sábado, 2 de maio de 2020

Fascistas agridem enfermeiros que protestavam no 1º de maio

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Bolsonarista invade ato do sindicato dos enfermeiros no 1º de maio em frente ao STF.

No 1º de maio, enfermeiros realizaram um ato de protesto em frente ao Supremo Tribunal Federal. De jaleco, máscaras, distantes uns dos outros e segurando cruzes; homenageavam os profissionais da saúde, defendiam as medidas preventivas de isolamento social e protestavam contra o número de mortes que cresce vertiginosamente com a inação dos governos golpistas. Veja a nota de repúdio do Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal:

"[...] O ato tinha como objetivo chamar a atenção para a enfermagem nacional. O protesto tinha três objetivos centrais: defender o isolamento social com base científica, homenagear os trabalhadores da enfermagem de todo o Brasil que morreram lutando contra a Covid-19 e mostrar a importância da categoria.
O Ato foi uma iniciativa da categoria, apoiada pelo Sindenfermeiro, uma vez que os diretores da entidade são enfermeiros e também estão na linha de frente. A organização se seu a partir dos próprios trabalhadores da enfermagem que estão na linha de frente contra o novo coronavírus.
As atitudes tomadas pelos apoiadores do governo vão ao encontro de ideologias fascistas e antidemocráticas. Infelizmente, são embasadas pelas atitudes do Presidente da República que diversas vezes debocha das consequências da pandemia, desconsidera todas as recomendações e diretrizes sobre a importância do isolamento social ao combate do novo coronavírus[...]".

Os bolsonaristas típicos, de verde amarelo e usando a bandeira do Brasil, começaram a insultar um a um cada enfermeiro que permanecia imóvel segurando a cruz. Como sempre, desvairados e sem nenhuma prudência, proferiram os insultos sem máscaras e ficaram muito próximos dos enfermeiros, ignorando completamente as medidas preventivas de afastamento e o uso de máscaras.
"Estamos lutando pelo país", "o dia que os empresários pararem, vocês não recebem mais seu salariozinho", "quando a gente sente o cheiro de uma pessoa, não passa nenhum perfume, a gente entende o que você é", "os sindicatos são gafanhotos [...] fazem uma campanha ridícula", "monte de analfabeto funcional [...] eu tenho três graduações". Essas foram as falas dos bolsonaristas. Ao final, o bolsonarista mais exaltado começa a esbravejar e agride uma das manifestantes e ameaça agredir os demais. Esse acontecimento leva os enfermeiros decidirem por encerrar o ato.
É preciso registrar que em qualquer ato realizado pelos trabalhadores e suas organizações não se pode abaixar a cabeça para esses fascistas. É preciso responder a altura, defender-se, expulsá-los do ato e dar continuidade com a mobilização. Nenhum fascista bolsonarista pode invadir o ato dos trabalhadores, insultá-los ou ameaçá-los com violência e ficar impune. A história mostrou que não deve deixar o fascismo erguer a cabeça, é necessário destruí-lo antes, pois eles tem uma política definida: eliminar as organizações de luta dos trabalhadores, os sindicatos e seus partidos políticos, conforme sempre dizem nos seus discursos contra a esquerda e contra os sindicatos.
Ciclista Sabrina Nery espanca bolsonarista.
Mesmo que ninguém do sindicato tenha reagido, o que é uma incompreensão política, porque adota uma postura passiva diante dos agressores; uma ciclista desce da bicicleta e espanca o bolsonarista que tinha se exaltado anteriormente. Esse é o caminho, a população mostrou que a única linguagem que os fascistas entendem é a força. É preciso ter claro que os fascistas são covardes, atacam quem está indefeso, quem não reage. O primeiro que coletivamente lançar uma ação a altura faz com que eles corram, ou melhor, voem (Revoada das Galinhas Verdes, 1934; expulsão a pontapé do fascistoide Arthur do Val dos atos da esquerda; expulsão da extrema-direita do MBL da embaixada de Cuba pelo Partido da Causa Operária etc.)
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Fascistoides do MBL correndo do PCO em frente à Embaixada de Cuba.

Os ataques dos bolsonaristas estão se tornando recorrentes. Nos últimos atos dominicais dos bolsonaristas, eles deram um tiro numa militante de esquerda na Avenida Paulista no dia 15 de março, espancaram uma mulher em um ato pela volta do AI-5 em Porto Alegre (RS), no dia 19 de abril. Fora os atos de intolerância religiosa: um Terreiro de Umbanda em Ribeirão Preto (SP) no dia 03 de fevereiro foi atacado com bombas, pedras, pedaços de madeira e os membros da ordem religiosa foram espancados.
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Mulher é espancada por bolsonarista no dia 19 de abril, em Porto Alegre. Os bolsonaristas estavam realizando o ato dominical em defesa do presidente fascista Bolsonaro e  do AI-5.
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No dia 15 de março, em ato de defesa do presidente Bolsonaro, militante de esquerda é baleada por bolsonarista.
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Jhonatan Brito, filho do líder religioso do Terreno de Umbanda que foi atacado pela extrema-direita no dia 3 de fevereiro, em Ribeirão Preto.
Com o governo Bolsonaro, a extrema-direita está andando livremente pelas ruas atacando os trabalhadores e suas organizações. É preciso compreender politicamente esse problema e defender-se. Para cada sindicato, organização de bairro, comitês populares, de negros, de mulheres e diretórios de partidos políticos deve-se organizar e discutir a criação de comitês de autodefesa. Discussões e organização nesse sentido previne ataques de surpresa dos bolsonaristas, porque há reação rápida a altura quando ocorrem tais agressões. É preciso deixar claro que quem tem o poder é povo organizado, não um bando de fascistas, bolsonaristas ou galinhas verdes.

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A luta como política histórica antifascista.
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