segunda-feira, 27 de abril de 2020

Editorial 27/04/2020: O teatro entre Moro e Bolsonaro e a necessidade do Fora Bolsonaro e Eleições Gerais

Na semana passada, o juiz golpista Sérgio Moro pediu demissão do Ministério da Justiça de Bolsonaro. Alegou que a demissão do Diretor-Geral da Polícia Federal por Bolsonaro o surpreendeu e que se tratava de uma jogada política de Bolsonaro para colocar alguém de confiança na chefia da Polícia Federal para fornecer-lhe informações sobre os inquéritos e investigações em andamento no Supremo Tribunal Federal. A ideia é que com o controle dessas informações, o presidente fascista Jair Bolsonaro poderia blindar seu filho, Fávio Bolsonaro, das consequências do processo criminal envolvendo o esquema de "rachadinhas" quando este era deputado estadual do Estado do Rio de Janeiro.

O que importa esclarecer é que o juiz Sérgio Moro, apesar de romper com o Bolsonarismo, foi o autor principal para alçar o Jair Bolsonaro à presidência. É necessário lembrar que foi o Moro quem condenou o ex-presidente Lula no caso do Triplex, uma condenação sem provas e, portanto, ainda controversa pela comunidade jurídica. Para os setores progressistas, a prisão do Lula na época eleitoral foi o golpe de mestre para que a burguesia colocasse seu político no controle do país. Pelas pesquisas eleitorais da época, mesmo preso, o Lula tinha chances de ganhar no primeiro turno, não fosse a medida tirânica do TSE que sobrepôs a vontade popular, cassando a candidatura do Lula.

Por esse lembrete, verificamos que há um teatro montado, uma briga que expressa uma contradição interna da burguesia. Como o presidente Jair Bolsonaro foi eleito dependente da prisão do Lula, ele entrou enquanto um presidente instável e não querido pela burguesia imperialista (ligada aos monopólios financeiros e produtivos internacionais). Por óbvio, o presidente Bolsonaro cumpriu algumas tarefas da agenda neoliberal e continuou retirando direitos dos trabalhadores em benefício da burguesia: a reforma da previdência, que obrigará a pessoa trabalhar até morrer e se tiver sorte, aposentar antes disso, a privatização (entrega aos capitalistas) de subsidiárias do Correios, Eletrobras, Petrobras etc.

E com a pandemia do coronavírus a crise no governo Bolsonaro foi acentuada. Aparecendo visivelmente a luta interna da burguesia com a "defesa da economia" expressa pelo governo Bolsonaro para agradar sua base empresarial ligada ao setor de serviços (véio da Havan, Madero, Smart Fit, Coco Bambu, Centauro) a fim de que não acumulem prejuízos com a a política de confinamento. Por outro lado, a política dos governadores da direita golpista "heróis" do Dória e Witzel pelo confinamento visa agradar os bancos que irão financiar a crise e que já receberam 1,3 trilhões de reais do governo federal.

Enquanto isso, só no Brasil morreram 4.300 pessoas por coronavírus e 65.584 contaminados, fora os casos suspeitos e pessoas que estão com a doença sem manifestá-la, já que não a ausência de testes não dá para saber número real de infectados e mortos.

Em outras palavras, enquanto um setor da esquerda comemora a crise do governo Bolsonaro e pede o impeachment, as pessoas continuam morrendo pelo coronavírus, as empresas estatais continuarão sendo vendidas aos capitalistas, e cada vez mais a CLT está se tornando patronal, por exemplo, recentemente o STF e o Bolsonaro pela medida provisória dispensou a intervenção do sindicato para reduzir o salário e suspender o contrato de trabalho. Enfim, não há o que comemorar. Mesmo que venha o general Mourão, político preferido da burguesia, a destruição dos direitos dos trabalhadores continuará seu percurso no marco do governo da direita golpista.

