sexta-feira, 22 de maio de 2020

Estudos sobre o Capital Volume I — nº1

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O Capital I — A Mercadoria. 
1. Os dois fatores da mercadoria: valor de uso e valor (substância do valor, grandeza do valor)

O estudo terá início sobre o elemento mais fundamental e unitário da economia capitalista: a mercadoria. Por ela, verificar-se-á as formas de como a mercadoria se expressa na sociedade. Essas expressões encontram 3 sentidos no primeiro item do Capítulo I: valor de troca, valor de uso e valor. Aqui, ele comentará brevemente sobre o valor de troca, que será retomado nos capítulos seguintes de forma melhor desenvolvida, já que as relações do valor de troca envolvem relações com as demais mercadorias, levando a tônica da discussão para as trocas de mercado e o dinheiro. Pois bem, seguindo o item I, falemos sobre o valor de uso e valor (e falemos também brevemente sobre o valor de troca):

I) O valor de uso. A mercadoria expressa um valor de uso. Quer dizer que será útil para o consumo pelo uso. Valor de uso, portanto, refere-se a esse tipo de expressão da mercadoria. Um casaco serve para proteger do frio, portanto, verifica-se aí, o valor de uso do casaco. 
Se uma coisa tem um "valor" sentimental para determinado indivíduo e somente para ele, não há o que falar em valor de uso. O valor de uso liga-se aquilo que é útil à sociedade, ou seja, aquilo que tem utilidade para qualquer pessoa independente do valoração subjetiva. O que interessa, portanto, é saber se essa coisa pode ser inserida no mercado, estando disponível à todos porque é útil a qualquer um.

II) Se colocarmos uma mercadoria determinada diante de outra mercadoria, veremos que essas duas mercadorias, desde que distintas, apresentam uma relação entre si. Uma relação de equivalência. Ou seja, se colocarmos um casaco ao lado de uma cadeira, vemos que a equivalência é pressuposta. Para satisfazer essa equivalência, precisaríamos de, por exemplo, 3 casacos para equivaler uma cadeira. Essa expressão que a mercadoria, o casaco, a cadeira expressam na equivalência é seu valor de troca. Para que os valores de troca de cada mercadoria se compatibilizem e estabeleça-se a equivalência, a quantia de mercadoria deve se compatibilizar.

"O valor de troca aparece inicialmente como a relação quantitativa, a proporção na qual valores de uso de um tipo são trocados por valores de uso de outro tipo, uma relação que se altera constantemente no tempo e no espaço" (MARX, 158).
"Que algo comum de mesma grandeza existe em duas coisas diferentes, em 1 quarter de trigo e em a quintais de ferro. Ambas são, portanto, iguais a uma terceira, que, em si mesma, não é nem uma nem outra. Cada uma delas, na medida em que é valor de troca, tem, portanto, de ser redutível a essa terceira.
[...]
Do mesmo modo, os valores de troca das mercadorias têm de ser reduzidos a algo em comum, com relação ao qual eles representam um mais ou um menos. (MARX, p. 159)"

III) Valor. E se retirarmos o valor de troca da mercadoria e retirarmos o valor de uso, retirando, assim, o trabalho determinado que faria a mercadoria ganhar o valor de uso, e de troca? Se do casaco, retirássemos o valor de uso e de troca, assim, retirássemos a particularidade do trabalho do operário que coloca o algodão na máquina para produzir o tecido do casaco, sobraria somente um trabalho genérico, um trabalho humano igual aos demais, um trabalho abstrato. Esse trabalho toma forma quando o trabalhador da sílica reúne a areia e a queima no forno para produzir copos; que possui uma equivalência com o trabalho do construtor civil que põe tijolo sobre tijolo e ergue um edifício, etc. Ao abstrair o valor de troca e valor de uso para se chegar no trabalho abstrato, revela-se uma comunhão do trabalho (trabalho abstrato) que se reúne na mercadoria (genérica) que também estabelece uma equivalência na relação entre as mercadorias pela expressão do valor de troca de cada uma. 

Mas o quê, materialmente, iguala as mercadorias e iguala os trabalhos? O tempo socialmente necessário para produzir qualquer mercadoria. O trabalhador ao operar por sobre a matéria modificando-a, dispensa um tempo. É como que quanto mais tempo o trabalhador dispende sobre a produção, mais geleia é agregada à coisa produzida. O valor é essa geleia agregada à coisa. Quanto mais geleia agregada, maior o valor.

