segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Agenda editorial Internacional do Farol Operário para 2021



A cada ano que passa as coisas tem se tornado cada vez mais intensas do ponto de vista das políticas internacionais. Acontecimentos que no passado levavam anos ou décadas, agora ocorrem em questão de semanas, dias ou até mesmo horas. Guerras, terrorismo, conflitos armados, doenças em nível global, crises políticas e crises econômicas pautam a nossa existência cotidiana de guerra de sobrevivência. 

Concepções dualistas como bem e mal, socialistas e capitalistas, OTAN e Pacto de Varsóvia, brancos e pretos do jogo de xadrez, entre outras, são insuficientes para explicar a realidade complexa onde nos encontramos hoje.  Com o assassinato do mártir iraniano Qasem Soleimani, o anúncio do The Great Reset, a pandemia de COVID-19 e um conjunto de outros acontecimentos importantes, 2020 superou todas as expectativas de pessimismo baseadas em acontecimentos dos anos que o antecederam. Nesse sentido, cabe destacar os grandes temas que deverão receber destaque e ser objeto de análises no ano de 2021.


Estados Unidos

Após um ano extremamente conturbado e uma eleição com diversos indícios que levam a suspeita de fraude, a nação que serve como sede principal do imperialismo será foco das análises de política internacional do Farol Operário. Sede principal porque também temos outras sedes importantes do imperialismo como Reino Unido, Israel e Suíça. Assume Joe Biden ao lado de Kamala Harris, ambos pertencentes a ala dos imperialistas humanitários. Ele, velho conhecido senador e vice-presidente que teve um papel fundamental na promoção de guerras e golpes de Estado. Ela, representante de corporações situadas principalmente no Vale do Silício como Apple, Microsoft, Amazon, E-bay, Facebook, Twitter e Google deverá dar ainda mais poderes autoritários, de controle e de censura para as empresas californianas do Big Tech.


Sistema financeiro 

 A economia dos EUA precisa de US$ 3 trilhões de recursos externos ao ano que são conseguidos de diversas formas com o uso da máquina de expropriação e sabotagem imperialista. O suposto escândalo dos "panamás papers" no ano de 2016 não passou de uma jogada do imperialismo para sacar US$ 3 trilhões que aristocratas ingleses sediados na "city" londrina tinham depositado nas Ilhas Cayman. Em 2015 os sistema financeiro realizaram manipulações cambiais com o Rublo e expropriou US$ 200 bilhões da Rússia. Nesse mesmo ano também se apropriou por vias cambiais de US$ 100 bilhões da China e US$ 200 bilhões do Quirguistão e da Hungria. O BitCoin foi um projeto de inteligência criado pela NSA dos EUA e que hoje representa um marco importante na grande crise que se aproxima onde discute-se sobre o fim dos petrodólares e substituição por sistema de criptomoedas. Hoje tem cada vez mais poderes os megabancos estadunidenses e europeus, como: Black Rock, Vanguard, State Street e Allianz.


Donald Trump

Enquanto representante político de direita de uma agenda industrialista, anti-globalista, nacionalista, protecionista, isolacionista e conservadora em costumes familiares-religiosos, deverá continuar sua atuação política de denúncia aos instrumentos imperialista e o aparato de guerra que promoveu a fraude eleitoral. Depois de inúmeras traições dentro do Partido Republicano, existe a possibilidade de sair desse partido e fundar o seu próprio partido de inspiração Jacksoniana (Andrew Jackson, 7º Presidente dos EUA que lutou contra os instrumentos de domínio financeiro do Império Britânico). Esse partido deve se chamar algo do tipo "Partido Patriota".


Vladimir Putin

As estruturas do Deep State não permitiram uma reunião entre Putin e Trump. Putin foi uma resposta política à crise russa de 1998 dada por três grupos importantes russos: a família de Boris Yeltsin, as forças de segurança e os oligárquicas. Com o tempo ele ganhou protagonismo e se tornou a principal figura da Rússia e um dos principais atores políticos do mundo. 