O povo tem sua tarefa e deve realizá-la nesse momento de crise. Os sindicatos, organizações populares, partidos de esquerda, centrais sindicais devem organizar a luta pelo Fora Bolsonaro e eleições gerais com Lula candidato, porque pelo quadro político atual, a burguesia continuará ditando as cartas do jogo.

sábado, 25 de abril de 2020

Viva os 46 anos da Revolução dos Cravos



Portugal passou pelo século XX marcado por duas ditaduras, uma feita em um golpe militar em 1926 e outra chamada de Estado Novo, instaurada em 1933 e derrubada em 1974 por um golpe militar.
Antes de 1974, Portugal era uma potência colonial decadente, que estava atolada em guerras de libertação nos seus territórios ultramarinos após a segunda metade do século XX. As condições de vida do povo português eram péssimas, apesar das grandes riquezas coloniais, isso se devia ao fato do país não ter se industrializado adequadamente. Assim, uma grande leva de jovens saía do país rumo à Inglaterra, França, Brasil e demais países para fugir à guerra e também para obter melhores condições de vida.

Todo o cenário salazarista transformava o país em um grande cemitério político, onde a ignorância, o analfabetismo, a repressão bárbara e a PIDE reinavam. Um Estado realmente fascista, disposto inclusive a atirar em seus cidadãos para proteger sua estrutura, como se soube alguns anos depois por meio de ordens não cumpridas por uma Fragata para atirar no povo e militares que estavam no Terreiro do Paço (importante local onde ficavam alguns ministérios).

Não havia liberdade política, todas as organizações dos trabalhadores eram reprimidas, o que colocava a atuação política dentro do regime em estado de clandestinidade. Os partidos de esquerda como o Partido Comunista Português (PCP) fizeram uma grande luta, levando a organização portuguesa a ser conhecida por heroicos personagens como Álvaro Cunhal. Também na clandestinidade um grupo de militares se formou, o Movimento das Forças Armadas (MFA) para acabar com o Estado Novo. Tal movimento contava com revoltosos extremamente experimentados nas artes militares e sem aspirações políticas, sendo um dos raros casos em que gente astuta, valente e armada deixa para trás todas as glórias do governo para agir tão somente como libertadores.

Os militares haviam tido muito contato com a realidade da guerra, com a crueldade da opressão e com a falência colonial. Morriam aos milhares nos locais mais inóspitos, sendo utilizados como meros peões no tabuleiro político internacional. Assim, a consciência de que tudo aquilo no Ultra-Mar não iria avançar, mas que os poderosos não se importavam em mandar o populacho português morrer aos milhares por uma causa vã deixou uma grande marca dentro das Forças Armadas. Os militares portugueses sabiam que não iriam sair da África com ganhos militares, precisavam de uma saída política.

Em 1974, o regime já não tinha condições para se sustentar e um golpe realizado em 25 de Abril, liderado pelo Capitão Salgueiro Maia dá o golpe final no moribundo Estado Novo. Conseguem fazer uma revolução praticamente pacífica, onde abrem espaço para a sociedade em um momento em que, como disse Salgueiro Maia em sua última entrevista, a alegria contagiante fazia com que recebessem todo tipo de coisas dos transeuntes, sendo a flor da estação encontrada em todos os locais e utilizada para presente, mas Salgueiro Maia inclusive viu um senhor repartindo presunto para o povo.

A Revolução de Abril colocou Portugal dentro do protagonismo popular, em poucos dias a capital realizou o seu maior 1° de Maio e viu o povo nas ruas avançando com conquistas fundamentais como a Reforma Agrária. Infelizmente, a Revolução dos Cravos não conseguiu consolidar uma sociedade socialista, mas aqui vale o velho ditado dos bolcheviques russo: “A revolução tem começo, mas não tem fim”.

Viva 25 de abril
Abaixo o Fascismo   

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Editorial 21/04/2020: A inatividade dos governos golpistas e a mentira do confinamento social



Enquanto que o presidente fascista Jair Bolsonaro usa da demagogia para defender os interesses dos pequenos empresários que constitui sua base eleitoral, levando-os a contraporem-se aos governadores golpistas Dória e Witzel, os quais também realizam a demagogia da "ciência" do isolamento, a população que precisa trabalhar continua expondo-se ao risco da contaminação já que, diante dessa briga puramente eleitoral entre Bolsonaro e os governadores golpistas, nada é feito para um isolamento efetivo de toda a população.

