domingo, 28 de fevereiro de 2021

Eleições nos EUA (15): George Soros


A Revista Time classificou George Soros como o “Robin Hood” dos nossos tempos. Isso porque supostamente ele tira dinheiro dos ricos da Europa e EUA para dar aos pobre da Rússia e Europa do Leste. Segundo a revista, isso justifica as especulações que realiza contra os bancos centrais das nações ocidentais, já que esse recurso seria destinado a constituição de sociedades abertas nas antigas repúblicas soviéticas. Porém, George Soros apresenta muito mais coisas ruins do que alguém poderia imaginar, sendo ele um verdadeiro agente financeiro em favor dos interesses mais escusos do imperialismo. Também foi um judeu que colaborou com o nazismo e a morte de outros judeus.

George Soros é uma figura muito importante em qualquer contexto de eleições nos EUA, já que é um dos mais importantes financiadores e tem por preferência candidatos do Partido Democrata. Soros é um dos maiores defensores da legalização das drogas e atua como especulador financeiro no mercado cambial. Sendo um judeu nascido na Hungria, colaborou com o regime nazista a retirar a propriedade de milhares de judeus húngaros e enviá-los a campos de concentração. Soros não tem nenhum problema em assumir isso em entrevistas e dizer que não guarda arrependimento do que fez. 

No início da sua carreira, Soros foi um banqueiro que colecionava fracassos. Isso se deu até o momento que começou a receber apoio financeiro da família Rothschild e iniciou um conjunto de operações financeiras especulativas bem sucedidas na Suíça. George Carlways, um banqueiro inglês que trabalhava para os Rothschild, foi quem proporcionava recursos financeiros para o Quantum Fund de Soros. 

Quem crítica publicamente Soros normalmente caba sendo acusado de nazista ou antissemita pelos meios de comunicação. Mas quem ajudou com a ocupação nazistas na Hungria e na perseguição de judeus foi ele, que alega ter se fingido de cristão para sobreviver. Seu pai, Tivadar Soros, escreveu um livro para tratar de suas práticas de colaboração com o nazismo. Além de confiscar propriedades de judeus, Soros também os escoltava para fora do país. 

Soros admite publicamente que sobreviveu na Hungría nazista durante a guerra, como judeu, adotando o que ele denomina de "uma dupla personalidade". Soros não abandonou o país até os anos após o final da guerra. Ele e seus amigos dos meios de comunicação ão hesitam em acusar a qualquer opositor da política de Soros, sobre tudo na Europa oriental, de ser “antisemita”. A identidade judia de Soros, ao que parece, só tem valor utilitário para ele, ao invés de ser uma fonte de valores morais.

George Soros foi um dos principais apoiadores e financiadores de Barack Obama. Os recursos de Soros financiavam até mesmo Obama quando ele estava no início de sua carreira política. Junto com Soros, as famílias Prescott e Crown de Chicago, Illinois, também realizaram financiamento político para o Obama e formaram uma espécie de lobby para pressionar o senado dos EUA em favor de certas pautas. Esse grupo passou a angariar Obama e conseguiu reunir recursos financeiros da City londrina, de Wall Street, de Connecticut e de paraísos fiscais do Caribe e ex-colônias britânicas. Naquele instante a elite financeira preferia Barack Obama ao invés de Hillary Clinton, algo que mudou depois que ela liderou a guerra contra a Líbia e o assassinato de Muammar Gadaffi. 

Em 1992 Soros despontou como um agente financeiro que especulou contra a Libra Esterlina e o Marco alemão, e em meio a uma crise cambial europeia faturou bilhões de dólares. A partir de então passou a ser um dos principais porta-vozes em favor da legalização das drogas, sendo um importante financiador de políticos que defendem essa agenda nos EUA, Rússia e outros países. Soros parece estar empenhado no objetivo de retomar o antigo projeto do Império Britânico contra os chineses durante a Guerra do Ópio, só que agora em relação a todos os países do mundo. Sempre quando possível apoiou leis de legalização do uso, produção e vendas de drogas. Ele afirma que isso trata-se apenas de uma evolução nos direitos civis. Por meio de seu grupo Human Rights Watch atua contra qualquer tipo de repressão às drogas. 

