segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Editorial – 17/08/2020 As maquinações da imprensa burguesa: popularidade, manipulação e maquiagem


 

A imprensa burguesa é uma das armas mais poderosas da dominação capitalista, ela é parte da manipulação das elites, não sendo um mero veículo de comunicação, mas uma arma política. Com este objetivo, a verdade é deformada, escondida e picotada, mas mesmo assim os monopólios de comunicação da burguesia cinicamente fazem a campanha de Fake News. 

Uma das maiores formas de manipulação se dá por meio das entrevistas e pesquisas, em ambas as perguntas são habilmente feitas para que determinado padrão de resposta seja produzido. Tudo é feito meticulosamente para que determinada política seja expressa, independente dela ser minimamente realista. Esse despudor é resultado da concentração do poder midiático e da falta de iniciativa da esquerda em formar um jornal, colocando ao povo apenas a versão burguesa de todos os fatos. 

A última pesquisa realizada pelo Datafolha, cheia de critérios duvidosos e com uma relação esquisita sobre o auxílio e a aprovação, mostra que Bolsonaro ganhou mais popularidade durante a pandemia, o que daria a entender que o governo bolsonarista não está mais em crise, que a política golpista é sólida e estável. Tudo isso feito às vésperas das eleições, colocando para a esquerda eleitoreira um quadro desanimador. Aqui não cabe fazer um estudo simplesmente estatístico da pesquisa, é necessário tirar as conclusões políticas e julgá-las como falsas: a crise do golpe continua e a instabilidade do governo Bolsonaro só vai aumentar. 

As correlações estatísticas entre os que recebem o auxílio emergencial e a aprovação de Bolsonaro não podem, metodologicamente, ligarem simetricamente. A pergunta sobre o real número de pessoas que considera que Bolsonaro é responsável pela política de auxílio seria mais viável para fazer este tipo de correlação, mas esta pergunta não foi feita e não se sabe realmente qual a parcela do povo é tão confusa e ignorante em afirmar que o auxílio é resultado da política bolsonarista. 

Mais coisas estranhas aparecem na última sondagem do Datafolha, uma delas é o aumento representativo, quase 10%, da popularidade do presidente no atual contexto caótico brasileiro. As mortes nunca foram tantas e a situação econômica do país também está catastrófica, mesmo assim segundo a pesquisa, a aprovação do governo dobrou entre o setor dos desempregados, passando de 18% para 36%. Logo, os números indicariam que o sadismo do povo brasileiro. 

A situação política não mudou, todavia, os veículos de comunicação burguesa tentam criar um falso ambiente para que o golpe consiga passar por meio das eleições sem grandes crises. A forte polarização brasileira, em conjunto com o total menosprezo pela direita dentro do povo, deixam a direita em uma situação artificial de poder. Os direitistas têm o poder políticos e os cargos, sem ter nenhuma base sólida. Logo, todo processo eleitoral precisa maquiar esta situação. Infelizmente, a falta de um veículo de comunicação da esquerda não a deixa impassível, mas a faz refém. 

As tramoias da direita nas eleições estão em todos os Estados capitalistas, não sendo parte exclusiva do caráter de um determinado povo. Nos EUA, a atual tentativa de golpe no povo está sendo construída com Kamala Harris, uma senadora negra dos Democratas. 

O partido Democrata, ala liberal do imperialismo, usa de subterfúgios como empossar pessoas negras e de outras etnias para se apresentar como um partido bom e interessado com a população. Assim, Obama, Kamala Harris e Hillary Clinton apresentam-se como membros de minorias, ou seja, pessoas oprimidas. Tudo isso, com ajuda de uma imprensa venal que é inimiga de Trump, fazem crer que estamos diante de uma disputa entre explorador, racistas e machista (Trump) contra algum explorado (Democratas). Os Democratas, verdadeiros senhores da guerra, são maquiados e passam pelos mais desatentos como bons moços graças a uma luta política rasa e de aparência. 

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Editorial 13/08/2020 - Nem Bolsonaro e nem Mourão: Fora Bolsonaro e Direita Golpista.



