movimento e apresentado algumas definições por especialistas. Colocamos aqui literalmente as definições apresentadas na matéria para em seguida mostrar os equívocos e distorções. A jornalista que apresenta a matéria expõe, resumindo a explicação de um historiador italiano, o fascismo da seguinte forma: “O fascismo foi uma experiência italiana que aconteceu aqui em determinado momento histórico e, como tal, não pode se repetir”. Quando questionado, o historiador Boris Fausto diz: “Eu acho que ele (referindo-se ao fascismo) não tá voltando...”. Por fim, outro especialista aparece para a seguinte frase: “O fascismo, se a gente pode buscar uma definição bem simples, é o discurso do ódio”.

O que se pode notar em todas as intervenções acima é que o fascismo seria apenas uma forma intolerante e racista de se comportar, não tendo nenhuma ligação com a luta econômica da decadente sociedade capitalista no período imperialista. Veja aqui os problemas deste tipo de abordagem.

A derrota dos fascistas na 2° Guerra Mundial e a revolucionária reação dos trabalhadores sob os seus escombros tornou uma grande parte do mundo vermelha (Instauração de Estados Operários), mostrando aos burgueses que aquela cartada política havia sido desastrosa. Assim, para frear o avanço dos comunistas, vários acordos foram feitos com a burocracia soviética e uma intensa campanha de propaganda anti-fascista foi erguida para limpar a imagem de figuras-chave do regime político.

Hollywood foi uma grande arma para falsificar a história, iniciando com a forma na qual não se explica economicamente os fundamentos da guerra. A 2° Guerra Mundial foi um desdobramento das disputas de mercado das grandes potências, tendo sido uma guerra na qual os Estados Unidos e Inglaterra cometeram tantas atrocidades quanto os nazistas. Os bombardeios de Dresden, realizados dentre os dias 13 e 15 de fevereiro de 1945, teve mais de 3 mil toneladas de bombas incendiárias, fazendo com que 39 Km² fossem aniquilados junto com a população civil. Além disso, o maior ato terrorista da história da humanidade, as bombas nucleares no Japão, é deixado propositalmente de lado para manter em pé a bizarra versão cinematográfica da burguesia: a luta entre democracia e autoritarismo.

Bombardeio incendiário dos EUA sobre Tóquio em abril de 1942, 125 mil mortos, a maioria era civil. A tempestade incendiária queimou as moradias japonesas de madeira, carbonizando a população e matando por asfixia.
Cogumelo formado pela bomba lançada em Nagasaki, no dia 9 de agosto de 1945
Cogumelo atômico na cidade de Hiroshima, 166 mil mortos pelos EUA em 6 de agosto de 1945.
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A cidade alemã Dresden em chamas enquanto bombardeiros americanos e ingleses sobrevoam a cidade em 13 a 15 de fevereiro de 1945.

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Cerca de 25 mil mortos (a maioria era civil) em Dresden pela chacina dos Aliados.

Os marxistas não são idealistas, apresentam a história sob o viés econômico, ensinando aos trabalhadores sobre a luta de classes. Aqui, a definição científica do fascismo não se baseia no ódio ou violência, mas no seu caráter classista.

Segundo o marxismo, fascismo é todo o movimento que busca exterminar a democracia operária, ou seja, que persegue brutalmente todas as organizações operárias, seus partidos e sindicatos, impedindo greves e toda luta política.

Como a divisão das classes sociais não se alterou no marco do capitalismo, a colocação do Fantástico e do historiador Boris Fausto de que não há campo para o fascismo são equivocadas porque excluem a dinâmica das classes sociais e não conseguem situar e explicar o bolsonarismo, os assassinatos das lideranças do MST, o movimento "300 do Brasil" da Sara Winter, os supremacistas brancos americanos, os fascistas ucranianos, o movimento integralista etc. Esse mesmo erro histórico ocorreu da primeira vez quando os intelectuais e os stalinistas disseram que os agrupamentos fascistas não eram um problema e que dificilmente o nazismo controlaria o poder político da Alemanha. O resultado: comunistas, socialistas, artistas, camponeses, sindicalistas, judeus foram assassinados pelas milícias fascistas que "não representavam perigo algum".