Guerra Civil nos EUA

A guerra civil dentro dos EUA se acentua. Existem movimentos separatistas importantes nos estados República da California (Caliexit) e República do Texas (Texit). As contradições de natureza de luta de classes existentes devido ao aprofundamento da situação de miséria da classe média e classe trabalhadora, a recessão econômica e desemprego de aproximadamente 61 milhões de pessoas, fez surgir uma massa de pessoas eleitoras de Trump, armados, em sua maioria brancos e cristãos. Essa massa de, no mínimo, 70 milhões de pessoas, são a quem Hillary Clinton chama de deploráveis. OS EUA encontra-se a beira de uma guerra civil que pode levar a um fenômeno similar ao promovido pela perestroika na URSS em 1991 ou mesmo a balcanização da Iugoslávia em 1992. 


Antifa e Black Lives Matter

Movimentos como o Black Lives Matter e Antifa, financiados por grandes corporações que se dizem preocupadas com minorias e pelo organismo de financiamento de George Soros, Open Society, devem continuar destruindo o que resta de nação estadunidense desde dentro. A destruição de monumentos sob a acusação de que eram de escravistas, confederados ou descobridores europeus, se assemelha muito ao que se presenciou com o colapso da URSS quando se derrubavam estátuas de Karl Marx e Vladimir Ilyich Lenin, principalmente em países como Polônia e Ucrânia. Não por coincidência, tanto Polônia como Ucrânia possuem hoje regimes políticos de inspiração fascista. O que se quer nos EUA com isso é apagar qualquer memória cultural e histórica que permita um valor de unidade nacional.


Deep State (Estado Profundo)

Partido Republicano e Partido Democrata aparentam ter uma agenda externa em comum baseada na guerra permanente. Esses dois países parecem formar um único partido que é o Partido da Guerra. A estrutura do Deep State baseia-se em um modelo transacional que defende os interesses imperialistas e é constituído por universidades, políticos, empresas, agências de inteligência, mídias, redes sociais, burocracia estatal e outras estruturas. 


Fim do modelo econômico financeiro-liberal

A economia estadunidense e a economia mundial está a beira de uma profunda crise. Os EUA tem hoje algo em torno de 61 milhões de desempregados e a dívida mundial é de US$ 4 quatrilhões, sendo que os maiores devedores são o governo dos EUA, empresas dos EUA e o governo da China. Esse valor cria uma verdadeira insolvência. A proposta de The Great Reset do Fórum Econômico Mundial parece ser uma tentativa desesperada de superar o colapso econômico total que se aproxima. 


Projetos globais

Os projetos globais vão além de simples dualidades. Trata-se de um modelo de análise geopolítica que não pensa o domínio do mar e da terra, como abordagens tradicionais fazem, e sim domínio do tempo a partir de projetos conceituais de poder. Os 6 projetos globais são: 1) Nova Babilônia – Nova York, Wall Street, banqueiros, financistas; 2) Nova Jerusalém – Londres, Império Britânico, Coroa Britânica, família Rothschild, cabalistas; 3) Grande Europa – Vaticano, antigas ordens e velha aristocracia europeia; 4) Grande Eurásia – Moscou, Terceira Roma; 5) Novo Califado Vermelho – Istambul 6) Datung – Pequim. Para se ter um projeto global são necessárias três características: possuir um sonho de governança nacional de longo prazo, ter um sistema econômico independente e um sistema de inteligência com alcance mundial. 


Guerras híbridas

Guerras que acontecem de forma não convencional e muitas vezes sem o uso de aparato militar. Esse tipo de guerra utiliza revoluções coloridas, redes sociais, meios de comunicação, organizações terroristas, incêndios, derrubada de aviões civis, golpes de estado, sanções econômicas, entre outras formas. Os lugares preferenciais para a realização de guerra híbrida pelo Deep State deverão ser Venezuela, Irã, Síria, Líbano e a periferia da Rússia (Quirguistão, Chechênia, Daguestão, Bielorrússia, Crimeia, Azerbaijão e Armênia).