A direita golpista está tomando conta do Congresso Nacional. São deputados e senadores que historicamente se posicionaram todas as vezes contra a população, seja para votar para o golpe do Estado contra a ex-presidente Dilma Rousseff, para a aprovação da Reforma Trabalhista e Reforma Previdenciária. Na mira do Ministro da Economia capacho do imperialismo, Paulo Guedes, estão as novas privatizações dos Correios, Telebrás e Eletrobrás — um verdadeiro leilão das empresas estatais e entrega aos capitalistas de uma estrutura construída com anos de impostos do povo brasileiro.


Governo ditatorial: militares bolsonaristas e direitistas


Enquanto a esquerda permanece imersa nas eleições municipais de 2020, a realidade política se mostra cada vez mais alarmante, o que não se poderia imaginar que a via institucional eleitoral revertesse algum quadro político. 

A realidade que importa neste momento é a da ala militar, braço forte da direita, preenchendo a máquina governamental. Desde 2004 (Lula) até 2020 (Bolsonaro), houve um aumento de 125% de militares ocupando cargos no Executivo (1.177 para 2.558 segundo o Ministério da Defesa). Para um número absoluto, contando com militares ativa e da reserva, ocupando cargos civis houve uma dobra, um salto de 2.765 no governo do ex-presidente Temer para 6.157 no do Bolsonaro (dados do TCU). 

A esquerda mais moderada e eleitoral pode imaginar que os militares também são gente e que está tudo bem. No entanto, é preciso notar a orientação política desses militares: a esmagadora maioria são da direita (por influência ideológica direta dos militares americanos da Escola das Américas, a escola de golpes e repressão dos movimentos populares). Pode haver certa divisão de qual ala pertenceria cada extrato de militares a depender da hierarquia: se for do oficialato, seriam pertencentes à direita golpista; se for da classe dos praças, da direita bolsonarista, mas ligada ao discurso demagógico de prender bandidos etc., já que, para garantir a "ordem" para os capitalistas, arriscam suas vidas.

Isso implica que os atos administrativos, a restrição de liberdades, a supressão de direitos, o ocultamento sobre esses crimes se torna parte integrante do Estado militarizado. Por que essa captura da direita mais conservadora e perigosa que são os militares no aparelho do Executivo foi permitida sem nenhuma resistência da política da esquerda, poderíamos discutir. Porém, para não se estender, em linhas gerais, a política capituladora da esquerda e suas lideranças pequeno-burguesas sem disposição alguma de luta contribuíram de forma decisiva para esse processo. A esquerda oportunista vem organizando suas derrotas de forma sistemática e o povo cada vez mais tem menos direitos e dignidade.


As eleições: o ópio da esquerda oportunista


Para tomar nota de uma polêmica que evidencia esse problema, vejamos o caso do candidato Boulos (PSOL) e Erundina (PSOL) e Jimar Tatto (PT) para as eleições municipais. Antes de tudo, é importante registrar que este jornal não defende nenhuma dessas candidaturas, já que, como jornal de luta dos povos, precisa criticar as eleições e defender a organização da luta real pelo Fora Bolsonaro e pelas Eleições Gerais. Assim, um movimento político anterior a isso (corrida eleitoral) seria ignorar o massacre que a direita neoliberal está impondo ao país e chacinando milhares de pessoas por coronavírus.

No dia 13 de agosto de 2020, o Diretório Nacional do PSOL se posicionou sobre as eleições e a luta pelo Fora Bolsonaro. No conteudo do texto, a corrida eleitoral, a luta pelo Fora Bolsonaro e pelo impeachment estariam intimamente ligadas, como se fossem a mesma via política.

Pois bem, esse posicionamento do Diretório Nacional do PSOL explica o porquê o "novo Lula", "o líder do MTST" e o "vira página no Golpe contra Dilma" Boulos junto com a direitista da ex-prefeita Erundina estão participando das eleições. Eles entendem que a vitória eleitoral na cidade de São Paulo irá pressionar para o impeachment do Bolsonaro. 

