segunda-feira, 14 de março de 2022

Está surgindo uma nova ordem mundial?

G7

A guerra da Ucrânia não pode ser analisada como um evento isolado. Essa guerra terá consequências a nível mundial e alguns setores dizem que o feito pode representar o surgimento de uma nova ordem mundial.

No entanto, uma nova ordem mundial, que representasse a troca dos países imperialistas atuais por um novo conjunto de países imperialistas, não é possível. Os marxistas já analisaram muito a questão do imperialismo e demonstraram, inclusive na prática com a revolução russa, que o imperialismo é a última etapa do capitalismo e que a luta das burguesias dos países atrasados contra o imperialismo levará inevitavelmente à ditadura do proletariado, não a novos países capitalistas desenvolvidos.

Porém, é possível que com a polarização entre os países, haja um distanciamento ainda maior entre os países imperialistas e alguns países oprimidos, surgindo assim blocos de países.

Um desses blocos trata-se do conjunto de países que vão estar aliados à hegemonia imperialista dos países do atlântico norte sob a liderança dos EUA, mas com outras nações importantes como o Reino Unido. Os países europeus, no geral, pertencem a esse bloco. Esse bloco deve perpetuar a velha política imperialista pautada na espoliação, na guerra e na traição. Seu modelo econômico baseia-se em uma economia não produtiva, em que todos os indicadores econômicos de produção, emprego e consumo apresentam queda constante. A especulação financeira, a contravenção e a criminalidade são elementos necessários dessa estrutura.

O outro bloco seria liderado por China e Rússia e apresenta ao mundo uma alternativa econômica baseada na produção e no consumo. O principal projeto chinês para isso são as novas rotas da seda. China e Rússia possuem uma parceria estratégia importante e duas semanas antes do início da guerra aprofundaram essa aproximação. Putin, em discursos, tem afirmado mais de uma vez que todo esse movimento levará ao estabelecimento de uma nova ordem mundial. Países como Índia, Afeganistão, Paquistão, Irã e Síria apresentam diversos indícios de que podem se associar a esse bloco. Na América Latina países como Argentina, México, Bolívia, Cuba, Nicarágua e Venezuela possuem cooperações econômica ou militar com Rússia e China. A China também tem patrocinado um conjunto de investimentos em infraestrutura na África e a Rússia tem auxiliado a Síria.

Se vencer a guerra a Rússia ganhará importantes benefícios econômicos e esses benefícios podem ser repartido entre os diferentes países que cooperarem com ela. Se vencer a guerra, a Rússia deve exercer uma influência enorme nas regiões do Mar Negro e do Mar de Azov e isso está nos planos chineses de ampliação do terreno da nova rota da seda. Se o surgimento de dois blocos se fortalecer, cabe ao Brasil, e a todos os países do mundo, escolher se ficarão ao lado do modelo bélico-extrativista do imperialismo norte-americano ou ao lado do modelo pautado em crescimento econômico, investimentos, produção e consumo chinês e russo.

Para isso, é necessário que nosso país enfrente o golpe de estado de 2016, dado pelo imperialismo mundial, principalmente pelos EUA. A única maneira de fazer isso é se colocar nas ruas por Fora Bolsonaro e por Lula presidente.

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