A Rússia e alguns outros países proibiram a presença da organização Human Rights Watch pertencente a Soros em seus territórios. Essa organização, junto a outras ações de Soros, atuam deliberadamente com o intuito de derrubar governos que não estão alinhados aos interesses imperialistas. Suas ações se dão muito claramente com o intuito de defender os interesses da oligarquia financeira internacional e destruir qualquer soberania nacional dos países. A criação de células terroristas internas por Soros, tem o propósito de promover golpes de Estado e derrubar regimes políticos.

Soros utiliza três fundos para realizar suas operações financeiras: Quantum Group of Funds, Soros Management Fund e Soros Fund. Além disso, ele faz parte de conselhos de administração de outras instituições financeiras, como o Union Bancaire Privée. O Soros Fund e o Open Society Institute são utilizados com finalidades supostamente filantrópicas. Na realidade o que George Soros faz é conseguir isenções tributárias por meio do uso de recursos obtidos com especulação financeira ao financiar golpes contra governos por meio do Open Society Institute. O Soros Fund é utilizado para especular contra moedas de determinados países os quais o imperialismo deseja realizar trocas de regime.

Apesar de realizar esse papel tão importante para a manutenção das estruturas imperialistas, a verdade é que Soros é a cara visível e uma figura menos importante de um sistema absurdamente grande e baseado em uma rede secreta de interesses financeiros provados. Essa rede é formada por um conjunto de famílias aristocráticas e reais europeias, incluindo a família real britânica, os Windsors.

Alguns analistas e ex-membros de agências de inteligência chamam essa rede financeira secreta de “Clube das Ilhas” e entendem que trata-se de uma reconfiguração do Império Britânico após o seu fim, depois da 2ª Guerra Mundial. Acredita-se que os ativos financeiros do “Clube das Ilhas” giram em torno de US$ 10 trilhões. O grupo teria quase que um controle completo no mundo sobre recursos como petróleo, drogas, ouro, diamantes e outras matérias primas importantes, usando esses ativos com finalidades de manipulação de sua agenda geopolítica. Empresas britânicas ou anglo-holandesas como Royal Dutch Shell, Imperial Chemical Industries, Lloyds de Londres, Unilever e DeBeers teriam fortes laços com o Clube das Ilhas. 

Essa rede financeira privada ligada a velha aristocracia europeia age com instrumentos supranacionais. Reproduz certos aspectos da Companhia Anglo-holandesa das Índias Orientais do século XVII, tendo como centro das operações a City londrina. 

Soros atua como aqueles que na Idade Média ficaram conhecidos como Hofjuden, judeus da corte que gozavam de proteção de famílias aristocráticas e em troca realizavam trabalhos dos mais escusos. Soros hoje vive em Nova York, pois é ali que está o maior centro financeiro do mundo. A sede fiscal do Quantum Fund, por exemplo, são as Antilhas Holandesas, no Caribe. A sede social de Soros fica em Curaçao, outra ilha caribenha que funciona como paraíso fiscal da City londrina. As Antilhas Holandesas são ainda uma colônia holandesa que funciona como sede da lavagem de dinheiro da maior parte dos recursos oriundos do tráfico de cocaína e outras drogas na América Latina. 

O nome Quantum de seu fundo faz referência à teoria atômica do físico quântico alemão Werner Heisenberg, que prevê a impossibilidade de medir a posição e a velocidade de uma partícula atômica ao mesmo tempo. Com isso, Soros tentou passar a ideia de que todo investimento implica em riscos de perda, já que não é possível ter uma visão determinista sobre todos os fatores necessários.

Revoluções coloridas na periferia da Rússia, como a revolução laranja na Ucrânia e a revolução rosa na Geórgia, tiveram apoio dos fundos de George Soros e do Open Society. Em 2008, durante a guerra entre Rússia e Geórgia pela Osetia do Sul, as organizações de Soros foram ativas no sentido de propagar a ideia de que a Rússia era uma ditadura que invadiu um país indefeso. Soros também financiou os georgianos opositores à Rússia. Outro financiador da revolução rosa na Georgia foi Lord Marl Malloch Brown.  

