segunda-feira, 14 de março de 2022

Está surgindo uma nova ordem mundial?

G7

A guerra da Ucrânia não pode ser analisada como um evento isolado. Essa guerra terá consequências a nível mundial e alguns setores dizem que o feito pode representar o surgimento de uma nova ordem mundial.

No entanto, uma nova ordem mundial, que representasse a troca dos países imperialistas atuais por um novo conjunto de países imperialistas, não é possível. Os marxistas já analisaram muito a questão do imperialismo e demonstraram, inclusive na prática com a revolução russa, que o imperialismo é a última etapa do capitalismo e que a luta das burguesias dos países atrasados contra o imperialismo levará inevitavelmente à ditadura do proletariado, não a novos países capitalistas desenvolvidos.

Porém, é possível que com a polarização entre os países, haja um distanciamento ainda maior entre os países imperialistas e alguns países oprimidos, surgindo assim blocos de países.

Um desses blocos trata-se do conjunto de países que vão estar aliados à hegemonia imperialista dos países do atlântico norte sob a liderança dos EUA, mas com outras nações importantes como o Reino Unido. Os países europeus, no geral, pertencem a esse bloco. Esse bloco deve perpetuar a velha política imperialista pautada na espoliação, na guerra e na traição. Seu modelo econômico baseia-se em uma economia não produtiva, em que todos os indicadores econômicos de produção, emprego e consumo apresentam queda constante. A especulação financeira, a contravenção e a criminalidade são elementos necessários dessa estrutura.

O outro bloco seria liderado por China e Rússia e apresenta ao mundo uma alternativa econômica baseada na produção e no consumo. O principal projeto chinês para isso são as novas rotas da seda. China e Rússia possuem uma parceria estratégia importante e duas semanas antes do início da guerra aprofundaram essa aproximação. Putin, em discursos, tem afirmado mais de uma vez que todo esse movimento levará ao estabelecimento de uma nova ordem mundial. Países como Índia, Afeganistão, Paquistão, Irã e Síria apresentam diversos indícios de que podem se associar a esse bloco. Na América Latina países como Argentina, México, Bolívia, Cuba, Nicarágua e Venezuela possuem cooperações econômica ou militar com Rússia e China. A China também tem patrocinado um conjunto de investimentos em infraestrutura na África e a Rússia tem auxiliado a Síria.

Se vencer a guerra a Rússia ganhará importantes benefícios econômicos e esses benefícios podem ser repartido entre os diferentes países que cooperarem com ela. Se vencer a guerra, a Rússia deve exercer uma influência enorme nas regiões do Mar Negro e do Mar de Azov e isso está nos planos chineses de ampliação do terreno da nova rota da seda. Se o surgimento de dois blocos se fortalecer, cabe ao Brasil, e a todos os países do mundo, escolher se ficarão ao lado do modelo bélico-extrativista do imperialismo norte-americano ou ao lado do modelo pautado em crescimento econômico, investimentos, produção e consumo chinês e russo.

Para isso, é necessário que nosso país enfrente o golpe de estado de 2016, dado pelo imperialismo mundial, principalmente pelos EUA. A única maneira de fazer isso é se colocar nas ruas por Fora Bolsonaro e por Lula presidente.

terça-feira, 16 de março de 2021

Editorial 02/03/2021 - A prisão do bolsonarista Daniel Silveira também retira os direitos da população e da esquerda



No dia 16 de fevereiro de 2021, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, decretou a prisão do deputado federal bolsonarista, Daniel Silveira (PSL-RJ), sob a justificativa de que o parlamentar ofendeu os ministros da Corte Suprema. Somente a ministra Cármen Lúcia, Nunes Marques, Rosa Weber e Ricardo Lewandowski ficaram isentos das provocações do bolsonarista.

Para aplicar sua prisão, o ministro Alexandre de Moraes disse que a defesa do Ato Institucional nº5 (AI-5, imposto pelos militares na recente ditadura) pelo deputado bolsonarista ofenderia a democracia e os tais “direitos fundamentais”, seguindo com o argumento de que a apologia do AI-5 e a ofensa aos ministros suprimiria a democracia em que vivemos atualmente. Toda essa pompa argumentativa tem respaldo na Lei de Segurança Nacional, norma repressiva da época da ditadura que ainda está vigente e foi utilizada pelos “democratas” da corte nesse caso.

Apesar da argumentação do ministro possuir certa lógica, na realidade, porém, trata-se de um ato de mordaça, uma medida arbitrária para censurar o bolsonarista. Poderiam perguntar aos Ministros da Corte de que modo alguém fazer apologia à ditadura, ao fascismo ameaçaria a democracia, senão tão somente na cabeça desses ilustres julgadores. Forçou-se até uma construção de um flagrante para categorizar um crime não contemplado pela imunidade parlamentar, tudo para punir e amordaçar o deputado.

Porque o bolsonarismo está sendo posto de escanteio pelo aparato da direita tradicional golpista não justifica, novamente, rasgar a Constituição e passar por cima da liberdade de expressão.

