quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Glenn Greenwald foi censurado


Glenn Greenwald, jornalista responsável pela "vaza jato", por articular os vazamentos de Edward Snowden, atos que correspondem a um jornalismo verdadeiro e sério, mesmo que não precisamente marxista ou revolucionário, foi censurado por seu veículo midiático, o The Intercept, ao criticar Biden, e expor envolvimentos escusos de sua família.

Isso revela duas coisas. Primeiro, não há imprensa independente se for financiada pela burguesia (no caso do The Intercept, Pierre Omidyar, o bilionário fundador do eBay).

Segundo, a imprensa burguesa faz de tudo para censurar, no âmbito das eleições dos EUA, qualquer posição que entre no caminho do imperialismo hegemônico: ela apoia, firmemente, Joe Biden, que representa a ala mais violenta e beligerante do imperialismo.

Glenn está sendo acusado de ser um defensor, apoiador de Trump. Qualquer crítica, aliás, ao imperialista Biden, é vista como apoio ao "lobo mau", o Trump. Estamos diante de uma briga entre lobos maus, a diferença entre os dois não é muito grande, e, ainda assim Biden consegue ser pior, e trará mais guerra e instabilidade ao mundo, inclusive para a América Latina.

Nesse contexto, todo apoio a Glenn Greenwald, e repúdio total à censura!


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Editorial 20/10/2020 – O que está por trás das operações contra a corrupção?


Os noticiários televisivos apresentam toda semana um novo caso de corrupção, ora vindo do governo, ora vindo de outras alas políticas. O cidadão que acompanha estes casos apenas pela imprensa burguesa fica confuso, sem entender o que politicamente está acontecendo, sendo levado à um descrédito geral da política. 

As operações realizadas fazem parte da disputa política entre a direita golpista e o bolsonarismo. Ao que tudo indica, estamos em fase de reconfiguração política na qual cada ala usa seu poder persecutório para impor uma derrota ao inimigo. O exemplo é o Rio de Janeiro, onde Witzel foi derrubado com uma artimanha judicial organizada pelo bolsonarismo. 

Perante o esfacelamento de todo o regime político, a esquerda decidiu ficar a reboque da direita golpista, demorando para aderir ao Fora Bolsonaro e só fazendo isso como meio para a Frente Ampla. Assim, a disputa política foi levada às maquinações judiciais que são hoje noticiadas com alarde. A burguesia retira vantagem disso, pois momentaneamente evita a polarização e cria um clima de despolitização favorável para uma saída autoritária, que pode ser um dos desfechos para toda esta luta “institucional” contra a corrupção. 


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STF: como fazer demagogia eleitoral com os bolsonaristas?



Na quinta-feira (15/10/2020), o Supremo Tribunal Federal, por 9 votos a 1,  decidiu por manter a prisão do acusado por tráfico André do Rap. Com exceção do Ministro Marco Aurélio de Melo, os demais ministros da alta corte decidiram por deixá-lo preso.

Dias atrás, surgiu uma polêmica com a atitude do Ministro Marco Aurélio de Melo que, no sábado (10), determinou a soltura do André do Rap, interpretando ser ilegal a prisão dele com base no artigo 316 do Código do Processo Penal, já alterado pelo pacote anticrime. No mesmo dia, o presidente Lava-Jatista, Luis Fux, derrubou a decisão de Marco Aurélio, dizendo que era perigoso demais já que era um traficante internacional, acusado de vender “quatro toneladas de cocaína em organização criminosa violenta”.


O que a decisão do Luiz Fux e dos demais ministros lava-jatistas representa?


