sábado, 12 de setembro de 2020

O mapa da pandemia de São Paulo é uma fraude

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Este mapa da pandemia, do Estado de São Paulo, é uma fraude. Classifica as regiões do estado em nível de contágio por coronavírus, sendo que não há níveis, no Brasil inteiro: o país está em estado de crise total, e todas as zonas deviam estar, no mínimo, no vermelho.


O mapa aparece como um elemento de organização e racionalização, mas é na verdade um elemento de confusão e propaganda da direita de que "tudo está bem". Não podemos acreditar nessas fraudes, a realidade deve ser exposta: o vírus, no estado inteiro, está fora de controle.

O governo Bolsonaro vai matar o povo com os serviços essenciais

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O governo caracterizou como essenciais serviços totalmente adiáveis e desimportantes, durante a situação de pandemia, como, por exemplo, a construção civil. Isso escancara a prioridade do governo Bolsonaro: preservar os lucros da burguesia, mesmo se isso implicar negar a oportunidade de isolamento ao povo: o povo, que morra, segundo o governo.


Atividades essenciais são apenas aquelas cuja ausência implique a inviabilização do funcionamento da sociedade, como a prestação de serviços de saúde ou a produção de comida. Contudo, o governo não se limita por nenhum critério racional ao caracterizar certas atividades como essenciais: é escravo da burguesia.


Tanto o governo como a burguesia querem o sangue do povo, querem continuar extraindo a força de trabalho não sem se preocupar com as centenas de milhares de mortes que isso vai causar. A solução é a greve: não trabalhar, de forma organizada, pode ser eficaz para prevenir a exploração a custa das mortes do povo, e garantir o direito ao isolamento. Isso deve ser discutido nos sindicatos coletivamente e submetido à aprovação dessa pauta. Não se trata apenas de proteger a saúde  e a vida do trabalhador, trata-se também de organizar e ampliar esse movimento, acordar com outros sindicatos e realizar amplas paralisações. O movimento setorial é importante, porém deve se expandir no sentido de ter forças para pressionar o governo que quer matar milhões de trabalhadores em nome da "economia".

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TeleSur: 15 anos de democracia nas comunicações latino-americanas

 


No dia 24 de julho, há 15 anos, data do nascimento do revolucionário Símon Bolívar, líder da libertação das Américas, foi fundada a TeleSur, em Caracas, Venezuela. O projeto foi idealizado por Hugo Chávez, então presidente à época e por Fidel Castro, de Cuba para que fossem produzidas e transmitidas notícias de interesse dos povos latino-americanos, que contribuíssem com suas lutas emancipatórias em oposição às grandes corporações controladas por algumas famílias que são ligadas diretamente à política imperialista. Nesse contexto que surge o canal TeleSur para combater os meios de comunicações hegemônicos.

O canal tem cobertura em 123 países da América Latina, Caribe e Norte da África e Europa Ocidental e conta com correspondentes em 43 países, além de ser transmitido ao vivo pela internet 24 horas por dia e disponibiliza seu conteudo em espanhol, inglês e português.
Aíssa García, correspondente da TeleSur na Cidade do México e Washington comenta que desde o início abraçou o projeto da TeleSur de uma mídia contra-hegemônica, "um modelo de comunicação está ligado aos nossos povos e à emancipação, à luta contra as imposições hegemônicas".

 
Em decorrência de seu caráter crítico, a TeleSur acompanhou e expôs de modo direto o golpe de Estado de 2009 contra o presidente Manoel Zelaya em Honduras, que fora sequestrado pelas Forças Armadas: fato que a imprensa mundial tentou encobrir, repassando informações de que fora uma renúncia voluntária do presidente. Mostrar esses acontecimentos sem intervenções da mídia capitalista permite que a população colonizada conheça cada vez mais o modus operandi das potências imperialistas. Particularmente, esse caso de 2009 fora o estopim para os golpes de Estado nos países latinoamericanos. É importante lembrar que em 2012 houve um golpe contra o presidente Fernando Lugo no Paraguai, várias tentativas de golpe contra o presidente Rafael Correa no Equador, sendo seu sucessor alçado em 2017, o presidente Lenin Moreno um oportunista que se mostrou ligado ao imperialismo. Em 2016, o golpe contra a presidente Dilma Roussef e, em 2019, o golpe contra o presidente da Bolívia Evo Morales. Fora as tentativas frequentes de golpe contra o presidente da Venezuela Nicolás Maduro realizada pelo golpista e contratador de mercenários americanos, Juan Guaidó (Guaidog, o cão do Tio Sam). Em todos esses países em que os golpes tiveram sucesso, foi implantada uma política econômica neoliberal de venda de ativos nacionais (privatizações, Estado mínimo) e perda de direitos sociais e trabalhistas.