Os esquerdistas pequeno-burgueses fazem coro em repudiar o ato de “ódio” do deputado, dizendo que, mais uma vez, a civilização (STF e ilustríssimos ministros) venceu a bárbarie (bolsonaristas). Esqueceram completamente qual corte suprema deixou de julgar a prisão em segunda instância para que o Bolsonaro pudesse vencer as eleições com folga sem o Lula - a essa manobra judicial os esquerdistas ficam silentes, não chamam o STF de apoiador da direita, quiçá dos fascistas-bolsonaristas.

Os esquerdistas se esquecem que a cada vez em que se reforça o aparelho repressor estatal, a população vai perdendo os direitos. O judiciário e a polícia são, por si mesmos, máquinas de criminalizar a pobreza e perpetuar o racismo.

Não indo muito longe, por mais pitoresco que possa parecer, o Marcelo Freixo (PSOL/RJ) e o “coronel” Ciro Gomes começaram a ser processados por criticarem o Bolsonaro. Quem fez essa acusação foi o vereador bolsonarista do PRTB, Nikolas Ferreira de Belo Horizonte. Ele se utilizou do mesmo entendimento do STF e a Lei de Segurança Nacional para amordaçar os esquerdistas em questão.

A liberdade de expressão, ainda mais para parlamentares, independente do posicionamento político, deve ser defendida pela população. Se seus representantes forem cada vez mais censurados (parlamentares, partidos políticos, políticos), não se poderá criticar mais nenhuma arbitrariedade do Estado, nem a inépcia do governo bolsonarista e tucano diante da pandemia, nem o golpe de 2016, nem os assassinatos na periferia pela polícia militar, nem a alta taxa de desemprego, nem nada. Quando a Alta Corte faz uso de uma lei da ditadura para amordaçar alguém, é preciso denunciar esses ditadores.

Quanto aos esquerdistas, a ação estatal contra o bolsonarista pouco faz em relação à extrema-direita que está alastrada nas prefeituras, câmaras e assembleias legislativas. Somente a organização de autodefesa dos trabalhadores e da população oprimida é capaz de barrar a ofensiva bolsonarista. Não é pelo discurso, mas pelo movimento organizado e de massas pelo Fora Bolsonaro e toda a direita golpista que realmente reverterá essa situação política. Depender dos ditadores para punir os fascistas cada vez mais impede e dificulta a luta da esquerda em poder se expressar e exercer seu papel político de luta política.

terça-feira, 9 de março de 2021

Editorial 09/03/2021 - Defender a greve dos professores contra o genocídio dos governadores direitistas


No último sábado (6), o Governo do Estado de São Paulo, do tucano João Dória, decretou fase vermelha para todo o Estado. Como está consolidado, a política da extrema-direita bolsonarista, dos governadores e prefeitos de direita, é de total descaso com a população, levando, de tempos em tempos, ao colapso do SUS: pela falta de leitos, de médicos, de botijões de oxigênio, de testes. E a cada vez que se atinge esse pico, decretam-se a fase vermelha, lockdowns, etc. como medidas demagógicas para dizer que a direita está fazendo algo para a população.

Nessa brincadeira de genocida, na segunda-feira (8), a média de mortes no país agora ultrapassa os 1.500 por dia. E, como se não bastasse, a direita quer manter as escolas e templos religiosos (resta saber a relação da fé com o culto à contaminação) abertos, porque são pressionados pelo setor da educação privada (a).

A justificativa do governo baseia-se no risco à saúde mental e à problemas de aprendizado que o isolamento pode causar às crianças e adolescentes, ou que a família que trabalha em serviços essenciais não teria com quem deixar seus filhos (b). A conclusão do governo para esse problema não poderia ser melhor: para não prejudicar à vida dos alunos, joguem eles em um ambiente de risco de contaminação e risco de morte, assim, esses problemas serão todos resolvidos.

Por mais pressão que os governadores da direita realizam, os professores não podem recuar, porque suas vidas, dos alunos, familiares e, no fim, de toda a sociedade está sendo posta em risco.


A burocracia sindical e os professores precisam se mobilizar


Se o sindicato esperar cada nova onda de mortes para se mobilizar para a greve, haverá um problema na força da greve e do movimento. A linha política deve ser clara: fechamento das escolas como uma forma de barrar a contaminação e o genocídio da população, já que os governadores apenas fazem uma política de contenção, de reação à pandemia, nunca com objetivos de evitar de modo contundente a transmissibilidade do vírus.

De certa forma, a burocracia sindical focar-se-á na defesa das reivindicações dos professores em termos de manutenção e correção salarial, impedimento da punição dos grevistas etc. Porém, não se pode limitar a isso. Os professores precisam pressionar o sindicato para construir um movimento amplo de luta, esclarecendo a população desse problema, convocar reuniões para a discussão dos modos de politização da população para atrair amplos setores para a greve, passar nas escolas entregando material explicando o problema e chamando para a defesa do fechamento das escolas e contra essa direita genocida.


Sobre exigir a vacinação dos professores


Para o governador direitista Dória, as aulas serão presenciais independente da população ou dos professores serem vacinados, porque, se há certa urgência em voltar às aulas para o “bem” do aluno e de seus pais, não há nenhuma preocupação em vacinar os professores.