A insatisfação dos bolsonaristas contra o isolamento advém da falta de qualquer ajuda direta ao setor de serviços ou produtivo. Se não há ajuda para eles, para os trabalhadores o apoio governamental e legal para manterem o trabalho ou não morrerem de fome inexistem.

O isolamento poderia funcionar na teoria, se não fosse a necessidade dos trabalhadores de manterem seus empregos ou realizarem alguma atividade que complemente os miseráveis R$600,00. Nesse cenário, em que parte da população está em completa exposição ao vírus e não há medidas para distribuição de máscaras e álcool gel para toda a população, é bem mentirosa e demagógica a imposição do confinamento. Como que se os governadores quisessem lavar as mãos para o problema e aplicar medidas "baratas" para que a população morra menos. E por essa mentira, a população continuará morrendo e parte dessas mortes será sem saber o porquê já que a falta de testes não dá o real número de infectados ou mortos por coronavírus.

Se da parte dos governantes golpistas e do presidente Bolsonaro não virá nenhuma ajuda real à população, impõe-se uma urgência das organizações populares e de luta, dos sindicatos e partidos da esquerda em reivindicar condições para que consigam sobreviver com dignidade na quarentena, exigindo muito mais do que os míseros R$600,00, exigir que o Estado direcione a produção para entregar máscaras e álcool gel à população, ventiladores mecânicos; pressionar os sindicatos e partidos em uma campanha nacional para que não haja demissões neste tempo de pandemia, que se continue pagando os salários aos empregados mediante ajuda estatal; pela ampliação dos hospitais e ampliação do número de leitos, pela entrega aos profissionais de saúde de todos os equipamentos de proteção necessários para se evitar a contaminação.

Diante dessa crise, não há porque depositar as esperanças nos governos que deram o golpe de Estado e arrancaram da lei os direitos trabalhistas e previdenciários. Não será hoje que a política deles será a favorável ao povo. Como sempre, em meio a toda essa mentira,  o caminho da classe operária exige uma atitude e uma organização para lutar por esses direitos básicos.

Lenin: aniversário de 150 anos


Há 150 anos nascia, em 22 de abril de 1870, o maior dirigente revolucionário que o mundo já conheceu.
É dito como aquele que organizou na história da luta da classe operária o ensaio revolucionário mais acabado.
Como sempre, a imprensa burguesa refere-se a ele como "ditador" e "assassino" do mesmo modo com que fazem hoje com os líderes de estados nacionalistas de esquerda e anti-imperialistas. Campanha anticomunista vil para iludir a população.
Lenin foi tido como o líder da Revolução Russa à frente do Partido Bolchevique pela sua firmeza política na denúncia aos oportunistas traidores da classe operária que apareciam na II Internacional e no Partido Operário Social Democrata Russo. Jamais abriu mão de seus princípios, portanto, manteve-se fiel ao marxismo revolucionário.
Por essa conduta constante e incorruptível no marxismo, organizou a classe operária e os camponeses russos no partido bolchevique que fez a revolução em 1917 na Rússia estabelecendo o governo operário soviético.
Por Lenin, a história testemunhou a construção do partido revolucionário da classe operária que abriu caminho à concepção de um método incontornável para a tomada do poder político pelos trabalhadores e o estabelecimento do socialismo.
Sem dúvida nenhuma, hoje é um dia especial para a luta da classe trabalhadora.

"Podemos (e devemos) empreender a construção do socialismo não com um material humano fantástico, nem especialmente criado por nós, mas com o que nos foi deixado de herança pelo capitalismo. Não é necessário dizer que isso é muito "difícil"; mas, qualquer outro modo de abordar o problema é tão pouco sério que não deve nem ser mencionado" (Em: "Os revolucionários devem atuar nos sindicatos revolucionários?", LENIN).

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Editorial 14/04/2020 - A defesa da liberdade em tempos de pandemia

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Os ideólogos da esquerda pequeno-burguesa compraram sem maiores reflexões a ideia da burguesia de ficar em casa para combater a pandemia. Em primeiro lugar, há que se referendar a compreensão científica de que o isolamento "em abstrato", em uma sociedade em que seja possível esse isolamento, a tendência é a redução dos casos de contaminação entre as pessoas. No entanto, no Brasil as pessoas necessitam trabalhar para não perder seus empregos, precisam pegar condução (em número reduzido, que favorece a contaminação), o benefício emergencial de R$ 600,00 não é suficiente para sobreviver no mês, enfim, a necessidade impõe aos trabalhadores uma realidade diferente de ficar em casa. Para que se defenda essa política, é necessário que não haja demissões e que os trabalhadores recebam, no mínimo, R$ 3.000,00. É importante lembrar que foram liberados pelo Estado 90 bilhões de reais para o auxílio emergencial e 1,3 trilhões de reais para os bancos.

