terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Eleições nos EUA (9): Diretor de empresa do complexo industrial militar pode ser futuro Secretário de Defesa


Tem sido noticiado que o futuro Secretário de Defesa dos EUA deve ser Lloyd James Austin III. Austin é formado pela Academia Militar dos EUA em West Point, Nova York. Ele foi comandante da operação novo amanhecer no Iraque entre 2010 e 2011 e comandante do Comando Central dos Estados USCENTCOM. O USCENTCOM é o mais importante dos onze comandos que os EUA possui no mundo, já que abarca todo o Oriente Médio, região que está permanentemente em conflito.  Os países do USCENTCOM possuem uma quantidade extraordinária de recursos naturais, sobretudo petróleo. Para se ter dimensão da importância geoestratégica, países como Egito, Israel, Líbano, Síria, Arábia Saudita, Iraque, Irã, Iêmen, Afeganistão, Paquistão, Quirguistão e Emirados Árabes Unidos encontram-se sob esse comando.  


Austin é afro-estadunidense, o que costuma gerar uma simpatia tácita por parte da esquerda brasileira e de todo o mundo. A opinião pública estadunidense propagandeia como algo positivo que o país possa ter um Secretário de Defesa negro pela primeira vez na história.  Vale lembrar que no governo de George W. Bush dois afro-estadunidense que atuaram como secretários de Estado tiveram papel preponderante na falsificação de provas de armas de destruição em massa no Iraque e nas duas grandes guerras contra o “terror” que levaram à destruição do Afeganistão e do Iraque: Colin Powell (2001 – 2005) e Condoleezza Rice (2005 – 2009). 


O presidente afro-estadunidense Barack Obama (2009 – 2016) foi um dos maiores representantes do imperialismo estadunidense, promovendo golpes de estado e guerras híbridas. Obama, cujo vice presidente foi Joe Biden promoveu morte e destruição pelo mundo em seus 8 anos de governo, sendo patrocinador do "seven countries, seven wars" (sete países, sete guerras) com bombardeios contra Afeganistão, Iraque, Síria, Líbia, Paquistão, Iêmen e Somália. Isso mostra que origens étnicas não são garantia de nada quando se trata de guerras imperialistas.


Austin tem em seu currículo a tentativa de armar opositores sírios e a defesa pela imunidade das tropas estadunidenses em processos que envolvem crimes de guerra. Hoje, Austin pertence ao conselho de diretores da Raytheon Company. A Raytheon é uma companhia privada que atua na área de armamentos e equipamentos eletrônicos para a área militar, sendo a maior produtora de mísseis guiados do mundo. Além disso a Raytheon é uma das principais empresas que financiam o lobby a favor do complexo industrial militar e de invasões externas. 


Caso a escolha de Austin seja confirmada para a Secretaria da Defesa, a tendência belicista do governo Joe Biden será reforçada. Outro fato que deve servir de preocupação trata-se de uma possível influência direta que os grandes conglomerados privados pertencentes ao complexo industrial militar podem exercer sobre o governo Biden. Como sempre, o resultado deverá ser muita destruição e derramamento de sangue por todo o mundo.


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