sexta-feira, 26 de junho de 2020

A polícia e o golpe

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Na Bolívia, ano passado, logo antes do golpe, após as eleições, a direita golpista foi às ruas, com protestos violentos. A polícia foi chamada a reprimir esses protestos, e defender o governo de Evo Morales, e se amotinou: dias depois, foi consolidado o golpe de Estado na Bolívia.

No Brasil, atualmente, as polícias militares estaduais têm se alinhado ao governo Bolsonaro, deixando os governadores em estado de alerta. Isso se agrava com o incidente em Brasília: a polícia não reprimiu ataques ao STF. O governo Ibaneis exonerou o subcomandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal, mas isso não conterá a insubordinação: a polícia tem o papel de oprimir o povo e impor a ditadura da burguesia, e sempre estará do lado dos golpistas, e do imperialismo. Não que os governos estaduais não sejam de direita, não sejam golpistas. São setores minoritários da ordem burguesa, por enquanto, e, por isso, perderão o conflito com a sua ala majoritária. 

Esse alinhamento da polícia com o governo Bolsonaro, em detrimento de governadores burgueses, inclusive, indica que a polícia não segue nenhum tipo de lei ou ordem democrática: a polícia é obediente à classe dominante, e tem como principal papel a repressão contra o povo e, para que tenhamos um governo dos trabalhadores, é necessária a sua dissolução.

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Criação de Comitês Populares para organizar o movimento Fora Bolsonaro


Tendo em vista a crise política interna do governo do presidente Jair Bolsonaro, o que se expressa pela prisão do Fabrício Queiroz , acusado de pertencer ao esquema de rachadinhas do senador Flávio Bolsonaro; a prisão da fascista Sara Winter; a acusação a Bolsonaro pelo ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, de influenciar intervir na Polícia Federal para favorecer a sua família; os 29 processos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro; as pesquisas de opinião que apontam o número de cerca de 70% de reprovação ao Presidente, fora as tensões entre o Supremo Tribunal Federal e o Exército isso tudo somado com os mais de 50 mil mortos por coronavírus apresenta um cenário de incerteza política que está sendo coordenado pela direita tradicional golpista.


Como foi publicado neste diário, a crise do governo Bolsonaro expressa a crise dentro da direita, sendo que a ala da direita quer retomar o poder político, depois das ações políticas necessárias para retirar direitos da classe trabalhadora (por exemplo, a reforma da Previdência, o Contrato Verde Amarelo) e venda dos ativos nacionais (exemplo, a privatização da água, o avanço no projeto de privatização da Eletrobrás, Banco do Brasil, da Casa da Moeda, etc.).  Com a crescente destruição das condições de vida da população, apresenta-se uma necessidade  de atuação política real nos partidos e movimentos populares, tendo em vista que estes estão se alinhando com as campanhas direitistas, por exemplo, do Somos70% ou EstamosJuntos que aliam os setores mais reacionários do cenário político, como o Fernando Henrique Cardoso, Michel Temer, José Sarney e figuras coringa da burguesia como Ciro Gomes, Marina Silva e Flávio Dino. 

A aliança dos movimentos organizados da população e dos partidos políticos com esses elementos direitistas colocam um freio na ação política do movimento. Como se sintetizassem a uma necessidade de confiar nas instituições, no Congresso Nacional e no STF para que o impeachment ocorra. Essa medida de anulação do movimento de massas serve tão somente para que a burguesia troque seus atores políticos sem muito desgaste político e para que a direita não perca o controle do regime político para  as organizações populares.

Essa explicação justifica a necessidade da criação de Comitês Políticos Fora Bolsonaro com a clareza política de não realizar alianças com a direita e intensificar a politização popular e a polarização política das massas para essa palavra de ordem. Uma outra função é pressionar as direções dos partidos da esquerda para um posicionamento claro quanto a política do Fora Bolsonaro, sem desculpas eleitorais ou qualquer outra desculpa baseada nas instituições. Pelos comitês, a população poderá se organizar e reivindicar a atuação política perante as demais organizações populares, partidos e sindicatos e, de modo mais acabado, perante o Governo Bolsonaro, levado a cabo a campanha pela sua queda no Fora Bolsonaro e Eleições Gerais, já que a substituição do Bolsonaro pelo Mourão não irá reverter o processo da fraude eleitoral, nem do golpe pela direita golpista. 