Jeffrey Sachs, um dos mais expoentes defensores do neoliberalismo e autor de "Terapia Do Choque", é operador de George Soros. Sachs foi responsável pela expropriação da Polônia e de repúblicas soviéticas na sequência do colapso do bloco comunista. O resultado foi o enriquecimento de bancos e fundos financeiros ocidentais e a destruição e miséria desses países. Sachs comprou industrias, laboratórios de pesquisa e universidades soviéticas, as tirou do seu país de origem e colocou os lucros obtidos em paraísos fiscais britânicos. Também aplicou a terapia do choque, causando fugas de capitais e de cérebros e criando o que ele dizia ser um sistema de livre mercado. As contínuas políticas de austeridade geraram falta de alimento e desemprego em todo o leste europeu.

Soros financia campanhas supostamente por direitos humanos que tentam desqualificar Putin, criando no país protestos que se assemelham àqueles vistos na primavera árabe. Desde o final da URSS, a Rússia sempre foi o lugar preferido para Soros colocar seu dinheiro com finalidades supostamente filantrópicas. A rede de financiamento de Soros também atinge a América Latina e o próprio EUA, sendo seu público preferencial lideranças políticas de esquerda que defendem pautas identitárias. 

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Eleições nos Estados Unidos (13): As onze nações rivais que formam os Estados Unidos


A obra do pesquisador Colin Woodard “American Nations: A History of the Eleven Rival Regional Cultures of North America” nos apresenta uma interpretação sobre a constituição dos EUA muito diferente do que estamos acostumados. Woodard concluiu que os EUA é uma nação formada por onze subnações distintas e  rivais. Seu livro apresenta uma descrição de características fundamentais de cada uma dessas subnações, que se caraterizam principalmente pelos valores culturais bastante específicos, sendo que entendimentos como "liberdade individual" e "papel do estado" varia em cada uma delas. 

A denominação que Woodard dá as subnações estadunidenses são: New France, Yankedom, New Netherland, TideWater, Greater Appalachia, Deep South, First Nation, The Midlands, El Norte, The Far West e The Left Coast.


New France

A New France compreende territórios dos estados de Louisiana, principalmente Nova Orleans, e do Quebec, no Canadá. São regiões que sofreram forte exploração imperialista ao longo de sua formação, mas que se constituíram com valores liberais nos costume e de defesa da intervenção estatal na economia. Essa subnação tende a ter valores positivos em relação a questão homoafetiva e racial, constituindo-se a partir do multiculturalismo. Woodard entende que a Nova França é resultado do encontro da cultura rural do norte da França com tradições indígenas do nordeste da América do Norte.


Yankedom

O Yankedom compreende a região nordeste dos EUA conhecida como Nova Inglaterra (Maine, Vermont, Nova Hampshire, Massachusetts, Connecticut e Rhode Island), o interior do estado de Nova York e a parte norte da região conhecida como meio-oeste industrial (Pensilvânia, Ohio, Indiana, Michigan, Illinois, Wisconsin, Iowa e Minnesota). Essa subnação é resultante do processo de colonização de imigrantes puritanos de origem inglesa, escocesa e irlandesa. Woodard identificou que trata-se de uma região onde as pessoas são favoráveis a intervenção estatal na economia e bastante abertas para pessoas de culturas distintas. Há uma valorização pela educação e participação política. Segundo Woodard, o povo ianque seria influenciado por uma busca de desenvolvimento civilizacional com ênfase no viés econômico terrestre (e não por meio do comércio marítimo), colocando o bem comum acima do individual. Para eles a liberdade e a autoridade são resultantes da comunidade e os ricos deveriam contribuir com impostos, hospitais, bibliotecas e escolas como forma de elevar a dignidade e emancipação dos demais. Importantes líderes políticos como Theodore Roosevelt, Franklin Delano Roosevelt, Woodrow Wilson, John Fitzgerald Kennedy e George Hebert Bush e membros da elite econômica como a família Rockefeller, Bill Gates e Warren Buffet são de origem ianque. Chicago, Detroit, os grandes lagos e as principais regiões industriais dos EUA encontram-se em Yankedom.


New Netherland

A New Netherland é formada pela cidade de Nova York e parte dos estados de Nova York, Nova Jersey e Connecticut. A região foi colonizada por holandeses, guardando muitas características de desenvolvimento civilizacional do Império colonial holandês. Conforme Woodard, entre as suas características está o de ser um dos principais centros comerciais do mundo, que mantém uma enorme tolerância com a diversidade étnica e religiosa, além de compromisso com a liberdade de pensamento e de produção científica. Ao longo de sua história, a New Netherland foi um importante destino para pessoas de todo o mundo que sofreram perseguição em seu país de origem. Wall Street, o maior e o mais importante centro financeiro do mundo, encontra-se na Ilha de Manhattan, em New Netherland.


