sexta-feira, 5 de junho de 2020

Sem investimentos em pesquisa, sem medicamentos e sem vacina: mais de 34 mil mortes por COVID-19

image.png
Para defender a retomada das atividades econômicas, o Presidente Jair Bolsonaro apresenta a "Cloroquina" como o medicamento eficaz no tratamento do COVID-19, sendo que os estudos apontam sua ineficácia ou eficácia semelhante a um placebo.
Na superfície do debate político sobre a crise pandêmica do COVID-19, aparecem as discussões sobre abrir ou não abrir os estabelecimentos do setor de serviços — barbearias, academias e salões de beleza —, sedimentando o entendimento de que, para o governo federal, tais serviços seriam considerados essenciais e deveriam funcionar na pandemia, norma que está sendo desconsiderada pelos estados e municípios. Outra discussão que aparece é sobre o uso do medicamento "cloroquina" para o tratamento da COVID-19 e os estudos apontam que o medicamento não é o adequado e pode causar efeitos colaterais.

Apesar de aparecerem como notícias urgentes, diz pouco sobre o problema, sobre o modelo econômico e da política falida que foi adotada. Enquanto que nos EUA, China e Reino Unido já se começam a testar vacinas, por que no Brasil o desenvolvimento de vacinas ou medicamentos não tem expressividade, levando o governo Bolsonaro no "desespero" indicar um remédio que poderia curar todos os males? 

Falta pesquisa e educação, faltam investimentos nessas áreas.

Os direitistas vão sempre alegar que o Brasil é um país pobre e, portanto, não teria condições de realizar tal feito. Porém, para socorrer os bancos, como foi realizado no início da epidemia no Brasil, o Estado não foi pobre. Quer dizer, o Estado só fica pobre quando os setores da saúde, educação, pesquisa e desenvolvimento precisam de investimentos, ou seja, quando o povo precisa de ajuda ao seu favor, o Estado é "pobre".

Desde o fim do governo Dilma Roussef, os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento foram caindo. Depois do golpe de 2016, houve queda no repasse a esse campo. Dados do IPEA apontam para os cortes nos repasses das agências de fomento e do BNDES em 2017, agravando a situação. Em 2019, apenas 1,8% do orçamento do Estado foi destinado à pesquisa, estando o Brasil atrás, comparativamente, dos EUA, 4%; Reino Unido, 11% e Alemanha, 12% (IPEA).

Em geral, no ano de 2015, 1,34% de recursos em relação ao PIB foram destinados à pesquisa e desenvolvimento; em 2016, 1,27%; em 2017, 1,26%; 2018, também 1,26% do PIB. Por outro lado, a Coréia do Sul alcança os valores percentuais de 4,55% do PIB; o Japão, 3,21%; EUA, 2,79%; China, 2,15% (MCTIC, indicadores nacionais de ciência e inovação). Por esses dados, verifica-se que os investimentos públicos e privados em pesquisa são baixíssimos se comparado com outros países.

A opção política iniciada pela direita golpista do ex-presidente Michel Temer e continuada pelo fascista do Bolsonaro reflete uma perda de soberania. Ao cortar os gastos com pesquisas, perde-se a oportunidade de atuar concretamente no problema do coronavírus, podendo desenvolver medicamentos, tratamentos e vacinas adequadas. Ao agir no movimento oposto, o Brasil fica refém das indústrias farmacêuticas alemãs, americanas, japonesas e chinesas; pagando preços altíssimos pela compra desses produtos, deixando a economia brasileira dependente desses monopólios.

Fora isso, a direta golpista que assumiu o Executivo em 2016 aprovou a Emenda Constitucional 95 (PEC do Fim do Mundo, PEC do teto de gastos) enxugando todo o aparelho estatal para os próximos 20 anos, inclusive, aqueles recursos destinados à saúde. Se em 2014, 126 bilhões de reais foram para os hospitais, medicamentos, pagamento de funcionários, em 2018, foi-se destinado 128 bilhões de reais, porém, com um agravante, a população cresceu nesses 4 anos em 7 milhões, aumentando a demanda no SUS. A falta de leitos, de médicos, enfermeiros e outros servidores, equipamentos e testes está relacionado diretamente com o congelamento de gastos. Hoje estamos com o número de mais de 34 mil mortos, demonstrando o caráter nefasto dessa politica econômica para a população.

É preciso reverter esse quadro e não se pode depender da direita golpista e de seus políticos que somente fazem um teatro que aparecem no noticiário. As organizações de trabalhadores e seus partidos precisam tomar um papel ativo neste momento de crise e impor uma solução urgente. Chamar o Fora Bolsonaro, Mourão e fora todos os direitistas e Eleições Gerais e Lula candidato é a palavra de ordem do momento.

Colabore com nossa imprensa operária, assine o Farol Operário: https://apoia.se/faroloperario


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Governo Boric será de direita besuntado em um esquerdismo de fachada

No dia 11 o novo presidente do Chile tomou posse, após 4 anos de governo do direitista Sebastián Piñera. A imprensa internacional deu muito ...