quarta-feira, 16 de setembro de 2020

A explosão no Líbano, a hegemonia imperialista



A explosão no Líbano, o envio de tropas francesas para iniciar uma ocupação militar em Beirute, sob o pretexto de "ajuda humanitária", o combate ferrenho à influência do Hezbollah no país são uma tentativa de alinhar o Líbano ao bloco imperialista, e remover um importante aliado do Irã. 

O Irã tem sido, no Oriente Médio, uma importante força contra-hegemônica, e conquistou influência e cooperação em vários países, ao longo dos anos; Catar, Iêmen, Síria, Iraque, e Líbano. A posição desses países, do Irã e de sua revolução islâmica, não é marxista, socialista: é uma oposição burguesa ao imperialismo na região.

O imperialismo, inclusive, sofre oposição desses países em conjunto com Rússia e China, países que são capazes de levar a cabo uma integração internacional não submissa, mas fruto de uma tendência "multipolar". 

É preciso entender que o objetivo dos imperialistas, dos monopólios estadunidenses, ingleses e franceses, é ter uma hegemonia global completa, e suprimir a formação de qualquer poder independente. É o controle total do mercado mundial, principalmente do petróleo.

O golpe, a revolução colorida no Líbano, a tentativa de golpe na Bielorrússia, os golpes na América Latina, são todos movimentos no sentido de formar um bloco econômico-militar contra a China e seus aliados, sim, mas também são movimentos no sentido de esmagar qualquer desenvolvimento econômico, seja capitalista, seja socialista, que possa estruturar uma oposição ao imperialismo. 

Nesse sentido, o imperialismo é uma força destrutiva: não se contenta com a conquista ou alinhamento ideológico de seus rivais, é preciso, para ele, destruí-los, desmontar suas estruturas econômicas. Tanto porque se, globalmente, o capitalismo se desenvolver demais, a crise de superprodução será irremediável, e o comunismo será obrigatório.

A iniciativa chinesa Belt and Road, que visa a construir uma rede de infraestrutura e logística por todo o continente eurasiano, nesse sentido, é uma movimentação contra hegemônica: não é, meramente, uma forma de fortalecer a burguesia, o Estado, ou os monopólios chineses. É uma iniciativa capaz de desenvolver os países envolvidos, o que é o pior pesadelo do imperialismo. O golpe, no Líbano, também é um ataque contra essa iniciativa.

A integração, o desenvolvimento e o afastamento do bloco imperialista nos países do terceiro mundo, em suma, a independência real, concreta desses países, é um dos pregos no caixão dos capitalistas mundiais.


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