quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Amazônia, espólio da invasão do Brasil

Vamos direto ao ponto: A região da Amazônia sempre foi objeto de desejo e cobiça por parte das potências imperialistas. Nunca foi considerada como território brasileiro (ou colombiano, venezuelano, equatoriano, peruano, boliviano), sempre foi retratada, nos mapas das escolas dos EUA, como "patrimônio internacional da humanidade" ou qualquer baboseira do tipo. Essa lógica se disfarça de uma pretensão preservacionista, ambientalista, e, apesar dos mapas das escolas brasileiras (ainda) não retratarem a Amazônia como patrimônio internacional, sempre compramos o discurso ambientalista imperialista, ecletista e genérico, não adaptado à realidade local.

Uma falsa contradição, portanto, a esse discurso e essa lógica preservacionista, seria a devastação da floresta para plantar soja e criar gado: nós, povo brasileiro, somos soberanos, e fazemos o que quisermos com a floresta, podemos inclusive queimá-la. Essa lógica é falsa, pois o povo brasileiro não está queimando a Amazônia, quem o faz são uns poucos latifundiários, com interesses econômicos de curtíssimo prazo, e que, além disso, não beneficiam em nada o país, já que embolsam o lucro (sendo, inclusive, quase sempre, isentos de imposto). 

Esses ruralistas, apesar de parecerem indivíduos isolados, são articulados pelo imperialismo: os lucros da venda da soja, da criação do gado, são, em parte, embolsados pelos proprietários, e, em parte, exportados: A decisiva desindustrialização do país implica que todos esses produtos serão exportados crus, como insumos, a preços irrisórios, e serão industrializados fora. Ou seja, a exploração de riqueza feita dessa maneira é uma exploração imperialista.

Soma-se a isso o fato de que a Amazônia é a região mais rica em recursos naturais do mundo, sendo que, primeiramente, a floresta, por sua quase infinita biodiversidade, tem um valor científico inestimável, e é capaz de fornecer enormes avanços científicos e tecnológicos, nas áreas biológicas, por exemplo. Em segundo lugar, é uma das regiões mais ricas do mundo em recursos hídricos: a água doce é uma riqueza muito cobiçada pelos imperialistas. E por último, e mais importante, os minérios: embaixo da floresta, se encontra quase toda a tabela periódica: há ouro, há urânio, terras-raras, e diversos outros minérios valiosos. A devastação da floresta para produzir soja e gado não tem valor nenhum, se comparada com a verdadeira riqueza da Amazônia.

O discurso imperialista de que o Brasil não preserva a floresta, de que ela é o "pulmão do mundo", e que, por isso, o país deveria perder a soberania sobre ela se alinha à cobiça dos monopólios internacionais de devastarem, eles mesmos, a Amazônia. Dois fatos importantes, aqui. Primeiro, os ruralistas estão defendendo a venda de terras para estrangeiros. Segundo, a estratégia do imperialismo parece ser deixar que os latifundiários, aliados ao governo Bolsonaro, destruam a floresta, para que, após isso, tenham motivo para tomar a região do Brasil, sob um pretexto preservacionista, ambientalista. A partir daí, virão as grandes empresas farmacêuticas, as mineradoras, etc.

A população local também está nos planos do imperialismo: uma região rica em recursos não deve ter dono, a não ser eles próprios. Por isso, estão operando o genocídio contínuo dos povos originários, e mesmo da população local não indígena, por diversos meios. Fazem isso porque uma terra rica e vazia de pessoas é mais fácil de ser sugada até o fim. 

Portanto, é preciso formular uma política própria, nacional, para a exploração sustentável da Amazônia e a colonização da terra, além da valorização dos povos que já a ocupam. É necessário organizar essa atividade, seja pelo manejo sustentável, seja por outros meios que, ao mesmo tempo, preservem a floresta, mantenham a riqueza nas mãos do povo brasileiro - principalmente, dos índios, e não de imperialistas ou latifundiários colaboracionistas e, por fim, façam avançar as forças produtivas e o conhecimento científico da humanidade. 

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