"Assim, um valor de uso ou bem só possui valor porque nele está objetivado ou materializado trabalho humano abstrato. Mas como medir a grandeza de seu valor? Por meio da quantidade de “substância formadora de valor”, isto é, da quantidade de trabalho nele contida. A própria quantidade de trabalho é medida por seu tempo de duração, e o tempo de trabalho possui, por sua vez, seu padrão de me- dida em frações determinadas de tempo, como hora, dia etc. (MARX, p. 161)".

O tempo socialmente necessário é a média de tempo na sociedade para formar a mercadoria através do trabalho. Se as forças produtivas estiverem desenvolvidas para produzir determinada mercadoria, o tempo para a produção se reduzirá, portanto, seu valor também. 

"[...] Tempo de trabalho socialmente necessário é aquele requerido para produzir um valor de uso qualquer sob as condições normais para uma dada sociedade e com o grau social médio de destreza e intensidade do trabalho. Após a introdução do tear a vapor na Inglaterra, por exemplo, passou a ser possível transformar uma dada quantidade de fio em tecido empregando cerca da metade do trabalho de antes. Na verdade, o tecelão manual inglês continuava a precisar do mesmo tempo de trabalho para essa produção, mas agora o produto de sua hora de trabalho individual representava apenas metade da hora de trabalho social e, por isso, seu valor caiu para a metade do anterior (MARX, p.162)".

"O valor de uma mercadoria está para o valor de qualquer outra mercadoria assim como o tempo de trabalho necessário para a produção de uma está para o tempo de trabalho necessário para a produção de outra. “Como valores, todas as mercadorias são apenas medidas determinadas de tempo de trabalho cristalizado (MARX, p.163)".

Assim, para essa mercadoria, se o trabalhador em um região produz em 4h e, em outra, por conta do intento da indústria, produz em 5 minutos, quem ditará o tempo socialmente necessário será o estado das forças produtivas mais avançadas, neste caso, a indústria que reduz o valor dessa mesma mercadoria.

"Mas este muda com cada mudança na força produtiva do trabalho. Essa força produtiva do trabalho é determinada por múltiplas circunstâncias, dentre outras pelo grau médio de destreza dos trabalhadores, o grau de desenvolvimento da ciência e de sua aplicabilidade tecnológica, a organização social do processo de produção, o volume e a eficácia dos meios de produção e as condições naturais. (MARX, p.163)" 
Como regra geral, quanto maior é a força produtiva do trabalho, menor é o tempo de trabalho requerido para a produção de um artigo, menor a massa de trabalho nele cristalizada e menor seu valor. Inversamente, quanto menor a força produtiva do trabalho, maior o tempo de trabalho necessário para a produção de um artigo e maior seu valor (MARX, 164)" .

IV) Relações. Uma coisa pode ser valor de uso sem ser valor, ou seja, sem ter trabalho acumulado. Algo natural como o ar, a madeira bruta, a luz do sol. Uma coisa se for produzida para uso próprio expressará seu valor de uso, mas não poderá ser uma mercadoria, porque carece de valor de troca, portanto, falta-lhe o valor de uso que pode ser utilizado por outro. 
Não existe, porém, valor sem o valor de uso. Diferente da primeira premissa, estamos falando aqui sobre algo produzido pelo trabalho. Assim sendo, se algo fosse produzida por força de trabalho humana e que não serve para nada, não teria valor. 

(MARX, O Capital Volume 1, Boitempo, disponível em: http://www.gepec.ufscar.br/publicacoes/livros-e-colecoes/marx-e-engels/o-capital-livro-1.pdf/at_download/file, 2007)



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Editorial 18/05/2020 - A situação da esquerda e o golpe militar

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Se pudéssemos criar um mapa da situação do Brasil, seria mais ou menos assim: O governo se depara com a crise do coronavírus, e, na sua infinita disposição de agradar a burguesia, implementa uma política fajuta de quarentena, que não protege a maioria da população, já que quase todos os tipos de trabalho são caracterizados como "serviços essenciais". Junto a essa farsa, oferecem um auxílio também fajuto de 600 reais, que por si só já é uma piada, mesmo se não considerarmos que grande parte da população não tem acesso a esse auxílio por não ter internet, ou mesmo, não ter CPF.