TideWater

O Tide Water abrange áreas das costas de antigas colônias imperiais, como Maryland, Virgínia e Carolina do Norte. Washington D.C., a capital dos EUA, encontra-se no TideWater. Para Woodard, a região desenvolveu sociedades com características feudais e marcadas pela escravidão, o que justificaria a familiaridade das pessoas com códigos de autoridade e tradição. Cabe destacar que o Pentágono, a sede do Departamento de Defesa dos EUA, fica ao lado do Rio Potomac, no condado de Arlington, no estado da Virgínia, portanto no TideWater. Também se encontra aqui a cidade de Norfolk, sede de uma das maiores bases navais militares dos EUA e seu ponto marítimo estratégico mais importante.  Questões como igualdade e participação política não são tão importantes para a população do TideWater, segundo Woodard.


Greater Appalachia

O Greater Appalachia compreende territórios dos estados da Pensilvânia, Virgínia Ocidental, Kentucky, Tenessee, Arkansas, Oklahoma e Texas. Para Woodard a população da região do Grande Appalachia formou-se a partir de guerreiros e portanto desenvolveu uma ética militar. No entanto, defendem valores de soberania pessoal e liberdade individual. Durante a guerra civil (1861 – 1865) o Grande Appalachia pertenceu aos estados confederados em um primeiro momento, mas depois se alinhou à União. Hoje, segundo Woodard, o Grande Appalachia tem tido posicionamentos contrários a forma de organização federativa dos EUA, apresentando forte rivalidade tanto contra os aristocratas do Deep South como contra os imperialistas humanitários ianques do Yankedom.


Deep South

O Deep South corresponde a territórios dos estados da Carolina do Norte, Carolina do Sul, Geórgia, Florida, Alabama, Mississipi, Louisiana e Texas. Sua formação está associada a um modelo de colonização imperialista relacionado à Companhia Britânica das índias Ocidentais, marcada pela servidão e autoritarismo. Muitos desses colonizadores eram pertencentes à nobreza britânica que produziam açúcar, rum e algodão em Barbados e outras ilhas do Caribe. Segundo Woodard, implementaram um sistema de castas e se opõem até hoje ao poder federal e a intervenção e regulação estatal sobre a economia. Tendem a usar o aparato repressivo do estado como instrumento de perpetuação da violência e das desigualdades sociais. As elites aristocráticas do Deep South tendem a gastar seu dinheiro com o consumo suntuário de bens importados e fazer oposição à bibliotecas, ensino universal, liberdade de imprensa e desenvolvimento tecnológico.


First Nation

A First Nation compreende o Alaska e certos territórios do Canadá. Tendo a menor população e a maior área territorial dentre as nações, é formada por povos nativos que sempre tiveram resistência à colonização de povos europeus. Woodard afirma que os povos da First Nation preservam conhecimentos e uma cultura que os permitem viver em regiões muito frias e hostis do ártico. Seu território que chega a ser maior que toda a parte continental dos EUA é povoado por algo em torno de 300 mil pessoas. 


The Midlands

The Midlands compreende territórios de Delaware, Pensilvania, Ohio, Indiana, Illinois, Iowa, Nebraska, Kansas, Tennessee, Oklahoma, Texas, Penhandle e Novo México. A região do Midlands também é conhecida como América Central ou coração dos EUA. Woodard considera que essa região é formada por uma população de classe média com muitas variações étnicas e bastante pluralista. Seus primeiros colonizadores foram alemães que compartilhavam com os ianques a ideia de que o benefício comum deveria se sobrepor ao individual. No entanto, trata-se de um povo que não aprova a intervenção estatal na economia.


El Norte

El Norte compreende territórios dos estados do Texas, Novo México, Arizona e California e os estados do norte do México. Para Woodard, El Norte se caracteriza como um dos lugares mais particulares de todo o EUA, já que sua formação tem forte influência da colonização do Império Espanhol e portanto predomina a cultura hispânica. As pessoas que vivem nessa subnação são consideradas muito trabalhadoras, independentes, autossuficientes e com muita capacidade de adaptação. Esse povo também possui um certo ímpeto revolucionário, como influência do histórico do El Norte em guerras de independência do Império Espanhol ou contra os EUA. Os estados mexicanos pertencentes ao El Norte também promovem movimentos separatistas em relação ao México.