A ignorância proposital ou não da dinâmica social que o capital produz traz esses discursos farsescos da mídia direitista. Para melhor entender o problema, vejamos uma análise de 1934 sobre o fascismo a partir da perspectiva de classes:
"Enviar o exército contra o povo nem sempre é possível: frequentemente, ele começa a decompor-se e termina com a passagem de grande parte dos soldados para o lado do povo. Por isso, o grande capital é obrigado a criar grupos armados, especialmente treinados para atacar os operários, como certas raças de cachorros são treinadas para atacar a caça. A função histórica do fascismo é esmagar a classe operária, destruir suas organizações, sufocar a liberdade política, quando os capitalistas se sentem incapazes de dirigir e dominar com a ajuda da maquinaria democrática.

O fascismo recruta seu material humano sobretudo no seio da pequena burguesia. Esta termina sendo arruinada pelo grande capital, e não existe saída para ela na presente estrutura social: porém não conhece outra. Seu descontentamento, revolta e desespero são desviados do grande capital, pelos fascistas, e dirigidos contra os operários. Pode-se dizer do fascismo que é uma operação de "deslocamento" dos cérebros da pequena burguesia no interesse de seus piores inimigos. Assim, o grande capital arruína inicialmente as classes médias e, em seguida, com a ajuda de seus agentes mercenários - os demagogos fascistas -, dirige a pequena burguesia submersa no desespero contra o proletariado.

É somente por meio de tais procedimentos que o regime burguês é capaz de manter-se. Até quando? Até que seja derrubado pela revolução proletária (Aonde vai a França ?— O Desmoronamento da Democracia Burguesa, La Verité, TROTSKY, 1934)."
As ditaduras no capitalismo que conhecemos tiveram elementos fascistas, desde Franco até as Ditaduras Militares latino-americanas. Logo, é natural que os Intervencionistas no Brasil peçam a criminalização do comunismo (dos partidos operários revolucionários) sendo a conclusão prática da política fascista que estão se organizando para consolidar no país.

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terça-feira, 9 de junho de 2020

O caráter de classe das manifestações nos EUA

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Manifestações nos EUA contra o racismo após a morte de George Floyd.

O assassinato cruel e covarde, cometido pela polícia, de George Floyd, em Minneapolis, EUA, foi o estopim de uma série de manifestações por todo o país. No momento, as manifestações estão se alastrando pelo país, ocorrendo em quase uma centena de cidades, e ganhando força e ímpeto. 

A violência policial nos EUA é semelhante à violência policial no Brasil, e, por extensão, em todo o mundo. A polícia é o instrumento do Estado burguês, detentor do monopólio da violência, e é um instrumento que exerce a violência de uma forma que parece quase que gratuita, e que, por isso, revela o verdadeiro objetivo das polícias no mundo: o massacre e a repressão do povo trabalhador. Nos EUA, país com histórico de escravidão e opressão da população negra, essa violência assume um caráter racial - igual no Brasil. A polícia americana revela o caráter geral do Estado americano: uma instituição racista, violenta e leal à classe dominante.

Por isso, a luta contra a polícia é uma faceta da luta de classes. Contudo, esse não é o único motivo pelo qual a convulsão social nos EUA tem um caráter classista. A classe trabalhadora, lá, é uma das mais massacradas do mundo "desenvolvido".  Não há moradia, saúde pública, nem direitos trabalhistas por lá. E, com a crise do COVID-19, 40 milhões de trabalhadores foram demitidos. 

Isso mostra que essas manifestações são movidas por muito mais que a simples indignação com o assassinato de George Floyd. A opressão da classe trabalhadora nos EUA vem, há alguns anos, causando a polarização no país. Essa polarização só tende a se acentuar, e isso vai acabar em revolução, cedo ou tarde.

Convulsões sociais e situações revolucionárias por si só não bastam. É necessário uma organização dos trabalhadores para fazer a revolução. É necessário um partido. Os grandes movimentos de esquerda nos EUA parecem não ter aprendido com a experiência histórica da classe trabalhadora, e estão sofrendo na pele as mesmas lições. Por exemplo, a organização da candidatura de Bernie Sanders, uma das faces desses movimentos, se deu dentro do partido democrata: um partido de direita, burguês. 

Não se vê, nas manifestações, a presença de partidos, de militantes organizados. Contudo, o país está no caminho inevitável de uma revolução popular, e o surgimento do partido é imprescindível.

