sexta-feira, 5 de junho de 2020

Ministro da Educação Weintraub volta atrás na sua política elitista

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O ministro da Educação que erra na gramática em suas postagens nas redes sociais, erra na matemática quando tenta explicar os cortes de recursos na educação por meio de chocolates, enfim, o bolsonarista Weintraub sugeriu adiar a aplicação do ENEM por 60 dias após o Senado aprovar por 75 votos o Projeto de Lei sobre o adiamento do exame.


O ENEM tornou-se um vestibular de acesso à universidade pública e para os programas de financiamento de cursos superiores privados. A manutenção das datas de aplicação do exame tornar-se-ia inviável para aqueles que não conseguem estudar em casa.



Fora quem estuda em escola particular, tem computador e internet para assistir às vídeo-aulas, há muitos estudantes que não tem esses recursos, inviabilizando o estudo e a preparação para a prova.
Finalmente, 44% dos domicílios brasileiros não tem computador ou internet que possam sustentar o recebimento contínuo de dados. Na zona rural, por exemplo, apenas metade da população tem acesso à internet. Na zona urbana, 30% da população não tem acesso (TIC Domicílios, 2008). No mesmo sentido, pelos estudos do IBGE, metade as classes C e D — cerca de 160 milhões de pessoas que ganham até 1 salário mínimo —, não tem acesso à internet.



A despeito da atuação do Senado, a Defensoria Pública da União ajuizou uma ação contra o Estado para adiar o ENEM, tendo em vista à gigantesca desigualdade de condições entre os alunos para galgar uma vaga na universidade pública ou um financiamento. Além da Defensoria, a UNE e UBES entraram na justiça pelo adiamento da prova.



Não somente o ENEM que manterá o calendário, como também, a FUVEST e COMVEST (banca de provas da USP e Unicamp) e outras bancas farão o mesmo.



O vestibular já tem um caráter classista, somente os ricos, provenientes de escola particular e com acesso digital que passam nesses exames. A política elitista do ministro Weintraub vinha expressando antes da derrota no Senado apenas evidencia e aprofunda a realidade da desigualdade de condições para o acesso à universidade pública.



As organizações de luta e, principalmente, os secundaristas devem atuar ativamente nos seus espaços coletivos de luta para reivindicar igualdade de condições no ingresso das universidades públicas. Deve agregar as palavras de ordem Fora Bolsonaro, Weintraub e toda a direita elitista e pedir por uma política concreta de Fim dos Vestibulares. Obviamente, uma política medular que não será realizada em um governo que cada vez mais corta o orçamento para a Educação, mas que orienta o caráter permanente da luta política. Mesmo assim, o movimento deve ter clareza com relação a essa finalidade: de que o vestibular seleciona uma elite e é preciso abrir novas universidades públicas e expropriar as privadas que lucram com a educação. A luta deve ser pelo acesso universal ao ensino público superior.


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