sábado, 25 de julho de 2020

O Curandeiro do Planalto


O Chargista de esquerda Jota Camelo precisa de apoio financeiro para seu projeto de trabalho: https://apoia.se/jotacamelocharges

Reforma tributária para pobres pagarem mais e não receberem nada do Estado

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Primeiro de tudo, é preciso saber quem é Paulo Guedes, o ministro da Economia do governo Jair Bolsonaro. Ele é seguidor da doutrina do conhecido neoliberalismo de Milton Friedman, ou seja, o Ministro é um defensor dos bancos e do imperialismo Norte-Americano, um verdadeiro Chicago Boy.

Posto isso, precisamos saber se a reforma tributária será favorável a classe trabalhadora ou se será mais um ônus do Estado sobre o cangote da população. Bem, se a política do ministro é tornar um Estado sem proteção ao trabalhador (mínimo), sem previdência e demais direitos sociais, num movimento para que as empresas privadas possam lucrar com o vazio deixado pelo Estado de modo proposital por esse direitista. Assim, a reforma tributária vai ajudar a quem?

"Rico capitaliza recursos e pobre consome tudo"
Quando Paulo Guedes falou isso, ele estava tão somente expressando sua ideologia contrária ao povo como também sinalizando aos empresários do seu papel relevante para eles e também, de certa forma, iludindo os pequenos empresários que apoiam o Bolsonaro de que eles detém certa superioridade moral diante dos pobres, da classe trabalhadora.

Depois dessas considerações, pode-se falar sobre a Reforma Tributária proposta por Guedes hoje (21) ao Congresso Nacional. O presidente Jair Bolsonaro fala que não será o retorno da CPMF, Guedes já fala em Nova CPMF e, no final, será um imposto sobre transações online, que ainda será discutido posteriormente. No documento apresentado hoje ao Congresso, o PIS e COFINS seriam unificados no CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) com alíquota única de 12%; paralelamente já existe, propostas semelhantes que agregam no IVA o IPI, ICMS, ISS, além do PIS e COFINS. Na prática, os grandes monopólios industriais estrangeiros reduzirão seus impostos na cadeia produtiva e o setor de serviços, as pequenas empresas terão de pagar de 5% para 12% de modo direto já que não há uma cadeia produtiva. Proposta comum aos neoliberais que querem agradar os investidores estrangeiros e destruir a economia nacional.

O governo, ainda, propõe alterar o Imposto de Renda, deixando com a alíquota de 20% para as empresas, como ele vem defendendo, com a justificativa incentivar as contratações e reduzir do desemprego. Reduzir a alíquota para 20% significa que a concentração de renda será maior pois o imposto não será proporcional a renda, assim as empresas maiores pagarão o mesmo imposto que as menores. Na Alemanha, Dinamarca e China o imposto é progressivo e as alíquotas máximas são maiores que 40%. Assim, a proposta de Guedes não está relacionada a empregabilidade, senão promover a concentração de renda, já que as empresas maiores lucrarão mais e, por óbvio, não haverá repasse aos trabalhadores: mesmo que haja relativo aumento da contratação, a massa salarial tenderá a cair, já que a tendência monopolista desse tipo de política fragiliza ainda mais a classe trabalhadora diante dos capitalistas.

Longe de propor que uma ou outra política tributária irá melhorar algo substancial na vida do trabalhador, é preciso esclarecer que um político neoliberal e um parlamento burguês não fará nada para o povo. Para que a população tenha em suas mãos alguma coisa, precisa chamar o Fora Bolsonaro nas ruas a partir de suas organizações de luta. O governo capacho do imperialismo precisa ser derrubado pela organização dos trabalhadores, qualquer lei ou ato vindo de cima será sempre uma imposição à contragosto para a população - o que está se mostrando cada vez mais real, com a extinção das vias "democráticas" pelo Golpe de 2016, fraude eleitoral de 2018 com a articulação do FBI na Lava-Jato para prender o candidatável Lula.

