quarta-feira, 17 de junho de 2020

Coxão e Coxinha: Cabo de Guerra

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Editorial 15/06/2020 — A direita tradicional e o Bolsonaro alinharam-se no genocídio do povo brasileiro


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No início do mês de junho, o governo do presidente Jair Bolsonaro escondeu o número de mortes por COVID-19 para amenizar as consequências fatais da escolha política em ajudar o capital financeiro e produtivo internacional e liberar a contaminação da população brasileira por coronavírus. Soma-se a isso, o alinhamento político dos governadores direitistas como o Witzel do Rio de Janeiro e Doria (apesar deste ter voltado atrás, prolongando por mais 15 dias a quarentena), de São Paulo, para a reabertura do comércio em seus respectivos Estados. Conforme esse jornal outrora denunciou, a política dos governadores contra o Bolsonarismo era apenas de fachada e que isso serviria para desfocar a atenção popular para o real problema: falta de leitos, falta equipamentos médicos, falta renda digna para que todos os trabalhadores pudessem ficar em isolamento e falta de propostas para evitar as demissões em massa por conta da paralisação da economia.

Diante desse cenário de total descaso com a população, os movimentos populares antifascistas e partidos políticos de esquerda continuam desenvolvendo seus atos em várias cidades do Brasil com as palavras de ordem Fora Bolsonaro, Antifascismo, e Contra o Racismo — palavra de ordem que se originou e se intensificou por conta do assassinato do negro George Floyd no fim de maio em Minneapolis, EUA. Isso representa uma insatisfação popular com o governo bolsonarista e com o Estado repressor que assassina negros e pobre diariamente com sua polícia. Segundo fontes dos institutos burgueses, como o Datafolha, a aprovação do governo Bolsonaro está em 28%, informação que já revela o posicionamento da direita tradicional contra o bolsonarismo.

Para que o movimento popular não reflua e não seja capturado pela direita, como observa-se na palavra de ordem "somos 70% contra Bolsonaro", aliando figuras-mor da direita como Fenando Henrique Cardoso, Marina Silva, Ciro Gomes; deve-se manter as organizações da esquerda em movimentação política, realizar debates e reuniões com a discussão sobre não realizar alianças com a direita golpista, criar e atuar nos comitês populares Fora Bolsonaro politizando a população do seu papel central na luta contra o Bolsonarismo e a Direita, nos sindicatos, partidos políticos da esquerda, torcidas organizadas. 

O momento para a atividade política é este: para proteger o movimento contra a captura da direita e contra o refluxo dos atos. É preciso deixar claro que se o movimento for paralisado, a direita quem ditará a política e, assim,  o general militar e vice-presidente da República Mourão assumirá a presidência, caso o Bolsonaro deixe a presidência. Lembrando que o General Mourão na última sexta-feira, assinou uma nota conjunta com Bolsonaro e o Ministro da Defesa, General Fernando Azevedo, pressionando o Supremo Tribunal Federal com dizeres indiretos de que não as Forças Armadas não deixarão que outros Poderes (Supremo Tribunal Federal, principalmente, e Congresso Nacional) interfiram no governo de Bolsonaro, uma clara ameaça típica de amantes da ditadura.

As mais de 43 mil mortes por coronavírus estão diretamente ligadas ao descaso da direita golpista e do governo Bolsonaro. A abertura econômica expressa isso. Quando os outros países paralisaram suas atividades econômicas até atingirem um relativo controle da transmissão da doença, no Brasil, por conta da pressão de bancos e dos grandes monopólios produtivos, a população servirá de força de trabalho para que esses agrupamentos continuem lucrando à custa da morte de milhares de brasileiros. 

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terça-feira, 16 de junho de 2020

A luta contra Fake News ameaça a luta da classe trabalhadora

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Na última quarta-feira, 27 de maio, o Ministro do Supremo Tribuna Federal, Alexandre de Moraes, determinou a colheita de provas do chamado "gabinete de ódio", responsável por espalhar "fake news" de "ódio"' contra o STF, o Presidente da Câmara de Deputados, Rodrigo Maia (DEM); Presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM) e o ex-ministro da Saúde, Sérgio Mandetta. Ao todo, 29 bolsonaristas tiveram suas casas invadidas pela Polícia Federal.

Alguns expoentes do bolsonarismo receberam as diligências da Polícia Federal: o Luciano Hang ("véio da Havan"), dono da Havan; Edgard Gomes, dono da Smart Fit; a fascista do movimento miliciano dos "300 do Brasil", Sara Winters, entre outros elementos da extrema-direita.