Essa política do governo vai levar o povo a escolher entre trabalhar e morrer do vírus, ou não trabalhar e morrer de fome. Com isso, surgem contradições: o governo, quem diria, passa a ser criticado. Protestos começam a surgir, lideranças da esquerda, mesmo que timidamente, passam a criticar o governo. 

Mourão, vice-presidente desse governo, e, também, general das Forças Armadas Brasileiras, defendeu, em seu artigo "limites e responsabilidades", publicado pelo Estadão, que essas contradições, essa "desunião" do executivo com os outros poderes e do governo federal com os estados, que serão responsáveis por levar o país ao desastre, e que, para vencer o coronavírus, deve ser respeitada a autoridade do poder executivo federal. Esse texto é uma aparente defesa do governo Bolsonaro frente às contradições e rachaduras que ele enfrenta, na crise. Contudo, é também uma sinalização de que os militares podem intervir, para assegurar a autoridade do poder executivo. Mourão, com esse texto, se mostra capaz de eliminar as contradições do país, para, assim, supostamente, vencermos o vírus - o que se traduz, em última análise, em repressão e ditadura. Não é possível vencer o vírus assim, já que a postura do governo federal não vai mudar: continua sendo a mesma disposição de agradar a burguesia, às custas das vidas do povo trabalhador, com quarentenas fajutas e auxílios magérrimos, mas, dessa vez, com ditadura militar.

Ao mesmo tempo que as contradições e os protestos surgem, e ao mesmo tempo que aparece no horizonte a possibilidade de convulsão social, a esquerda cobre os próprios olhos. A resposta para todas as perguntas é "fique em casa", mesmo quando a pessoa está sendo, literalmente, obrigada a pegar ônibus todo dia e ir trabalhar, para não cair no desemprego e na miséria. A grande organização da esquerda brasileira, mais especificamente, suas direções, estão dispostas a fazer vista grossa para a mortandade que está por vir. 

Toda organização, protesto, mesmo grupos de caridade e auxílio mútuo, devem ser impulsionados e organizados pela parte da esquerda que está disposta a lutar pela vida do povo. A politização e a organização desses movimentos é o único caminho para enfrentarmos a crise. Tais movimentos devem se constituir entendendo a importância dessa organização, para que não se tornem movimentos selvagens, como no Chile ano passado, ou na Bolívia, ou mesmo em várias situações no Brasil: ocorre uma convulsão social, a esquerda enfia a cabeça embaixo da terra, e essa explosão popular, por ser desorganizada, acaba fracassando e arrefecendo. 

Não podemos negar a realidade, não podemos imaginar que a classe trabalhadora está amparada na quarentena ou no isolamento social. O governo vai deixar a epidemia de COVID-19 matar o povo, e nossa única esperança é nutrir, organizar, impulsionar e orientar a rebelião da classe trabalhadora.

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terça-feira, 19 de maio de 2020

Cresce a insatisfação popular na pandemia: lutar para não morrer de fome

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No fim do ano passado, estourou na América Latina uma sucessão de protestos no Chile, na Argentina, na Bolívia - onde culminou no golpe de Estado e capitulação de Evo Morales ante ao imperialismo -, tentativa de golpe na Venezuela, enfim, a crise econômica e política expressou-se de modo claro no levante popular e na instabilidade governamental. Essas ocorrências representam o avanço do imperialismo na região que estabelecem nos países que perderam sua soberania econômica e política a cartilha neoliberal das privatizações, arrocho fiscal, retirada dos direitos trabalhistas e previdenciários para que os grandes monopólios industriais e financeiros possam encontrar um terreno propício para dominar a economia e baratear a mão de obra.

O avanço do imperialismo, então, gera inevitavelmente pobreza. O Estado, para pagar as dívidas dos bancos internacionais, enxuga suas contas e faz com que o investimento na Educação, Saúde, Moradia fiquem sem esses recursos, as empresas nacionais contraem altas dívidas porque ficam sem subsídios do governo e, assim, são destruídas pela concorrência das empresas estrangeiras. Como os direitos trabalhistas e previdenciários são retirados, o valor da mão de obra cai, diminuindo o salário, aumentando a exploração do trabalhador, que tem que trabalhar em outros ramos para sobreviver.

