terça-feira, 4 de agosto de 2020

Editorial 04/08/2020: 12,2 milhões de desempregados e 94 mil mortes por COVID: a política da direita bolsonarista

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Na última sexta-feira (31), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou dados relativos ao desemprego da população. Entre a primeira semana de maio até a segunda semana de julho, o desemprego cresceu: 2,4 milhões de novos desempregados, atingindo o total de 12,2 milhões (13,1 % da população). Como já denunciado por este periódico, isso reflete uma política contrária aos trabalhadores. Mesmo com a abertura da economia, não houve a proteção ao emprego, restando somente o resultado proporcionado pela infestação desenfreada de coronavírus: 94 mil mortes de brasileiros.


Quem defende o #ficaemcasa, sem nenhuma contrapartida que possibilite o isolamento real, é uma minoria que pode ficar em casa


Os dados do Pnad Covid-19 apontam também que entre os dias 5 a 11 de julho, a população ocupada porém não afastada do trabalho era de 71 milhões de pessoas. Destas, 8,2 milhões trabalhavam remotamente (11,6%). No mês de maio, a quantidade de pessoas que trabalhavam nesse regime era de 8,6 milhões, de modo que a maioria da população estava trabalhando normalmente nos seus postos e que a realidade da campanha #ficaemcasa era somente possível para quem podia migrar para o trabalho remoto, ou seja, para poucos.

A política favorável à população era a de que houvesse a generalização da quarentena com paralisia ampla sob auxílio integral do Governo Federal. Como a política neoliberal era para agradar aos bancos e sua base eleitoral da classe média, a economia foi "aberta". Na realidade, ela nunca foi paralisada de fato e o número de mortes por coronavírus no Brasil só está atingindo a casa dos 100 mil porque o povo precisa sobreviver pagando com a própria vida em meio da crise sanitária, enquanto o Estado nada faz.


A flexibilização avança junto com o número de mortes


Desde o início de maio até meados de julho, 643 mil pessoas saíram do serviço remoto para o presencial. Como estamos avaliando, não é somente a flexibilização — traduzido no fecha e abre dos estabelecimentos que acompanha o sobe e desce da curva de mortes — a causa do contágio desenfreado já que a maioria da população precisava, sem a ajuda do governo, trabalhar. Fora isso, os 12,2 milhões de desempregados que também compõem a informalidade para poder se sustentar estão arriscando suas vidas.

A crise é total. A mídia direitista suaviza a realidade de caos generalizado que assola o país e, por outro lado, a esquerda peca em não noticiar isso justamente porque cai em políticas da classe média, como o #ficaemcasa ou em defender o impeachment do presidente Bolsonaro. Agora, ainda mais com a época eleitoral, uma pá de cal será jogada sobre o assunto.

Diante desse imobilismo da esquerda e das organizações populares em decorrência dos erros políticos mencionados, é preciso organizar a população pelo Fora Bolsonaro e toda direita golpista, pedir por Eleições Gerais. É preciso insistir nas mobilizações de forma permanente, não se trata mais de assistir a catástrofe, é hora de combater a política neoliberal imposta para o Brasil e varrer deste país toda essa corja direitista que abandona o povo quando ele mais precisa. 

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