Em um outro sentido, a mobilização dos professores no Espírito Santo com o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Espírito Santo (SINDIUPES) fez com que, pelo menos, num eventual retorno presencial, os professores sejam imunizados. O que ainda é precário, visto que os alunos e seus familiares tampouco serão, levando a uma conclusão política de que somente o fechamento das escolas seja uma reivindicação a ser levada adiante sem recuar.


a. Só na rede pública do Estado de São Paulo, em 1º de março, foram contabilizados 1.611 professores que foram contaminados nas 763 escolas: https://sp.cut.org.br/noticias/luta-contra-aulas-presenciais-avanca-343d.

b. https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2021/03/professores-de-escolas-privadas-aprovam-greve-em-sp.shtml

Consultas:

https://sp.cut.org.br/noticias/artigo-que-prefeitos-e-prefeitas-decretem-a-suspensao-das-aulas-presenciais-ja-8881

https://sp.cut.org.br/noticias/luta-contra-aulas-presenciais-avanca-343d

https://www.cut.org.br/noticias/trabalhadores-em-educacao-do-espirito-santo-terao-prioridade-para-vacinacao-2f78

http://www.apeoesp.org.br/publicacoes/apeoesp-urgente/n-44-nao-fazemos-queda-de-braco-com-vidas/

https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2021/03/4910912-escolas-particulares-e-academias-reabrem-com-regras-sanitarias.html


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segunda-feira, 8 de março de 2021

08 de março, dia internacional da mulher



A data que tem no Brasil um marco trágico de morte de um conjunto de mulheres em uma fábrica têxtil de Nova Iorque no início do século XX no ano de 1911 expressou, no limite, as péssimas condições trabalhistas pelas quais as mulheres eram submetidas na marcha da revolução industrial. O conjunto de mulheres carbonizadas, simbolizou a expressão última da violência contra as mulheres. Ainda no século XX, anos mais tarde, a data foi apropriada agora pelas grandes corporações, têxtis também, mas não só, para aumento de suas vendas no varejo.

O século XXI traria avanços consideráveis no Brasil, com severos resquícios de atrasos. No campo da política institucional, o país elegeu a sua primeira mulher como presidenta e foi criada uma cota proporcional de mulheres para ocupação de cargos políticos. Na esfera da vida civil, as mulheres eram maioria nas vagas preenchidas das universidades e as cotas raciais conseguiam também preencher este espaço com mulheres. Reivindicava-se, por parte dos movimentos feministas, nomes femininos nas artes, filosofia e ciência. Os movimentos identitários liberais pautavam representatividade nas publicidades e quebra da objetificação do corpo da mulher, reproduzida nas peças publicitárias que circulavam na grande mídia. O advento da internet no século passado e seu constante aperfeiçoamento neste século criou inúmeros canais de comunicação para denúncia contra a violência a mulher, o que levou diversas mulheres a criar coragem para expor seus agressores, rompendo com um ciclo de silêncio. Apenas alguns exemplos de avanços.

 Porém, este início de século que avançava a continuidade de conquistas das lutas do século anterior trouxe em seu bojo as contradições das relações sociais. O país que havia elegido a sua primeira presidenta foi também o país que, desde 2013, lutou para destituí-la de sua cadeira. A cota proporcional de gênero na política institucional seguiu o fisiologismo político, onde denuncias de fraudes das legendas partidárias, para cumprir tabela, fora denunciada pela mídia. Já na esfera civil acentuava-se a publicidade do número de morte de mulheres, que a literatura especializada convenciou chamar de feminicídio.

Sobre o feminicídio, poderíamos usá-lo como pedra basilar para reatualizar o significado do dia internacional das mulheres. Se o Brasil utilizou como marco trágico a morte de um conjunto de mulheres de uma só vez dentro de uma fábrica nos Estados unidos no século passado (marco este disseminado em aparelhos ideológicos de poder, pois há outros marcos pelo mundo), o feminicídio – caro e tradicional em terras brasileiras – pode ser lido como uma forma de diluição da morte de mulheres na sociedade. Na esfera da vida cotidiana um conjunto de mulheres morrem todos os dias. E era até então invisível aos olhos do Estado e sociedade civil por estar particularizado. E sabemos que matar mulheres para defender a honra era, até então, legítimo. Só recentemente o STF barrou tamanha bizarrice. Sempre houve uma tácita permissão de execução de mulheres em nosso país. A base que sustenta esse modus operandi é a cultura patriarcal somada a misoginia e machismo que de tão bem consolidados no imaginário brasileiro, é reproduzido inclusive por mulheres em nosso país. 

Deste modo, nesta data em que se celebra a luta das mulheres, nos aponta que em mais de cem anos de celebração deste dia, o direito à vida é ainda uma pauta de conquista no Brasil. Pela complexidade e dimensão continental a qual estamos inseridos, compreender que assegurar o mais básico dos direitos destes tempos modernos, que é o da simples existência, é um carma que carrega a quem se torna mulher. Não há nada o que se comemorar.