Esquecem-se que o impeachment do Bolsonaro expressa somente uma crise dentro da direita governamental, entre as alas da extrema-direita bolsonarista e da direita tradicional que quer remover o Bolsonaro por vias institucionais. Muito óbvio, se sair o Bolsonaro, virá o General Hamilton Mourão, o direitista clássico, "moderado" que dificilmente provocará uma crise institucional quanto o que o Bolsonaro está causando por suas demagogias desvairadas que estão provocando um princípio revolta das massas contra ele e todo o regime político. Mourão vem como agente estabilizador do regime e manutenção da direita golpista no poder para continuar com as privatizações e entrega de dinheiro para os rentistas brasileiros e estrangeiros.

A menção do PT aqui não vale tanto a pena, mas está na mesma linha da crítica ao PSOL. Qualquer candidato, seja ele qual for, se não contribuir para a luta contra essa ditadura que estamos vivendo, de nada adianta.


Enquanto a esquerda vive um sonho, a luta deve ser organizada


Este jornal dos trabalhadores convoca a todos os setores populares que compreendem o problema do Golpe do Estado, do Bolsonarismo e da Direita para travar uma luta contra esses vampiros. Estamos criando Comitês Populares para organizar uma luta popular e aberta ao Bolsonaro. É uma resposta que se tem diante dessa paralisia da esquerda nas eleições. É preciso compreender esse problema político e propor uma solução: a mobilização e trabalho permanente de luta. Os comitês que forem formados podem se utilizar de nosso material para contribuir com a mobilização, podem reunir com nossos militantes para coordenar uma luta mais ampla e trocar experiências. Esse trabalho está sendo feito e deve ser ampliado. Pelo Fora Bolsonaro e por Eleições Gerais!

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sábado, 8 de agosto de 2020

O fogo levantado pelas torcidas foi apagado pelas eleições

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A esquerda está se concentrando para participar do processo eleitoral de 2020, lançando-se em uma campanha frenética pela disputa dos votos da população. Por isso, toda a luta que havia sido travada contra o governo Bolsonaro pelas torcidas organizadas foi deixada de lado em prol da propaganda individual de cada candidato. O que parecia ser um movimento de massas com grande força e popularidade se desfez, não por causa do ânimo popular, mas por causa desta condução. 

Neste momento, as articulações políticas estão sendo feitas e já podemos ver que todos os partidos de esquerda, com exceção do Partido da Causa Operária (PCO), irão para o pleito sem uma postura consciente dos reais problemas das manipulações e domínios dos golpistas sobre a máquina eleitoral. Ao que tudo indica, a eleição não será disputada nas ruas por medo e servilismo da esquerda, colocando a direita em total domínio da situação. As imposições tirânicas, sob o pretexto de cuidado a saúde, deveriam ser combatidas e denunciadas como uma restrição grave contra os direitos democráticos: não há pretexto para censura (das supostas "fake news"), restrição de movimentação ou impossibilidade de reunião.  

Os partidos não poderão fazer comícios, nem atos durante o período eleitoral, o que inviabiliza a campanha de rua. Mesmo assim, os transportes públicos como metrô e ônibus vão abarrotados, o que deixa claro o caráter político desta restrição. Mesmo assim, parte significativa da esquerda continua reproduzindo a política do #Fique em Casa, considerando que a internet será um campo neutro em ela dependerá apenas do seu próprio esforço para levar adiante sua luta política. Esta concepção é uma ilusão forte, que se escora nos privilégios de parte diminuta e moderada da esquerda que conseguiu algum cargo dentro do sistema e, por isso, segue docilmente todos os ditames dos poderosos. 

A conclusão política que deve ser retirada é que o ânimo de lutar contra o golpe, tão vivaz nas torcidas organizadas no começo do ano, se desfez temporariamente por causa da disputa eleitoral. Apesar disto, o golpe vai enfrentar uma série de crises e haverá outras oportunidades em que a luta real, de massas e nas ruas, será retomada: ela é permanente, tem períodos "quentes" e períodos "frios". Enquanto isso, veremos uma eleição cheia de devaneios, propostas de lunáticos e demagogia, tudo com frases de efeito como as grandes bravatas sempre aparecem. 


