domingo, 26 de julho de 2020

A greve dos entregadores mostrou o caminho para a luta

image.png
No dia 1º de julho, os motofretistas que realizam entregas por aplicativos organizaram a primeira greve nacional. A paralisação ocorreu em São Paulo,  Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Maceió, Fortaleza, Teresina, Brasília, Belo Horizonte e cidades do interior como Ribeirão Preto e Campinas.  Os trabalhadores reivindicaram maior repasse dos valores das corridas já que a maior parte desse dinheiro fica para os empresários donos dos aplicativos (Ifood, Rappi, Loggi, Uber) que não trabalham. Isso gera uma situação de superexploração da categoria que precisa trabalhar cerca de 14 horas por dia, todos os dias, sem qualquer direito trabalhista como férias, FGTS e benefícios da previdência.

A situação de completa exploração do trabalho levou aos motofretistas paralisarem no domingo contra essa situação. Alguns aplicativos punem os motofretistas que ficarem sem trabalhar em algum dia específico, bloqueando o acesso do motorista ao aplicativo, não podendo descansar um dia sequer, uma verdadeira situação de escravidão explícita e, para piorar, as empresas não oferecem equipamentos de proteção aos motociclistas, nem máscaras, álcool em gel, nem nada.

Essa greve mostra que o direito dos trabalhadores só pode ser defendido pela luta nas ruas. Muitos pequeno-burgueses, eleitoreiros, demagogos da esquerda ficam direcionando a população para uma política injusta e direitista: de que não se deve organizar a luta política, que se deve ficar em casa, morrer de fome ou com o coronavírus. É preciso denunciar a postura desses demagogos eleitoreiros da esquerda que só tem interesse próprio em ganhar um cargo político a custo da enganação do povo.

Não é por Facebook, por discussão nas redes sociais ou por qualquer meio online que os trabalhadores lutam e vencem. A greve demonstrou que a luta se faz nas ruas pelos métodos históricos utilizados pela classe trabalhadora: paralisação de vias, piquetes, atos públicos, etc. Nem depender dos sindicatos que estão paralisados por profunda confusão política reacionária levando a propor alianças políticas com a classe patronal. É preciso esclarecer que essa greve não dependeu de sindicatos e teve a proporção nacional, ou seja, importa que os setores de luta se organizem para levar adiante suas reivindicações, já que a burocracia sindical está capitulada não defendem os interesses dos trabalhadores na forma econômica e política.

Sem precisar, portanto, explicar abstratamente o caminho, o exemplo dos entregadores deve ser seguido como um norte da luta. Assim, importa persistir nas palavras de ordem Fora Bolsonaro e Fora Direita Golpista para levar adiante nas ruas um programa político para toda classe trabalhadora brasileira. O regime político golpista e democrático fraudulento do governo Bolsonaro deve cair pelo poder dos trabalhadores organizados. A atuação nos sindicatos, partidos de esquerda e organizações populares deve continuar para que o movimento ganhe amplitude e se consiga derrubar o regime burguês e retomar os direitos trabalhistas e previdenciários perdidos.

Colabore com nossa imprensa operária, assine o Farol Operário: https://apoia.se/faroloperario
Se não puder colaborar, compartilhe nosso trabalho, isso dá amplitude às nossas denúncias e tem grande valor para nós.

Acompanhe nossas redes: https://www.facebook.com/faroloperario
Instagram: @farol.operario

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Governo Boric será de direita besuntado em um esquerdismo de fachada

No dia 11 o novo presidente do Chile tomou posse, após 4 anos de governo do direitista Sebastián Piñera. A imprensa internacional deu muito ...