Basta a direita golpista (governador Dória, Caiado, Dória) mandar ficar em casa que a esquerda home-office abraça a ideia e começa fazer propaganda a favor dessa medida. Enquanto isso, os bancos recebem do Estado 1,3 trilhões de reais e os trabalhadores que estão colocando sua vida em risco encontram um sistema de saúde entrando em colapso por falta de leitos e ventiladores mecânicos. O resultado disso é claro: a população que precisa trabalhar irá se contaminar e, por falta de tratamento adequado, morrerá.

Ainda, a esquerda, para se opor aos fasci-bolsonaristas, acionam a justiça para barrar a liberdade de manifestação em apoio ao presidente e à abertura do comércio. Fazem isso porque a esquerda está cativa na ideologia da direita de ficar em casa.
Indo contra a liberdade de manifestação, a liberdade de ir e vir, é importante perguntar a essa esquerda do povo o que ela irá fazer quando todas os hospitais entrarem em colapso por falta de leitos?

Se a única forma real da população evitar maiores mortes é pela manifestação, organizando o povo nas ruas, nos sindicatos e nas organizações populares para exigir a expropriação dos bancos e o aumento do valor do auxílio para que efetivamente as pessoas fiquem em casa, por que a esquerda age, aliás, se omite na direção contrária ao movimento e à liberdade, defendendo a omissão política e a ditadura?

A esquerda se uniu com a direita para defender a ditadura, o toque de recolher, a censura contra manifestações para que o povo não possa mais reivindicar o básico para sua própria sobrevivência. Para essa esquerda, tudo se resume em ficar em casa e "combater" e "lutar" contra o coronavírus.
É preciso se organizar para lutar. A direita golpista do Dória, Witzel e Caiado não difere do Bolsonaro, todos esses políticos não querem saber da população trabalhadora, no fim, eles defendem os bancos e querem que o povo morra sem leitos, sem testes e sem dinheiro. As organizações de trabalhadores, partidos, sindicatos e movimentos populares precisam discutir essa pauta e organizar em torno das palavras de ordem contra essa direita golpista, pelo Fora Bolsonaro, Dória, Witzel, Caiado, Zema etc.; por eleições gerais, pela expropriação dos bancos, construção de hospitais, ampliação de leitos, aquisição de ventiladores mecânicos.  Importa rejeitar essa palavra de ordem direitista de ficar em casa e trabalhar em uma palavra de ordem política ativa.


quinta-feira, 9 de abril de 2020

Venezuela.

A situação na Venezuela é crítica. Desde a eleição de Hugo Chavez, em 1998, o imperialismo tem feito de tudo para derrubá-lo, chegando a conseguir tal feito, mesmo que por um breve período, por meio de um golpe de Estado em 2002. Não é nova, portanto, o assédio ao governo venezuelano.
Os embargos econômicos são, por si só, uma política genocida, que impedem ao acesso a produtos mais básicos como comida, remédios, entre outros. Numa situação como a atual, em meio à crise do COVID-19, o embargo é mais gravoso ainda, por o país corre mais risco de perder o controle da epidemia.
Contudo, apesar dessa crise, o imperialismo não relaxou sua política de embargos: há denúncias de uma preparação para a invasão do país, no caso, da organização da frota norte-americana no mar do caribe. O imperialismo parece aproveitar a crise como uma oportunidade para tentar, novamente, derrubar o regime venezuelano, pois, ao mesmo tempo que o governo é enfraquecido pela epidemia, todos os outros países da América Latina estão impondo uma política cada vez mais autoritária, sob o pretexto de isolamento e quarentena, o que inviabilizaria ou, pelo menos, dificultaria extremamente os protestos por parte do povo desses países, contra a guerra.
A supressão das contradições e a crise são uma grande oportunidade para o imperialismo, e o povo venezuelano e a esquerda mundial podem e devem defender o país.
A Venezuela não é uma ditadura, mas mesmo a pior das ditaduras não é justificativa para a invasão e o genocídio imperialistas. O povo da Venezuela passa fome e necessidades, mas essa crise não é tão grave quanto a imprensa burguesa procura mostrar, e a culpa não é do regime: é do embargo genocida perpetrado pelo imperialismo. O único crime de Chavez, Maduro e do povo venezuelano foi buscar a própria soberania, foi buscar não ser mais um fantoche nas mãos dos grandes monopólios mundiais. Portanto, tal soberania deve ser defendida

