quarta-feira, 6 de maio de 2020

202 anos do nascimento de Karl Marx

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Em 5 de maio de 1818, nasce Karl Marx em Tríer (Prússia Renana). Marx, enquanto teórico, trouxe em definitivo, a compreensão científica do desenvolvimento histórico da sociedade, expôs a dinâmica da luta de classes, desvelou a relação do ser humano com a produção da vida material. E, por fim, no seu último empreendimento científico, revelou o "mistério" da exploração do homem pelo capital.
Nas palavras de seu amigo Engels,

"Assim como Darwin descobriu a lei do desenvolvimento da Natureza orgânica, descobriu Marx a lei do desenvolvimento da história humana: o simples fato, até aqui encoberto sob pululâncias ideológicas, de que os homens, antes do mais, têm primeiro que comer, beber, abrigar-se e vestir-se, antes de se poderem entregar à política, à ciência, à arte, à religião, etc; de que, portanto, a produção dos meios de vida materiais imediatos (e, com ela, o estágio de desenvolvimento econômico de um povo ou de um período de tempo) forma a base, a partir da qual as instituições do Estado, as visões do Direito, a arte e mesmo as representações religiosas dos homens em questão, se desenvolveram e a partir da qual, portanto, têm também que ser explicadas — e não, como até agora tem acontecido, inversamente.
Mas isto não chega. Marx descobriu também a lei específica do movimento do modo de produção capitalista hodierno e da sociedade burguesa por ele criada. Com a descoberta da mais-valia fez-se aqui de repente luz, enquanto todas as investigações anteriores, tanto de economistas burgueses como de críticos socialistas, se tinham perdido na treva.
Duas descobertas destas deviam ser suficientes para uma vida. Já é feliz aquele a quem é dado fazer apenas uma de tais [descobertas]. Mas, em todos os domínios singulares em que Marx empreendeu uma investigação — e estes domínios foram muitos e de nenhum deles ele se ocupou de um modo meramente superficial —, em todos, mesmo no da matemática, ele fez descobertas autônomas" (ENGELS, Discurso Diante do Túmulo de Karl Marx, 1883).

Como militante revolucionário, Marx fez grandes contribuições ao movimento operário na organização para a revolução. Na atividade jornalística, de denúncia às injustiças realizadas pelo governos, começou como redator da Gazeta Renana, em 1842, tendo suas produções censuradas pela monarquia prussiana e, por fim, levando ao fechamento do jornal (1843). Em Paris, escreve parte de uma revista com Arnold Ruge (hegeliano de esquerda). Lá é expulso por ideias subversivas e ruma para Bruxelas. Na revolução de 1848, é expulso da Bélgica, passa pela França pós-revolucionária e retorna para Colônia, na Prússia, onde funda, em 1849, a Nova Gazeta Renana. É novamente expulso da Prússia, tenta fixar-se na França, sendo expulso novamente para que, por fim, fixa residência em Londres, no ano de 1849, onde fica em definitivo.

"Pois, Marx era, antes do mais, revolucionário. Cooperar, desta ou daquela maneira, no derrubamento da sociedade capitalista e das instituições de Estado por ela criadas, cooperar na libertação do proletariado moderno, a quem ele, pela primeira vez, tinha dado a consciência da sua própria situação e das suas necessidades, a consciência das condições da sua emancipação — esta era a sua real vocação de vida. A luta era o seu elemento. E lutou com uma paixão, uma tenacidade, um êxito, como poucos. A primeira Rheinische Zeitung (Gazeta Renana) em 1842, o Vorwärts! (Avante) de Paris em 1844, a Brüsseler Deutsche Zeitung (Gazeta Alemã de Bruxelas) em 1847, a Neue Rheinische Zeitung (Nova Gazeta Renana) em 1848-1849, o New-York Tribune[em 1852-1861 — além disto, um conjunto de brochuras de combate, o trabalho em associações em Paris, Bruxelas e Londres [...] (Idem)"

Deu a forma internacionalista da classe operária pela criação da Primeira Internacional, em 28/09/1864, na cidade de Londres, (I Associação Internacional de Trabalhadores), reunindo representantes dos trabalhadores da própria Inglaterra, Alemanha, Itália, França e de outros países, além de agregar as tendências comunistas, anarquistas e sindicalistas. E os resultados foram promissores, pois as metas da Primeira Internacional foram alcançadas: a formação de partidos socialistas e a tática desses partidos para tomar o poder político, veja-se a experiência de 1871 com a Comuna de Paris, a primeira experiência de um governo operário. A II Internacional, estabelecida por Engels, que a sucedeu levou a organização da revolução socialista em diversos países: na Rússia, em 1905 e 1917; na Alemanha, em 1918; na Hungria, em 1919.

"E, por isso, Marx foi o homem mais odiado e mais caluniado do seu tempo. Governos, tanto absolutos como republicanos, expulsaram-no; burgueses, tanto conservadores como democratas extremos, inventaram ao desafio difamações acerca dele. Ele punha tudo isso de lado, como teias de aranha, sem lhes prestar atenção, e só respondia se houvesse extrema necessidade. E morreu honrado, amado, chorado, por milhões de companheiros operários revolucionários, que vivem desde as minas da Sibéria, ao longo de toda a Europa e América, até à Califórnia; e posso atrever-me a dizê-lo: muitos adversários ainda poderia ter, mas não tinha um só inimigo pessoal.

O seu nome continuará a viver pelos séculos, e a sua obra também! (Idem)"

Sua militância e sua genialidade continuam contribuindo para a luta da emancipação da humanidade. Viva aos 202 anos de Karl Marx!

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