Foto: cp24.com

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sexta-feira, 5 de junho de 2020

Ministro da Educação Weintraub volta atrás na sua política elitista

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O ministro da Educação que erra na gramática em suas postagens nas redes sociais, erra na matemática quando tenta explicar os cortes de recursos na educação por meio de chocolates, enfim, o bolsonarista Weintraub sugeriu adiar a aplicação do ENEM por 60 dias após o Senado aprovar por 75 votos o Projeto de Lei sobre o adiamento do exame.


O ENEM tornou-se um vestibular de acesso à universidade pública e para os programas de financiamento de cursos superiores privados. A manutenção das datas de aplicação do exame tornar-se-ia inviável para aqueles que não conseguem estudar em casa.



Fora quem estuda em escola particular, tem computador e internet para assistir às vídeo-aulas, há muitos estudantes que não tem esses recursos, inviabilizando o estudo e a preparação para a prova.
Finalmente, 44% dos domicílios brasileiros não tem computador ou internet que possam sustentar o recebimento contínuo de dados. Na zona rural, por exemplo, apenas metade da população tem acesso à internet. Na zona urbana, 30% da população não tem acesso (TIC Domicílios, 2008). No mesmo sentido, pelos estudos do IBGE, metade as classes C e D — cerca de 160 milhões de pessoas que ganham até 1 salário mínimo —, não tem acesso à internet.



A despeito da atuação do Senado, a Defensoria Pública da União ajuizou uma ação contra o Estado para adiar o ENEM, tendo em vista à gigantesca desigualdade de condições entre os alunos para galgar uma vaga na universidade pública ou um financiamento. Além da Defensoria, a UNE e UBES entraram na justiça pelo adiamento da prova.



Não somente o ENEM que manterá o calendário, como também, a FUVEST e COMVEST (banca de provas da USP e Unicamp) e outras bancas farão o mesmo.



O vestibular já tem um caráter classista, somente os ricos, provenientes de escola particular e com acesso digital que passam nesses exames. A política elitista do ministro Weintraub vinha expressando antes da derrota no Senado apenas evidencia e aprofunda a realidade da desigualdade de condições para o acesso à universidade pública.



As organizações de luta e, principalmente, os secundaristas devem atuar ativamente nos seus espaços coletivos de luta para reivindicar igualdade de condições no ingresso das universidades públicas. Deve agregar as palavras de ordem Fora Bolsonaro, Weintraub e toda a direita elitista e pedir por uma política concreta de Fim dos Vestibulares. Obviamente, uma política medular que não será realizada em um governo que cada vez mais corta o orçamento para a Educação, mas que orienta o caráter permanente da luta política. Mesmo assim, o movimento deve ter clareza com relação a essa finalidade: de que o vestibular seleciona uma elite e é preciso abrir novas universidades públicas e expropriar as privadas que lucram com a educação. A luta deve ser pelo acesso universal ao ensino público superior.


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Sem investimentos em pesquisa, sem medicamentos e sem vacina: mais de 34 mil mortes por COVID-19

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Para defender a retomada das atividades econômicas, o Presidente Jair Bolsonaro apresenta a "Cloroquina" como o medicamento eficaz no tratamento do COVID-19, sendo que os estudos apontam sua ineficácia ou eficácia semelhante a um placebo.
Na superfície do debate político sobre a crise pandêmica do COVID-19, aparecem as discussões sobre abrir ou não abrir os estabelecimentos do setor de serviços — barbearias, academias e salões de beleza —, sedimentando o entendimento de que, para o governo federal, tais serviços seriam considerados essenciais e deveriam funcionar na pandemia, norma que está sendo desconsiderada pelos estados e municípios. Outra discussão que aparece é sobre o uso do medicamento "cloroquina" para o tratamento da COVID-19 e os estudos apontam que o medicamento não é o adequado e pode causar efeitos colaterais.

Apesar de aparecerem como notícias urgentes, diz pouco sobre o problema, sobre o modelo econômico e da política falida que foi adotada. Enquanto que nos EUA, China e Reino Unido já se começam a testar vacinas, por que no Brasil o desenvolvimento de vacinas ou medicamentos não tem expressividade, levando o governo Bolsonaro no "desespero" indicar um remédio que poderia curar todos os males? 

Falta pesquisa e educação, faltam investimentos nessas áreas.

Os direitistas vão sempre alegar que o Brasil é um país pobre e, portanto, não teria condições de realizar tal feito. Porém, para socorrer os bancos, como foi realizado no início da epidemia no Brasil, o Estado não foi pobre. Quer dizer, o Estado só fica pobre quando os setores da saúde, educação, pesquisa e desenvolvimento precisam de investimentos, ou seja, quando o povo precisa de ajuda ao seu favor, o Estado é "pobre".