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O atual regime carcerário condena todos os presos a um risco altíssimo de morte


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O sistema carcerário brasileiro é totalmente desumano e ilegal, parece uma masmorra medieval. O Estado, que é o ente social que tem o dever de agir segundo a lei, ultrapassa todos os direitos dos indivíduos os condenando a uma situação de encarceramento. Assim, o que este jornal coloca como princípio de toda a nossa discussão sobre a Justiça é a total abolição das cadeias e a utilização de medidas alternativas para não incorrer na violação legal contra o direito a vida e dignidade garantidos aos cidadãos. Esta discussão é importante para entendermos sem cinismo a atual crise sanitária nos presídios. 

Há um crescimento no número de mortes em mais de 280% e de mais de 2.000% nos contaminados durante a pandemia nas cadeias, colocando o sistema em uma situação que deveria amenizar a vida dos detentos, concedendo liberdade provisória para o maior número de pessoas possível como situação de respeito a vida. Entretanto, mesmo que haja decisão para que as pessoas do grupo de risco sejam soltas como resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Supremo Tribunal Federal (STF) negou 84% dos pedidos para mudança para o regime de prisão domiciliar. 

A tônica do Judiciário, poder mais fechado de todo o regime republicano, é de extinção de direitos e liberdades em todos os campos. A pandemia, talvez, deixa mais clara a função da Justiça, já que o resultado será uma tragédia humanitária completa em nosso regime carcerário se a libertação não for efetivada - e não está sendo.

Os movimentos de luta contra o encarceramento e a Pastoral Carcerária estão se mobilizando e já lançaram uma apostila para o desencarceramento imediato, acompanhe a luta da Pastoral, uma entidade católica ligada a luta por mais dignidade nos presídios. A última nota emitida pela organização foi muito sensata em colocar que o direito de Queiroz não deve ser discutido como uma privilégio, mas deve servir para mostrar as violações que ocorrem contra todos os presos, que sob as mesmas condições salutares que Queiroz estão sendo negadas do seu direito de conversão de pena para o regime domiciliar. A proposta não é punir a todos igualmente, não é por leis mais duras: é libertar todos igualmente.

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Aos bancos tudo, ao povo a morte por coronavírus

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O governo Bolsonaro, capacho dos grandes bancos e do imperialismo dos EUA, estão realizando uma política de guerra contra a população. Governo que  defende um remédio para que a população se sinta segura diante da contaminação pelo COVID-19 e continue trabalhando. Enquanto isso, entrega R$ 600,00 para a população passar fome, abre "gradualmente" as empresas e transfere uma massiva parte do imposto do brasileiro, um "socorro", para os bancos lucrarem com a crise.

Se o governo optasse por manter 1 mês o país em isolamento total, fornecendo um auxílio superior a essa miséria de R$ 600,00, não teríamos 84 mil mortes diretamente ligada a política capitalista do Bolsonaro. Ao invés disso, aprovou o orçamento de guerra e destinará 1,274 trilhões de reais aos parasitas enquanto que para o beneficiário do auxílio emergencial apenas R$ 150 bilhões no total. Está claro a opção do governo em beneficiar os bancos com a exposição e morte dos trabalhadores por COVID-19. 

Como é normal nas políticas de economistas capitalistas (Guedes, o Chicago boy), lucrar com a crise tem seus efeitos nos direitos trabalhistas. As recentes medidas provisórias impostas pelo Presidente Bolsonaro (936,  927) flexibilizaram as relações trabalhistas, para que o trabalhador pudesse se expor ao coronavírus recebendo menos: autorizam a suspensão de contratos (sem pagamento) e a redução da jornada — e pasmem — com a redução de salário. Uma ofensa ao trabalhador que já se expõe em benefício dos empresários e banqueiros. 

A conscientização da existência da guerra contra a classe trabalhadora precisa ser realizada. A classe trabalhadora precisa impor a sua política: quarentena para todos com condições para que todos possam se isolar; expropriação dos bancos; sem demissões, sem redução salarial; impor a escala móvel de horas de trabalho e escala móvel de salários para setores relacionados com atividades produtivas necessárias à sociedade, e, finalmente, o confisco e a transferência, aos trabalhadores, do controle das empresas que não conseguirem arcar com a crise. É necessário lutar por essa bandeira e lutar pelo Fora Bolsonaro, pois é uma luta pela sobrevivência da classe trabalhadora em meio a pandemia. 