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sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Somente o povo organizado em Comitês Populares fará com que as pessoas não morram de fome

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O governo do fascista de Jair Bolsonaro eleito por uma fraude está matando a população brasileira de fome e coronavírus. Depois que o orçamento de guerra foi aprovado pelo Congresso Nacional, a política neoliberal entregou de bandeja  R$ 1,3 trilhões de reais (impostos) aos bancos e, ao povo, a miséria de R$ 600,00, que não paga nem o aluguel e está muito abaixo do salário-mínimo. Fora os  42 milhões  que foram impedidos de receber o auxílio. O resultado: as pessoas estão morrendo fome, se endividando, e trabalhando mesmo com a perspectiva de contágio por coronavírus.

Soma-se a isso a política de Bolsonaro, dos governadores e prefeitos de abrirem a economia, tanto o setor produtivo como o de serviços. Como este jornal insistentemente apontou, sem uma quarentena permanente, até a vacinação em massa da população, para que a maioria das pessoas fique em casa com condições financeiras para sobreviver, não há o que se falar em possibilidades de reduzir o número de mortes e infectados. Portanto, o que os governos federais, estaduais e municipais estão realizando é tentar não sobrecarregar o SUS, no sentido manter pessoas a morrer nos leitos de UTI e não nos corredores dos hospitais ou nas ruas, o que seria muito escandaloso para os governantes e prejudicaria a reputação eleitoral deles.

“Fechar” a economia e “ficar em casa” são apenas palavras. Sem dinheiro, no mínimo R$ 4.000,00 para cada cidadão poder ficar isolado, não há conversa. Mesmo no Estado de São Paulo, no primeiro trimestre de 2020, a política do #fiqueemcasa era uma falácia, já que milhares de pessoas foram demitidas, não estavam recebendo auxílio e aquelas que começaram a receber faziam bicos para não morrer de fome com R$ 600,00. Finalmente, a maioria da população estava trabalhando por necessidade. Portanto, uma política com reais possibilidades de combate ao vírus precisa seguir a linha de quarentena com apoio financeiro, porque a vida da população não é brinquedo, não é capim. Oscilar entre abrir e fechar a economia apenas objetiva não sobrecarregar os hospitais: não é possível acabar em definitivo com o contágio. O interesse dos poderosos é deixar a economia permanentemente em atividade para que os bancos continuem recebendo seus valores e consigam lucrar com a crise. É como o presidente Bolsonaro disse: “e daí?”, são apenas 91.600 mortes por COVID-19.


O que fazer? O programa de ação dos Comitês Populares


Não é de hoje que a população tratada com descaso pelos seus governantes. A crise sanitária apenas expõe e comprova essa recorrência. Para nós, as pessoas que precisam de ajuda para não ter que escolher entre morrer de fome e se infectar, é necessário organizar os Comitês Populares para concentrar os recursos doados pela população, para que sejam entregues cestas-básicas e refeições. É preciso usar os estabelecimentos escolares e ou qualquer local público como espaços de campanha  para que lá sejam entregues refeições pelos Comitês Populares para que assim a organização e força da própria população possa lutar contra essa crise imposta pelos governantes da direita golpista. É urgente, é preciso se organizar já.

 

As eleições municipais de São Paulo são o epicentro da luta política eleitoral da América Latina em 2020

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O Farol Operário entende que as eleições são um momento muito limitado da luta política, não sendo um momento crucial para o desenvolvimento das reivindicações populares, apesar disto não se esquiva da importante tarefa de entender este processo – este tipo de leitura não é exclusiva deste jornal, faz parte do arcabouço teórico do marxismo e está brilhantemente exposta no capítulo 7 de Esquerdismo, doença infantil do comunismo. 

A eleição no Brasil pós-golpe tem sido um dos elementos da burguesia para descentralizar a luta dos trabalhadores e criar um ambiente de legitimidade para os golpistas. Entretanto, a situação de constante crise do regime político dificulta essa manobra. O golpe dado pela direita saiu parcialmente de controle e isso inviabilizou uma candidatura direitista puro-sangue com Geraldo Alckmin, e a elite teve que aplicar um Plano B: Bolsonaro. 

