
Depois da saída do Ministro da Educação Abraham Weintraub, a queda do candidato a esse cargo, o economista Carlos Decotelli, e todas as substituições emergenciais no Ministério da Saúde (saída de Luiz Mandetta, Nelson Teich) demonstram que a crise no primeiro escalão do Governo Bolsonaro tende a continuar. Porém, a atenção popular deve-se concentrar no Fora Bolsonaro para que não se caia em políticas impróprias, superstições de que o governo cairá de "maduro", que o impeachment reverterá o regime político para um governo popular. Nos termos da queda de Bolsonaro pela burguesia, sucederá o General Mourão (PRTB), Rodrigo Maia (DEM) e David Alcolumbre (DEM).
Descendo para o campo dos "escândalos políticos nacionais", a mídia golpista anunciava no início desta semana a busca e apreensão da polícia investigando José Serra (PSDB) acusado por corrupção quando era governador do Estado de São Paulo. Por outro lado, um fato de extrema importância e escondido pela mídia golpista foi o vazamento pelo The Intercept das relações entre o FBI e a Operação Lava-Jato.
Os conceitos comumente entendidos como Lawfare, Guerra Híbrida ou qualquer nome que se dê a intervenção do capitalistas internacionais na política nacional aparecem na forma de golpes de Estado, como foi a da Dilma Roussef (PT) em 2016, prisão sem provas do ex-presidente Lula (PT) — ponto central da fraude das eleições presidenciais no Brasil em 2018 —, que levou a vitória da extrema-direita Bolsonarista.
Diante disso, o que fica claro como tarefa é o enfrentamento a ser realizado pela organização dos trabalhadores, seus partidos políticos, sindicatos e demais organizações de luta para barrar a ofensiva do imperialismo no Brasil. O presidente Bolsonaro (ex-PSL, Aliança Pelo Brasil), assim como o ex-presidente Michel Temer (MDB) são capachos do setor dos capitalistas estrangeiros e usam desses artifícios políticos para imporem políticas econômicas neoliberais, de privatizações, destruição dos direitos trabalhistas, direitos previdenciários, da educação e da saúde pública. Para eles, o dinheiro não pode ser revertido em benefício ao trabalhador que paga imposto. Para eles, o dinheiro deve estar no bolso dos acionistas.
Mesmo que a política da esquerda desvie o foco para esse problema principal e não chame nem organize a palavra de ordem Fora Bolsonaro, os companheiros e companheiras precisam organizar a luta. Essa esquerda, é preciso lembrar, não tem política própria e muitos elementos do esquerdismo querem fazer conciliação de classe com os burgueses, por isso não querem organizar o movimento de luta. Na ala mais popular da esquerda, há o interesse eleitoral, de ganhar cargos na administração do Estado o que em nada se relaciona com a organização do movimento de massas pelo "Fora Bolsonaro" e de "Fora Toda a Direita Golpista", direita esta que está diretamente ligada ao imperialismo.
As eleições municipais estão se aproximando. É preciso politizar esse momento político importante para intensificar e impulsionar o movimento dos trabalhadores, porque, para o povo, a única chance de reverter todo o quadro político desfavorável é pela queda da direita golpista em nível nacional, não pela vitória de um vereador ou um prefeito em determinado município.
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