A pandemia deu uma relativa pausa à expressão dessa insatisfação popular, muito em decorrência das políticas de confinamento adotada pelos países latinos para evitar o contágio da população pelo coronavírus. Mesmo assim, no Chile, no final do mês de abril, a população tomou as ruas contra o governo ditatorial de Sebastian Piñera, que executou 35 pessoas nas manifestações de outubro e novembro de 2019, e exigiram o fim da Constituição de 1980 que foi imposta pelo ditador Augusto Pinochet e dispõe de normas baseadas no neoliberalismo. Apesar da manobra para realizar um plebiscito, marcado inicialmente para abril e remarcado para outubro, as manifestações recentes continuam porque a crise sanitária também agrava a crise econômica e social, levando a radicalização da população que pede pelo Fora Piñera, exigindo a saída dessa direita ditatorial e anti-povo.

No Brasil, as manifestações contra o governo Bolsonaro, igualmente neoliberal, amante dos bancos e fascista porque organiza a violência contra as organizações da esquerda e de trabalhadores; têm o tom conservador, tímido, porque as organizações de esquerda, em decorrência da concepção de suas direções pequeno-burguesas, concepções de classe média, entendem que os protestos tem que ser virtuais, que a organização para a ação deve ser via redes socais, "panelaços" etc. Nunca que o governo irá se curvar para essas expressões ineficazes de descontentamento. O Fora Bolsonaro deve ser organizado em direção da derrubada real do governo e só com a discussão de um plano de luta no seio das organizações é que se pode vislumbrar esse feito.
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Manifestações no Líbano em plena pandemia (Abril, 2020).
Na mesma linha dos protestos chilenos causados pelos governos neoliberais, no Líbano, os protestos avançam, bancos foram queimados, as ruas da capital Beirute foram tomadas e houve confronto da população com as forças repressivas que estão utilizando balas convencionais. Lá 45% da população está abaixo da linha da pobreza (vivem, em R$, com menos de um salário mínimo) e 75% da população depende de ajuda governamental para não sucumbirem.

O mesmo ocorre na França. Depois que o mundo viu os coletes amarelos em 2018 e 2019 pedindo pelo Fora Macron, governo direitista que aplicou medidas semelhante à brasileira no que toca a política de corte de gastos governamentais - essas políticas, nesse país, provocaram o sucateamento das escolas, hospitais e nas repartições públicas -, está tendo focos de revoltas porque a crise social foi aprofundada pela pandemia. Também no fim de abril, no dia 21, as pessoas saíram às ruas e se chocaram contra a política contra as medidas ditatoriais do confinamento que impedem as pessoas de manifestarem-se e contra o governo do presidente direitista Macron.

A crise sanitária causada pelo coronavírus está levando a explosões reivindicatórias nos países em que a direita e a extrema-direita deixaram o povo na miséria. Para a organização dos trabalhadores, essas manifestações e o modo de como elas são realizadas trazem lições claras do que fazer. Esse movimento de vanguarda escolheu o caminho da luta, de não morrer de fome na pandemia, de enfrentar o governo direitista em busca de dias melhores. As organizações de luta do Brasil têm o dever de orientar o movimento nesse sentido. Milhares de pessoas já morreram por coronavírus em território nacional, quase 500 mil pessoas já perderam seus empregos, pequenas empresas entraram em falência, tudo por inação do governo do fascista Bolsonaro. É preciso aprender com o movimento internacional, organizar e lutar.


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Egocentrismo de Classe

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Coluna Prestes de Ação Virtual

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A classe operária só tem uma vantagem dentro da sociedade, sua superioridade numérica. Tal atributo é sempre inutilizado com a descentralização da atividade política, consequência mais direta do atual estágio da luta contra os partidos feita pela direita e da falta de consciência da esquerda em levar a sério a construção de um partido. 


Os comunistas não são a favor da anarquia, são favoráveis a organização racional de todo o trabalho humano. Não seria diferente dentro da militância, tanto física quanto virtual. Assim, para centralizar as atividades de divulgação esparsas na internet, criamos uma Coluna de ação, com chamados que o jornal faz para furar os bloqueios da oligarquia monopolista como fez Luiz Carlos Prestes. Assim, também estaremos organizando a atividade e buscando por meio disto ter mais eficiência para alcançarmos a vitória contra os golpistas. 