Esteja atento a nossas próximas chamadas para reuniões, estaremos nos organizando para colocar em prática nosso chamado. 

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terça-feira, 23 de junho de 2020

Há 190 anos, nascia o revolucionário negro Luís Gama

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"Em nós, até a cor é um defeito.
Um imperdoável mal de nascença,
o estigma de um crime.
Mas nossos críticos se esquecem
que essa cor, é a origem da riqueza
de milhares de ladrões que nos
insultam; que essa cor convencional
da escravidão tão semelhante
à da terra, abriga sob sua superfície
escura, vulcões, onde arde
o fogo sagrado da liberdade"
(LUÍS GAMA).

Há 190 anos (21 de junho de 1830) nasce o líder revolucionário Luis Gama em Salvador (BA). Filho da negra livre e revolucionária do Malês e Sabinada, Luiza Mahin, e de um fidalgo português (desconhecido), que vendeu Luiz como escravo quando tinha apenas 10 anos de idade. Conseguiu libertar-se da condição de escravo aos 17 anos, permanecendo analfabeto,então, até essa idade. Estudou advocacia por conta própria, enquanto ouvinte de aulas e frequentador da biblioteca da Faculdade de Direito do Largo São Francisco em São Paulo, instituição que impediu o ingresso formal no curso por ser negro. Apesar de não ser reconhecido como advogado, foi brilhante nessa área jurídica com seus habeas corpus, contribuindo com a libertação de mais de 500 escravos.

Foi poeta, jornalista, fundou a Sociedade Abolicionista e liderou o movimento dos Caifazes. Esse movimento sequestrava os escravos das fazendas e os levavam para o Quilombo Jabaquara para enviá-los ao Ceará, província em que havia igualdade entre as pessoas. A proporção revolucionária desses movimentos fizeram com que uma luta entre escravos contra os traficantes de escravos e latifundiários fosse travada, alcançando inclusive alas do Exército que se recusavam a combater os negros dos Caifazes.
Esse movimento levou a um tensionamento político revolucionário aliando-se a alas liberais da pequena-burguesia, populares da cidade que defendiam a República. 

Isso chocava-se com o interesse dos latifundiários e da burguesia que conduziu o Império a aprovar, depois de uma série de leis contra a escravidão, a Lei Áurea em 1888, extinguindo a escravidão do Brasil e minando o movimento revolucionário. Uma abolição que não entregou nenhum pedaço de terra e nenhuma forma do negro integrar-se economicamente à sociedade, levando-o inevitavelmente a escravidão capitalista pelos seus antigos senhores sob o pagamento de uma miséria de salário. Os libertos permaneceram na sociedade brasileira como superexplorados pelo trabalho, com piores condições de vida e moradia e que, por conta dessa condição econômica, impossibilitando qualquer perspectiva de ascensão social. Desigualdade que ainda não foi superada.

Essa manobra, somada a vacilação da pequena-burguesia, impediu que ocorresse uma revolução burguesa, levando o Brasil a via prussiana de desenvolvimento do capitalismo, deixando o poder político e econômico nas mãos dos latifundiários, setor que barrou a tomada das terras pelos negros e atrasou a industrialização.

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quarta-feira, 17 de junho de 2020

Coxão e Coxinha: Cabo de Guerra

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Editorial 15/06/2020 — A direita tradicional e o Bolsonaro alinharam-se no genocídio do povo brasileiro


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No início do mês de junho, o governo do presidente Jair Bolsonaro escondeu o número de mortes por COVID-19 para amenizar as consequências fatais da escolha política em ajudar o capital financeiro e produtivo internacional e liberar a contaminação da população brasileira por coronavírus. Soma-se a isso, o alinhamento político dos governadores direitistas como o Witzel do Rio de Janeiro e Doria (apesar deste ter voltado atrás, prolongando por mais 15 dias a quarentena), de São Paulo, para a reabertura do comércio em seus respectivos Estados. Conforme esse jornal outrora denunciou, a política dos governadores contra o Bolsonarismo era apenas de fachada e que isso serviria para desfocar a atenção popular para o real problema: falta de leitos, falta equipamentos médicos, falta renda digna para que todos os trabalhadores pudessem ficar em isolamento e falta de propostas para evitar as demissões em massa por conta da paralisação da economia.