 
A mídia golpista é sempre comprada pelo imperialismo, não há como como escapar dessa regra, já que ela sobrevive com o financiamento dessas corporações. Para se ter uma ideia, no Brasil, algumas famílias detém o controle de toda mídia brasileira e sempre participam diretamente nas eleições preferindo determinado candidato ou apoiando determinado governo, excluindo ou destruindo a imagem dos demais.

 



 


O resultado disso é que a opinião popular é constantemente manipulada para que o povo possa assistir pacificamente e sem entender o que realmente ocorre na política e na economia, encobrindo, portanto, as manobras realizadas pelo imperialismo. Em outro sentido, a falta de qualquer crítica ao conteúdo jornalístico gera a informação hegemônica, destituída de análises de conjuntura com bases na análise econômica, na luta de classes ou na luta anticolonial. 

A consequência necessária é a produção de uma massa de manobra, acrítica.
Nesse contexto que a TeleSur aparece e continua na luta por esclarecer a população das manobras realizadas por Washington no seu quintal colonial. Para que a TeleSur fosse lançada, foi preciso que o governo nacionalista do presidente venezuelano Hugo Chávez a época destituísse o monopólio da RCTV e Venevisión que detinham 80% de conteudos de radiodifusão, semelhante ao que ainda ocorre no Brasil com as famílias ligadas à Globo, Folha, Bandeirantes, Estadão etc.

 
Nesse aniversário dos 15 anos da TeleSur, importa relembrar que o jornalismo independente e crítico deve ser defendido, pois é uma arma na luta da emancipação dos povos colonizados. Sem uma imprensa independente, não há movimento independente de luta. Enquanto a TeleSur for contra o imperialismo é preciso defendê-la e defender todo o jornalismo crítico, investigativo e independente.

Consultas:
http://nodeoito.com/monopolio-midia-brasil/
https://www.brasildefato.com.br/2020/07/24/criada-para-democratizar-a-comunicacao-na-america-latina-telesur-completa-15-anos
https://www.causaoperaria.org.br/acervo/blog/2017/06/23/os-golpes-de-estado-na-america-latina-no-seculo-xxi-o-rompimento-dos-pactos-pos-ditadura-e-quebra-dos-regimes-democratizantes/#.Xx7Vh55KjIU
https://www.cartacapital.com.br/sociedade/cinco-familias-controlam-50-dos-principais-veiculos-de-midia-do-pais-indica-relatorio/
https://www.brasildefato.com.br/2020/07/24/criada-para-democratizar-a-comunicacao-na-america-latina-telesur-completa-15-anos

As implicações das eleições estadounidenses para a paz na América do Sul

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Joe Biden e Kamala Harris são representantes da ala mais virulenta e belicosa do imperialismo norte-americano: Obama, que também pertencia à essa ala (e cujo vice-presidente foi o próprio Biden), travou, no mínimo, sete guerras pelo mundo. No caso, 7 países foram bombardeados durante o governo Obama: Líbia, Iêmen, Afeganistão, Paquistão, Iraque, Somália e Síria. Essa ala do imperialismo não hesita em fazer uso da violência e de métodos dos mais sujos para atingir seus objetivos: sob o governo Obama, o processo de golpe contra Dilma foi iniciado, e foram realizados diversos outros golpes pela América Latina e pelo mundo.


Trump, por outro lado, é representante de uma ala mais isolacionista dos EUA: não está interessado num desenvolvimento mútuo das economias mundiais, nem na preservação do meio-ambiente, nem nos direitos dos trabalhadores norte-americanos. As diferenças entre Trump e Biden, nesse sentido, são mínimas. O que aquele perde em identitarismo, este perde em belicismo: Trump, durante seu governo, não iniciou nenhuma guerra, apesar das enormes pressões que sofreu por parte da ala principal do imperialismo.


