sábado, 9 de maio de 2020

Editorial 04/05/2020: Somente o Fora Bolsonaro evitará mais mortes pelo coronavírus

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Enquanto nos bastidores do governo da direita golpista aparece na superfície certa oposição entre ex-ministro da Justiça, o golpista Sérgio Moro, e o presidente Bolsonaro, isso, na realidade, a partir de uma avaliação política mais compassada, revela uma cisão dentro da burguesia: o presidente Bolsonaro - após cumprir seu papel político para a classe dominante, depois de coordenar a reforma previdenciárias, roubando o direito de aposentar dos trabalhadores; está, por conta da crise sanitária do coronavírus, sendo tensionado para abandonar o posto.


O problema é que o marco que se coloca a política brasileira neste momento não se apresenta como o mais favorável aos trabalhadores. Se sofrer impeachment e ser sucedido pelo General Mourão e, assim, a direita continuará no controle do Governo Federal e o cenário não se modificará, porque a ala do Mourão é a "normal" da burguesia, do Centrão e da direita golpista. Ainda, é preciso lembrar que o General Mourão está ligado a ala militar, ao braço forte do Estado. Em outras palavras, defender o vice-presidente pode levar a consequências imprevisíveis no cenário político. A burguesia pode optar, caso o impeachment seja ineficaz ou até para proteger o Bolsonaro contra esse processo, em movimentar as forças armadas para um eventual golpe militar. Isso tem que ser deixado claro, o Mourão no governo do Bolsonaro corresponde a um possível uso das forças armadas para que a direita mantenha seu poder político.



Por conta da direita continuar assumindo o poder político, o governo não conseguiu conter as contaminações pelo coronavírus. O número de mortes não para de crescer e hoje o Brasil atinge a marca do 3º país com mais mortes diárias pelo coronavírus, são 428 mortes diárias, atrás do Reino Unido, com 678, e dos EUA, com 1807. O país já passou a Itália, com 343 mortos por dia. Está faltando leitos nos estados do Amazonas, Pernambuco Rio de Janeiro, o número e morte é tão grande que está faltando espaço nos necrotérios, os corpos estão sendo colocados em contâineres, muitos mortos estão pendentes de confirmação da causa da morte porque estão faltando testes, ou seja, não se sabe o número real de infectados, a estimativa é que os infectados são 15 vezes mais se comparado aos números oficiais - hoje (04) estamos com 103 mil casos confirmados e mais de 7 mil mortos.

Não só na área da saúde, a incompetência do Estado, liderado pela direita golpista, levou, entre fevereiro a março, a demissão de 507 mil trabalhadores (DIEESE), ou seja, ao invés de adotar medidas contra o desemprego nessa época de crise, aprova a MP 905/19 que fragiliza mais o contrato de trabalho e retira benefícios do trabalhador. Essas medidas expressam como o governo da direita golpista é contra o trabalhador e seus direitos.



O cenário é desfavorável ao povo. É preciso organizar de maneira real a população para enfrentar o governo golpista como um todo. A esquerda tem o dever de manter seus postos e princípios classistas e defender o interesse do trabalhador. Não se deve fazer alianças com os golpistas, com a direita, pois foram eles que deram o Golpe de Estado contra a presidente Dilma Roussef em 2016 e foi a articulação da direita que prendeu o Lula através da Lava Jato e fez com que o Bolsonaro vencesse as eleições presidenciais de 2018.



Está na ordem do dia discutir no seio dos partidos políticos, sindicatos, organizações de luta a organização popular pelo Fora Bolsonaro, medida capaz de unificar politicamente a população num programa contra a direita e contra o descaso desse governo com as mortes pelo coronavírus. Fora Bolsonaro e Eleições Gerais. O povo deve controlar o processo político ativamente e não deixar que a direita continue controlando a política por meio de golpes e manobras eleitorais.
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