Diante desse cenário de total descaso com a população, os movimentos populares antifascistas e partidos políticos de esquerda continuam desenvolvendo seus atos em várias cidades do Brasil com as palavras de ordem Fora Bolsonaro, Antifascismo, e Contra o Racismo — palavra de ordem que se originou e se intensificou por conta do assassinato do negro George Floyd no fim de maio em Minneapolis, EUA. Isso representa uma insatisfação popular com o governo bolsonarista e com o Estado repressor que assassina negros e pobre diariamente com sua polícia. Segundo fontes dos institutos burgueses, como o Datafolha, a aprovação do governo Bolsonaro está em 28%, informação que já revela o posicionamento da direita tradicional contra o bolsonarismo.

Para que o movimento popular não reflua e não seja capturado pela direita, como observa-se na palavra de ordem "somos 70% contra Bolsonaro", aliando figuras-mor da direita como Fenando Henrique Cardoso, Marina Silva, Ciro Gomes; deve-se manter as organizações da esquerda em movimentação política, realizar debates e reuniões com a discussão sobre não realizar alianças com a direita golpista, criar e atuar nos comitês populares Fora Bolsonaro politizando a população do seu papel central na luta contra o Bolsonarismo e a Direita, nos sindicatos, partidos políticos da esquerda, torcidas organizadas. 

O momento para a atividade política é este: para proteger o movimento contra a captura da direita e contra o refluxo dos atos. É preciso deixar claro que se o movimento for paralisado, a direita quem ditará a política e, assim,  o general militar e vice-presidente da República Mourão assumirá a presidência, caso o Bolsonaro deixe a presidência. Lembrando que o General Mourão na última sexta-feira, assinou uma nota conjunta com Bolsonaro e o Ministro da Defesa, General Fernando Azevedo, pressionando o Supremo Tribunal Federal com dizeres indiretos de que não as Forças Armadas não deixarão que outros Poderes (Supremo Tribunal Federal, principalmente, e Congresso Nacional) interfiram no governo de Bolsonaro, uma clara ameaça típica de amantes da ditadura.

As mais de 43 mil mortes por coronavírus estão diretamente ligadas ao descaso da direita golpista e do governo Bolsonaro. A abertura econômica expressa isso. Quando os outros países paralisaram suas atividades econômicas até atingirem um relativo controle da transmissão da doença, no Brasil, por conta da pressão de bancos e dos grandes monopólios produtivos, a população servirá de força de trabalho para que esses agrupamentos continuem lucrando à custa da morte de milhares de brasileiros. 

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terça-feira, 16 de junho de 2020

A luta contra Fake News ameaça a luta da classe trabalhadora

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Na última quarta-feira, 27 de maio, o Ministro do Supremo Tribuna Federal, Alexandre de Moraes, determinou a colheita de provas do chamado "gabinete de ódio", responsável por espalhar "fake news" de "ódio"' contra o STF, o Presidente da Câmara de Deputados, Rodrigo Maia (DEM); Presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM) e o ex-ministro da Saúde, Sérgio Mandetta. Ao todo, 29 bolsonaristas tiveram suas casas invadidas pela Polícia Federal.

Alguns expoentes do bolsonarismo receberam as diligências da Polícia Federal: o Luciano Hang ("véio da Havan"), dono da Havan; Edgard Gomes, dono da Smart Fit; a fascista do movimento miliciano dos "300 do Brasil", Sara Winters, entre outros elementos da extrema-direita.

O problema gira em torno das "fake news". Para uma análise marxista, a política que o parlamento direitista com a CPI das Fake News está articulando com o STF golpista expressa uma atividade de censura e uma ameaça à liberdade de expressão.