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domingo, 28 de fevereiro de 2021

Eleições nos EUA (15): George Soros


A Revista Time classificou George Soros como o “Robin Hood” dos nossos tempos. Isso porque supostamente ele tira dinheiro dos ricos da Europa e EUA para dar aos pobre da Rússia e Europa do Leste. Segundo a revista, isso justifica as especulações que realiza contra os bancos centrais das nações ocidentais, já que esse recurso seria destinado a constituição de sociedades abertas nas antigas repúblicas soviéticas. Porém, George Soros apresenta muito mais coisas ruins do que alguém poderia imaginar, sendo ele um verdadeiro agente financeiro em favor dos interesses mais escusos do imperialismo. Também foi um judeu que colaborou com o nazismo e a morte de outros judeus.

George Soros é uma figura muito importante em qualquer contexto de eleições nos EUA, já que é um dos mais importantes financiadores e tem por preferência candidatos do Partido Democrata. Soros é um dos maiores defensores da legalização das drogas e atua como especulador financeiro no mercado cambial. Sendo um judeu nascido na Hungria, colaborou com o regime nazista a retirar a propriedade de milhares de judeus húngaros e enviá-los a campos de concentração. Soros não tem nenhum problema em assumir isso em entrevistas e dizer que não guarda arrependimento do que fez. 

No início da sua carreira, Soros foi um banqueiro que colecionava fracassos. Isso se deu até o momento que começou a receber apoio financeiro da família Rothschild e iniciou um conjunto de operações financeiras especulativas bem sucedidas na Suíça. George Carlways, um banqueiro inglês que trabalhava para os Rothschild, foi quem proporcionava recursos financeiros para o Quantum Fund de Soros. 

Quem crítica publicamente Soros normalmente caba sendo acusado de nazista ou antissemita pelos meios de comunicação. Mas quem ajudou com a ocupação nazistas na Hungria e na perseguição de judeus foi ele, que alega ter se fingido de cristão para sobreviver. Seu pai, Tivadar Soros, escreveu um livro para tratar de suas práticas de colaboração com o nazismo. Além de confiscar propriedades de judeus, Soros também os escoltava para fora do país. 

Soros admite publicamente que sobreviveu na Hungría nazista durante a guerra, como judeu, adotando o que ele denomina de "uma dupla personalidade". Soros não abandonou o país até os anos após o final da guerra. Ele e seus amigos dos meios de comunicação ão hesitam em acusar a qualquer opositor da política de Soros, sobre tudo na Europa oriental, de ser “antisemita”. A identidade judia de Soros, ao que parece, só tem valor utilitário para ele, ao invés de ser uma fonte de valores morais.

George Soros foi um dos principais apoiadores e financiadores de Barack Obama. Os recursos de Soros financiavam até mesmo Obama quando ele estava no início de sua carreira política. Junto com Soros, as famílias Prescott e Crown de Chicago, Illinois, também realizaram financiamento político para o Obama e formaram uma espécie de lobby para pressionar o senado dos EUA em favor de certas pautas. Esse grupo passou a angariar Obama e conseguiu reunir recursos financeiros da City londrina, de Wall Street, de Connecticut e de paraísos fiscais do Caribe e ex-colônias britânicas. Naquele instante a elite financeira preferia Barack Obama ao invés de Hillary Clinton, algo que mudou depois que ela liderou a guerra contra a Líbia e o assassinato de Muammar Gadaffi. 

Em 1992 Soros despontou como um agente financeiro que especulou contra a Libra Esterlina e o Marco alemão, e em meio a uma crise cambial europeia faturou bilhões de dólares. A partir de então passou a ser um dos principais porta-vozes em favor da legalização das drogas, sendo um importante financiador de políticos que defendem essa agenda nos EUA, Rússia e outros países. Soros parece estar empenhado no objetivo de retomar o antigo projeto do Império Britânico contra os chineses durante a Guerra do Ópio, só que agora em relação a todos os países do mundo. Sempre quando possível apoiou leis de legalização do uso, produção e vendas de drogas. Ele afirma que isso trata-se apenas de uma evolução nos direitos civis. Por meio de seu grupo Human Rights Watch atua contra qualquer tipo de repressão às drogas. 

A Rússia e alguns outros países proibiram a presença da organização Human Rights Watch pertencente a Soros em seus territórios. Essa organização, junto a outras ações de Soros, atuam deliberadamente com o intuito de derrubar governos que não estão alinhados aos interesses imperialistas. Suas ações se dão muito claramente com o intuito de defender os interesses da oligarquia financeira internacional e destruir qualquer soberania nacional dos países. A criação de células terroristas internas por Soros, tem o propósito de promover golpes de Estado e derrubar regimes políticos.

Soros utiliza três fundos para realizar suas operações financeiras: Quantum Group of Funds, Soros Management Fund e Soros Fund. Além disso, ele faz parte de conselhos de administração de outras instituições financeiras, como o Union Bancaire Privée. O Soros Fund e o Open Society Institute são utilizados com finalidades supostamente filantrópicas. Na realidade o que George Soros faz é conseguir isenções tributárias por meio do uso de recursos obtidos com especulação financeira ao financiar golpes contra governos por meio do Open Society Institute. O Soros Fund é utilizado para especular contra moedas de determinados países os quais o imperialismo deseja realizar trocas de regime.