As pauta dessa ala principal é a destruição de seus inimigos, não apenas a dominação. Não estão interessados em criar um governo colaboracionista e entreguista nos países que invadem. Estão unicamente interessados no aniquilamento desses países, vide Iraque, Síria, e o Brasil, que sofreu uma destruição pela via da infiltração política, cuja ordem de magnitude é maior do que parece: a miséria, a fome, Bolsonaro e o genocídio da população por COVID são frutos dessa intervenção.
Atualmente, esta ala principal pauta a invasão do Irã e, de maior interesse para nós, da Venezuela. Não vão invadir a Venezuela diretamente, claro: vão aproveitar o conflito para dizimar mais ainda seus fantoches, Brasil e Colômbia, arrastando-os para uma guerra com o objetivo de derrubar Maduro. Os três países envolvidos num conflito desses serão, invariavelmente, destruídos: grande parte da população morrerá no conflito, a economia será destruída e, mais importante, não será possível nenhum tipo de vitória rápida, já que a Venezuela é capaz de se defender, mesmo que por meio de guerrilhas, e Brasil e Colômbia são incapazes de levar a cabo uma ocupação completa do país, do ponto de vista militar.


Trump é um espantalho usado para validar a agenda de Biden: é retratado como o fascista virulento, grande inimigo da humanidade, que precisa ser removido do poder. Contudo, apesar de essas afirmações terem um pouco de verdade, Biden é pior. Não nos deixemos enganar por uma pauta progressista cosmética de sua campanha: o imperialismo deve ser combatido, custe o que custar, e nenhum candidato do Império é digno de nenhum apoio ou admiração do povo oprimido das colônias: a tarefa deste é a luta por sua libertação e pela destruição do Império!

 

Conheça nosso Canal do Youtube:

https://youtu.be/ZupoeUreAfA 

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segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Editorial 31/08/2020 - Witzel e Boulos, dois atores da despolarização do regime



 O golpe de Estado de 2016 mantêm sua crise, não podendo sustentar um sistema enquanto o Partido dos Trabalhadores (PT) estiver vigente na política institucional. A simples possibilidade de unificação de uma parte da esquerda sob bases sólidas impede os avanços mais brutais do imperialismo no país. Mesmo com todo o tipo de política difamatória e reciclagem, a direita não se sustenta. 

Esvaziar o Partido dos Trabalhadores, buscando retirar Lula da política nacional, está sendo a grande forma de atuação da direita para aumentar sua estabilidade. Todos os atores políticos e culturais que puderem criar confusão, mostrando a possibilidade de alternativas políticas, ganham espaço. Assim, a disputa que ocorre dentro de São Paulo com a direita buscando inviabilizar uma candidatura unificada do PT, criando cisão por meio de Guilherme Boulos, é uma manobra de estabilização. Nesse sentido, não será estranho que os holofotes do monopólio dos meios de comunicação se voltem para esquerdistas não lulistas. 

Witzel, governador eleito no pleito de 2018, foi afastado para investigação pelo Judiciário, Supremo Tribunal de Justiça, por meio de denúncias de corrupção na compra de produtos e serviços para o setor sanitário na Pandemia. Wilson Witzel, inimigo de Bolsonaro desde o início do ano, nega todas as acusações e afirma que está sendo perseguido pela Polícia Federal por uma manobra de Bolsonaro. Uma coisa é certa, o povo é soberano e não é legítimo que a Justiça se sobreponha a qualquer tipo de resolução política. Isso não significa que sejamos puramente legalistas, o povo nas ruas pode derrubar e mudar regimes, o resto é golpismo. 

Abriu-se uma disputa política de baixa intensidade neste ano. Setores da direita decidiram aproveitar-se e lançar uma campanha tímida do Fora Bolsonaro: somos 70%. Tudo isso não foi para uma disputa, foi para adestrar Bolsonaro. Neste momento, Witzel se sobrepôs e entrou em rota de choque frontal com o governo federal, sendo necessário o fim da polarização possível entre ambos. Bolsonaro parece ter saído fortalecido desta disputa, derrotando um inimigo político importante em um dos estados mais importantes do Brasil. 

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terça-feira, 18 de agosto de 2020

Fascistas tentam impedir o aborto em criança estuprada pelo tio

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Uma menina do interior do Espírito Santo teve que realizar o aborto legal nesta segunda-feira (17), depois que foi constatado no início da semana passada, no Hospital Roberto Silvares que a menina de 10 anos estava grávida de 3 meses do próprio tio que a estuprava desde os 6 anos de idade.