Far West

O Far West compreende as regiões das Grandes Planícies e ao Oeste das Montanhas (Dakota do Norte, Dakota do Sul, Nebraska, Kansas, Montana, Wyoming, Colorado, Utah, Idaho, Nevada, Arizona, Novo México, Alasca, Washington, Oregon e Califórnia). Para Woodard essa região se caracteriza mais por questões ambientais que etnográficas. Sua colonização se deu pela presença de corporações sediadas em grandes metrópoles que construíam ferrovias e sistemas de exploração mineral. Muitos trabalhadores foram levados para essa região e ali deixados em situação de dependência e pobreza ao final da exploração mineral. Segundo Woodard, isso é uma das razões para que a população de Far West faça oposição ao governo federal e aos ianques. 


The Left Coast

The Left Coast compreende a região da costa oeste dos EUA (Califórnia, Alasca, Oregon e Washington) e a região da Colúmbia Britânica no Canadá. Essa região que fica no oceano Pacífico foi colonizada por pessoas oriundas da Nova Inglaterra e Greater Appalachia, caracterizando uma mistura de culturas muito distintas. Conforme Woodard, houve a tentativa de constituir uma Nova Inglaterra no Pacífico por parte de missionários puritanos ianques, algo que não foi completamente bem sucedido devido à influência cultural de pessoas oriundas do Grande Appalachia. Cabe destacar que a Califórnia é o estado mais rico dos EUA e que a sede da indústria cinematográfica, Hollywood, e da tecnologia da informação, Vale do Silício, encontram-se na Left Coast. Para Woodard, a Left Coast é resultante de uma idealização utópica de liberdade ianque e um sentimento de autoexpressão e exploração dos oriundos do Grater Appalchia. Isso teria influenciado na capacidade de desenvolvimento de produção cultural e de tecnologia da informação. A Left Coast foi também o berço do surgimento da New Age e do movimento hippie, sendo sede do Festival de Monterey, antecessor do Woodstock. A atual vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, é do Left Coast. Importantes cidades como Los Angeles, São Francisco, San Diego, San José, Seattle e Portland estão nessa subnação. A UCLA (Universidade da California de Los Angeles) foi sede do Maio de 68 estadunidense e hospedou alguns do mais importantes intelectuais das pautas identitárias do mundo, como Herbert Marcuse e Angela Davis. The Left Coast apresenta-se como a subnação que mais se alinha com o Yankedom e que mais possui conflitos com Far West.


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Notícias do mundo: Elementos históricos fundantes para a compreensão da geopolítica atual


Em 1913, um ano antes do início da 1ª Guerra Mundial, foi criada a Reserva Federal dos Estados Unidos (FED) aos moldes de um Banco Central que serve aos interesses de ganhos financeiros especulativos da banca e financistas internacionais. Esse acontecimento foi o início de um processo mais intenso de destruição de um modelo capitalista de produção de bens baseados na economia real, que tinha existido até então.


Em 1944 entra em prática o sistema de economia internacional baseado no dólar e pactuado nos Acordos de Bretton Woods. Durante os anos 1950 iniciaram as reuniões e esforços para colocar fim ao modelo econômico de crescimento ilimitado iniciado em 1492, com o descobrimento da América. Em 1949 o Tratado de Washington criou a OTAN. Em 1954 foi criada a organização transatlântica para a governança de interesses imperialistas Clube Bildeberg. 


Após a Guerra dos 30 anos entre católicos e protestantes, que perdurou entre 1618 e 1648, instaurou-se a paz de Vestfália, que institui os estados nações modernos. Os modelos de governança transatlânticos que surgiram na década de 1960 buscaram eliminar o conceito de Estado nação e instituir o conceito de empresa mundial S.A. como uma organização privada que possui muito mais poder econômico, financeiro, militar e político que qualquer outro tipo de organização na face da Terra, incluindo os estados soberanos. Seria o mesmo que uma Companhia Britânica das Índias Orientais elevado a enésima potência. A ideia de uma empresa mundial partiu de decisões dos mais importantes representantes governamentais e empresariais do mundo durante a reunião do Club Bildeberg que aconteceu na cidade de Mont-Tremblant, no Canadá, em 1968.