Apesar de realizar esse papel tão importante para a manutenção das estruturas imperialistas, a verdade é que Soros é a cara visível e uma figura menos importante de um sistema absurdamente grande e baseado em uma rede secreta de interesses financeiros provados. Essa rede é formada por um conjunto de famílias aristocráticas e reais europeias, incluindo a família real britânica, os Windsors.

Alguns analistas e ex-membros de agências de inteligência chamam essa rede financeira secreta de “Clube das Ilhas” e entendem que trata-se de uma reconfiguração do Império Britânico após o seu fim, depois da 2ª Guerra Mundial. Acredita-se que os ativos financeiros do “Clube das Ilhas” giram em torno de US$ 10 trilhões. O grupo teria quase que um controle completo no mundo sobre recursos como petróleo, drogas, ouro, diamantes e outras matérias primas importantes, usando esses ativos com finalidades de manipulação de sua agenda geopolítica. Empresas britânicas ou anglo-holandesas como Royal Dutch Shell, Imperial Chemical Industries, Lloyds de Londres, Unilever e DeBeers teriam fortes laços com o Clube das Ilhas. 

Essa rede financeira privada ligada a velha aristocracia europeia age com instrumentos supranacionais. Reproduz certos aspectos da Companhia Anglo-holandesa das Índias Orientais do século XVII, tendo como centro das operações a City londrina. 

Soros atua como aqueles que na Idade Média ficaram conhecidos como Hofjuden, judeus da corte que gozavam de proteção de famílias aristocráticas e em troca realizavam trabalhos dos mais escusos. Soros hoje vive em Nova York, pois é ali que está o maior centro financeiro do mundo. A sede fiscal do Quantum Fund, por exemplo, são as Antilhas Holandesas, no Caribe. A sede social de Soros fica em Curaçao, outra ilha caribenha que funciona como paraíso fiscal da City londrina. As Antilhas Holandesas são ainda uma colônia holandesa que funciona como sede da lavagem de dinheiro da maior parte dos recursos oriundos do tráfico de cocaína e outras drogas na América Latina. 

O nome Quantum de seu fundo faz referência à teoria atômica do físico quântico alemão Werner Heisenberg, que prevê a impossibilidade de medir a posição e a velocidade de uma partícula atômica ao mesmo tempo. Com isso, Soros tentou passar a ideia de que todo investimento implica em riscos de perda, já que não é possível ter uma visão determinista sobre todos os fatores necessários.

Revoluções coloridas na periferia da Rússia, como a revolução laranja na Ucrânia e a revolução rosa na Geórgia, tiveram apoio dos fundos de George Soros e do Open Society. Em 2008, durante a guerra entre Rússia e Geórgia pela Osetia do Sul, as organizações de Soros foram ativas no sentido de propagar a ideia de que a Rússia era uma ditadura que invadiu um país indefeso. Soros também financiou os georgianos opositores à Rússia. Outro financiador da revolução rosa na Georgia foi Lord Marl Malloch Brown.  

Jeffrey Sachs, um dos mais expoentes defensores do neoliberalismo e autor de "Terapia Do Choque", é operador de George Soros. Sachs foi responsável pela expropriação da Polônia e de repúblicas soviéticas na sequência do colapso do bloco comunista. O resultado foi o enriquecimento de bancos e fundos financeiros ocidentais e a destruição e miséria desses países. Sachs comprou industrias, laboratórios de pesquisa e universidades soviéticas, as tirou do seu país de origem e colocou os lucros obtidos em paraísos fiscais britânicos. Também aplicou a terapia do choque, causando fugas de capitais e de cérebros e criando o que ele dizia ser um sistema de livre mercado. As contínuas políticas de austeridade geraram falta de alimento e desemprego em todo o leste europeu.

Soros financia campanhas supostamente por direitos humanos que tentam desqualificar Putin, criando no país protestos que se assemelham àqueles vistos na primavera árabe. Desde o final da URSS, a Rússia sempre foi o lugar preferido para Soros colocar seu dinheiro com finalidades supostamente filantrópicas. A rede de financiamento de Soros também atinge a América Latina e o próprio EUA, sendo seu público preferencial lideranças políticas de esquerda que defendem pautas identitárias. 

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Eleições nos Estados Unidos (13): As onze nações rivais que formam os Estados Unidos


A obra do pesquisador Colin Woodard “American Nations: A History of the Eleven Rival Regional Cultures of North America” nos apresenta uma interpretação sobre a constituição dos EUA muito diferente do que estamos acostumados. Woodard concluiu que os EUA é uma nação formada por onze subnações distintas e  rivais. Seu livro apresenta uma descrição de características fundamentais de cada uma dessas subnações, que se caraterizam principalmente pelos valores culturais bastante específicos, sendo que entendimentos como "liberdade individual" e "papel do estado" varia em cada uma delas. 

A denominação que Woodard dá as subnações estadunidenses são: New France, Yankedom, New Netherland, TideWater, Greater Appalachia, Deep South, First Nation, The Midlands, El Norte, The Far West e The Left Coast.