O que é uma situação revolucionária?


Trotsky descreve a situação revolucionária como um conjunto de vários fatores. Em primeiro lugar, a situação econômica e social: "as condições econômicas e sociais de uma situação revolucionária se dão, em geral, quando as forças produtivas de um país estão em decadência; quando diminui sistematicamente o peso do país capitalista no mercado mundial e os recursos das classes também se reduzem sistematicamente; quando o desemprego já não é simplesmente a conseqüência de uma flutuação conjuntural, mas um mal social permanente com tendência a se elevar." (TROTSKY, 1931)
Em segundo lugar, a posição das classes: A classe trabalhadora, para finalmente poder tomar para si o curso dos acontecimentos, precisa se rebelar e constituir um inssurreição de massas que rompa com a estrutura política atual, e que seja verdadeiramente revolucionária e não fascista. A classe média, por sua vez, deve ser atraída pela política revolucionária dos trabalhadores, e deixar de lamber as botas dos burgueses. Por fim, a burguesia deve cair em desespero, deixar a atuação conjunta, como classe uníssona, para trás e dividir-se em facções.
Em último lugar, uma organização de massas na forma de um partido revolucionário é imprescindível: caso não exista, a chance de arrefecimento ou distorção da situação revolucionária é enorme.
No momento, as condições da situação revolucionária brasileira estão em evolução: não estão nem totalmente postas, nem totalmente fora da situação política. Por exemplo, com a recente crise do coronavírus, vários setores de classe média começaram a pedir o fora Bolsonaro, ao passo que fica cada vez mais evidente a cisão no governo, já que cada setor governamental representa um setor diferente da burguesia. As condições econômicas também apontam para o desenvolvimento de uma situação revolucionária, especialmente por causa da crise, como observou Trotsky (1931): "O desenvolvimento econômico da sociedade é um processo muito gradual, que se mede em séculos e décadas. Porém, quando se alteram radicalmente as condições econômicas, a resposta psicológica, já demorada, pode aparecer muito rápido. E, assim, sucedendo rápida ou lentamente, essas mudanças inevitavelmente devem alterar o estado de ânimo das classes. Somente então temos uma situação revolucionária."
O grande problema hoje, no Brasil, como foi na época de Trotsky, é a falta de uma organização ou de um partido de massas apto a conduzir a revolução. O PT, maior partido de esquerda do Brasil é, com certeza, a organização mais próxima disso, mas está tomado por uma burocracia pequeno burguesa que empurra a política do PT para a direita. Enfim, seja o PT, seja outra organização de massas, a esquerda tem a necessidade urgente de se preparar para a revolução: a insurreição das massas é como um fenômeno da natureza, um terremoto cuja previsão exata é impossível. Não cabe à esquerda tentar forçar seu acontecimento, mas sim se preparar para ele, por ser inevitável.
O principal oponente a ser derrotado é, hoje, a burocracia pequeno-burguesa que dirige a esquerda brasileira, objetivo este que, inclusive, foi colocado por Trotsky em 1931. Isso é fato por tal burocracia ser o grande impeditivo para a criação de um movimento de massas verdadeiramente revolucionário.

"O que é uma situação revolucionária?",Totsky: https://www.marxists.org/portugues/trotsky/1931/12/19.html

Governo Boric será de direita besuntado em um esquerdismo de fachada

No dia 11 o novo presidente do Chile tomou posse, após 4 anos de governo do direitista Sebastián Piñera. A imprensa internacional deu muito ...