terça-feira, 16 de junho de 2020

Todo apoio à quebra das estátuas de genocidas


chin.jpg
Manifestantes jogaram a estátua de um comerciante de escravos em um rio, em Bristol, Reino Unido. O ato, visto como depredação pela direita, mostra a vontade do povo de jogar seus opressores na lata de lixo da história, de varrê-os do mapa. Isso vale para comerciantes de escravos dos séculos XVII e XVIII, e também vale para a burguesia de hoje. A elite sabe disso e tem medo disso. 

Quebrar, destruir ou pichar estátuas é algo comum em protestos: a estátua de Churchill, renomado genocida, também foi pichada recentemente. Várias estátuas de colonizadores, ano passado, durante os protestos no Chile, também foram destruídas. Quase toda cidade no Brasil e no mundo tem monumentos, ou mesmo referências menores como nomes de ruas, a colonizadores, escravocratas, genocidas da história, e todas essas "homenagens" serão varridas pela rebelião popular. E não tenhamos dúvidas: os descendentes e herdeiros deles são a classe dominante de hoje. E do mesmo jeito que as estátuas e monumentos a seus ancestrais serão varridos, também a classe dominante atual será varrida do mapa.

Foto: newsakmi.com

Colabore com nossa imprensa operária, assine o Farol Operário: https://apoia.se/faroloperarioSe não puder colaborar, compartilhe nosso trabalho, isso dá amplitude às nossas denúncias e tem grande valor para nós.
Acompanhe nossas redes: https://www.facebook.com/faroloperarioInstagram: @farol.operario


A violência nos protestos não deve ser reprimida pela esquerda

aedeb2-20200529-3rd-precinct-ljd-10.jpg

A violência espontânea nos protestos, o "quebra-quebra", é fruto de uma desorganização, um sentimento individual de revolta individual dos manifestantes que acaba atrapalhando o movimento. Contudo, é parte do movimento, especialmente quando ele não foi convocado pela esquerda em primeiro lugar e é, portanto, desorganizado. Devemos nos guiar pelo princípio de nunca nos opormos à revolta do povo, não importa qual forma ela assuma. 

Essa violência é mal-vista pelas direções dos movimentos, por vários motivos. Seja pelo medo da violência ser usada como desculpa para repressão, seja pela confusão política de rejeitar a violência, seja por um pacifismo infundado e idealista.  A questão é que as manifestações mais recentes são espontâneas: a ala direita da esquerda, no caso, suas lideranças mais oportunistas e burocráticas, nunca chamam o povo às ruas: pelo contrário, fazem de tudo para que não haja protestos, e, quando o povo protesta sozinho, mesmo sem ser chamado, essas lideranças assumem a cabeça do movimento, e procuram cancelá-lo. Tudo é desculpa para não ir pra rua, e eles usam de todo instrumento possível de sabotagem. A repressão à violência é um desses instrumentos: ela não é uma tentativa de organizar e centralizar a rebelião popular, é uma aliança com a direita para reprimir o movimento. 

Se a esquerda realmente quiser atos organizados, sem deixar ocorrer atos individualistas de violência dos manifestantes, deve assumir esses atos. Deve organizar esses atos, chamá-los, dar o incentivo. A tentativa de conter a violência, neste contexto atual, não passa de repressão pura e simples.
Foto: MPRNEWS

Colabore com nossa imprensa operária, assine o Farol Operário: https://apoia.se/faroloperario
Se não puder colaborar, compartilhe nosso trabalho, isso dá amplitude às nossas denúncias e tem grande valor para nós.
Acompanhe nossas redes: https://www.facebook.com/faroloperarioInstagram: @farol.operario


O Estado e o judiciário não têm poder por si só

cool pic.jpeg
Recentemente foi presa Sara Winter, liderança de uma milícia armada que fazia acampamento em Brasília, em apoio ao fascista Bolsonaro, até ser removida pela polícia. 

Uma grande parcela da esquerda comemora sua prisão e acredita que o Estado fará valer a ordem constitucional, a força das leis. Isso é um erro. O Estado é burguês, é controlado pela burguesia, pela classe dominante, e atuará conforme for conveniente a essa classe.

A violência estatal contra organizações de direita, por si só, pode significar um conflito entre diferentes setores da burguesia, a dedetização dos grupos mais virulentos, em prol de uma centralização, entre outras coisas. Mas nunca poderá significar a garantia de uma ordem democrática: toda a ação do Estado burguês é em prol de uma organização para reprimir o verdadeiro inimigo de seus donos: o povo.

