quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Eleições nos EUA (5): O poder da grande mídia


Os grandes meios de comunicação são dotados de muito poder políticos e exercem um papel fundamental nas eleições dos Estados Unidos. Nas eleições de 2020 esses apoiam predominantemente Joe Biden e Kamala Harris. As grandes corporações de comunicação nos Estados Unidos, longo de sua existência, sempre foram a favor das guerra perpetuas e esconderam os assassinatos, operações clandestinas, genocídios, guerras econômicas, guerras hibridas, sabotagens, espionagens, grampos, destruições e golpes de Estado praticados em favor do imperialismo.

A compreensão sobre esse fenômeno é bastante complexa, já que cabe assumir que os grandes meios de comunicação estadunidense compõem o complexo industrial-militar. Somente a Warner Media, antes também conhecida como AOL e TimeWarner, controla quase 300 empresas em 84 países, dentre elas a AT&T, HBO, Cinemax, DC Comics, etc. Além disso possui associação com empresas como EBay, Citygroup, Bertelsmann, American Express, Sony, Polygram Records e Amazon. Possui 8 estudios de produção cinematográfica, distribuidoras de filmes, 13 canais de emissão internacional, 7 unidades de produção e 11 canais de TV a cabo como Disney, ESPN, Arts & Entertainment (A&E) e History Channel.

Se destacarmos o grupo Vivendi Universal que é responsável pela venda de 27% das vendas de música nos Estados Unidos e abarca a Universal Studios, StudioCanal, PolygramFilms, Canal+ e empresas de internet e telefonia móvel. Diversos artistas de fama internacional trabalham diretamente para esses conglomerados e influenciam diretamente na opinião de seu público: como Lady Gaga, Shakira, The Black Eyed Peas, Alicia Keys e Cristina Aguilera. Entre essas opiniões a de que Rússia e Venezuela são as piores ditaduras do mundo e que os Estados Unidos é o paraíso na Terra. 

A Public Broadcasting Service (PBS) que se apresenta como uma instituição de comunicação pública chega a 90 milhões de pessoas nos Estados Unidos e também a milhares de pessoas em outros países. Porém seu conselho é composto por membros da alta burocracia estatal estadunidense que serve aos interesses imperialistas e por grandes empresários. 

Tais grupos de meios de comunicação não possuem sede apenas nos Estados Unidos. A Thomson Corporation com sede em Toronto, Canadá, e controla por volta de 100 diários e quase 30 publicações semanais com nos Estados Unidos, tendo por foco o público de pequenas cidades. A Pearson PLC com sede em Londres no Reino Unido possui vários periódicos como o Financial Times e The Economist. A The Economist pertence a família Rothschild é a porta voz da City Londrina. A City Londrina é uma espécie de continuidade do Império Inglês. Essa revista foi fundada em 1843 servindo como a publicação oficial da Companhia Britânica das Índias Orientais.

A Fox News, pertencente ao magnata australiano Rupert Murdoch, está sob controle do grupo News Corporation. O News Corporation também controla The Wall Street Journal, The Sun, New York Post e The Times, que fazem clara propaganda em favor da guerra perpetua e em favor da ala imperialista dos neocons. Down Jones produz o The Wall Street Journal que é considerado a publicação mais importante para o Mercado financeiro estadunidense.

A Reuters / News & Media opera a maior agência de notícias do mundo cobrindo mais de 80 países. A Reuters possui cabos e satélites mais rápidos do planeta e conseguem realizar traduções de suas notícias para até 19 línguas. Com isso nutrem de notícias os principais meios informativos no mundo. Também é a agência de notícias televisivas mais importante do mundo. A Reuters TV é a agência internacional televisiva mais importante do mundo chegando à 800 milhões de casas por meio de mais de 600 organismos de radiodifusão em mais de 80 países. 

A Associated Press foi fundada em 1846 e é a agência de notícias mais antiga do mundo, sendo capaz de produzir em um dia mais de 20 milhões de palavras milhares de imagens para todo o mundo. Oferece um conjunto de serviços de informação, infográficos, conteúdo selecionado, audiotexto e gráficos televisivos. Opera via satélite um serviço nacional de notícias radiofônicas para mais de 6 mil emissoras de rádio nos Estados Unidos e outras milhares em outros países, sendo então a maior agência de rádio dos Estados Unidos. 

O The New York Times e o Washington Post são os dois principais jornais relacionados ao Estado Profundo (Deep State). O Washington Post sempre defendeu ao longo da sua história uma representação política débil e fraca em contrapartida a um Banco Central (Federal Reserve, FED) independente e uma banca privada forte.  O The New York Times tem a maior capacidade de atenção de notícias do mundo, tem o dobro do tamanho do seu competidor mais próximo e possui o International Herald Tribune que vende milhões de exemplares diários em mais de 180 países. O The New York Times está historicamente atrelado aos interesses da família Rockefeller e possui no conselho editorial membros do Conselho de Relações Exteriores, do Clube Bildeberg e da Comissão Trilateral. 

Esses meio não apenas interpretam de forma independente a política exterior dos Estados Unidos, na realidade eles a elaboram sob uma perspectiva imperialista. Uma palavra de ordem proferida pelos periodistas desses meios para desqualificar qualquer projeto que não atende aos interesses imperialistas, como por exemplo os de Putin, Maduro e Trump, é: "Isso é extremamente perigoso para a nossa democracia". Como se o poder político real dos Estados Unidos fosse de fato uma democracia. Hoje os Estados Unidos é na realidade uma oligarquia com propósitos imperialistas e que pretende perpetuar a guerra permanente. 

Os meios corporativos de comunicação de massa nos Estados Unidos estão sob o controle das elites imperialistas, que censuram e ocultam aquilo que vai contra aos interesses imperialistas. São capazes de servir como uma importante máquina de mudança de percepção de mundo das pessoas e portanto capaz de influenciar diretamente nos processos políticos e eleitorais. Seu propósito é manter o establishment econômico e mantém associação direta com Wall Street, City londrina, agências de inteligência, complexo industrial militar, o big data e organismos privados supranacionais. Essas estruturas formam o Estado Profundo e o Partido da Guerra e nessas eleições estão a favor de Joe Biden. Assim há um compartilhamento sobre a visão de mundo entre esses agentes que em nada favorece a luta anti-imperialista e dos trabalhadores, também reforça a necessidade de uma imprensa independente dos trabalhadores. 

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