Desde o final dos anos 1990, o Brasil passou por um momento de grande instabilidade: milhões de pessoas famintas e uma convulsão preeminente, que já afetava a Bolívia, Venezuela e Argentina. Perante esta situação, não havia nada a fazer, exceto abrir espaço para o Partido dos Trabalhadores governar o país e aliviar a tensão política. Assim, a burguesia aceita um acordo e, depois de tanto sabotar e boicotar o PT, finalmente Lula é eleito. O que parecia ser uma situação passageira se cristalizou e fez com que o partido tivesse muito poder, elegendo Dilma em mais dois pleitos. Estava provado que sem uma manipulação muito meticulosa, seria impossível tirar o PT do poder - sua política é popular, e o povo sabe disso. 

O Golpe de 2016 começou a ser montando de maneira mais consistente e toda a campanha midiática para achincalhar os líderes do PT, que havia se iniciado com o Mensalão, foi colocada nas ruas. Artistas e celebridades começaram a convocar atos verde-amarelistas, a imprensa burguesa bombardeava o povo com notícias, muitas delas falsas como o caso do Triplex, para viabilizar o Golpe de 2016. O golpe foi dado e o problema persistia para os golpistas, os trabalhadores ainda estavam organizados e detinham poder, pois o PT não é simplesmente um partido artificial, é a organização que surgiu como resultado da luta contra a Ditadura Militar. 

O regime político não consegue ter estabilidade com o PT, por isso é necessário criar mecanismos para destruir o partido. Jogar bombas, matar pessoas e prender outras só funciona em momentos muito específicos da história, geralmente estas manobras mais sanguinárias são amplamente repudiadas e criam uma tensão ainda maior como se nota com o caso do assassinato de Marielle Franco. O cancelamento do registro do PT também criaria uma tensão enorme e poderia criar uma radicalização muito grande, portanto, é necessário levar o Partido dos Trabalhadores para uma desmoralização e esvaziamento que destruam sua estrutura. 

O Partido do Socialismo e Liberdade (PSOL) é uma das engrenagens utilizadas pelos golpistas em suas maquinações contra o PT, por isso se olharmos na história eleitoral podemos ver declarações extremamente estranhas de um partido pretensamente esquerdista como o PSOL. Um dos inúmeros exemplos é o caso de Plínio de Arruda, presidenciável que já chegou a apoiar José Serra (PSDB) contra Haddad (PT) na disputa pela prefeitura de São Paulo. Agora, a burguesia intensifica seu ataque dando palco para Guilherme Boulos, que é figura constante nos debates da imprensa golpista. Muitos setores petistas de direita já aventam a possibilidade de se desistir da candidatura de Jilmar Tatoo (PT) para apoiar Boulos (PSOL), colocando o partido a reboque de Boulos. Dificilmente o PT desistiria de sua candidatura, mas como o partido não é centralizado é bem provável que isso sirva para minar a candidatura do partido no principal palco da luta eleitoral da América Latina em 2020.  


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terça-feira, 4 de agosto de 2020

Editorial 04/08/2020: 12,2 milhões de desempregados e 94 mil mortes por COVID: a política da direita bolsonarista

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Na última sexta-feira (31), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou dados relativos ao desemprego da população. Entre a primeira semana de maio até a segunda semana de julho, o desemprego cresceu: 2,4 milhões de novos desempregados, atingindo o total de 12,2 milhões (13,1 % da população). Como já denunciado por este periódico, isso reflete uma política contrária aos trabalhadores. Mesmo com a abertura da economia, não houve a proteção ao emprego, restando somente o resultado proporcionado pela infestação desenfreada de coronavírus: 94 mil mortes de brasileiros.


Quem defende o #ficaemcasa, sem nenhuma contrapartida que possibilite o isolamento real, é uma minoria que pode ficar em casa


Os dados do Pnad Covid-19 apontam também que entre os dias 5 a 11 de julho, a população ocupada porém não afastada do trabalho era de 71 milhões de pessoas. Destas, 8,2 milhões trabalhavam remotamente (11,6%). No mês de maio, a quantidade de pessoas que trabalhavam nesse regime era de 8,6 milhões, de modo que a maioria da população estava trabalhando normalmente nos seus postos e que a realidade da campanha #ficaemcasa era somente possível para quem podia migrar para o trabalho remoto, ou seja, para poucos.