A violência estatal contra organizações de esquerda, por outro lado, significa a repressão ao povo. Defender leis, inclusive, mais repressivas, com a esperança de que venham a ser usadas contra os direitistas, é um tiro no pé: essas leis serão usadas contra nós.

O Estado burguês se constituiu ao longo dos séculos como tal. Desde os primórdios, o direito é um instrumento da burguesia, do mesmo jeito que foi um instrumento de outras classes dominantes em outros momentos da história. Precisamos tomá-lo das mãos da burguesia por meio da revolução, e constituir um ordenamento jurídico operário.

Foto: Rádio Corredor

Colabore com nossa imprensa operária, assine o Farol Operário: https://apoia.se/faroloperario
Se não puder colaborar, compartilhe nosso trabalho, isso dá amplitude às nossas denúncias e tem grande valor para nós.

Acompanhe nossas redes: https://www.facebook.com/faroloperario
Instagram: @farol.operario

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Editorial 08/06/2020 - A luta pelo Fora Bolsonaro passa necessariamente pela luta contra a direita golpista

image.png

Com a escalada das manifestações em todo o mundo contra o racismo, depois do episódio do assassinato do negro George Floyd no dia 25/05, em Minneapolis, nos Estados Unidos, houve repercussão no Brasil, intensificando os atos pelo Fora Bolsonaro, contra o racismo, contra o fascismo e pela democracia.

No fim de maio e no início de junho, as torcidas organizadas começaram a ir para as ruas e se posicionar pela defesa da democracia e pelo Fora Bolsonaro. A direita golpista, procurando intervir nesse movimento, reformulou sua campanha de "#ficaemcasa" para "somos 70%" defendida pelo economista Eduardo Moreira.

Esse novo rearranjo serve para que a direita possa utilizar-se desse movimento a seu favor e estabelecer alianças com a esquerda a fim de que Bolsonaro deixe a presidência sem que a esquerda e a população participe do processo político, abrindo as portas para a direita golpista continuar vendendo o país e retirando os direito dos trabalhadores. 

Quem da esquerda que está operando ativamente para estabelecer alianças com a burguesia é o Guilherme Boulos e sua Frente Povo Sem Medo e o Fernando Haddad. Eles, juntamente com o figurão da direita Fernando Henrique Cardoso, o ex-bolsonarista Luciano Huck, o governador da ala direita do PCdoB, Flávio Dino, entre outros, fora outras atuações no mesmo sentido: do coronel do Ceará, Ciro Gomes, Marina Silva que estão defendendo abertamente essa Frente Ampla.

No lado oposto, o ex-presidente Lula está criticando o estabelecimento dessa Frente Ampla com os golpistas contra o Bolsonaro. Importa esclarecer que essa política é a acertada, pois a aliança com a direita golpista não provocará uma mudança verdadeiramente popular do regime político caso Bolsonaro seja retirado do poder. Para que haja a transição "pacífica" para o governo do general Mourão, essa articulação da Frente Ampla faz-se necessária.

Diante desse quadro de captura das manifestações e das torcidas organizadas pela direita, é preciso denunciar essas lideranças da esquerda que estão se alinhando com os golpistas. O movimento pelo Fora Bolsonaro e antifascista não pode admitir a direita golpista, deve atuar no sentido oposto, organizar junto das organizações populares e de esquerda um movimento amplo, sem golpistas e pedindo pelo Fora Bolsonaro e Eleições Gerais. No cenário atual, somente com essa política a população pode derrubar o Bolsonaro e a direita golpista.

Fora Bolsonaro e todos os golpistas
Eleições Gerais com Lula candidato

Colabore com nossa imprensa operária, assine o Farol Operário: https://apoia.se/faroloperario
Se não puder colaborar, compartilhe nosso trabalho, isso dá amplitude às nossas denúncias e tem grande valor para nós.
Acompanhe nossas redes: https://www.facebook.com/faroloperario
Instagram: @farol.operario


quinta-feira, 11 de junho de 2020

Editorial 11/05/2020 Sobre o avanço do imperialismo na Venezuela e na Europa

image.png

A crise sanitária mundial está deixando o regime capitalista em uma situação de crise falimentar, as saídas econômicas clássicas estão fora de questão, já que o desenvolvimento material da produção em alguns setores fundamentais da economia capitalista parecem estar a frente da dinâmica de acumulação capitalista (Para entender mais, veja o exemplo do petróleo em nossa matéria: https://faroloperario.blogspot.com/2020/05/preco-negativo-do-petroleo.html). Assim, a crise só se aprofunda e a burguesia busca diminuir isso por meio da quarentena e a despolitização da crise sanitária. 