Em 22 de novembro de 1963 assassinam o Presidente John Kennedy, que exercia um papel importante em uma agenda política anti-imperialista e que promovia avanços contra o capitalismo financeiro. Com a Ordem Executiva 11110 de 4 de junho de 1963, Kennedy tirava autoridades financeiras do FED, eliminava o peso da dívida para o governo estadunidense e ainda criava um modelo de desenvolvimento industrial e tecnológico sem influência de especuladores. Em 1971 foi anunciado o fim da paridade entre o ouro e o dólar. Em 1973 acontece a aliança entre Henry Kissinger e a monarquia saudita que culminou no sistema de petrodólares. Em 1974 aconteceu o golpe de Estado do qual fez parte Hillary Clinton contra o Presidente Richard Nixon, conhecido como Watergate. 


Em 1979, Deng Xiaoping e Jimmy Carter firmaram um acordo secreto de não agressâo militar de 40 anos que foi ampliado em mais 2 anos e, portanto, encerra em 2021. Isso permitiu que Estados Unidos e a classe militar chinesa (dragões amarelos) alavancassem os elementos fundamentais para a base do neoliberalismo e se tornassem os dois parceiros estratégicos mais importantes do mundo. Desde então a China ajudou os EUA a conspirar pelo fim da URSS e a planta industrial dos EUA migrou para a China, onde trabalhadores recebem salários muito baixos e não há sindicatos. Isso serviu para a pauperização quase completa e desmobilização sindical da classe trabalhadora e média nos EUA. A China também passou a ser o principal comprador de papeis referentes a dívida estadunidense, sistema esse que alavancou o modelo de capitalismo financeiro especulativo e não produtivo baseado em Wall Street.  Em 1981, Paul Volcker lidera a política conhecida como Reaganomics, baseada no neoliberalismo e expansão econômica assentada em dívida.


Durante a década de 1960 a burocracia estatal soviética iniciou acordos secretos e esforços para a união com os EUA e demais potências ocidentais em um sistema único mundial. O representante maior desse projeto foi Mikhail Gorbatchov. Isso levou a iniciativas como a Glasnost e a Perestroika e na dissolução e expropriação do Estado soviético. Esses mesmos burocratas foram traídos, já que o poder e a riqueza não foi dividida com eles, uma prática muito costumeira do imperialismo. O Papa polonês e representante da Opus Dei, João Paulo II, exerceu um papel fundamental para o fim da URSS e desmontagem do bloco comunista. O país, que tinha um crescimento econômico de 10% ao ano no início dos anos 1990, não perdeu a Guerra Fria, apenas se fundiu ao sistema especulativo financeiro de expropriação capitalista.


Em 1991 inicia o fim sistemático do sistema capitalista, que tinha como última fonte de expropriação para o seu sustento todo o patrimônio e ativos da URSS. Esses ativos serviriam como fonte de sustentação para o capitalismo até aproximadamente o ano de 1997, quando estoura a crise dos Tigres Asiáticos. Em 1998 inicia a crise russa. Nos anos 1980 a fonte de recursos para a sustentação desse modelo de capitalismo financista foram os ativos da América Latina, através da crise da dívida externa fabricada pelo próprio EUA. Nos anos 2000 as fontes de expropriação foi a classe média europeia e hoje é a própria classe média estadunidense.


Em 2000 inicia as crises de confiança corporativa (Enron e Arthur Andersen) e Pontocom (Bolha da internet). Em 2001 acontece os eventos do 11 de setembro que levam às guerras do imperialismo contra o Afeganistão e o Iraque. O combate ao jihadismo internacional, que as próprias agências de inteligência estadunidense criaram e financiam junto ao governo da Árabia Saudita (wahabismo), fez com que se criasse toda uma legislação "antiterrorismo" que restringiu direitos civis e criou a base de um Estado fascista dentro dos EUA: USA Patriot Act. Em 2007 inicia a crise da dívida na Europa. Em 2008 inicia a crise do "subprime" (Lehman Brothers) nos EUA. Em 2011 inicia o escândalo do político socialista francês e então diretor geral do FMI Dominique Strauss-Kahn. 


