quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Bancos e Unicef de um lado e mortes por COVID-19 do outro: a volta das aulas



A volta às aulas expressa a atitude política central dos Estados capitalistas em profunda decadência econômica e de gestão de crises sociais. Os Estados mostraram-se incapazes de manter a economia fechada em razão da pressão dos grandes bancos internacionais que precisam ver suas dívidas pagas e "gestar" o dinheiro do Estado oferecendo mais créditos sob valor reduzido. Finalmente, a pressão política desses banqueiros fez com que chegamos a 1 milhão de mortes por coronavírus, só no Brasil morreram 147 mil pessoas. 

Enquanto os Estados ficam reféns do capital financeiro, tanto o governo quanto à mídia trabalham em conjunto para suavizar e legitimar a política de abertura do comércio e outras atividades produtivas e de volta às aulas. Não é que um Estado não possa manter a economia fechada, isso sequer foi cogitado uma vez que, existindo o capital financeiro e seus políticos, não há como "pensar nisso". Obviamente, em um país em que o capital financeiro fosse estatal e pudesse direcionar a produção de modo integrado, a paralisação "queimaria" o estoque das reservas e a produção dos bens necessários à sobrevivência seria garantida.

Em razão disso, dessa grande campanha sendo realizada para legitimar as mortes e o trabalho em meio a pandemia, porque, para os banqueiros, uma morte ou 1 milhão de mortes têm o mesmo valor, é preciso denunciar e mobilizar a população a salvarem suas próprias vidas, porque nem o governo, nem os banqueiros querem saber se está havendo contágio ou mortes.


A propaganda de volta às aulas da Unicef: um genocídio em prol dos bancos


A UNICEF, agência da ONU para a proteção das crianças e adolescentes na realidade atua tão somente para propagandear a política imperialista. A agência da ONU, a Organização para Proibição de Armas Químicas (OPAQ), deu o aval aos EUA para invadir o Iraque sob a propaganda falsa de que o governo de Saddam Houssein escondia armas químicas. Mesmo que o Conselho de Segurança da ONU tenha vetado a invasão ao Iraque, os EUA em 2003 invadiu o país e no fim não tinha nenhuma arma química, porém passou a ter empreendimentos financiados pelos bancos norte-americanos e controle sobre a região. Depois que a ONU, controlada pelos imperialistas, não faz nada ou dá aval para as guerras do imperialismo, começam aparecer "ajudantes" da UNICEF mostrando a crueldade da guerra, as crianças famintas, que perderam os pais e como eles irão salvar os pobres coitados. Trata-se de uma agência que serve para reverter a opinião pública e mascarar as ações do imperialismo.



Não é diferente hoje: a UNICEF está divulgando a política de volta às aulas, com o slogan de "reabertura segura" (https://www.unicef.org/brazil/reabertura-segura-das-escolas), utilizando dos mais emotivos argumentos, apelando aos pobres coitados meninos e meninas que não terão estudo e serão prejudicados por esse mal "terrível" que é o fechamento das escolas. 

Fato é que a reabertura das escolas move o setor mais ramificado da economia da sociedade, desde a refeição, transporte, material escolar, professores, uniformes etc. e se isso continuar parado, não gerará dinheiro para que as empresas paguem os bancos. Nas contas do Banco Mundial, serão U$ 10 trilhões de dólares de perda (https://elibrary.worldbank.org/doi/abs/10.1596/1813-9450-9284) caso haja paralisação desse setor, serão 10 trilhões a menos para essa corja.



E assim, qualquer pesquisa no Google é redirecionada à propaganda "emotiva" da UNICEF. De modo análogo, os governos, no caso o do Bolsonaro e dos estados, além da mídia da direita tradicional, apenas repetem o mantra ideológico da UNICEF e, por sua vez, dos bancos: o de abrir as escolas.


A luta pela sobrevivência passa por manter as escolas e a economia fechada


Não somente as escolas, é que, a partir desse setor torna-se mais evidente a propaganda da direita e dos bancos. Em todos os países do mundo que abrem a economia, logo depois, fecham. Eles não querem acabar com o número de mortes, apenas procuram manter o trabalho e o número de mortes em um nível aceitável, possível para a capacidade dos hospitais, para manter a lucratividade desses magnatas. A mortalidade "razoável" continuará até a provável vacina.

A campanha pela manutenção das escolas fechadas deve ser realizada a todo o custo, a contaminação irá aumentar, mesmo com estudos que apontem baixa mortalidade infantil por COVID-19. Isso não impedirá o contágio às demais faixas etárias ligadas direta e inderetamente aos estudantes. Contra essa política de descaso, genocídio em razão do lucro dos capitalistas, é preciso lutar pela sobrevivência. Pelo fechamento das escolas e da economia.

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