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Manifestações nos EUA contra o racismo após a morte de George Floyd. |
O assassinato cruel e covarde, cometido pela polícia, de George Floyd, em Minneapolis, EUA, foi o estopim de uma série de manifestações por todo o país. No momento, as manifestações estão se alastrando pelo país, ocorrendo em quase uma centena de cidades, e ganhando força e ímpeto.
A violência policial nos EUA é semelhante à violência policial no Brasil, e, por extensão, em todo o mundo. A polícia é o instrumento do Estado burguês, detentor do monopólio da violência, e é um instrumento que exerce a violência de uma forma que parece quase que gratuita, e que, por isso, revela o verdadeiro objetivo das polícias no mundo: o massacre e a repressão do povo trabalhador. Nos EUA, país com histórico de escravidão e opressão da população negra, essa violência assume um caráter racial - igual no Brasil. A polícia americana revela o caráter geral do Estado americano: uma instituição racista, violenta e leal à classe dominante.
Por isso, a luta contra a polícia é uma faceta da luta de classes. Contudo, esse não é o único motivo pelo qual a convulsão social nos EUA tem um caráter classista. A classe trabalhadora, lá, é uma das mais massacradas do mundo "desenvolvido". Não há moradia, saúde pública, nem direitos trabalhistas por lá. E, com a crise do COVID-19, 40 milhões de trabalhadores foram demitidos.
Isso mostra que essas manifestações são movidas por muito mais que a simples indignação com o assassinato de George Floyd. A opressão da classe trabalhadora nos EUA vem, há alguns anos, causando a polarização no país. Essa polarização só tende a se acentuar, e isso vai acabar em revolução, cedo ou tarde.
Convulsões sociais e situações revolucionárias por si só não bastam. É necessário uma organização dos trabalhadores para fazer a revolução. É necessário um partido. Os grandes movimentos de esquerda nos EUA parecem não ter aprendido com a experiência histórica da classe trabalhadora, e estão sofrendo na pele as mesmas lições. Por exemplo, a organização da candidatura de Bernie Sanders, uma das faces desses movimentos, se deu dentro do partido democrata: um partido de direita, burguês.
Não se vê, nas manifestações, a presença de partidos, de militantes organizados. Contudo, o país está no caminho inevitável de uma revolução popular, e o surgimento do partido é imprescindível.
Foto: cp24.com