Venezuela

Desponta como a nação mais importante de toda a América Latina pelo enfrentamento ao imperialismo. A Venezuela, que já conta com apoio militar russo e chinês no combate contra as ofensivas imperialistas pelo seu ouro e petróleo, pode exercer papel fundamental nos projetos chineses de nova rota da seda ou da rota do chá e dos cavalos. A Venezuela possui boas relações com países que a China precisa realizar alianças e pode atuar como um importante interlocutor. O país é cobiçado pelo imperialismo como rota preferencial de transporte de drogas da América Latina para a República Dominicana e de lá para Miami e Nova York. Estrategicamente cabe uma conciliação entre Venezuela e Colômbia baseada em valores para que esses dois países passam a fazer frente ao imperialismo estadunidense. A Venezuela possui muitos recursos naturais e uma importante posição geográfica, além de ter potencial de liderar a luta anti-imperialista dos países da América Latina. 


Regiões econômicas 

Com o fim da globalização, um dos projetos é o de constituição de regiões econômicas por todo o mundo. A dívida mundial é de US$ 4 quatrilhões e não há forma de pagá-la. A alavancagem financeira dos bancos europeus é de 28 para 1. 114 dos 500 bancos da Itália estão em quebra. O FED tem US$ 56 bilhões de reservas em efetivo e uma dívida de US$ 21 trilhões. Guerra é uma das formas de resolução desse grande problema; a outra é a desmontagem dos países e a criação de regiões econômicas. As regiões mais prováveis e que tem sido discutidas são: 1) EUA, Canadá, estados do norte do México, Austrália e Nova Zelândia; 2) América Latina; 3) Europa, com centralidade no eixo Paris-Berlim, 4) Rússia Ocidental, Turquia, Irã, Balcãs, os países da Ásia Central de origem turco-soviéticas; 5) Rússia Oriental, Coreias e Japão; 6) China; 7) Índia; 8) Império inglês e países árabes.


Crime organizado e narcotráfico

O que mais se aproxima do terrorismo jihadista no mundo são as organizações criminosas da América Latina, cujo mais importante negócio são as drogas. A produção de cocaína foi algo que se desenvolveu no Chile como um negócio da família de Augusto Pinochet. Desde então a Colômbia e depois o México passaram a exercer um papel fundamental. Assim como o jihadismo internacional, as organizações criminosas foram criadas por agências de inteligência estadunidenses situadas em Washington, a partir de uma relação umbilical com Wall Street e o complexo industrial militar. Qualquer ação interna para a luta contra as drogas é completamente inválida, já que os inimigos ficam em Washington. O uso das drogas como instrumento para dominação imperialista não é algo novo. O Império Português associava a escravidão africana à produção de aguardente, tornando os escravos dependentes do consumo de álcool e completamente passivos à rebelião e a luta por liberdade. O Império Britânico utilizou o ópio em uma operação clandestina para vencer duas guerras contra a China na medida em que formava uma massa de chineses dependentes dessa droga produzida no Afeganistão. Não à toa que o Hong Kong Shangai Bank (HSBC), o banco da Companhia Britânica das Índias Orientais, também recebe o nome de banco do ópio. A droga exerce um papel fundamental na economia mundial. Whacovia Bank e City Bank lavavam aproximadamente US$ 350 bilhões de narcotraficantes mexicanos. Estima-se que seu negócio move aproximadamente US$ 1 trilhão por ano para bancos e o mercado financeiro. Figuras como Pablo Escobar e Chapo Guzman são menos que coadjuvantes no jogo do qual a droga é o lubrificante mundial.

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