New France

A New France compreende territórios dos estados de Louisiana, principalmente Nova Orleans, e do Quebec, no Canadá. São regiões que sofreram forte exploração imperialista ao longo de sua formação, mas que se constituíram com valores liberais nos costume e de defesa da intervenção estatal na economia. Essa subnação tende a ter valores positivos em relação a questão homoafetiva e racial, constituindo-se a partir do multiculturalismo. Woodard entende que a Nova França é resultado do encontro da cultura rural do norte da França com tradições indígenas do nordeste da América do Norte.


Yankedom

O Yankedom compreende a região nordeste dos EUA conhecida como Nova Inglaterra (Maine, Vermont, Nova Hampshire, Massachusetts, Connecticut e Rhode Island), o interior do estado de Nova York e a parte norte da região conhecida como meio-oeste industrial (Pensilvânia, Ohio, Indiana, Michigan, Illinois, Wisconsin, Iowa e Minnesota). Essa subnação é resultante do processo de colonização de imigrantes puritanos de origem inglesa, escocesa e irlandesa. Woodard identificou que trata-se de uma região onde as pessoas são favoráveis a intervenção estatal na economia e bastante abertas para pessoas de culturas distintas. Há uma valorização pela educação e participação política. Segundo Woodard, o povo ianque seria influenciado por uma busca de desenvolvimento civilizacional com ênfase no viés econômico terrestre (e não por meio do comércio marítimo), colocando o bem comum acima do individual. Para eles a liberdade e a autoridade são resultantes da comunidade e os ricos deveriam contribuir com impostos, hospitais, bibliotecas e escolas como forma de elevar a dignidade e emancipação dos demais. Importantes líderes políticos como Theodore Roosevelt, Franklin Delano Roosevelt, Woodrow Wilson, John Fitzgerald Kennedy e George Hebert Bush e membros da elite econômica como a família Rockefeller, Bill Gates e Warren Buffet são de origem ianque. Chicago, Detroit, os grandes lagos e as principais regiões industriais dos EUA encontram-se em Yankedom.


New Netherland

A New Netherland é formada pela cidade de Nova York e parte dos estados de Nova York, Nova Jersey e Connecticut. A região foi colonizada por holandeses, guardando muitas características de desenvolvimento civilizacional do Império colonial holandês. Conforme Woodard, entre as suas características está o de ser um dos principais centros comerciais do mundo, que mantém uma enorme tolerância com a diversidade étnica e religiosa, além de compromisso com a liberdade de pensamento e de produção científica. Ao longo de sua história, a New Netherland foi um importante destino para pessoas de todo o mundo que sofreram perseguição em seu país de origem. Wall Street, o maior e o mais importante centro financeiro do mundo, encontra-se na Ilha de Manhattan, em New Netherland.


TideWater

O Tide Water abrange áreas das costas de antigas colônias imperiais, como Maryland, Virgínia e Carolina do Norte. Washington D.C., a capital dos EUA, encontra-se no TideWater. Para Woodard, a região desenvolveu sociedades com características feudais e marcadas pela escravidão, o que justificaria a familiaridade das pessoas com códigos de autoridade e tradição. Cabe destacar que o Pentágono, a sede do Departamento de Defesa dos EUA, fica ao lado do Rio Potomac, no condado de Arlington, no estado da Virgínia, portanto no TideWater. Também se encontra aqui a cidade de Norfolk, sede de uma das maiores bases navais militares dos EUA e seu ponto marítimo estratégico mais importante.  Questões como igualdade e participação política não são tão importantes para a população do TideWater, segundo Woodard.


Greater Appalachia

O Greater Appalachia compreende territórios dos estados da Pensilvânia, Virgínia Ocidental, Kentucky, Tenessee, Arkansas, Oklahoma e Texas. Para Woodard a população da região do Grande Appalachia formou-se a partir de guerreiros e portanto desenvolveu uma ética militar. No entanto, defendem valores de soberania pessoal e liberdade individual. Durante a guerra civil (1861 – 1865) o Grande Appalachia pertenceu aos estados confederados em um primeiro momento, mas depois se alinhou à União. Hoje, segundo Woodard, o Grande Appalachia tem tido posicionamentos contrários a forma de organização federativa dos EUA, apresentando forte rivalidade tanto contra os aristocratas do Deep South como contra os imperialistas humanitários ianques do Yankedom.


Deep South

O Deep South corresponde a territórios dos estados da Carolina do Norte, Carolina do Sul, Geórgia, Florida, Alabama, Mississipi, Louisiana e Texas. Sua formação está associada a um modelo de colonização imperialista relacionado à Companhia Britânica das índias Ocidentais, marcada pela servidão e autoritarismo. Muitos desses colonizadores eram pertencentes à nobreza britânica que produziam açúcar, rum e algodão em Barbados e outras ilhas do Caribe. Segundo Woodard, implementaram um sistema de castas e se opõem até hoje ao poder federal e a intervenção e regulação estatal sobre a economia. Tendem a usar o aparato repressivo do estado como instrumento de perpetuação da violência e das desigualdades sociais. As elites aristocráticas do Deep South tendem a gastar seu dinheiro com o consumo suntuário de bens importados e fazer oposição à bibliotecas, ensino universal, liberdade de imprensa e desenvolvimento tecnológico.