Referência dos dados: http://www.esquerdadiario.com.br/Auxilio-aos-empresarios-e-pelo-menos-tres-vezes-maior-que-dos-trabalhadores

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Mais uma manobra da direita golpista para destruir o PT

Mais uma manobra da direita golpista para destruir o PT, agora a imprensa burguesa chama o partido a desistir da candidatura própria na maior disputa do país

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A direita golpista tem um grande problema em seu caminho: o Partido dos Trabalhadores (PT) e mais especificamente a ala à qual pertence Lula. Como organização, o PT é o único a conseguir mobilizar nacionalmente os trabalhadores e colocar um peso significativo na luta política, assim mesmo que a política petista não seja a mais combativa contra os golpistas é única não artificial - por ser baseada, justamente, na força dos trabalhadores. Essa situação política acaba se tornando confusa dentro do quadro político brasileiro por causa da forte despolarização que a burguesia busca criar alavancando setores da esquerda. 

Os setores mais oportunistas da esquerda, como é o caso de Guilherme Boulos, não se sentem acanhados de receberem as benesses dos veículos de comunicação burguesa. Assim, muita gente estranha da esquerda aparece na Globo News e demais canais, mas Lula permanece proscrito. 

Lula e a ala que ele comanda dentro do Partido dos Trabalhadores é a mais ligada ao movimento popular e sindical, por isso mesmo sendo altamente burocratizada e paralisada é aquela que mais consegue mobilizar e polarizar a política. Também é aquela ala que mais pressões sofre da população, o que acaba ligando ela de uma forma muito estreita com a classe operária e a luta contra o golpe. Eis aí o grande problema dos golpistas, que buscam diversas fórmulas para destruir o capital político de Lula e sua direção do movimento popular. 

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A mais nova manobra política dos golpistas está sendo construída contra Lula e a polarização por meio da disputa eleitoral de 2020 para a prefeitura da maior e mais importante cidade brasileira. São Paulo é a cidade mais importante da disputa política de 2020, muitos prefeitos da capital chegaram a disputar cargos importantes por meio de sua passagem pela prefeitura, também é o orçamento mais importante do país em nível municipal. 

O Partido dos Trabalhadores teve uma disputa eleitoral que o fragilizou neste ano, as prévias para Pré-Candidato a Prefeiro. Alexandre Padilha e Jilmar Tatto disputaram as prévias por meio de uma eleição virtual por causa da Pandemia e do não enfrentamento da burocracia partidária, acabando com a vitória de Tatto em uma disputa com participação muito limitada e um método avesso ao modo operário. 

Em busca de ampliar os estragos feitos ao Partido dos Trabalhadores, a burguesia agora estimula a candidatura de Guilherme Boulos como forma de apagar o partido da disputa eleitoral mais importante do país. Boulos, o presidenciável menos votado do Partido do Socialismo e Liberdade (PSOL), já apareceu na imprensa como grande figura da política nacional pela Veja, que apresentou sua candidatura como provável participante do 2° Turno, enquanto a Época o coloca com 11° dos votos em terceiro colocado. 

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A ala mais direitista do Partido dos Trabalhadores já se movimenta para fazer coro com os planos golpistas, tendo inclusive pessoas de peso dentro da máquina partidária levando a política burguesa de liquidação para dentro do partido como é o caso de Tarso Genro. Esta manobra não está isolada da Frente Amplíssima.


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quinta-feira, 23 de julho de 2020

Os parasitas almoçam de graça

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A frase "não existe almoço grátis", usada por direitistas para difamar o comunismo, apesar de ser uma frase falsa e oportunista, tem uma base na realidade: o fato de que sempre há um trabalho humano por trás da produção de mercadorias, ou de (quase) todo objeto de valor. O trabalho humano, a energia e tempo dedicados à produção, atribuem um valor à mercadoria, o que faz com que ela não seja "grátis": mesmo disponibilizada sem custo, é certo que alguém terá de arcar com o custo.