Em 2012 Barack Obama retira de seu conselho econômico todos os representantes da Goldman Sachs e JP Morgan. Em 2014 tornam-se pública as manipulações financeiras práticas no governo Obama para a emissão de "quantitative easy". Em 2016 ascende Donald Trump e o Brexit. Isso marca a redução de status dos mega-bancos e a ascensão dos giga-bancos: Black Rock, Fidelity, Vanguard e State Street.


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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

APEOESP acerta ao colocar condições sanitárias para o retorno presencial


O sindicato dos professores da rede pública estadual de São Paulo, APEOESP, colocou todos os problemas da volta às aulas presenciais para a população e o governo. Os alunos, bem como seus pais, atenderam ao chamado e apenas 5% destes estiveram presente nas escolas. Enquanto isso, os professores em, assembleia virtual, decidiram entrar em greve, no dia 08 de fevereiro de 2021.

A APEOESP está correta em exigir que os professores tenham sua vida resguardada e aceita apenas a vacinação como proteção efetiva contra a contaminação, por isso sua postura é correta e mostra que o Secretário da Educação e Dória fazem demagogia com a vacinação e com a pandemia, ao passo que envia milhares de professores e alunos para uma contaminação. 

A greve ainda é fraca e está politicamente ligada a uma propaganda muito confusa, sendo combativa pela base por meio da palavra de ordem de greve total. Assim, estamos vendo que as vacilações iniciais estão sendo superadas pela categoria e que a unificação com os demais profissionais da educação, como é o caso dos professores da rede municipal de São Paulo, aumenta a força da greve. 


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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Carreatas Denunciam O Caráter Burguês Das Manifestações Pró-Impeachment


Como já denunciado por este jornal anteriormente, é sempre necessário compreender os interesses reais da burguesia, em dada situação, para decifrar seus movimentos, através de seus aparatos políticos e midiáticos. Sendo, assim, o interesse burguês reassumir o poder político, que hoje é de Bolsonaro (ou dos militares) para concluir de vez o processo do golpe de 2016*, suas energias serão voltadas à desmoralização do atual presidente, em especial nos aspectos científicos (vide sua negligência com a pandemia e a disputa da vacina) e identitários (misógino, homofóbico, racista...), além de mobilizações mais incisivas no Congresso pelo Impeachment, já que, agora, há a possibilidade do próprio Congresso indicar o substituto provisório, sem eleições gerais.

Diante toda essa mobilização dos políticos e da mídia, natural seria a iminente manifestação do povo. Primeiro nas redes sociais, agora nas carreatas. É a Frente Ampla, que não cabe mais no Congresso e já inunda as ruas com seu barulho que não quer dizer nada. Uma nova festa patriota, democrática e apartidária, relembrando até 2013. onde o discurso político pode ser traduzido em uma mera buzinada. Para a Esquerda, parece um sonho ver tanta gente mobilizada, inclusive do lado oposto, sob a palavra de ordem "Fora Bolsonaro". O que falta, não de hoje, é entender o contexto.

As carreatas são como os panelaços: servem apenas para fazer barulho e apelo, sem apresentar qualquer teor político informativo, como discursos ou panfletagens, que é onde está o real sentido de ir para a rua e, de alguma forma, dialogar com a população. Portanto, trata-se de uma ferramenta da direita fazer política. A esquerda deve ir a rua sim, mas através de atos que consigam dialogar com o povo. Uma mídia particular, como um JORNAL, também é imprescindível para a comunicação de ideias revolucionárias.

A esquerda deve ter o senso crítico que Bolsonaro não é o último problema e provavelmente está longe de ser o maior. Se aliar com a Frente Ampla para tirá-lo a qualquer custo é servir aos interesses do golpe, já que abrirá mão de organizar uma política de base e será submissa aos interesses burgueses dos partidos de direita do "Centrão", que continuarão sucateando a qualidade de vida do trabalhador quando chegarem ao poder, assim como Bolsonaro já faz.