Cada vez que a Corte Suprema do país realiza tais decisões, todos os demais tribunais e juízes direta e indiretamente vão seguir esse novo entendimento. Do mesmo modo, a opinião popular, auxiliada pela mídia direitista, pende a defender o punitivismo, justificando que o traficante é “rico” e, por isso, justifica a punição. Atrás desse rico, estão inúmeros pobres e delinquentes que precisam enfrentar a justiça para ter dinheiro. É preciso lembrar que nosso país lidera os países mais desiguais do mundo (situa-se na 7ª posição no quesito renda, segundo o PNUD-2017), perdendo apenas para a África do Sul (o mais desigual decorrente do histórico Apartheid), Namíbia, Zâmbia e outros países do Continente Africano. Enquanto os problemas da pobreza e da miséria do país não foram resolvidos, o discursos punitivista e encarcerador servem para punir o pobre: uma arma do Estado para conter a delinquência decorrente da pobreza, portanto, da omissão do Estado. Num país onde há atualmente 14 milhões de brasileiros desempregados (PNAD-COVID/IBGE), esperar que a população morra de fome sem poder fazer nada  é um conto de fadas.

Nesse sentido, as ações do STF, intensificadas pela mídia golpista (Globo/Fantástico, Folha de São Paulo, Estadão) representam um apoio à demagogia dos bolsonaristas que, nas eleições municipais, utilizam-se do mote da “segurança” para ganhar votos e elegerem-se nas câmaras e prefeituras. Eis o mecanismo pérfido da vitória nas eleições: mídia golpista e ações que fortalecem o aparelho punidor do Estado contra o povo.


Mas o STF não era contra os bolsonaristas?


Essas oscilações políticas precisam ser alinhavadas em uma orientação política coerente e funcional senão se pensa que a cada hora o STF e a mídia mudam de lado, como uma biruta: ou para o bolsonarismo ou para a direita golpista. O aparelho Estatal punitivista e a mídia golpista representam em definitivo os mecanismos da direita. Dentro dela, há duas alas principais em contradição, a bolsonarista e a ala da direita tradicional. Em resumo, no entanto, caminham juntas para retirar os direitos da população, intensificar a força da mão pesada do Estado e recompensar os capitalistas financeiros. A diferença histórica foi o impulsionamento da ala bolsonarista (extrema-direita) porque a direita tradicional perdeu legitimidade eleitoral com as eras petistas e resgatou-se com a mobilização de uma base social bolsonarista e com manobras judiciais (impeachment da Dilma e prisão do Lula).

Frente a esse contexto político e histórico, a população vai à luta contra esses ataques realizados pela direita, em um movimento de afirmação da força da classe trabalhadora. Momento oportuno para a ação e mobilização. Como se pode ver, os ataques não cessarão até que esse regime político seja derrubado pela força das massas organizadas. 

 

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O tucano golpista Covas quer expulsar coletivo artístico do espaço na Zona Sul de São Paulo

 



O prefeito Bruno Covas (PSDB), por meio de sua Secretaria de Saúde, está expulsando o CITA (Cantinho de Integração de Todas as Artes/Espaço Cultural CITA) com uma ordem judicial. No local (rua Aroldo de Azevedo, Jd. Bom Refúgio, Campo Limpo), desenvolvem-se várias atividades artísticas e educacionais, são 10 atividades continuadas por ano, reunem-se 10 coletivos para promover esse trabalho para cerca de 180 pessoas de todas as faixas etárias inscritas nos projetos. Há 9 anos, então o CITA leva a cultura na Praça do Campo Limpo.

Há um abaixo-assinado intitulado #FicaCITA (https://www.change.org/p/prefeitura-de-s%C3%A3o-paulo-sp-fica-cita?recruiter=601754279&recruited_by_id=74a90b50-831b-11e6-b24a-971ae6e1abfa&utm_source=share_petition&utm_medium=copylink&utm_campaign=psf_combo_share_initial) e conta com mais de 5 mil assinatura para que eles possam continuar ali.

A Prefeitura alega que precisa realizar uma reforma no local para implantar o Centro de Testagem e Acolhimento IST/AIDS, que segundo a Subprefeitura está com risco estrutural. São esses argumentos pela expulsão dos membros do CITA. Houve um pedido para regularização da cessão de uso do espaço para que o CITA desenvolvesse suas atividades, no entanto, desde 2011 quando entrou-se com o pedido não se viu mais o processo. O Espaço Cultural está pedindo prazo para que adiem por mais tempo a desocupação do local.