Dois aspectos desse custo: primeiro, no capitalismo o trabalhador, que já é escravizado pela burguesia, é obrigado a arcar com todos os custos de alimentação, serviços, necessidades básicas, entre outros. A consequência disso é a miséria, o trabalhador se vê incapaz de pagar pela satisfação de suas necessidades, apesar de ele, com seu trabalho, produzir: se o valor que o trabalhador recebe é menor do que o valor que ele produz, então ele está arcando com o custo de vida de outrem, no caso, daquele que se apropria do valor que ele produz: o patrão. Então, no capitalismo, o almoço grátis é o almoço do patrão, que é um parasita dos trabalhadores. E os trabalhadores, com isso, ficam incapazes de ter dignidade.

O segundo aspecto desse custo é a evolução das forças produtivas. Conforme a tecnologia avança, o trabalho humano pode ser substituído, cada vez mais, pela automação. E, hoje em dia, já estamos em um nível tecnológico que possibilita a substituição quase total do trabalho braçal, ou seja, do trabalho dedicado à produção de mercadorias, pela automação. O trabalho humano, no comunismo, será dedicado à outros objetivos, já que não é necessário mais "por a mão na massa". Duas consequências: para que o capitalismo continue sendo viável, é necessário frear o avanço tecnológico e científico, pois, caso contrário, a escassez some, e portanto a margem de lucro do patrão desaparece.

 A segunda consequência da automação é o fim do "custo" da mercadoria: não é mais necessário aos seres humanos dedicar tempo e energia para produzir nada, e a consequência disso é o desaparecimento do valor das mercadorias: todas elas passam a ser produzidas sem custo. Portanto, hoje em dia, existe almoço grátis!


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NÃO RESPONSABILIZE O VÍRUS DE CORONA PELA QUEBRA DO SISTEMA FINANCEIRO!

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Os mercados de ações globais caíram nesta semana (primeira semana de março de 2020), com notícias da disseminação do COVID-19 para outros lugares, além da China. Os investidores reagiram às advertências sobre os efeitos da interrupção das linhas de suprimento e fábricas chinesas, além da redução do consumo. Estão circulando previsões que a doença poderia aniquilar os lucros corporativos líquidos do ano. Alguns relatórios estão projetando uma queda no PIB, como o preparado pela Goldman Sachs, que prevê que o crescimento global do PIB não chegará a 2% nesse ano. Esse mesmo relatório também prevê que o PIB dos EUA terá uma queda de mais de 2%.
O efeito geral desses relatórios foi produzir um pânico, que atingiu muito o mercado de ações nos EUA, que, no final do dia 27 de fevereiro, havia sofrido uma queda de 12% em sua avaliação. O índice Dow Jones sofreu uma mais de mais de 3.000 pontos. O presidente Trump realizou uma entrevista coletiva, na esperança de conter o pânico, cercado pelas principais autoridades de saúde do governo, para mostrar que os EUA estão preparados para lidar com uma possível pandemia e afirmar que a economia é sólida. No entanto, a cobertura de seus comentários na grande imprensa estava cheia de análises de supostos especialistas proclamando que o COVID-19 levaria a uma recessão, se não um colapso total da econômia.