First Nation

A First Nation compreende o Alaska e certos territórios do Canadá. Tendo a menor população e a maior área territorial dentre as nações, é formada por povos nativos que sempre tiveram resistência à colonização de povos europeus. Woodard afirma que os povos da First Nation preservam conhecimentos e uma cultura que os permitem viver em regiões muito frias e hostis do ártico. Seu território que chega a ser maior que toda a parte continental dos EUA é povoado por algo em torno de 300 mil pessoas. 


The Midlands

The Midlands compreende territórios de Delaware, Pensilvania, Ohio, Indiana, Illinois, Iowa, Nebraska, Kansas, Tennessee, Oklahoma, Texas, Penhandle e Novo México. A região do Midlands também é conhecida como América Central ou coração dos EUA. Woodard considera que essa região é formada por uma população de classe média com muitas variações étnicas e bastante pluralista. Seus primeiros colonizadores foram alemães que compartilhavam com os ianques a ideia de que o benefício comum deveria se sobrepor ao individual. No entanto, trata-se de um povo que não aprova a intervenção estatal na economia.


El Norte

El Norte compreende territórios dos estados do Texas, Novo México, Arizona e California e os estados do norte do México. Para Woodard, El Norte se caracteriza como um dos lugares mais particulares de todo o EUA, já que sua formação tem forte influência da colonização do Império Espanhol e portanto predomina a cultura hispânica. As pessoas que vivem nessa subnação são consideradas muito trabalhadoras, independentes, autossuficientes e com muita capacidade de adaptação. Esse povo também possui um certo ímpeto revolucionário, como influência do histórico do El Norte em guerras de independência do Império Espanhol ou contra os EUA. Os estados mexicanos pertencentes ao El Norte também promovem movimentos separatistas em relação ao México.


Far West

O Far West compreende as regiões das Grandes Planícies e ao Oeste das Montanhas (Dakota do Norte, Dakota do Sul, Nebraska, Kansas, Montana, Wyoming, Colorado, Utah, Idaho, Nevada, Arizona, Novo México, Alasca, Washington, Oregon e Califórnia). Para Woodard essa região se caracteriza mais por questões ambientais que etnográficas. Sua colonização se deu pela presença de corporações sediadas em grandes metrópoles que construíam ferrovias e sistemas de exploração mineral. Muitos trabalhadores foram levados para essa região e ali deixados em situação de dependência e pobreza ao final da exploração mineral. Segundo Woodard, isso é uma das razões para que a população de Far West faça oposição ao governo federal e aos ianques. 


The Left Coast

The Left Coast compreende a região da costa oeste dos EUA (Califórnia, Alasca, Oregon e Washington) e a região da Colúmbia Britânica no Canadá. Essa região que fica no oceano Pacífico foi colonizada por pessoas oriundas da Nova Inglaterra e Greater Appalachia, caracterizando uma mistura de culturas muito distintas. Conforme Woodard, houve a tentativa de constituir uma Nova Inglaterra no Pacífico por parte de missionários puritanos ianques, algo que não foi completamente bem sucedido devido à influência cultural de pessoas oriundas do Grande Appalachia. Cabe destacar que a Califórnia é o estado mais rico dos EUA e que a sede da indústria cinematográfica, Hollywood, e da tecnologia da informação, Vale do Silício, encontram-se na Left Coast. Para Woodard, a Left Coast é resultante de uma idealização utópica de liberdade ianque e um sentimento de autoexpressão e exploração dos oriundos do Grater Appalchia. Isso teria influenciado na capacidade de desenvolvimento de produção cultural e de tecnologia da informação. A Left Coast foi também o berço do surgimento da New Age e do movimento hippie, sendo sede do Festival de Monterey, antecessor do Woodstock. A atual vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, é do Left Coast. Importantes cidades como Los Angeles, São Francisco, San Diego, San José, Seattle e Portland estão nessa subnação. A UCLA (Universidade da California de Los Angeles) foi sede do Maio de 68 estadunidense e hospedou alguns do mais importantes intelectuais das pautas identitárias do mundo, como Herbert Marcuse e Angela Davis. The Left Coast apresenta-se como a subnação que mais se alinha com o Yankedom e que mais possui conflitos com Far West.


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Notícias do mundo: Elementos históricos fundantes para a compreensão da geopolítica atual


Em 1913, um ano antes do início da 1ª Guerra Mundial, foi criada a Reserva Federal dos Estados Unidos (FED) aos moldes de um Banco Central que serve aos interesses de ganhos financeiros especulativos da banca e financistas internacionais. Esse acontecimento foi o início de um processo mais intenso de destruição de um modelo capitalista de produção de bens baseados na economia real, que tinha existido até então.


Em 1944 entra em prática o sistema de economia internacional baseado no dólar e pactuado nos Acordos de Bretton Woods. Durante os anos 1950 iniciaram as reuniões e esforços para colocar fim ao modelo econômico de crescimento ilimitado iniciado em 1492, com o descobrimento da América. Em 1949 o Tratado de Washington criou a OTAN. Em 1954 foi criada a organização transatlântica para a governança de interesses imperialistas Clube Bildeberg. 