As tensões políticas dentro das sociedades conseguem ser seguradas até o momento pela quarentena em diversos países, como foi o caso do Chile e da França que viram o total esvaziamento de seus longos protestos. Apesar disto, internacionalmente a situação se deteriora. Uma série de ataques aos inimigos do imperialismo estão sendo cada vez mais organizados, a Venezuela sofreu um ataque terrorista que visava organizar um motim militar com a captura do seu presidente (Veja aqui o que aconteceu: ). Uma tentativa fracassada, mas que não deve ser observada exclusivamente por seus erros. O que aconteceu foi uma etapa de um longo processo de sondagem e desestabilização organizado pelo imperialismo contra a Revolução Boliavriana. 


No Oriente Médio, a situação está se desenvolvendo para uma guerra entre diversos países e Israel, sendo a incorporação da Cisjordânia um dos objetivos dos israelenses. O Irã, vítima de ataques no começo do ano e responsável por uma resposta a altura depois da morte de um grande general no Iraque, está preparado para auxiliar uma intifada palestina caso Israel não mude de planos. 


Na Europa, o imperialismo coordena a União Europeia para uma ditadura total. Lá o parlamento europeu já oficializou a sua perseguição ao comunismo quando em 15 de outubro de 2019 aprovou uma lei que igualava o comunismo ao nazismo e fascismo, jogando todos estes regimes sob o mesmo rótulo “autoritarismo”. Com uma grosseira revisão histórica, a União Soviética, principal vítima da guerra, foi colocada ao lado dos nazistas como pivô de um plano de dominação mundial contra o mundo livre. Tal medida proíbe as comemorações comunistas e seus símbolos, fazendo com que a esquerda institucional não pudesse utilizar o espaço da tribuna por seus euro-deputados para comemorar os 75 anos da vitória do nazi-fascimo ocorridos no dia 09 de maio de 2020. Um cerceamento perigoso, sobretudo em um atual estágio onde a pandemia coloca uma série de subterfúgios para ampliar a repressão dos trabalhadores, como ocorre em Portugal com a polêmica criada pelas sina persecutória contra os atos do 1° de maio da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP – A Central Sindical dos trabalhadores portugueses, uma versão da CUT lusitana) e a tentativa de impedir a Festa do Avante, maior encontro comunista organizado da esquerda lusófona.
A situação nacional é de desespero, pois a população foi jogada à própria sorte pelos golpistas (Bolsonaro e governadores) e está sem reação por causa da paralisia total da esquerda e suas organizações. Felizmente, a luta de classes continua e a polarização da política está levando membros das torcidas organizadas para a luta política das ruas. Foi o que ocorreu neste final de semana com um grupo de torcedores do Corinthians responsáveis por melar um ato dos Intervencionistas na Av. Paulista neste sábado. Eles são os primeiros a reagirem por estarem em uma organização e por esta ser menos burocratizada que os partidos, apresentam assim uma ação muito mais voluntariosa e combativa, mas devem ultrapassar esta fase inicial e se juntar a todas as organizações de esquerda para lutar de forma unificada.  


Inquestionavelmente, os conflitos não diminuem e não poderão ser resolvidos pelas vias burocráticas e parlamentares: o grande impasse que vivemos será resolvido por meio das forças reais, ou seja, da mobilização nas ruas. Os Intervencionistas já entenderam isso e as torcidas organizadas também, falta esse nível de esclarecimento chegar realmente aos partidos, sindicatos e organizações da classe operária.


Colabore com nossa imprensa operária, assine o Farol Operário: https://apoia.se/faroloperario
Se não puder colaborar, compartilhe nosso trabalho, isso dá amplitude às nossas denúncias e tem grande valor para nós.

Acompanhe nossas redes: https://www.facebook.com/faroloperario
Instagram: @farol.operario

quarta-feira, 10 de junho de 2020

A definição distorcida de Fascismo da Globo

image.png


No último domingo, dia 07/06/20202, a Rede Globo apresentou no Fantástico uma matéria sobre o Fascismo. Nela, foi traçado um panorama histórico deste movimento e apresentado algumas definições por especialistas. Colocamos aqui literalmente as definições apresentadas na matéria para em seguida mostrar os equívocos e distorções. A jornalista que apresenta a matéria expõe, resumindo a explicação de um historiador italiano, o fascismo da seguinte forma: “O fascismo foi uma experiência italiana que aconteceu aqui em determinado momento histórico e, como tal, não pode se repetir”. Quando questionado, o historiador Boris Fausto diz: “Eu acho que ele (referindo-se ao fascismo) não tá voltando...”. Por fim, outro especialista aparece para a seguinte frase: “O fascismo, se a gente pode buscar uma definição bem simples, é o discurso do ódio”.