O problema gira em torno das "fake news". Para uma análise marxista, a política que o parlamento direitista com a CPI das Fake News está articulando com o STF golpista expressa uma atividade de censura e uma ameaça à liberdade de expressão.

A esquerda pequeno-burguesa, que não age politicamente, não produz conteudo jornalístico contra o Bolsonarismo e contra a direita, nem organiza o movimento popular de luta; aplaude a ação do Ministro Alexandre de Moraes, alegando que a liberdade de expressão "tem limites". Nesse sentido, a esquerda deu um giro à direita e virou moralista e defensora de atos ditatoriais. Não é porque o Guilherme Boulos processou o Caio Coppola da CNN por "Fake News", ou do PT, cassando a chapa Bolsonaro-Mourão por esse mesmo motivo.

Não é porque a direita está se articulando com seus tribunais e polícias para substituir a extrema-direita bolsonarista do Governo Federal, que a esquerda deve apoiar medidas autoritárias. Quem afirma que a esquerda está livre de acusações sobre Fake News? É importante lembrar que o TSE multou o candidato à presidência pelo PT, Fernando Haddad, pelas tais notícias falsas.

Como a esquerda não atua, não critica o governo sistematicamente, não tem veículos tenazes de denúncia ao bolsonarismo e à direita golpista, obviamente, não sentem a mão "moral" do Estado. Os periódicos da esquerda e marxistas são sistematicamente processados por crimes morais, só para se ter um exemplo, o Diário da Causa Operária já foi processado pelo governador de São Paulo, João Dória (PSDB), o falecido jornalista Paulo Henrique Amorim que tecia críticas à direita também foi censurado pela justiça. Não somente isso, nas rede sociais, este periódico recebe constantemente denúncias sobre "Fake News" dos bolsonaristas, o que evidencia que a imprensa operária não está imune a esse tipo de censura.

Essa postura da esquerda em defender a censura das "fake news" demonstra uma falta de atividade no mundo real, na organização da luta, na utilização dos meios de comunicação, periódicos, panfletos para atuar nos sindicatos, torcidas organizadas, conselhos de bairros. Como se limitam em apenas fazer discurso de que se "deve fazer o trabalho de base", não conhece o que é o real trabalho de base e como é inegociável a liberdade expressão para a luta popular.

É preciso denunciar o avanço sobre as liberdades democráticas no atual regime e entender a outra face da luta contra as "fake news". Só porque a direita golpista já não quer mais o bolsonarismo, não significa que a esquerda e as organizações de luta devem defender os meios de ação típicos da burguesia ditatorial, ou seja, da censura.

A luta deve se pautar na mobilização popular, na livre expressão de ideias, no constante e permanente debate e para que isso seja possível, é preciso combater a luta contra a Fake News, porque isso inevitavelmente se voltará contra as próprias organizações de luta, já que qualquer expressão política e crítica ao governo será considerada "fake news" e censurada.

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A corrupção é uma doença cuja solução não é moral

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A corrupção está presente em todas as sociedades humanas minimamente organizadas, desde a antiguidade até os dias de hoje. É natural que ela apareça: em qualquer sociedade na qual esteja presente a escassez de recursos, se houver alguma casta ou segmento com qualquer tipo de acesso a esses recursos, ela vai se aproveitar.

Vemos que a corrupção é um problema econômico, arraigado na sociedade, e não existe lei, polícia ou senso de moralidade que vá frear seu ímpeto. A única forma de acabar com a corrupção é acabar com a escassez, para que ninguém precise de alguma vantagem extra.

O Estado burguês é retratado, inclusive, como uma pessoa jurídica, um todo ordenado para uma finalidade específica, mas não o é: o Estado burguês é um conjunto de funcionários, de pessoas, cada uma com agenda própria, e, portanto, corruptível.

Durante a história recente do Brasil, houveram várias figuras que prometiam acabar com a corrupção, sendo essas próprias figuras as mais corruptas. Mostravam o PT como o grande destruidor do Brasil, por causa da corrupção. Todas essas acusações são oportunistas, nenhum partido ou grupo é responsável, individualmente, pela corrupção. 

É claro que o policiamento e a investigação podem atenuar os efeitos da corrupção, mas a solução definitiva é uma só: a revolução e a criação de um mundo comunista, sem classes, sem burocracia, e sem escassez.