COBERTURA DE NOTÍCIAS FALSAS
Este é um exemplo clássico de fake news. O COVID-19, mesmo se declarado uma "pandemia" que se espalha por todo o mundo, não seria a causa de uma catástrofe financeira e econômica global, mas apenas um gatilho para esse colapso, que ocorreria mesmo se não houvesse vírus. A real razão para esse colapso é a hegemonia global das políticas econômicas neoliberais. De fato, o Movimento LaRouche vem alertando há anos que a causalidade é, na realidade, o inverso do que está sendo relatado: são políticas econômicas neoliberais, incluindo austeridade nos gastos em saúde pública e terceirização de recursos vitais como produção de alimentos e produtos farmacêuticos resultantes das chamadas políticas de livre comércio, que produziram o sistema no qual qualquer interrupção nas linhas de produção (como fechamento de fábricas, quarentenas etc.) poderia levar a escassez.
Portanto, além de ações emergenciais para reverter essas vulnerabilidades, é essencial que todo o paradigma do neoliberalismo e seu dogma de globalização, que rejeita a segurança defendida pelas políticas de investimento na economia física pelas nações soberanas, sejam imediatamente substituídos. Para esse fim, a Presidente do Instituto Schiller, Helga Zepp LaRouche, apelou urgentemente a ações emergenciais, centradas em acordos internacionais para adotar as políticas econômicas soberanas definidas pelas Quatro Leis de Lyndon LaRouche.
O apelo começa com a afirmação: "Como a disseminação do COVID-19 está ameaçando se tornar uma pandemia, o impacto na produção econômica física já está desafiando as cadeias de suprimentos do sistema de produção industrial.  A soberania das economias nacionais foi substituída por cartéis internacionais, o que criou dependência extrema entre essas cadeias de suprimentos. Assim está em risco a existência de pequenos e médios industriais. Há sinais claros de que essas interrupções da cadeia produtiva podem causar outra crise no sistema financeiro global como em 2008.”. 
"A crise do COVID-19 pode em breve se tornar o gatilho para o colapso do sistema financeiro, que já está irremediavelmente falido - com US$ 2 quatrilhões em agregados financeiros - como a emissão maciça dos chamados créditos compromissados pelo FED desde setembro de 2017 do ano passado, a política continuada de flexibilização quantitativa e as taxas de juros zero e até negativas do Banco Central Europeu, do Banco da Inglaterra, do Banco do Japão. Neste sistema financeiro, as únicas opções que restam são: um incontrolável colapso da reação em cadeia, que pode ser desencadeado por qualquer uma de muitas causas. Entre essas causas estão: 1) uma crise da dívida dos países emergentes, 2) o colapso da bolha de títulos corporativos dos EUA, 3) o colapso dos principais bancos dos EUA ou da Europa, 4) uma explosão hiperinflacionária, a exemplo da Alemanha em 1923. As consequências desse colapso seriam o caos, a perda de milhões de vidas e possivelmente a guerra ".

ECONOMIA REAL VERSUS UMA BOLHA

A narrativa de que uma economia de outra maneira sólida está ameaçada por uma pandemia em potencial é uma fraude praticada por aqueles que são os criadores e beneficiários do atual modelo econômico baseado em bolhas financeiras. Os números são similares àqueles que impulsionaram a bolha de títulos hipotecários de 2008. Esses mesmos fraudadores foram responsáveis pelo resgate de vários trilhões de dólares. As estimativas apontam que mais de US $ 23 trilhões foram gastos na forma de fundos de resgate para salvar o sistema bancário e financeiro. Diversas fraudes foram praticadas nesse contexto, como a criação artificial de dinheiro para a compra de títulos das bancos falidos (quantitative easing) ou a prática de empréstimo à juros zero ou negativo.
Os enormes volumes de créditos criados pelos bancos centrais nesses golpes financeiros foram para os mesmos especuladores que criaram a bolha de 2008. Isso criou um efeito patrimonial na avaliação de ações. Após o crash de 2008, a média de avaliação do Dow Jones caiu de 14.164 para 6.594. Ao invés de se anular as dívidas hipotecárias, criou-se um fluxo interminável de fundos dos bancos centrais para a negociação continuada desses dívidas, sem saber se quer se essas possuíam de fato algum valor!
Em janeiro de 2017, quando o Presidente Trump assumiu o cargo, o Dow Jones havia alcançado 19.732. Com isso o que o Presidente Obama disse ter demonstrado que suas políticas econômicas funcionavam, apesar do alto desemprego e da substituição de empregos bem remunerados da indústria por empregos de baixa remuneração no setor de serviços. Naquele instante não foi dito que os fundos de resgate permitiram aos especuladores criar uma nova bolha, às custas da economia real da produção de bens físicos. Somente através dos ganhos de produtividade na economia real, alimentados pelo progresso científico mediado pela introdução de novas tecnologias, que a riqueza real é criada, em vez dos lucros obtidos pelos especuladores.
Embora o Presidente Trump tenha iniciado programas projetados para recuperar a manufatura, principalmente por romper com o "livre comércio" e as políticas regulatórias de seus antecessores, ele foi prejudicado pro neoliberais republicanos e democratas do Congresso norte-americano. Assim , Trump não reestabeleceu a Lei Glass Steagall (que separava de maneira rígida os bancos comuns dos bancos de investimentos) e se tornou cativo às demandas de "dinheiro de helicóptero" vindos de especuladores de Londres e Wall Street. Os dirigentes do FED, Ben Bernanke and Janet Yellen vivem em conluio com a mídia e universidades na defesa desses interesses especulativos.
Nesse contexto houve uma valorização surpreendente dos valores das ações. O Dow Jones passou de pouco menos de 20.000 pontos, quando, Trump se tornou Presidente, para um pico de quase 30.000 em 19 de fevereiro de 2020. Mas a valorização também tem sido de dívidas, de todos os tipos, muitas das quais nunca serão pagas. A dívida corporativa atingiu uma alta histórica de quase US$ 14 trilhões, com muitas das novas ofertas de títulos sendo classificadas em níveis abaixo de títulos de risco. Muitas empresas agora são classificadas como zumbis, o que significa que elas não obtêm lucros suficientes em um ano para cobrir os pagamentos de juros de suas dívidas nesse mesmo período. As empresas zumbis dependem de empréstimos com juros altos ou compromissados.
A dívida doméstica também atingiu um novo recorde, já que a dívida total com cartão de crédito agora ultrapassa US$ 1 trilhão e a inadimplência só cresce. 43% das famílias dos EUA tomam empréstimos ou usam cartões de crédito para comprar bens de consumo, o que não é um sinal saudável para uma sociedade tão dependente dos gastos dos consumidores (68% do PIB dos EUA é proveniente dos gastos dos consumidores). A dívida estudantil também supera US$ 1 trilhão. A indústria automobilística dos EUA também se beneficiou da securitização de empréstimos para automóveis baseada no modelo de títulos hipotecários que levou a crise de 2008.
Conforme a porcentagem do PIB referentes a indústria, serviços públicos, mineração e agricultura diminuiu, os EUA tornaram-se cada vez mais dependentes de inovações financeiras como, por exemplo, a securitização. Assim, enquanto os valores das ações são apreciados, a economia produtiva real está encolhendo. Os modestos ganhos obtidos nos dois primeiros anos do governo Trump pararam por influência dos neoliberais republicanos e democratas e de seus patrocinadores que dependem da bolha financeira especulativa. A agenda ambiental contra a industrialização e o crescimento compactua com esses setores.

