segunda-feira, 25 de maio de 2020

Editorial 25/05/2020 A polarização política e a Frente Ampla


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Mais um ato Fora Bolsonaro na semana passada: ato simbólico na manhã de quinta-feira, 21 de maio, em frente à Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).
A política no Brasil está sendo cada vez mais polarizada por causa da crise sanitária, colocando o país em uma espiral de acirramento político entre todos os campos. A direita golpista luta contra os bolsonarista em questões como a Cloroquina e a abertura das atividades, já a esquerda, de modo totalmente desorganizado, está indo para as ruas se contrapor aos bolsonaristas nos atos que fazem em favor da implantação de uma Ditadura Militar. 

A imprensa burguesa apresenta apenas parte dos conflitos, buscando deslegitimar os bolsonaristas com a velha alcunha de loucos e fanáticos. Assim, no imaginário político atual, criam-se falsa querelas como a questão do armamento. Toda esta confusão política se faz em um momento em que a falta de perspectiva política da esquerda e suas organizações deixou-os a reboque da campanha #Ficaemcasa, o que imobilizou a reação popular. Deste modo, os bolsonaristas fazem grande avanço ao se utilizar do ódio popular contra as proeminentes figuras do golpe como o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), manipulam toda a ira gerada pelo desrespeito aos direitos democráticos. 

Na falsa versão televisiva, uns loucos gananciosos se comprometem com o governo, enquanto nos meios de comunicação que os bolsonaristas estão construindo (You Tube, mensagens de Whatsapp, antiga postura da Band, Record), posam de defensores do povo contra a tirania imposta nesta quarentena. O povo, deixado a própria sorte pela esquerda, fica entre ambas as versões, sem perceber que os bolsonaristas são uma das facetas do golpe. A política golpista de entrega e destruição da economia nacional, tanto dos governadores quanto de Bolsonaro são as mesmas, todos estiveram unidos para aplicar a Reforma da Previdência e o rígido controle fiscal. Do mesmo modo, ambos respondem aos patrões e não estão minimamente preocupados com a saúde das pessoas. Apesar disto, é necessário arranjar um bode expiatório para a fenomenal crise que se avizinha. 
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Estação de metrô e trem de São Paulo.
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Realidade brasileira: enquanto uma elite fica em casa, a população está trabalhando, pegando condução coletiva, expondo-se ao risco.

A direita golpista, com todo o seu aparato midiático, criou o clima para uma saída controlada da futura crise através de uma Frente Ampla. Assim, vários setores direitistas no passado estão recebendo destaque para apresentar a substituição de Bolsonaro, sendo o Roda Viva um dos programas que mais está se prestando ao papel de reciclagem política. O que mais se destaca em toda essa nova demagogia não é só o falso arrependimento dos coxinhas, mas as explícitas colocações contra Lula, mostrando que a real intenção política desta manobra é diminuir os ânimos e frear a polarização. 

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Youtuber Felipe Neto.
Ao mesmo tempo, os bolsonaristas se lançam a campo para aprofundar sua política, reunindo mais pessoas nos atos intervencionistas e colocando demagogicamente o Fora Dória, uma jogada política muito astuta para dar ares de legitimidade aproveitando o tremendo ódio que os paulistas têm do PSDB. Apesar da genialidade, só um analfabeto político seria capaz de acreditar na seriedade desta pressão, pois Dória ou BolsoDória durante as eleições, é tão autoritário e lacaio do imperialismo quanto Bolsonaro. 

Os atos intervencionistas realizados no país, que inicialmente se favoreceram da paralisia da esquerda, agora começam a encontrar resistência dos setores menos ligados a esquerda institucional. Já é o terceiro final de semana que ocorrem confrontações entre manifestações intervencionistas e antifascistas, isso em um ambiente em que começam a surgir atos públicos pelo Fora Bolsonaro levado adiante não pela Frente Ampla, mas por setores realmente combativos como as torcidas organizadas, os comitês de luta contra o golpe e o PCO (Partido da Causa Operária), conselhos populares e por sindicatos de profissionais da saúde. Agora, é preciso sair da paralisia, criar comitês em todos os locais e levar a manifestação de revolta organizadamente para a rua, local de luta da esquerda em que os oportunistas são apagados pela força da movimentação popular. 

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Ato "Fora Bolsonaro" na Praça dos Três Poderes
Sair às ruas, 
Criar comitês populares pelo Fora Bolsonaro

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