Desde o fim do governo Dilma Roussef, os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento foram caindo. Depois do golpe de 2016, houve queda no repasse a esse campo. Dados do IPEA apontam para os cortes nos repasses das agências de fomento e do BNDES em 2017, agravando a situação. Em 2019, apenas 1,8% do orçamento do Estado foi destinado à pesquisa, estando o Brasil atrás, comparativamente, dos EUA, 4%; Reino Unido, 11% e Alemanha, 12% (IPEA).

Em geral, no ano de 2015, 1,34% de recursos em relação ao PIB foram destinados à pesquisa e desenvolvimento; em 2016, 1,27%; em 2017, 1,26%; 2018, também 1,26% do PIB. Por outro lado, a Coréia do Sul alcança os valores percentuais de 4,55% do PIB; o Japão, 3,21%; EUA, 2,79%; China, 2,15% (MCTIC, indicadores nacionais de ciência e inovação). Por esses dados, verifica-se que os investimentos públicos e privados em pesquisa são baixíssimos se comparado com outros países.

A opção política iniciada pela direita golpista do ex-presidente Michel Temer e continuada pelo fascista do Bolsonaro reflete uma perda de soberania. Ao cortar os gastos com pesquisas, perde-se a oportunidade de atuar concretamente no problema do coronavírus, podendo desenvolver medicamentos, tratamentos e vacinas adequadas. Ao agir no movimento oposto, o Brasil fica refém das indústrias farmacêuticas alemãs, americanas, japonesas e chinesas; pagando preços altíssimos pela compra desses produtos, deixando a economia brasileira dependente desses monopólios.

Fora isso, a direta golpista que assumiu o Executivo em 2016 aprovou a Emenda Constitucional 95 (PEC do Fim do Mundo, PEC do teto de gastos) enxugando todo o aparelho estatal para os próximos 20 anos, inclusive, aqueles recursos destinados à saúde. Se em 2014, 126 bilhões de reais foram para os hospitais, medicamentos, pagamento de funcionários, em 2018, foi-se destinado 128 bilhões de reais, porém, com um agravante, a população cresceu nesses 4 anos em 7 milhões, aumentando a demanda no SUS. A falta de leitos, de médicos, enfermeiros e outros servidores, equipamentos e testes está relacionado diretamente com o congelamento de gastos. Hoje estamos com o número de mais de 34 mil mortos, demonstrando o caráter nefasto dessa politica econômica para a população.

É preciso reverter esse quadro e não se pode depender da direita golpista e de seus políticos que somente fazem um teatro que aparecem no noticiário. As organizações de trabalhadores e seus partidos precisam tomar um papel ativo neste momento de crise e impor uma solução urgente. Chamar o Fora Bolsonaro, Mourão e fora todos os direitistas e Eleições Gerais e Lula candidato é a palavra de ordem do momento.

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Segunda confrontação realizada contra os intervencionistas mostra disposição de luta

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Neste domingo, dia 17 de maio de 2020, os habituais atos dos intervencionistas tiveram novamente confrontação. Desta vez, em Brasília um grupo de torcedores do Corinthians esteve presente na praça dos 3 poderes para se confrontar ao ato bolsonarista, enquanto em Porto Alegre na frente do Comando Sul do Exército militantes antifascistas estiverem em muito maior número expulsando os intervencionistas, que foram protegidos por um cordão de isolamento feito pela Brigada Militar (PM do Rio Grande do Sul). 

Na semana passada, os torcedores do Corinthians estiveram na Avenida Paulista e impediram um ato intervencionista. Deram esperança e mostraram o caminho, que agora está sendo feito por demais membros da esquerda. Infelizmente, estas movimentações ainda são pequenas graças ao imobilismo da esquerda e pouco organizadas, mas é necessário criar as condições para que sejam grandes, incluindo os partidos e demais organizações da esquerda. 
Veja o vídeo de nossa matéria aqui: https://youtu.be/bU_JpZa9Efc

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Governo Boric será de direita besuntado em um esquerdismo de fachada

No dia 11 o novo presidente do Chile tomou posse, após 4 anos de governo do direitista Sebastián Piñera. A imprensa internacional deu muito ...