A direita tem uma política truculenta com qualquer organização popular. Alega, para seus ataques, os nobres interesses sanitários e quando propõe-se um diálogo entre a comunidade e os governantes, “extraviam” o pedido de regularização. Quando o povo se organiza e desenvolve uma arte popular e conscientizadora, a direita passa o trator, não quer saber da cultura da população. Para ela, a cultura deve ser paga e só os ricos devem acessá-la. 


Fonte:https://ponte.org/prefeitura-de-sp-quer-expulsar-espaco-cultural-com-9-anos-de-funcionamento-na-periferia/

Por ter multa ou por pagar multa: Chiarelli sempre é culpado

Mais um capítulo esdrúxulo da perseguição de Chiarelli está se desenhando em Ribeirão Preto, deixando claro ao povo que não basta ser querido para ser eleito. Chiarelli é um político de direita, perseguido pela Justiça já foi condenado e preso na eleição anterior em que havia fortíssima chance de ser eleito. A bizarra condenação se deu pelo fato de ter ofendido Darcy Vera, acusando-a de corrupta e desonesta, o que hoje a imprensa burguesa apresenta como verdade em seus noticiários mesmo que ela ainda não tenha sido julgada, portanto sendo inocente. O “crime” de Chiarelli é propaganda dos jornalões burgueses, mas apenas Chiarelli é culpado. 

Em 2020, Chiarelli conseguiu lançar sua candidatura e sofreu vários ataques judiciais, sendo o primeiro deles feito em meados do mês de outubro para caçar seus direitos políticos. Buscou-se utilizar o fato de ter sido condenado por ofender Darcy Vera, mas agora que toda a imprensa burguesa encampa esta campanha persecutória contra a ex-prefeita, fica muito explícito o caráter persecutório e poderia dar mais destaque para Fernando Chiarelli. O primeiro pedido de impugnação foi negado, mas em seguida foi apresentado outro pedido relativo a uma multa que estava sendo parcelada por Chiarelli. Sem sair as ruas para denunciar o ocorrido, Chiarelli pagou a multa, o que lhe rendeu uma matéria tendenciosa da Globo com enfoque na procedência do dinheiro. 

Não somos uma república censitária, não se pode caçar o direito de participação de um cidadão por uma dívida ativa, por isso que se deve lutar para que não haja ingerência judicial nos processos eleitorais. Sábias são as palavras da Internacional Comunista: “O crime do rico a lei o cobre, o Estado esmaga o oprimido. Não há direito para o pobre, ao rico tudo é permitido”. 

Chiarelli estava indo bem nas pesquisas, mesmo com a manipulação realizada por uma pesquisa feita após ter sido colocada a impugnação de sua candidatura, pontuava ainda como segundo colocado consolidado. Note-se que a pesquisa foi realizada pela Rede Globo, maior máquina de manipulação e inimiga declarada de Chiarelli. A pesquisa ainda apresentava um salto da terceira colocada Suely Vilela para 14%, mesmo índice de Chiarelli, fazendo com que ela fosse aventada por alguns como possível candidata que iria ao segundo turno, o que causou todo um furor ainda mais persecutório contra Chiarelli. As eleições mostram o nível de oportunismo rasteiro de gente que ao invés de apontar o absurdo que ocorre contra Chiarelli, pedem votos às viúvas de Chiarelli. Quem acreditou na luta contra a corrupção que Chiarelli falava toma uma lição: a corrupção é uma forma de perseguir inimigos políticos, como podemos ver com Chiarelli que foi condenado por ter multa e pode ser condenado por ter pagado uma multa. 

A esquerda operário luta contra a opressão do Estado e toda sua maquinaria, somos contra o judiciário e expomos claramente todo tipo de perseguição que ocorre. Apenas uma luta política popular, guiada não por ilusões na pureza e honestidade, mas nos interesses de classe é que vão levar a mobilização para um caminho revolucionário.... E de onde vem o dinheiro da multa? Não sabemos, não fazemos ilações levianas para proveito próprio enquanto o voto popular é confiscado.  


