quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Eleições municipais: uma armação contra a esquerda

 A estrutura ditatorial do Estado brasileiro vem crescendo nos últimos anos, a partir do golpe de Estado, ou mesmo antes dele. Isso tem uma consequência eleitoral que se expressa de duas formas: primeiro, expõe a cara do Estado, coloca-o contra a classe trabalhadora escancaradamente, e clarifica a política a ser adotada. Segundo, e mais importante: significa que as eleições serão uma armação.

As eleições podem ser fraudadas por vários motivos, como o controle das urnas, a proibição de campanhas políticas, as alianças de setores pelegos com partidos de direita, entre outros. Mas esta análise focará no aspecto da perseguição a candidaturas de esquerda.

As candidaturas de esquerda estão sendo sabotadas nacionalmente, por meios "legais" e ilegais: a justiça eleitoral, por exemplo, vai perseguir candidatos que não estejam alinhados com a política burguesa, mesmo que não sejam esquerdistas (por exemplo, Crivella). Qualquer oposição será ferrenhamente esmagada.

A tendência geral, nessas eleições, é transformar o país em um análogo dos EUA: Uma disputa entre candidatos iguais, sem reais opções de mudanças, e cujos candidatos mais progressistas serão esmagados (como foi o caso de Bernie Sanders).

Portanto, não devemos acreditar que as eleições são o caminho para a mudança, o progresso, a revolução. A política será dada pela organização e centralização da classe trabalhadora, que é detentora do poder político real. As eleições têm, neste contexto, no máximo, um papel de propaganda, agitação, e de chamar as pessoas para a organização (de uma forma quase vazia, por causa da perseguição e inviabilização institucional).

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