A esquerda pequeno-burguesa, que não age politicamente, não produz conteudo jornalístico contra o Bolsonarismo e contra a direita, nem organiza o movimento popular de luta; aplaude a ação do Ministro Alexandre de Moraes, alegando que a liberdade de expressão "tem limites". Nesse sentido, a esquerda deu um giro à direita e virou moralista e defensora de atos ditatoriais. Não é porque o Guilherme Boulos processou o Caio Coppola da CNN por "Fake News", ou do PT, cassando a chapa Bolsonaro-Mourão por esse mesmo motivo.

Não é porque a direita está se articulando com seus tribunais e polícias para substituir a extrema-direita bolsonarista do Governo Federal, que a esquerda deve apoiar medidas autoritárias. Quem afirma que a esquerda está livre de acusações sobre Fake News? É importante lembrar que o TSE multou o candidato à presidência pelo PT, Fernando Haddad, pelas tais notícias falsas.

Como a esquerda não atua, não critica o governo sistematicamente, não tem veículos tenazes de denúncia ao bolsonarismo e à direita golpista, obviamente, não sentem a mão "moral" do Estado. Os periódicos da esquerda e marxistas são sistematicamente processados por crimes morais, só para se ter um exemplo, o Diário da Causa Operária já foi processado pelo governador de São Paulo, João Dória (PSDB), o falecido jornalista Paulo Henrique Amorim que tecia críticas à direita também foi censurado pela justiça. Não somente isso, nas rede sociais, este periódico recebe constantemente denúncias sobre "Fake News" dos bolsonaristas, o que evidencia que a imprensa operária não está imune a esse tipo de censura.

Essa postura da esquerda em defender a censura das "fake news" demonstra uma falta de atividade no mundo real, na organização da luta, na utilização dos meios de comunicação, periódicos, panfletos para atuar nos sindicatos, torcidas organizadas, conselhos de bairros. Como se limitam em apenas fazer discurso de que se "deve fazer o trabalho de base", não conhece o que é o real trabalho de base e como é inegociável a liberdade expressão para a luta popular.

É preciso denunciar o avanço sobre as liberdades democráticas no atual regime e entender a outra face da luta contra as "fake news". Só porque a direita golpista já não quer mais o bolsonarismo, não significa que a esquerda e as organizações de luta devem defender os meios de ação típicos da burguesia ditatorial, ou seja, da censura.

A luta deve se pautar na mobilização popular, na livre expressão de ideias, no constante e permanente debate e para que isso seja possível, é preciso combater a luta contra a Fake News, porque isso inevitavelmente se voltará contra as próprias organizações de luta, já que qualquer expressão política e crítica ao governo será considerada "fake news" e censurada.

O Chargista de esquerda Jota Camelo precisa de apoio financeiro para seu projeto de trabalho: https://apoia.se/jotacamelocharges



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A corrupção é uma doença cuja solução não é moral

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A corrupção está presente em todas as sociedades humanas minimamente organizadas, desde a antiguidade até os dias de hoje. É natural que ela apareça: em qualquer sociedade na qual esteja presente a escassez de recursos, se houver alguma casta ou segmento com qualquer tipo de acesso a esses recursos, ela vai se aproveitar.

Vemos que a corrupção é um problema econômico, arraigado na sociedade, e não existe lei, polícia ou senso de moralidade que vá frear seu ímpeto. A única forma de acabar com a corrupção é acabar com a escassez, para que ninguém precise de alguma vantagem extra.

O Estado burguês é retratado, inclusive, como uma pessoa jurídica, um todo ordenado para uma finalidade específica, mas não o é: o Estado burguês é um conjunto de funcionários, de pessoas, cada uma com agenda própria, e, portanto, corruptível.

Durante a história recente do Brasil, houveram várias figuras que prometiam acabar com a corrupção, sendo essas próprias figuras as mais corruptas. Mostravam o PT como o grande destruidor do Brasil, por causa da corrupção. Todas essas acusações são oportunistas, nenhum partido ou grupo é responsável, individualmente, pela corrupção. 

É claro que o policiamento e a investigação podem atenuar os efeitos da corrupção, mas a solução definitiva é uma só: a revolução e a criação de um mundo comunista, sem classes, sem burocracia, e sem escassez.

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Governo Boric será de direita besuntado em um esquerdismo de fachada

No dia 11 o novo presidente do Chile tomou posse, após 4 anos de governo do direitista Sebastián Piñera. A imprensa internacional deu muito ...