quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Nada para comemorar: mais uma perseguição política

Rodrigo Junqueira (PSL)

As eleições deveriam ser o campo da soberania do voto popular, sendo este o único critério legítimo e válido dentro do pleito. Nenhuma decisão jurídica deveria tirar, multar ou punir qualquer candidato em uma democracia. 

Em Ribeirão Preto, uma das mais importantes cidades do interior de São Paulo, a candidatura de Rodrigo Junqueira do Partido Social Liberal (PSL) foi anulada pela Justiça Eleitoral sob o pretexto de que o partido havia se dissolvido e não reconhecia a decisão de lançar candidatura. A decisão judicial, que retira a autonomia do partido, é uma perseguição pura, mostrando que só vale o que a Justiça determina. 

Junqueira ainda presidia o diretório municipal quando, por cima, a direção estadual desmontou o partido sem, como ele mesmo afirma, ter o direito de ampla defesa. Mesmo assim, realizou-se uma convenção partidária que colocou seu nome para a disputa. Como não havia força política para paralisar tal ato, a manobra realizada para impedi-lo foi apelar ao Judiciário e o Ministério Público Eleitoral se manifestou para tolher-lhe o direito político. 

O exemplo de Ribeirão Preto mostra que não basta ser afiliado aos setores mais conservadores e reacionários da política para não ser alvo das arbitrariedades do regime, mesmo um bolsonarista convicto como ele é apenas uma peça débil de toda a estrutura política. Desgraçadamente, a esquerda da cidade, ao invés de se levantar uma perseguição bárbara e inaceitável dos direitos políticos de um cidadão, age como uma plateia sádica em um auditório, aplaudindo o esmagamento de mais um indivíduo desprovido de poder. Tal postura oportunista se baseia nas ilusões políticas que mantêm, a ilusão de que sem mobilizar o povo pode, por caminhos escusos, alcançar um cargo. 

Em 2016, Chiarelli foi alvo de uma manobra semelhante, porém muito mais truculenta, na qual foi perseguido, preso e silenciado. Onde estavam os oportunistas de esquerda? Fazendo chacota e repetindo os ataques da Globo contra ele, enquanto a cidade era entregue para os tucanos. Não é necessário ser gênio para entender o que vai acontecer desta vez, por isso não vai surpreender ninguém a reeleição de Nogueira mesmo sendo odiado na cidade. 

Para quem não está embebido nas próprias fantasias de subir na vida, tem pela frente a tarefa de libertar a cidade das perseguições e arbitrariedades, o que ocorrerá apenas por uma mobilização popular operária. Aqui, o texto feito não é simplesmente uma defesa dos direitos de Rodrigo Junqueira, que nem deveriam ser defendidos, posto que não deveriam depender da vontade de ninguém. O que se faz aqui é mostrar ao povo que a direita, por mais que se faça de valente, não tem poder para ultrapassar o regime e só poderá se submeter a ele, da mesma forma que Chiarelli fez: silencioso e com uma bíblia na cadeia. Chiarelli vai buscar esquecer seus fantasmas do passado, já que a qualquer momento podem atormentá-lo novamente, por isso sua campanha vai passar longe de explicar as ilegalidades que foram cometidas contra ele. 

Chiarelli (Patriota)

Enquanto a esquerda ri, os tucanos se fortalecem, menos uma candidatura para atrapalhar. Ao contrário da direita, que cala seus inimigos para se manter no poder, o Farol Operário é o veículo de comunicação que luta pela liberdade, contra o golpe e por um governo operário. É um jornal que sabe de sua tarefa histórica e jamais fará qualquer concessão aos poderosos: o governo operário é uma construção dos trabalhadores organizados em partido com centralismo-democrático. Não vai ser calando as pessoas, mas organizando os trabalhadores que derrotaremos o golpe e transformaremos esta sociedade em uma sociedade avançada e igualitária. 


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