No domingo (16) na frente do hospital, fascistas cristãos apareceram na porta do hospital que a criança estava, tentaram invadir e impedir o procedimento médico, mas acabaram apenas protestando contra o direito de aborto em caso do estupro da criança. Esse agrupamento fascista foi mobilizado pela fascista Sara Winter, do movimento fascista 300 do Brasil, que publicou a informação com a devida localização.

Após certo tumulto e divulgação na internet, o grupo fascista foi expulso por integrantes do Fórum de Mulheres de Pernambuco em uma ação exemplar que mostra o poder da mobilização dos oprimidos. Infelizmente, essas ações são muito esparsas e tendem a ser isoladas por causa da política eleitoral da esquerda. 


O direito libertário da mulher é atacado e a esquerda eleitoreira se acovarda e não o defende


Enquanto isso, enquanto o direito ao aborto ainda não é integral para as mulheres brasileiras, já que permite apenas em casos excepcionais como no de estupro, anencefalia e quando coloca em risco à vida da mulher; a esquerda, por outro lado, silencia-se perante o ataque desses fascistas contra o direito das mulheres brasileiras.

Silencia-se porque está submersa na ilusão eleitoral de ganhar cargos políticos e renda nas prefeituras municipais e, para isso, despendendo tempo e energia para pura demagogia com promessas eleitorais conservadoras já que não podem — na cabeça deles — desagradar o povo com assuntos políticos nacionais que "envolvam religião, porque é um tema sensível".

O que deve ser falado sem quaisquer mistificações é que o direito de aborto deve ser defendido incondicionalmente. A mulher, em qualquer fase da gravidez deve abortar sem quaisquer impedimentos legais. Enquanto que as mulheres ricas realizam o aborto em clínicas particulares, as mulheres pobres realizam o mesmo procedimento sem qualquer auxílio médico, em clínicas clandestinas ou utilizando-se de medicamentos que põem em risco a própria vida da mulher. No fim, porque o aborto incondicional é proibido, e as mulheres pobres que acabam morrendo e as ricas fazem aborto quando querem, o aborto, então, é um direito que somente os ricos tem.


Por que é um direito libertário das mulheres?


O direito ao aborto concede às mulheres a sua independência do lar, da criação dos filhos e do marido. Quando a mulher não tem o direito ao aborto, ela, no capitalismo, acumula suas duplas ou triplas jornadas de trabalho: o trabalho remunerado, o trabalho doméstico e o trabalho do cuidado dos filhos. Nesse sentido, coloca-se como o setor mais explorado da população e isso impede que consiga ter tempo para estudar e participar da política e, consequentemente, perde o valor da atuação e representação desse segmento na sociedade.

Portanto, independente da ideologia que condene o aborto, em termos políticos práticos, esse direito contribui para que a mulher tenha o poder de se libertar da escravidão doméstica e da escravidão de seu marido, namorado ou amante e, por conta disso, deve ser defendido abertamente pelas organizações de luta das mulheres e pela esquerda.


A luta pelo direito ao aborto também é a luta pelo Fora Bolsonaro


Como foi dito neste texto, a esquerda mais uma vez caiu no conto das eleições em que cada um almeja um cargo na administração dos Municípios. Esse tipo de esquerda que se omite diante da discussão pública sobre o aborto porque no momento precisa "agradar" o "povo" jamais irá dar um passo para a conquista desse direito. Muito porque qualquer lei proposta em prol do aborto no Congresso Nacional será vetada pelo presidente fascista Bolsonaro, conforme já afirmou diversas vezes, e, se nem essa esquerda eleitoreira organiza o Fora Bolsonaro, não há o que falar em defesa real do direito do aborto no país.

Desse modo, são pautas interligadas: a do Fora Bolsonaro e o avanço para a conquista do direito para que as mulheres abortem. Não somente esse direito precisa ser conquistado, mas um programa de luta da mulher:


— Salários iguais para homens e mulheres;

— Obrigatoriedade de creches em cada bairro;

— Presença de médicos especializados em saúde da mulher em cada bairro;

— Presença de ginecologistas e obstetras em cada unidade prisional feminina;

— Proibição de demissão da mulher após usufruir da licença-maternidade;

— Procedimento do divórcio gratuito e sem necessidade de aceitação do marido;

— Obrigatoriedade de creches nas empresas e de locais privados para a amamentação;


Para que esses e outros direitos sejam conquistados, é preciso organizar a luta coletiva das mulheres para exigir esses direitos básicos que contribuem para sua emancipação e, no cenário atual de golpe de Estado, a queda por vias populares do Bolsonaro permitirá o avanço real dessa luta.