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Todo apoio à quebra das estátuas de genocidas


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Manifestantes jogaram a estátua de um comerciante de escravos em um rio, em Bristol, Reino Unido. O ato, visto como depredação pela direita, mostra a vontade do povo de jogar seus opressores na lata de lixo da história, de varrê-os do mapa. Isso vale para comerciantes de escravos dos séculos XVII e XVIII, e também vale para a burguesia de hoje. A elite sabe disso e tem medo disso. 

Quebrar, destruir ou pichar estátuas é algo comum em protestos: a estátua de Churchill, renomado genocida, também foi pichada recentemente. Várias estátuas de colonizadores, ano passado, durante os protestos no Chile, também foram destruídas. Quase toda cidade no Brasil e no mundo tem monumentos, ou mesmo referências menores como nomes de ruas, a colonizadores, escravocratas, genocidas da história, e todas essas "homenagens" serão varridas pela rebelião popular. E não tenhamos dúvidas: os descendentes e herdeiros deles são a classe dominante de hoje. E do mesmo jeito que as estátuas e monumentos a seus ancestrais serão varridos, também a classe dominante atual será varrida do mapa.

Foto: newsakmi.com

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A violência nos protestos não deve ser reprimida pela esquerda

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A violência espontânea nos protestos, o "quebra-quebra", é fruto de uma desorganização, um sentimento individual de revolta individual dos manifestantes que acaba atrapalhando o movimento. Contudo, é parte do movimento, especialmente quando ele não foi convocado pela esquerda em primeiro lugar e é, portanto, desorganizado. Devemos nos guiar pelo princípio de nunca nos opormos à revolta do povo, não importa qual forma ela assuma. 

Essa violência é mal-vista pelas direções dos movimentos, por vários motivos. Seja pelo medo da violência ser usada como desculpa para repressão, seja pela confusão política de rejeitar a violência, seja por um pacifismo infundado e idealista.  A questão é que as manifestações mais recentes são espontâneas: a ala direita da esquerda, no caso, suas lideranças mais oportunistas e burocráticas, nunca chamam o povo às ruas: pelo contrário, fazem de tudo para que não haja protestos, e, quando o povo protesta sozinho, mesmo sem ser chamado, essas lideranças assumem a cabeça do movimento, e procuram cancelá-lo. Tudo é desculpa para não ir pra rua, e eles usam de todo instrumento possível de sabotagem. A repressão à violência é um desses instrumentos: ela não é uma tentativa de organizar e centralizar a rebelião popular, é uma aliança com a direita para reprimir o movimento. 

Se a esquerda realmente quiser atos organizados, sem deixar ocorrer atos individualistas de violência dos manifestantes, deve assumir esses atos. Deve organizar esses atos, chamá-los, dar o incentivo. A tentativa de conter a violência, neste contexto atual, não passa de repressão pura e simples.
Foto: MPRNEWS

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O Estado e o judiciário não têm poder por si só

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Recentemente foi presa Sara Winter, liderança de uma milícia armada que fazia acampamento em Brasília, em apoio ao fascista Bolsonaro, até ser removida pela polícia. 

Uma grande parcela da esquerda comemora sua prisão e acredita que o Estado fará valer a ordem constitucional, a força das leis. Isso é um erro. O Estado é burguês, é controlado pela burguesia, pela classe dominante, e atuará conforme for conveniente a essa classe.

A violência estatal contra organizações de direita, por si só, pode significar um conflito entre diferentes setores da burguesia, a dedetização dos grupos mais virulentos, em prol de uma centralização, entre outras coisas. Mas nunca poderá significar a garantia de uma ordem democrática: toda a ação do Estado burguês é em prol de uma organização para reprimir o verdadeiro inimigo de seus donos: o povo.

A violência estatal contra organizações de esquerda, por outro lado, significa a repressão ao povo. Defender leis, inclusive, mais repressivas, com a esperança de que venham a ser usadas contra os direitistas, é um tiro no pé: essas leis serão usadas contra nós.

O Estado burguês se constituiu ao longo dos séculos como tal. Desde os primórdios, o direito é um instrumento da burguesia, do mesmo jeito que foi um instrumento de outras classes dominantes em outros momentos da história. Precisamos tomá-lo das mãos da burguesia por meio da revolução, e constituir um ordenamento jurídico operário.

Foto: Rádio Corredor

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Governo Boric será de direita besuntado em um esquerdismo de fachada

No dia 11 o novo presidente do Chile tomou posse, após 4 anos de governo do direitista Sebastián Piñera. A imprensa internacional deu muito ...