O que se pode notar em todas as intervenções acima é que o fascismo seria apenas uma forma intolerante e racista de se comportar, não tendo nenhuma ligação com a luta econômica da decadente sociedade capitalista no período imperialista. Veja aqui os problemas deste tipo de abordagem.

A derrota dos fascistas na 2° Guerra Mundial e a revolucionária reação dos trabalhadores sob os seus escombros tornou uma grande parte do mundo vermelha (Instauração de Estados Operários), mostrando aos burgueses que aquela cartada política havia sido desastrosa. Assim, para frear o avanço dos comunistas, vários acordos foram feitos com a burocracia soviética e uma intensa campanha de propaganda anti-fascista foi erguida para limpar a imagem de figuras-chave do regime político.

Hollywood foi uma grande arma para falsificar a história, iniciando com a forma na qual não se explica economicamente os fundamentos da guerra. A 2° Guerra Mundial foi um desdobramento das disputas de mercado das grandes potências, tendo sido uma guerra na qual os Estados Unidos e Inglaterra cometeram tantas atrocidades quanto os nazistas. Os bombardeios de Dresden, realizados dentre os dias 13 e 15 de fevereiro de 1945, teve mais de 3 mil toneladas de bombas incendiárias, fazendo com que 39 Km² fossem aniquilados junto com a população civil. Além disso, o maior ato terrorista da história da humanidade, as bombas nucleares no Japão, é deixado propositalmente de lado para manter em pé a bizarra versão cinematográfica da burguesia: a luta entre democracia e autoritarismo.

Bombardeio incendiário dos EUA sobre Tóquio em abril de 1942, 125 mil mortos, a maioria era civil. A tempestade incendiária queimou as moradias japonesas de madeira, carbonizando a população e matando por asfixia.
Cogumelo formado pela bomba lançada em Nagasaki, no dia 9 de agosto de 1945
Cogumelo atômico na cidade de Hiroshima, 166 mil mortos pelos EUA em 6 de agosto de 1945.
image.png
A cidade alemã Dresden em chamas enquanto bombardeiros americanos e ingleses sobrevoam a cidade em 13 a 15 de fevereiro de 1945.

image.png
Cerca de 25 mil mortos (a maioria era civil) em Dresden pela chacina dos Aliados.

Os marxistas não são idealistas, apresentam a história sob o viés econômico, ensinando aos trabalhadores sobre a luta de classes. Aqui, a definição científica do fascismo não se baseia no ódio ou violência, mas no seu caráter classista.

Segundo o marxismo, fascismo é todo o movimento que busca exterminar a democracia operária, ou seja, que persegue brutalmente todas as organizações operárias, seus partidos e sindicatos, impedindo greves e toda luta política.

Como a divisão das classes sociais não se alterou no marco do capitalismo, a colocação do Fantástico e do historiador Boris Fausto de que não há campo para o fascismo são equivocadas porque excluem a dinâmica das classes sociais e não conseguem situar e explicar o bolsonarismo, os assassinatos das lideranças do MST, o movimento "300 do Brasil" da Sara Winter, os supremacistas brancos americanos, os fascistas ucranianos, o movimento integralista etc. Esse mesmo erro histórico ocorreu da primeira vez quando os intelectuais e os stalinistas disseram que os agrupamentos fascistas não eram um problema e que dificilmente o nazismo controlaria o poder político da Alemanha. O resultado: comunistas, socialistas, artistas, camponeses, sindicalistas, judeus foram assassinados pelas milícias fascistas que "não representavam perigo algum".

A ignorância proposital ou não da dinâmica social que o capital produz traz esses discursos farsescos da mídia direitista. Para melhor entender o problema, vejamos uma análise de 1934 sobre o fascismo a partir da perspectiva de classes:
"Enviar o exército contra o povo nem sempre é possível: frequentemente, ele começa a decompor-se e termina com a passagem de grande parte dos soldados para o lado do povo. Por isso, o grande capital é obrigado a criar grupos armados, especialmente treinados para atacar os operários, como certas raças de cachorros são treinadas para atacar a caça. A função histórica do fascismo é esmagar a classe operária, destruir suas organizações, sufocar a liberdade política, quando os capitalistas se sentem incapazes de dirigir e dominar com a ajuda da maquinaria democrática.