*Link: https://faroloperario.blogspot.com/2021/02/o-impeachment-de-bolsonaro-como.html


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O Impeachment De Bolsonaro Como Consolidação Do Golpe Burguês


Nesses últimos dias podemos perceber, novamente, uma grande movimentação midiática denunciando a negligência do governo Bolsonaro quanto o gerenciamento da crise pandêmica, além de uma retomada ao apelo do impeachment do presidente nas redes sociais. Não é novidade para ninguém que, desde o início, o governo atual é fascista, genocida e entreguista, mas porque essa revolta, de aparência popular, surge e ressurge apenas em determinados momentos, sem nenhum forte caráter consolidado? E porque só agora aparece a tendência da Câmara considerar a abertura do processo de impeachment?

O cerne das respostas destas questões está no fato de que estas movimentações não são totalmente espontâneas por parte das massas, mas sim, conta com o poder de influência do aparato burguês (a grande mídia e os partidos de direita clássicos) para concluir a transição do governo atual a um modelo neoliberal mais brando e que, ao mesmo tempo, satisfaça a burguesia e consiga agradar minimamente a esquerda menos politizada.

Desde o impeachment de Dilma Roussef por conta das Pedaladas Fiscais (ato ínfimo perto do genocídio fascista atual), foram aplicadas diversas medidas jurídico-midiáticas mais incisivas com o intuito de, primeiramente, desmoralizar a esquerda, como a prisão de Lula e o grande esquema das Fake News no período eleitoral de 2018. Bolsonaro surge então não como um representante ideal dos interesses burgueses, mas como peça-chave para a comoção das massas e o embate ideológico da direita contra a esquerda. Já em seu mandato, Bolsonaro tem cortado ou limitado relações internacionais importantes de cunho comercial e comprado briga com setores da Câmara e da grande mídia, fatores que constituíram a atual polarização Extrema Direita X "Centrão" (a direita clássica junto à esquerda burguesa) e que configura a burguesia como a principal interessada no impeachment, visto que a esquerda ainda se encontra desmoralizada e neutralizada. 

Daí então surge o segundo passo do golpe: isolar Bolsonaro no Congresso e atacá-lo, via grande mídia, em pontos estratégicos, que não coincidam com a agenda burguesa (como o sucateamento das leis trabalhistas e falta de subsídios à classe trabalhadora em meio a crise). Dessa forma, a questão da pandemia é extremamente oportuna para insurgir os chamados "políticos-científicos", como Doria: os novos favoritos da burguesia para as próximas eleições, que ao se colocarem superficialmente acima da direita e da esquerda, e a favor da ciência e da saúde (também superficialmente), ganham apoio da direita liberal e da esquerda, munida de oportunismo eleitoreiro por parte de seus representantes políticos, e de desespero por parte da população.

Assim, detendo o monopólio midiático, a burguesia dá a tona das movimentações da classe média enquanto esta, sob sua clássica soberba intelectual, nega tal influência em vista de afirmar um suposto caráter revolucionário nos protestos de impeachment. Porém, a manipulação é nítida quando percebemos o teor despolitizante e anti-dialogante das manifestações. A disputa ideológica entre Direita X Esquerda foi deslocada para um âmbito moral, onde esta última, inflada pela vitória de Joe Biden (o Bem) sobre Trump (o Mal) e pelo desgaste de Bolsonaro (a ignorância) perante os representantes do "Centrão" (o "bom-senso"), se sente a vontade e no direito de adotar uma postura tão arrogante e intransigente quanto a Extrema-Direita. Trata-se do novo exército a serviço da burguesia para 2022, assim como os eleitores bolsonaristas foram em 2018. Tudo isso enquanto a Câmara faz sua parte e atua mais incisivamente, já que, caso o impeachment do presidente e do vice ocorra nos últimos dois anos do mandato, o substituto é escolhido pelo próprio Congresso, que já deve ir preparando o terreno, nesse período, para o candidato definitivo da burguesia nas eleições.

Devemos sempre estar atentos as movimentações da classe média pois, em geral, esta está inflada de oportunismo, despolitização e manipulação midiática. Temos como exemplo justamente esse surgimento e desaparecimento dos protestos de impeachment de Bolsonaro, sempre de acordo com o desejo de satisfação de algum interesse pontual da burguesia.


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Os tubarões da educação



Estamos servindo de comida barata dos tubarões da educação nesta pandemia, que vão forçar abrir as escolas com medo de quebrar. Eles nos levam pra cova antes de verem uma moeda saindo de seus bolsos.

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