Inicialmente, deixaremos ações de divulgação para que cada pessoa nos ajude a divulgar nosso site, que atualmente é um Blog. A conscientização por meio da escrita é fundamental para uma luta política séria, é lendo que se constroem os grandes homens e o socialismo. Por isso, ajude-nos a popularizar nosso ainda desconhecido jornal, só por meio do trabalho coletivo que iremos triunfar. 

1° atividade:
Camaradas, compartilhem esta matéria em 10 grupos de Facebook

Obrigado. Avante, camarada

É possível nos ajudar contribuindo mensalmente com nossa campanha no Apoia-se, uma plataforma de financiamento coletivo. Precisamos de material gráfico, de melhores instalações e de melhores impressoras. Já fizemos mais de 10 edições impressas, 3 livretos e dezenas de ímãs. 

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segunda-feira, 18 de maio de 2020

O governo Bolsonaro vai matar o povo com os serviços essenciais

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O governo caracterizou como essenciais serviços totalmente adiáveis e desimportantes, durante a situação de pandemia, como, por exemplo, a construção civil. Isso escancara a prioridade do governo Bolsonaro: preservar os lucros da burguesia, mesmo se isso implicar negar a oportunidade de isolamento ao povo: o povo, que morra, segundo o governo.

Atividades essenciais são apenas aquelas cuja ausência implique a inviabilização do funcionamento da sociedade, como a prestação de serviços de saúde ou a produção de comida. Contudo, o governo não se limita por nenhum critério racional ao caracterizar certas atividades como essenciais: é escravo da burguesia.

Tanto o governo como a burguesia querem o sangue do povo, querem continuar extraindo a força de trabalho não sem se preocupar com as centenas de milhares de mortes que isso vai causar. A solução é a greve: não trabalhar, de forma organizada, pode ser eficaz para prevenir a exploração a custa das mortes do povo, e garantir o direito ao isolamento. Isso deve ser discutido nos sindicatos coletivamente e submetido à aprovação dessa pauta. Não se trata apenas de proteger a saúde  e a vida do trabalhador, trata-se também de organizar e ampliar esse movimento, acordar com outros sindicatos e realizar amplas paralisações. O movimento setorial é importante, porém deve se expandir no sentido de ter forças para pressionar o governo que quer matar milhões de trabalhadores em nome da "economia".

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domingo, 17 de maio de 2020

É necessário ficar alerta e defender o governo venezuelano

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O último ataque imperialista contra a Venezuela, do dia 3 de maio de 2020, foi um fracasso, graças ao engajamento do povo venezuelano na defesa nacional e do governo popular de Nicolás Maduro. Esse engajamento mostra, entre outras coisas, o sucesso desse governo em envolver o povo na defesa de seus interesses políticos contra o imperialismo, o que é um feito grandioso e louvável.

Contudo, é necessário ficar alerta: este ataque pode ser o primeiro de muitos. A verdade é que foi um ataque patético, mais parecido com uma tentativa de formar uma cabeça de ponte para futuras invasões, ou mesmo coletar dados sobre a prontidão das forças de defesa venezuelanas. A marinha estadounidense já está posicionada de modo a possibilitar um bloqueio total do litoral do país, e fornecer apoio logístico para uma invasão mais ampla. Tal movimentação das forças militares do imperialismo é um indício da existência de um plano mais gravoso contra o país.

A crise econômica e a crise de saúde pública causadas pela pandemia do COVID-19, presumidamente, movimentaria a solidariedade internacional e o afrouxamento dos embargos contra o país, para que possa lidar melhor com a pandemia. Contudo, verifica-se, neste caso específico, e, também, ao longo da história, o exato oposto: o imperialismo, sem se preocupar com as vidas humanas em jogo, aproveita o momento de fragilidade de suas vítimas para atacar, de modo impiedoso, e perpetuar seu domínio sobre os povos oprimidos.

Podemos comemorar nossas vitórias, como a frustração da invasão do dia 3 de maio, sem, contudo, baixar a guarda: é necessário, mais do que nunca, apelar ao apoio de toda a classe operária, brasileira, venezuelana, e mundial, contra essa invasão. Todo apoio ao governo Maduro! Todo apoio ao povo venezuelano!

Foto: Misión Verdad.

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Governo Boric será de direita besuntado em um esquerdismo de fachada

No dia 11 o novo presidente do Chile tomou posse, após 4 anos de governo do direitista Sebastián Piñera. A imprensa internacional deu muito ...