Após a Guerra dos 30 anos entre católicos e protestantes, que perdurou entre 1618 e 1648, instaurou-se a paz de Vestfália, que institui os estados nações modernos. Os modelos de governança transatlânticos que surgiram na década de 1960 buscaram eliminar o conceito de Estado nação e instituir o conceito de empresa mundial S.A. como uma organização privada que possui muito mais poder econômico, financeiro, militar e político que qualquer outro tipo de organização na face da Terra, incluindo os estados soberanos. Seria o mesmo que uma Companhia Britânica das Índias Orientais elevado a enésima potência. A ideia de uma empresa mundial partiu de decisões dos mais importantes representantes governamentais e empresariais do mundo durante a reunião do Club Bildeberg que aconteceu na cidade de Mont-Tremblant, no Canadá, em 1968.


Em 22 de novembro de 1963 assassinam o Presidente John Kennedy, que exercia um papel importante em uma agenda política anti-imperialista e que promovia avanços contra o capitalismo financeiro. Com a Ordem Executiva 11110 de 4 de junho de 1963, Kennedy tirava autoridades financeiras do FED, eliminava o peso da dívida para o governo estadunidense e ainda criava um modelo de desenvolvimento industrial e tecnológico sem influência de especuladores. Em 1971 foi anunciado o fim da paridade entre o ouro e o dólar. Em 1973 acontece a aliança entre Henry Kissinger e a monarquia saudita que culminou no sistema de petrodólares. Em 1974 aconteceu o golpe de Estado do qual fez parte Hillary Clinton contra o Presidente Richard Nixon, conhecido como Watergate. 


Em 1979, Deng Xiaoping e Jimmy Carter firmaram um acordo secreto de não agressâo militar de 40 anos que foi ampliado em mais 2 anos e, portanto, encerra em 2021. Isso permitiu que Estados Unidos e a classe militar chinesa (dragões amarelos) alavancassem os elementos fundamentais para a base do neoliberalismo e se tornassem os dois parceiros estratégicos mais importantes do mundo. Desde então a China ajudou os EUA a conspirar pelo fim da URSS e a planta industrial dos EUA migrou para a China, onde trabalhadores recebem salários muito baixos e não há sindicatos. Isso serviu para a pauperização quase completa e desmobilização sindical da classe trabalhadora e média nos EUA. A China também passou a ser o principal comprador de papeis referentes a dívida estadunidense, sistema esse que alavancou o modelo de capitalismo financeiro especulativo e não produtivo baseado em Wall Street.  Em 1981, Paul Volcker lidera a política conhecida como Reaganomics, baseada no neoliberalismo e expansão econômica assentada em dívida.


Durante a década de 1960 a burocracia estatal soviética iniciou acordos secretos e esforços para a união com os EUA e demais potências ocidentais em um sistema único mundial. O representante maior desse projeto foi Mikhail Gorbatchov. Isso levou a iniciativas como a Glasnost e a Perestroika e na dissolução e expropriação do Estado soviético. Esses mesmos burocratas foram traídos, já que o poder e a riqueza não foi dividida com eles, uma prática muito costumeira do imperialismo. O Papa polonês e representante da Opus Dei, João Paulo II, exerceu um papel fundamental para o fim da URSS e desmontagem do bloco comunista. O país, que tinha um crescimento econômico de 10% ao ano no início dos anos 1990, não perdeu a Guerra Fria, apenas se fundiu ao sistema especulativo financeiro de expropriação capitalista.


Em 1991 inicia o fim sistemático do sistema capitalista, que tinha como última fonte de expropriação para o seu sustento todo o patrimônio e ativos da URSS. Esses ativos serviriam como fonte de sustentação para o capitalismo até aproximadamente o ano de 1997, quando estoura a crise dos Tigres Asiáticos. Em 1998 inicia a crise russa. Nos anos 1980 a fonte de recursos para a sustentação desse modelo de capitalismo financista foram os ativos da América Latina, através da crise da dívida externa fabricada pelo próprio EUA. Nos anos 2000 as fontes de expropriação foi a classe média europeia e hoje é a própria classe média estadunidense.


Em 2000 inicia as crises de confiança corporativa (Enron e Arthur Andersen) e Pontocom (Bolha da internet). Em 2001 acontece os eventos do 11 de setembro que levam às guerras do imperialismo contra o Afeganistão e o Iraque. O combate ao jihadismo internacional, que as próprias agências de inteligência estadunidense criaram e financiam junto ao governo da Árabia Saudita (wahabismo), fez com que se criasse toda uma legislação "antiterrorismo" que restringiu direitos civis e criou a base de um Estado fascista dentro dos EUA: USA Patriot Act. Em 2007 inicia a crise da dívida na Europa. Em 2008 inicia a crise do "subprime" (Lehman Brothers) nos EUA. Em 2011 inicia o escândalo do político socialista francês e então diretor geral do FMI Dominique Strauss-Kahn. 


Em 2012 Barack Obama retira de seu conselho econômico todos os representantes da Goldman Sachs e JP Morgan. Em 2014 tornam-se pública as manipulações financeiras práticas no governo Obama para a emissão de "quantitative easy". Em 2016 ascende Donald Trump e o Brexit. Isso marca a redução de status dos mega-bancos e a ascensão dos giga-bancos: Black Rock, Fidelity, Vanguard e State Street.


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