Os jovens brasileiros não passaram pelo desabastecimento geral que ocorreu durante o final da Ditadura e início da Democracia, então muitos talvez considerem a ideia de um desabastecimento fora do real, sem saber que até o início dos anos 1990 o país estava passando por uma crise fiscal e monetária que desorganizava toda a produção e gerava escassez.
A escassez, que também pode ser uma arma econômica de um país imperialista contra seus inimigos como o caso da Venezuela, aqui tem sido um produto da devastação econômica causada pelo Golpe de Estado de 2016. A desestruturação de amplas cadeias de produção como o Petróleo (Petrobrás), a Construção Civil (Odebrecht) e a Indústria Alimentícia (JBS) paralisaram os demais complexos de produção, isso em um ambiente de liberação e abertura econômica para o saque e a exploração do país. Assim, agora estamos vendo um momento que pode ser de desfecho político mais agudo, que foi agravado com a derrocada do Covid-19. Estamos vivendo em um momento de alta de preços, com produtos em preços de escassez e outros com altas que podem colocá-los neste patamar em breve.
Apenas em novembro, as carnes tiveram alta de 6,54%, a batata-inglesa subiu 29,65%, o tomate teve alta de 18,45%, o arroz (6,28%) e o óleo de soja (9,24%). Entre os combustíveis, neste mesmo período, a gasolina subiu 1,64%, com sua sexta alta consecutiva, e o etanol (9,23%).
O que podemos esperar de 2021? Com a falta de estruturação do Estado Brasileiro em ajudar o setor produtivo do país, podemos esperar que a escassez vai ser utilizada para impor aos trabalhadores uma perda. E tal ausência de postura estatal pode causar uma crise geral que pode causar desabastecimento total.
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