sexta-feira, 31 de julho de 2020

Os juízes são contra o povo: o caso do excelentíssimo desembargador acima da Lei

image.png
No último sábado (18), na praia de Santos, o desembargador Eduardo Almeida Prado xingou o Guarda Municipal Cícero Hilário Roza que multou o juiz por não usar máscara e descumprir a ordem.

Na ocasião, o juiz ofendeu o guarda Cícero, chamando-o de "analfabeto" numa suposta ligação com o Secretário de Segurança Pública de Santos Del Bel. Desmerece o guarda municipal, perguntando-lhe: "o senhor sabe ler? Então leia bem com que o senhor está se metendo". Logo após, ao receber a multa, o excelentíssimo juiz pegou-a com as mãos, rasgou-a e jogou no chão, como se aquela medida imposta ao excelentíssimo desembargador não tivesse validade nenhuma e quem quisesse repreendê-lo seria muito ignorante, já que o excelentíssimo é um conhecedor das leis e os meros mortais não teriam o mesmo conhecimento absoluto do magistrado.

O mesmo desembargador já estourou o tímpano do advogado Roberto Mehanna Khamis. Esse advogado processara o excelentíssimo por este ter ofendido sua honra em uma audiência. Por conta desse processo, o excelentíssimo desembargador certa vez encontrou o advogado Mehanna Khamis na mesma praia de Santos e desferiu-lhe tapas no rosto, atingindo a entrada do canal auditivo e deixando o advogado surdo.

É preciso entender esses acontecimentos não como um fator isolado. Os juízes (e desembargadores) são uma casta social necessariamente conservadora dentro da burocracia estatal. Eles servem para manter a ordem em sede do Estado burguês, manter a existência da propriedade privada e combater seus inimigos (bandidos), encarcerando-os. Politicamente, enquanto ausente de interesse de classe por pertencer a pequena-burguesia e defender, no cargo, os interesses burgueses, não se enxergam enquanto povo já que "organiza" e julga o povo, nem são burgueses, já que apenas servem ao interesse da manutenção jurídica do capital sem obter seus ganhos diretos. É, portanto, uma classe extremamente confusa e alienada perante a dinâmica da luta de classes, o que justifica seu conservadorismo.

Em razão de ocupar esse papel social, os juízes são facilmente manipuláveis por ideologias conservadoras, cargos políticos ou mérito de qualquer tipo, muito porque não tem princípios de classe para defender, vendendo-se para qualquer título, cargo ou mérito. O Mussolini de Maringá (ex-juiz Sérgio Moro) é um grande exemplo disso. Fora articulado pelo FBI (vazamento do The Intercept) para prender sem provas o ex-presidente Lula nas eleições presidenciais de 2018, alçando à presidência o fascista do Jair Bolsonaro que premiou o Mussolini de Maringá com o cargo de Ministro da Justiça, que logo abandonou, para provavelmente desenvolver uma carreira política para a direita golpista.

A população, diante desses excelentíssimos, é constantemente humilhada e quando esses nobilíssimos senhores ganham certa relevância política, defendem a burguesia como se fossem mercenários. Uma reivindicação democrática e popular necessária é a cassação e investida a qualquer tempo de magistrados pelo povo. Medida democrática básica que impede a população ser julgada por esses facínoras que acreditam estar acima do povo, que prendem pobres e negros por profissão, sendo verdadeiros capachos do interesse dos capitalistas.

Colabore com nossa imprensa operária, assine o Farol Operário: https://apoia.se/faroloperario
Se não puder colaborar, compartilhe nosso trabalho, isso dá amplitude às nossas denúncias e tem grande valor para nós.
Acompanhe nossas redes: https://www.facebook.com/faroloperario
Instagram: @farol.operario

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Governo Boric será de direita besuntado em um esquerdismo de fachada

No dia 11 o novo presidente do Chile tomou posse, após 4 anos de governo do direitista Sebastián Piñera. A imprensa internacional deu muito ...