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domingo, 1 de novembro de 2020

A Desigualdade Social na Pandemia



Constatou-se que a pandemia serviu como um grande catalisador para a desigualdade social no mundo todo, beneficiando principalmente empresários e acionistas ligados ao setor digital e de novas tecnologias. O estudo do Institute For Policy Studies e a Americans for Tax Fairness demonstra que a fortuna dos 643 estadunidenses mais ricos cresceu 29% desde o início da pandemia, em março. Ainda mostra que as fortunas analisadas passaram de US$ 2,95 trilhões, em março, para US$ 3,8 trilhões, em setembro.

O que explica isso é o próprio capital especulativo não parar e, em contra partida, se valorizar, em detrimento do baque financeiro que o trabalhador médio sofreu com a falta de serviços na pandemia. Esse grande excedente gerado obviamente não sai da bolha dos milionários e é dividido entre os próprios acionistas, evidenciando ainda mais a desigualdade em um momento extremamente crítico, que não pode ser amenizado por doações. A tributação de dividendos (diretamente às pessoas físicas, ao invés das pessoas jurídicas), com uma maior progressão na taxa de impostos de acordo com a renda, poderia ser uma mudança significativa no que tange a redistribuição financeira. No entanto, sabemos que esse tipo de iniciativa, no âmbito brasileiro, não se insere na prática Bolsonarista de governar.

Do outro lado da pirâmide, 176 milhões novos pobres podem surgir da crise sanitária, de acordo com a ONU, sendo, principalmente, aqueles que vivem na pobreza extrema as maiores vítimas, com muitos nem conseguindo o acesso ao auxílio emergencial, sem contar os trabalhadores que perderam seus empregos e direitos sociais frente à pandemia.

Dados do IBGE e da PNAD de 2018 nos mostram que 13% dos brasileiros (cerca de 27 milhões de pessoas), vivem em domicílios com pelo menos alguma inadequação, como ausência de banheiro de uso exclusivo, paredes construídas com material não durável, adensamento excessivo ou ônus excessivo com aluguel. Mostram-nos também que 35,7% da população brasileira (mais de 74 milhões de pessoas), vive em domicílios sem coleta de esgoto sanitário. Os dados também apontam o Norte e o Nordeste com os piores índices habitacionais e de saneamento, sendo a maior proporção de incidência entre pessoas negras e de baixa escolaridade. 

Não coincidentemente, na periferia brasileira, a região Norte é a que tem apresentado as maiores taxas de letalidade do coronavírus: cerca de 10 vezes mais do que a região Sul, segundo o Ministério da Saúde. Os estados do Amazonas e do Pará são duas das três unidades da federação em que mais de 20% da população necessita de até quatro horas de deslocamento para chegar ao município mais próximo que ofereça condições de atendimento para casos graves de Covid-19. Além de que o estudo do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde da PUC-Rio concluiu que pessoas negras sem escolaridade têm quase 4 vezes mais chances de morrer de Covid-19 do que pessoas brancas com ensino superior. De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, 67% dos brasileiros que dependem exclusivamente do SUS são negros. Em São Paulo, bairros periféricos e de população majoritariamente negra, como Capão Redondo, Jardim Ângela, Grajaú, Sapopemba e Brasilândia apresentam uma letalidade maior que a média do município, mesmo não tendo necessariamente os maiores índices de contaminação.

Para piorar as expectativas, dados divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional revelam que o governo gastou pouco mais de 23% dos R$ 253 bilhões liberados para o combate ao novo coronavírus, o que mostra que não há nenhuma preocupação em amenizar o sofrimento daqueles que mais são atingidos pela pandemia. Provando, portanto, que não há outra saída que não seja a organização e a luta popular!

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Governo Boric será de direita besuntado em um esquerdismo de fachada

No dia 11 o novo presidente do Chile tomou posse, após 4 anos de governo do direitista Sebastián Piñera. A imprensa internacional deu muito ...