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segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Editorial – 17/08/2020 As maquinações da imprensa burguesa: popularidade, manipulação e maquiagem


 

A imprensa burguesa é uma das armas mais poderosas da dominação capitalista, ela é parte da manipulação das elites, não sendo um mero veículo de comunicação, mas uma arma política. Com este objetivo, a verdade é deformada, escondida e picotada, mas mesmo assim os monopólios de comunicação da burguesia cinicamente fazem a campanha de Fake News. 

Uma das maiores formas de manipulação se dá por meio das entrevistas e pesquisas, em ambas as perguntas são habilmente feitas para que determinado padrão de resposta seja produzido. Tudo é feito meticulosamente para que determinada política seja expressa, independente dela ser minimamente realista. Esse despudor é resultado da concentração do poder midiático e da falta de iniciativa da esquerda em formar um jornal, colocando ao povo apenas a versão burguesa de todos os fatos. 

A última pesquisa realizada pelo Datafolha, cheia de critérios duvidosos e com uma relação esquisita sobre o auxílio e a aprovação, mostra que Bolsonaro ganhou mais popularidade durante a pandemia, o que daria a entender que o governo bolsonarista não está mais em crise, que a política golpista é sólida e estável. Tudo isso feito às vésperas das eleições, colocando para a esquerda eleitoreira um quadro desanimador. Aqui não cabe fazer um estudo simplesmente estatístico da pesquisa, é necessário tirar as conclusões políticas e julgá-las como falsas: a crise do golpe continua e a instabilidade do governo Bolsonaro só vai aumentar. 

As correlações estatísticas entre os que recebem o auxílio emergencial e a aprovação de Bolsonaro não podem, metodologicamente, ligarem simetricamente. A pergunta sobre o real número de pessoas que considera que Bolsonaro é responsável pela política de auxílio seria mais viável para fazer este tipo de correlação, mas esta pergunta não foi feita e não se sabe realmente qual a parcela do povo é tão confusa e ignorante em afirmar que o auxílio é resultado da política bolsonarista. 

Mais coisas estranhas aparecem na última sondagem do Datafolha, uma delas é o aumento representativo, quase 10%, da popularidade do presidente no atual contexto caótico brasileiro. As mortes nunca foram tantas e a situação econômica do país também está catastrófica, mesmo assim segundo a pesquisa, a aprovação do governo dobrou entre o setor dos desempregados, passando de 18% para 36%. Logo, os números indicariam que o sadismo do povo brasileiro. 

A situação política não mudou, todavia, os veículos de comunicação burguesa tentam criar um falso ambiente para que o golpe consiga passar por meio das eleições sem grandes crises. A forte polarização brasileira, em conjunto com o total menosprezo pela direita dentro do povo, deixam a direita em uma situação artificial de poder. Os direitistas têm o poder políticos e os cargos, sem ter nenhuma base sólida. Logo, todo processo eleitoral precisa maquiar esta situação. Infelizmente, a falta de um veículo de comunicação da esquerda não a deixa impassível, mas a faz refém. 

As tramoias da direita nas eleições estão em todos os Estados capitalistas, não sendo parte exclusiva do caráter de um determinado povo. Nos EUA, a atual tentativa de golpe no povo está sendo construída com Kamala Harris, uma senadora negra dos Democratas. 

O partido Democrata, ala liberal do imperialismo, usa de subterfúgios como empossar pessoas negras e de outras etnias para se apresentar como um partido bom e interessado com a população. Assim, Obama, Kamala Harris e Hillary Clinton apresentam-se como membros de minorias, ou seja, pessoas oprimidas. Tudo isso, com ajuda de uma imprensa venal que é inimiga de Trump, fazem crer que estamos diante de uma disputa entre explorador, racistas e machista (Trump) contra algum explorado (Democratas). Os Democratas, verdadeiros senhores da guerra, são maquiados e passam pelos mais desatentos como bons moços graças a uma luta política rasa e de aparência. 

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Governo Boric será de direita besuntado em um esquerdismo de fachada

No dia 11 o novo presidente do Chile tomou posse, após 4 anos de governo do direitista Sebastián Piñera. A imprensa internacional deu muito ...