A política favorável à população era a de que houvesse a generalização da quarentena com paralisia ampla sob auxílio integral do Governo Federal. Como a política neoliberal era para agradar aos bancos e sua base eleitoral da classe média, a economia foi "aberta". Na realidade, ela nunca foi paralisada de fato e o número de mortes por coronavírus no Brasil só está atingindo a casa dos 100 mil porque o povo precisa sobreviver pagando com a própria vida em meio da crise sanitária, enquanto o Estado nada faz.


A flexibilização avança junto com o número de mortes


Desde o início de maio até meados de julho, 643 mil pessoas saíram do serviço remoto para o presencial. Como estamos avaliando, não é somente a flexibilização — traduzido no fecha e abre dos estabelecimentos que acompanha o sobe e desce da curva de mortes — a causa do contágio desenfreado já que a maioria da população precisava, sem a ajuda do governo, trabalhar. Fora isso, os 12,2 milhões de desempregados que também compõem a informalidade para poder se sustentar estão arriscando suas vidas.

A crise é total. A mídia direitista suaviza a realidade de caos generalizado que assola o país e, por outro lado, a esquerda peca em não noticiar isso justamente porque cai em políticas da classe média, como o #ficaemcasa ou em defender o impeachment do presidente Bolsonaro. Agora, ainda mais com a época eleitoral, uma pá de cal será jogada sobre o assunto.

Diante desse imobilismo da esquerda e das organizações populares em decorrência dos erros políticos mencionados, é preciso organizar a população pelo Fora Bolsonaro e toda direita golpista, pedir por Eleições Gerais. É preciso insistir nas mobilizações de forma permanente, não se trata mais de assistir a catástrofe, é hora de combater a política neoliberal imposta para o Brasil e varrer deste país toda essa corja direitista que abandona o povo quando ele mais precisa. 

sexta-feira, 31 de julho de 2020

Usar as escolas como restaurantes de campanha, não como disseminador da doença: não a volta às aulas!

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As pressões realizadas predominantemente pelo setor empresarial da educação colocaram a questão da necessidade da volta às aulas no próximo período, mesmo com o país em franca ascensão dos casos de Covid-19. A discussão, que se traveste de argumento pedagógico por meio da perda do ano letivo, não toca nos pontos centrais de uma solução ao problema da epidemia: as escolas públicas são o aparelho público com maior capacidade de serem utilizadas para a luta contra a Covid-19. 

A infeção viral é de difícil controle e o povo brasileiro não deve ser considerado o culpado das transmissões como faz parte da esquerda que ecoa a farsesca campanha do #Fique em Casa, pois os trabalhadores e comerciantes são desassistidos e dependem de sua própria atividade para a sobrevivência. Deste modo, as multas e perseguições aos setores que estão buscando uma alternativa para se salvarem não funcionam, servem apenas para normalizar um estágio de perseguição popular. 

O povo não deve ser maltratado e penalizado, precisa de leitos, comida e equipamentos de proteção. Tudo isso deveria estar sendo disponibilizado pelo Estado em uma campanha capilarizada, chegando em todos os bairros por meio do único espaço capaz de atender o povo, as escolas públicas. Todas elas deveriam estar sendo utilizadas como Hospitais de Campanha, como restaurantes populares, moradias temporárias para desabrigados e pontos de entrega de álcool gel e máscaras.

Não há política contra o contágio, assim todo tipo de resguardo é legítimo e os professores estão certos em serem contra a volta as aulas por não terem nenhuma garantia para o exercício de sua profissão. Apesar disto, é uma forma muito individualista e limitada, o povo só vai ser salvo por uma política de atuação ampla centralizada pelo Estado, único órgão capaz de chegar em todos os rincões do país com hospitais e suprimentos.   


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Governo Boric será de direita besuntado em um esquerdismo de fachada

No dia 11 o novo presidente do Chile tomou posse, após 4 anos de governo do direitista Sebastián Piñera. A imprensa internacional deu muito ...