quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Eleições nos EUA (3): Nação X Império

 



O Deep State, ou Estado Profundo, é uma espécie de instituição não aparente que representa os interesses do imperialismo estadunidense. Foi se constituindo após a II Guerra Mundial e é composto por bancos, agentes do mercado financeiro, advogados, contadores, corporações que operam em Wall Street e na City Londrina, parte importante da imprensa, corporações de tecnologia da informação, think tanks e agências de inteligência (CIA, MOSSAD, MI-5, MI-6, FBI, NSA, Departamento de Justiça, etc.). Além disso, o Deep State conta com um conjunto de políticos e estabelece relações muito intimas com o crime organizado.


Indícios apontam que o Deep State esteve envolvido com acontecimentos políticos muito importantes para os EUA e para o mundo. Dentre eles o assassinato do Presidente Kennedy, o golpe contra o Presidente Nixon e os atentados do 11 de setembro. O Deep State possui uma agenda política interna e externa muito concreta.


Do ponto de vista ideológico o Deep State é adepto do neoliberalismo tendo como “Deus” o livre mercado. Do ponto de vista moral o neoliberalismo se assenta na promoção do existencialismo, do egoísmo, do narcisismo, do pessimismo e da competição exacerbada. O neoliberalismo impões aos países pobres medidas como abertura comercial, baixos salários para sua classe trabalhadora e a ausência total de desenvolvimento social, econômico e laboral. As panaceias neoliberais baseiam-se nas ideias de Friedrich Von Hayek, Ludwig Von Misses e Milton Friedman. Os agentes do imperialismo tentam transmitir a falsa ideia de que existe uma democracia política e que a população seria capaz de eleger seus representantes. Isso não condiz com a realidade já que a estrutura do sistema baseia-se em um modelo oligárquico. 


O Partido Democrata dos Estados Unidos exerce papel fundamental para a manutenção da estrutura oligárquica e imperialista, sendo diretamente responsáveis por um conjunto de guerras e golpes de Estado por todo o mundo: Irã, Guatemala, Indonésia, Paquistão, Vietnã, Brasil, Repúblicas Balcânicas, Geórgia, Filipinas, Panamá, Egito, Iraque, Líbia, Malásia, países da América Central e do Sul, Síria, Ucrânia e Iêmen. O Iêmen enfrenta as consequências de um ataque imperialista pelas vias de bombardeios, inclusive sendo alvo de armas táticas nucleares, em uma guerra quente que está destruindo por completo o país. 


Os mesmo democratas que criticam Trump e que alegam serem humanitários e defensores da democracia quando estão no governo representam o que há de pior no imperialismo. Apresentam-se como figuras carismáticas, caridosas e progressistas tendo um discurso de suposto contrário aos racismo e em defesa de homossexuais, mulheres e do meio ambiente. 


No poder, os imperialistas nada fazem ou até incentivam, guerras civis, genocídios e formação de milícias de crianças soldados na África. Para o Imperialismo dentro da África não existem pessoas e aquele lugar a destinado como mercado consumidor de armas produzidas pelo complexo industrial militar, experimento em massa de medicamentos e vacinas em pessoas e extração de riquezas minerais como ouro, diamante, petróleo e outras matérias primas. Em países da América Central, na Colômbia e no México o imperialismo constituiu sistema complexos de infraestrutura e de mão de obra para a produção e transporte de drogas. As drogas da América e os petróleo e metais preciosos da África servem como elementos fundamentais para gerar lastro e sustentação para os sistemas financeiros especulativos de bolsas de valores em Wall Street e na City Londrina.


O imperialismo assassinou diversas lideranças políticas importantes no mundo: Aldo Moro, Salvador Allende, Indira Gandhi, Patrice Lumumba, Getúlio Vargas, João Goulart, Ernesto Che Guevara, Jaime Roldos, Omar Torrijos, Luis Donaldo Colosio, Zulfikar Ali Bhutto, Benazir Buttho, Mohammad Najibullah, Thomas Sankara, Saddam Hussein, Muammar al-Gadaffi, entre outros. O imperialismo deixou vítimas dentro dos próprios Estados Unidos: John Kennedy, Robert Kennedy, John Lennon, Martin Luther King e Malcolm X. Alfred Herrhausen, presidente do Deutsche Bank que se opunha a agenda neoliberal e defendia um projeto de industrialização e pleno emprego, teve um assassinato tão bem elaborado e sofisticado que chega ser quase que inacreditável. Todas essas mortes servem como recado sobre o que acontece contra aqueles que se opõe e enfrentam o imperialismo. 


O combate ao racismo oportunista de Bill Clinton e Barack Obama se contradiz com suas ações que levaram fora dos Estados Unidos à morte de pessoas que trabalham com o tráfico de drogas na América Latina e refugiados de guerra na Ásia e na África.  Dentro do país promoveram políticas higienistas com a permissão ou estímulo aos subúrbios de cheios de negros e latinos segregados nas diversas cidades dos EUA. Os imperialistas utilizam a National Edowement for Democracy (NED), uma agência governamental que afirma promover a democracia no mundo para desestabilizar governos financiando propagandas na TV que os acusam de corrupção ou comunismo constantemente ou por meio de revoluções coloridas.
Donald Trump pode até ter um conjunto de características pessoais e defeitos, porém achar que ele mal ou bonzinho é uma imagem muito simplista e infantil da realidade. Seria mais fácil entender o conjunto de valores e o projeto que ele representa. Sua atuação política se aproxima mais de uma afirmação da nação dos EUA e menos do Império, a exemplo de preceitos estabelecidos por Alexander Hamilton na sequência da Revolução dos EUA. Seus compromissos parecem estar mais próximos de atividades econômicas reais do que especulativos, o que de certo modo o aproxima de empreendimentos econômicos chineses, como, por exemplo, as novas rotas da seda e a rota do cavalo e do chá.


 Com isso, as eleições dos EUA de 2020 pode ser interpretada como uma disputa capaz até de deflagrar uma guerra civil entre imperialistas representados por Joe Biden e por uma espécie de nacionalistas representado por Donald Trump. Os resultados dessa eleição afetará diretamente o futuro da nação e do povo brasileiro, portanto deve ser tratada e enxergado com o máximo possível de discernimento e responsabilidade. Caso nos limitemos a cair no conto de quem é “bom” e quem é “ruim” que nos é transmitido pela propaganda a chance de nos darmos mal é muito grande.


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