Para desviar a atenção dos efeitos desastrosos de suas políticas neoliberais eles apresentam uma conjunto de explicações falsas para a recessão. Enquanto isso escondem as verdadeiras razões que estão relacionadas aos empréstimos para recompra de títulos de bancos e a política de juros zero ou negativo. Entre outras causas falsas para a crise, além do COVID-19, encontram-se: 1) a paralisação do governo devido à falta de aprovação orçamentária no Congresso, 2) o fechamento do Golfo Pérsico diante de uma possível guerra entre os EUA e o Irã, 3) Aumento das tensões entre os EUA e a Rússia, 4) a guerra comercial com a China, 4) um cisne verde (green swan), termo apresentado pelo Bank for International Settlements (BIS) para representar crises econômicas causadas por mudanças climáticas e acidentes ambientais.
Não se deixe enganar por esses vigaristas e pelos formadores de opinião da mídia. O COVID-19 é colocado nas capas dos jornais e revistas por esses larápios como forma de desviar atenção dos crimes que cometem contra a humanidade. O COVID-19 deve ser levado a sério e abordado por medidas competentes financiadas pelo orçamento público. Tais medidas também devem ser discutidas em cúpulas de nações. Em última análise, para proteger a humanidade de ameaças futuras é necessário acabar com o paradigma econômico, político, social e cultural do neoliberaismo e substituí-los por medidas que aumentarão drasticamente o investimento na economia real e física.

Tradução em Português do texto publicado originalmente em março de 2020, cujo foco é mostrar que o colapso econômico global que se apresenta não tem relação com a suposta epidemia por COVID-19.
Autor: Harley Schlanger
Título original: DON'T BLAME THE CORONA VIRUS FOR THE CRASH OF THE SYSTEM!
Link para acesso ao texto original em inglês:  
https://harley.larouchepac.com/don_t_blame_the_corona_virus_for_the_crash_of_the_system 

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