Lula, em uma publicação no Twitter, foi claro: "É alarmante perceber que velhas teorias sobre rivalidades com vizinhos estão sendo ressuscitadas e que nossas Forças Armadas podem vir a ser utilizadas para ações incompatíveis com os princípios constitucionais de não intervenção e da autodeterminação dos povos. A preocupação aumenta quando assistimos o alinhamento automático e a submissão ilustrada pelo vergonhoso vídeo de um general brasileiro tratado como empregado pelo chefe do comando sul dos EUA, o mesmo responsável por possíveis ações armadas contra países latino-americanos".
O presidente Lula está certo. O Ministério da Defesa, em um documento recente, previu a possibilidade de conflitos e tensões na região, ou, o "entorno estratégico" do Brasil. Isso é, na verdade, uma ameaça de invasão contra a Venezuela, a serviço dos EUA. Os EUA, no caso, têm uma política de invasão e agressão desde sua independência: o país nasceu fazendo genocídio de tribos originárias, para tomar seus territórios, e não parou desde então.
Contudo, com o avanço da crise do capitalismo, o país não é capaz de arcar com os custos de uma invasão: está fraco demais. A solução é a criação de facções ou Estados submissos para atuarem como legiões estrangeiras. É o caso do Oriente Médio: na Síria, na Líbia, no Iêmen e no Iraque perduram guerras extremamente sangrentas, sem lado vencedor, que são travadas pelos respectivos governos contra várias facções de "rebeldes", e até pelo governo saudita, no caso do Iêmen. A consequência dessas guerra eternas não é a criação de um governo submisso aos EUA, simplesmente: é a devastação completa desses países.
O que aconteceu no Oriente Médio pode muito bem acontecer na América do Sul. Os EUA, sem capacidade para invadir a Venezuela, vão colocar seus fantoches para guerrear contra ela, principalmente Brasil e Colômbia. Essa guerra não vai acabar rápido, não terá vencedores: A Venezuela é capaz de se defender, e Brasil e Colômbia não são capazes de levar uma invasão a cabo. A consequência disso é só uma: a devastação da América do Sul, a morte de milhões de pessoas, a fome, e mesmo possível desmembramento do Brasil em vários países (especialmente com o roubo da Amazônia).
O objetivo dos EUA, do imperialismo no geral, é este: balcanizar uma região antes unida e fraterna, sem motivos para inimizades. E não nos enganemos: o imperialismo não vai parar até que esse objetivo seja cumprido.
Lula, na ocasião de denunciar essa situação, afirmou que o Brasil precisa recuperar sua soberania. Nada mais certo. E, para isso, precisamos de um governo dos trabalhadores! Fora Bolsonaro e fora Uribe! Fora a intervenção dos EUA na nossa política! Pela paz e cooperação entre os povos!
Colabore com nossa imprensa operária, assine o Farol Operário: https://apoia.se/faroloperario
Nenhum comentário:
Postar um comentário