domingo, 9 de fevereiro de 2020

Sobre o adjetivo corrupto

Matéria escrita por José Dirceu explicando a campanha política da direita de combate à corrupção.


Todo governo que lutou pelo povo foi atacado como "corrupto"

Agora, temos a Lava Jato, operação que serviu de instrumento para o golpe parlamentar judicial que derrubou Dilma e levou à prisão de Lula


Ouso e abuso da luta contra a corrupção na disputa política pelo poder tem sido uma constante em nossa história.

Todos dirão que Getúlio foi levado ao suicídio por causa do atentado contra Carlos Lacerda, que resultou na morte do major Vaz, da Aeronáutica, que fazia sua segurança. Na verdade, a decisão extrema do presidente foi motivada pela campanha anticorrupção – o mar de lama que envolvia o Palácio do Catete – que envenenou e degradou o ambiente político e levou à crise e à exigência dos militares pela renúncia de Getúlio.
O combate à corrupção também foi o tom da sucessão de JK. Quem não se lembra da famosa vassourinha de Jânio Quadros e sua falsa campanha de moralização e combate à corrupção? E nada mudou com sua renúncia e anos do governo João Goulart: livrar o Brasil da corrupção e do comunismo foi o mote dos militares para dar o golpe em 1964.
E não parou por aí: Juscelino Kubitschek, que tinha mais de 40% de intenção de votos para a eleição 1965 (eleição que nunca saiu do papel), virou alvo de uma feroz campanha que o acusava de ser o dono de um triplex em Ipanema. O imóvel seria a prova de sua corrupção.
Em resumo, todos os presidentes que fizeram governos genuinamente nacionalistas e com medidas pró-trabalhadores foram atacados por campanhas anticorrupção.
Fato é que nunca houve tanta corrupção como nos anos de ditadura militar e ninguém podia denunciar. A imprensa foi calada e o Judiciário, que nem sequer podia investigar, ficava longe de mover denúncias, processos e condenações.
Na eleição de 1989, com o país devastado pela crise econômica e a hiperinflação, o discurso do combate à corrupção ajudou a levar Fernando Collor à vitória. Com o tempo, o caçador de marajás se mostrou um engodo por completo.
Agora, temos a Lava Jato, operação que serviu de instrumento para o golpe parlamentar judicial que derrubou Dilma e levou à prisão de Lula após condenação mais que ilegal. Não restam dúvidas de que Moro e Dallagnol conspiravam à sombra e contra a lei e a Constituição, sob o olhar complacente do STF e, com raras exceções, com o apoio total da mídia.
A luta contra a corrupção, mais do que necessária, só foi possível graças aos governos Lula e Dilma, que reestruturaram o MPF e a PF, fortaleceram o Coaf e a Receita Federal, deram à CGU condições de fiscalização e aprovaram, no Congresso Nacional, todo o arcabouço legal que a viabilizou, apesar dos abusos e uso político.
Há uma dupla moral e um uso descarado da luta contra a corrupção para atingir adversários e, o mais grave, para derrubar governos populares e de esquerda, não apenas no Brasil. Aqui, como vemos, há exemplos claros e provados do uso generalizado dos dois pesos e duas medidas e também da seletividade na hora de investigar a corrupção, poupando sempre os bancos e a mídia – só para dar dois exemplos gritantes.
Por que nunca se foi a fundo na relação de grupos de comunicação com os casos de corrupção na Fifa e no futebol em geral? E os bilhões de reais que circulam sem passar pelo sistema bancário? Isso sem falar nas privatizações do sistema de teles no governo tucano ou na compra de votos para a reeleição de Fernando Henrique.
A hipocrisia dos dois pesos e duas medidas não tem limites. Sem nenhum pudor, o Novo, partido que se diz vanguarda da luta contra a corrupção, foi contra a decisão do STF que criminalizou a sonegação fiscal de ICMS. Que moral é essa? Que vanguarda é essa? Outro exemplo é o caso da juíza Selma, conhecida como “a Moro de saia”. Eleita senadora pelo PSL de Bolsonaro, foi cassada pelo TSE por uso de caixa 2.
O caixa 2, a propósito, é outro bom exemplo de como a interpretação pode mudar de acordo com os interesses envolvidos. Para Sergio Moro, caixa 2 é crime, mas deixou de ser quando Onyx Lorenzoni, seu colega de Esplanada dos Ministérios, assumiu que recebeu dinheiro da Odebrecht. Não podia, mas agora pode?
A bandeira da corrupção e a militância político-partidária também já levaram outros nomes, além de Sergio Moro, da estrutura do Judiciário para a arena política. E são exemplos que vão de mal a pior, como Demóstenes Torres e Pedro Taques. Ostentar tal bandeira mexe com egos e projeta a construção de heróis nacionais, personagens que trazem, infelizmente, mais danos do que benefícios para a democracia.
É o que a história nos ensina há muito tempo.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Botafogo perde em casa na segunda rodada do Paulistão 2020

O Botafogo não conseguiu impor o costume ao calor escaldante ao seu favor na tarde do último domingo, no estádio Santa Cruz. O gol que reabilitou a Ponte começou com erro no meio campo do botinha que redundou num cruzamento pela ponta esquerda, no lado da Costábile, que parou no fundo da rede do Botinha depois do chute da intermediária, sem marcação. Gol de Camilo. Ficha de jogo BOT Botafogo-SP Darley 89GOL Caíque Sá 35LAD Jordan 32ZAD Didi 53ZAE Guilherme Romão 6LAE Willian Oliveira 15VOL Gabriel Calabres 17MEC Ferreira 33VOL Rafinha 10MEC Murilo Oliveira 21ATA Ronald 31ATA Diego Cardoso 11ATA Luketa 29ATA Gustavo Henrique 9ATA Wagner Lopes Técnico 4 - 3 - 3 Esquema Tático PON Ponte Preta Ygor 1GOL Jeferson 2LAD Cléber Reis 3ZAD Henrique Trevisan 4ZAE Guilherme Lazaroni 6LAE Yuri 16LAE Bruno Reis 8VOL Dawhan 15VOL Camilo 5VOL João Paulo 10MEC Vinícius Zanocelo 20MEC Apodi 7ATA Bruno Rodrigues 11ATA Roger 9ATA Gilson Kleina Técnico 4 - 3 - 3 Esquema Tático

Governo Boric será de direita besuntado em um esquerdismo de fachada

No dia 11 o novo presidente do Chile tomou posse, após 4 anos de governo do direitista Sebastián Piñera. A imprensa internacional deu muito ...