O fascismo recruta seu material humano sobretudo no seio da pequena burguesia. Esta termina sendo arruinada pelo grande capital, e não existe saída para ela na presente estrutura social: porém não conhece outra. Seu descontentamento, revolta e desespero são desviados do grande capital, pelos fascistas, e dirigidos contra os operários. Pode-se dizer do fascismo que é uma operação de "deslocamento" dos cérebros da pequena burguesia no interesse de seus piores inimigos. Assim, o grande capital arruína inicialmente as classes médias e, em seguida, com a ajuda de seus agentes mercenários - os demagogos fascistas -, dirige a pequena burguesia submersa no desespero contra o proletariado.

É somente por meio de tais procedimentos que o regime burguês é capaz de manter-se. Até quando? Até que seja derrubado pela revolução proletária (Aonde vai a França ?— O Desmoronamento da Democracia Burguesa, La Verité, TROTSKY, 1934)."
As ditaduras no capitalismo que conhecemos tiveram elementos fascistas, desde Franco até as Ditaduras Militares latino-americanas. Logo, é natural que os Intervencionistas no Brasil peçam a criminalização do comunismo (dos partidos operários revolucionários) sendo a conclusão prática da política fascista que estão se organizando para consolidar no país.

Colabore com nossa imprensa operária, assine o Farol Operário: https://apoia.se/faroloperario

Se não puder colaborar, compartilhe nosso trabalho, isso dá amplitude às nossas denúncias e tem grande valor para nós.

terça-feira, 9 de junho de 2020

O caráter de classe das manifestações nos EUA

fl.jpg
Manifestações nos EUA contra o racismo após a morte de George Floyd.

O assassinato cruel e covarde, cometido pela polícia, de George Floyd, em Minneapolis, EUA, foi o estopim de uma série de manifestações por todo o país. No momento, as manifestações estão se alastrando pelo país, ocorrendo em quase uma centena de cidades, e ganhando força e ímpeto. 

A violência policial nos EUA é semelhante à violência policial no Brasil, e, por extensão, em todo o mundo. A polícia é o instrumento do Estado burguês, detentor do monopólio da violência, e é um instrumento que exerce a violência de uma forma que parece quase que gratuita, e que, por isso, revela o verdadeiro objetivo das polícias no mundo: o massacre e a repressão do povo trabalhador. Nos EUA, país com histórico de escravidão e opressão da população negra, essa violência assume um caráter racial - igual no Brasil. A polícia americana revela o caráter geral do Estado americano: uma instituição racista, violenta e leal à classe dominante.

Por isso, a luta contra a polícia é uma faceta da luta de classes. Contudo, esse não é o único motivo pelo qual a convulsão social nos EUA tem um caráter classista. A classe trabalhadora, lá, é uma das mais massacradas do mundo "desenvolvido".  Não há moradia, saúde pública, nem direitos trabalhistas por lá. E, com a crise do COVID-19, 40 milhões de trabalhadores foram demitidos. 

Isso mostra que essas manifestações são movidas por muito mais que a simples indignação com o assassinato de George Floyd. A opressão da classe trabalhadora nos EUA vem, há alguns anos, causando a polarização no país. Essa polarização só tende a se acentuar, e isso vai acabar em revolução, cedo ou tarde.

Convulsões sociais e situações revolucionárias por si só não bastam. É necessário uma organização dos trabalhadores para fazer a revolução. É necessário um partido. Os grandes movimentos de esquerda nos EUA parecem não ter aprendido com a experiência histórica da classe trabalhadora, e estão sofrendo na pele as mesmas lições. Por exemplo, a organização da candidatura de Bernie Sanders, uma das faces desses movimentos, se deu dentro do partido democrata: um partido de direita, burguês. 

Não se vê, nas manifestações, a presença de partidos, de militantes organizados. Contudo, o país está no caminho inevitável de uma revolução popular, e o surgimento do partido é imprescindível.

Foto: cp24.com

Colabore com nossa imprensa operária, assine o Farol Operário: https://apoia.se/faroloperario

Governo Boric será de direita besuntado em um esquerdismo de fachada

No dia 11 o novo presidente do Chile tomou posse, após 4 anos de governo do direitista Sebastián Piñera. A imprensa internacional deu muito ...